Mensageiro Sideral https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br De onde viemos, onde estamos e para onde vamos Sat, 04 Dec 2021 19:09:39 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Astrônomo diz ter encontrado possível candidato a nono planeta no Sistema Solar https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/11/09/astronomo-diz-ter-encontrado-possivel-candidato-a-nono-planeta-no-sistema-solar/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/11/09/astronomo-diz-ter-encontrado-possivel-candidato-a-nono-planeta-no-sistema-solar/#respond Tue, 09 Nov 2021 19:31:04 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2016/01/p9_kbo_orbits_labeled_1_-180x101.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=10168 Escarafunchando dados antigos do satélite de infravermelho Iras, um astrônomo britânico à procura do hipotético Planeta 9 diz ter encontrado um possível candidato. O apelido foi dado a um astro que supostamente existiria além de Netuno, conforme predito por uma dupla de pesquisadores nos EUA em 2016.

A história toda começou quando Michael Brown e Konstantin Batygin, astrônomos do Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia), apontaram um estranho alinhamento nas órbitas de alguns objetos transnetunianos, pedregulhos residentes nas profundezas do Sistema Solar. De acordo com eles, o alinhamento só poderia ser explicado pela influência gravitacional de um nono planeta, maior que a Terra, instalado numa órbita superlonga e oval.

Desde então, pesquisadores têm procurado pelo tal Planeta 9, sem sucesso. E a estratégia adotada por Michael Rowan-Robinson, do Imperial College de Londres, foi fazer a caçada nos dados do Iras, satélite da Nasa que fez varreduras por boa parte do céu nos anos 1980.

Rowan-Robinson criou um protocolo para reanalisar as imagens em busca de potenciais candidatos que possam ter passado batidos nos estudos originais dos dados. Após reprocessar todo o pacote, ele chegou a um único potencial candidato remanescente. Ele estaria ao redor das coordenadas celestes 319 graus de ascensão reta, 60 graus de declinação (para quem não está familiarizado com a terminologia, esses são análogos celestes de longitude e latitude, respectivamente).

Se o tal candidato não for algum artefato de observação, ele poderia corresponder a um planeta localizado a mais de 200 unidades astronômicas daqui (1 UA é a distância média Terra-Sol, 150 milhões de km).

“Uma órbita de encaixe sugeriria uma distância de 225 UA (mais ou menos 15 UA) e uma massa 3 a 5 vezes a da Terra”, escreveu Rowan-Robinson, em artigo aceito para publicação no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. Ele reconhece que provavelmente o candidato não é um objeto real, mas indica que talvez valha a pena apontar telescópios naquela direção para ver se há de fato algo por lá. “Uma busca em um anel de rádio 2,5 por 4 graus centrados ao redor da posição de 1983 em comprimentos de onda visíveis e do infravermelho próximo pode ser valiosa.”

PROVAVELMENTE NADA
Embora seja o maior entusiasta da busca pelo Planeta 9, Mike Brown é o primeiro apontar que este não é o astro predito por ele e Batygin em 2016. “O candidato estaria em uma órbita totalmente inconsistente com nossas predições e não seria capaz de perturbar gravitacionalmente o Sistema Solar distante dos modos que sugerimos”, diz. “Mas, claro, isso não quer dizer que não possa ser real!”

O pesquisador aproveita a oportunidade para fazer uma distinção entre uma descoberta de oportunidade e uma real predição científica. Ele lembra que Plutão foi descoberto em 1930 por Clyde Tombaugh exatamente do mesmo modo. O astrônomo então procurava o Planeta X, predito por Percival Lowell, mas acabou achando acidentalmente Plutão. Isso não faz de Plutão o predito Planeta X (que, por sinal, não existe).

Da mesma maneira, se o tal candidato agora for real, não será o chamado Planeta 9 de Brown e Batygin. “Se alguém descobrir um planeta além de Netuno inconsistente com nossas predições, nós não o predissemos e se trata de uma descoberta totalmente não relacionada (e incrível)”, explica o pesquisador.

Esse é o rigor que separa uma hipótese científica das afirmações de qualquer maluco que diga “há um planeta lá fora em algum lugar” (e está cheio de gente assim por aí). Por isso, já dá para cravar que Rowan-Robinson, ao procurar o tal Planeta 9, não o encontrou. Mas ainda pode ter encontrado um nono planeta no Sistema Solar — embora as chances joguem contra. A conferir.

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Pesquisadores encontram primeiro candidato a planeta fora da Via Láctea https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/11/07/pesquisadores-encontram-primeiro-candidato-a-planeta-fora-da-via-lactea/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/11/07/pesquisadores-encontram-primeiro-candidato-a-planeta-fora-da-via-lactea/#respond Sun, 07 Nov 2021 15:00:33 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/Extragalactic-Exoplanet-System-Illustration-scaled-320x213.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=10165 Um grupo internacional de astrônomos detectou aquele que pode ser o primeiro exoplaneta observado fora da nossa galáxia. E, claro, é um esquisitão.

Não porque planetas nascidos fora da Via Láctea devam necessariamente ser estranhos ou inesperados. Longe disso. É hoje consenso que estrelas formam mundos ao seu redor em toda parte. O drama é detectar um exoplaneta tão longe assim, para além dos limites do nosso bairro cósmico.

O tamanho do astro detectado seria similar ao de Saturno, e ele seria morador da galáxia M51, localizada a 23 milhões de anos-luz daqui, próxima no céu à constelação boreal da Ursa Maior. E até aí, vamos combinar, nada estranho. O esquisito é em torno de qual objeto o tal planeta orbitaria. Estamos falando de uma binária de raios X.

Trata-se de uma estrela dupla, em que uma delas já explodiu e se tornou um de dois possíveis cadáveres estelares: um buraco negro ou uma estrela de nêutrons. Por gravidade, esse astro morto está engolindo matéria da sua vizinha ainda viva, e, no processo, gerando um disco de gás e poeira ao seu redor. Ao espiralar na direção do objeto compacto, essa matéria se torna poderosa emissora de raios X.

Os pesquisadores liderados por Rosanne Di Stefano, do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica, pensaram que seria bem possível que existissem planetas em torno desses astros, já que foram encontrados na nossa Via Láctea planetas ao redor de estrelas de nêutrons. (Por sinal, os primeiros exoplanetas detectados na história da astronomia, em 1992, orbitavam um desses cadáveres estelares, e não uma estrela em sua fase ativa, como o Sol.)

Seguindo no raciocínio, eles presumiram que alguns desses sistemas estariam de tal modo alinhados que o planeta passaria à frente do astro compacto emissor de raios X, bloqueando temporariamente o fluxo. Um trânsito desses poderia ser detectado como uma “piscada” em raios X, mesmo a distâncias colossais, como as que separam outras galáxias.

Com efeito, ao vasculhar imagens colhidas pelos telescópios espaciais Chandra, da Nasa (agência espacial americana), e XMM Newton, da ESA (sua contraparte europeia), de três galáxias vizinhas, M51, M101 e M104, os pesquisadores encontraram um trânsito desse tipo, que batizaram de M51-ULS-1. Agora, uma análise detalhada do padrão observado, publicada na revista Nature Astronomy, sugere que não há explicação alternativa conhecida para o fenômeno. Com isso, o grupo o apresenta como o primeiro candidato a planeta extragaláctico.

O duro vai ser confirmar que ele está mesmo lá. Pela modelagem dos pesquisadores, levará uns 70 anos até que o M51-ULS-1b faça um novo trânsito, o que seria requerido para cravar que se trata mesmo de um planeta. Por outro lado, o esforço traz uma prova de princípio de que é possível encontrar exoplanetas mesmo em outras galáxias, embora apenas ao redor de astros compactos que sejam poderosos emissores de raios X.

Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.

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Grupo encontra sistema que reflete futuro do Sistema Solar após a morte do Sol https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/10/24/grupo-encontra-sistema-que-reflete-futuro-do-sistema-solar-apos-a-morte-do-sol/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/10/24/grupo-encontra-sistema-que-reflete-futuro-do-sistema-solar-apos-a-morte-do-sol/#respond Sun, 24 Oct 2021 15:00:52 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/joviano-anabranca-320x213.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=10158 Usando um telescópio no Havaí, um grupo internacional de astrônomos encontrou um planeta similar a Júpiter que é um sobrevivente da morte de sua estrela mãe, compondo um retrato similar ao que tende a ser o destino do Sistema Solar em mais uns 6 bilhões de anos.

Tudo começou com o registro de um evento de microlente gravitacional, em 2 de agosto de 2010. Trata-se de um efeito que surge quando um objeto com massa, ainda que discreto, transita à frente de outro mais distante e luminoso. A gravidade então distorce os raios de luz que vêm do fundo, como uma lente. Ao analisarem o padrão, os pesquisadores podem estimar o objeto que causou o efeito. No caso em questão, dois objetos: uma estrela com massa um pouco menor que a do Sol acompanhada por um planeta do porte de Júpiter.

Após o registro do evento, catalogado como MOA-2010-BLG-477Lb, o grupo liderado por Joshua Blackman, da Universidade da Tasmânia, na Austrália, fez observações subsequentes no Observatório Keck, em 2015, 2016 e 2018. O objetivo: encontrar a estrela responsável pela microlente. O planeta, muito menos brilhante, não seria visível. Mas a estrela sim –se fosse um astro ativo, como o Sol.

As imagens colhidas no infravermelho próximo de início indicaram uma possível candidata, mas com o passar do tempo ela mostrou ter movimento inconsistente com o visto na microlente. Em suma, não era ela. Nem havia qualquer outra possível candidata. Aí o grupo aplicou o clássico raciocínio sherlockiano, segundo o qual quando se elimina tudo que é impossível, o que quer que reste, por improvável que seja, tem de ser a verdade.

Já que não era possível que fosse uma estrela viva e ativa (inconsistente com as imagens), nem um cadáver de estrela de alta massa, como uma estrela de nêutrons ou um buraco negro (inconsistente com as imagens e a microlente), restou apenas uma alternativa: era uma anã branca, com um planeta joviano ao seu redor.

É o destino final do Sol: quando seu combustível nuclear se esgotar, ele inchará como uma gigante vermelha, depois perderá suas camadas superiores e tudo que restará é um núcleo em processo de resfriamento. Quando o Sistema Solar passar por essa fase, será um barata-voa danado nas regiões mais internas. Mercúrio, Vênus e possivelmente a Terra serão engolidos pela fase gigante vermelha do Sol. Porém, simulações sugerem que Júpiter, em sua órbita mais afastada, tem boa chance de resistir ao cataclismo. Só que um sistema análogo com sobreviventes nunca havia sido observado. Até agora.

Esse parece ter aberto a porteira, trazendo um retrato triste e sombrio do futuro longínquo de nosso pequeno quintal na vastidão do cosmos. A anã branca deve ter cerca de 53% da massa do Sol, e o planeta aproximadamente 40% mais massa que Júpiter. A descoberta foi divulgada em artigo publicado na revista Nature.

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Estudo sugere que Vênus nunca teve oceanos ou condições habitáveis https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/10/17/estudo-sugere-que-venus-nunca-teve-oceanos-ou-condicoes-habitaveis/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/10/17/estudo-sugere-que-venus-nunca-teve-oceanos-ou-condicoes-habitaveis/#respond Sun, 17 Oct 2021 15:00:30 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2013/09/Earth-and-Venus-SOURCE-NASA-via-the-Apollo-program-and-Mariner-10-150x150.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=10156 Um novo estudo publicado na revista Nature e liderado por pesquisadores da Universidade de Genebra, na Suíça, jogou água na fervura da busca por vida em Vênus. Ele sugere que o nosso vizinho mais próximo sempre foi, desde o nascimento, um inferno quente e inabitável.

Os pesquisadores liderados por Martin Turbet criaram simulações do clima das versões primordiais de Vênus e da Terra, mais de 4 bilhões de anos atrás, quando a superfície dos planetas era de rocha derretida.

Nessa época, ambos os planetas deviam conter vapor d’água apenas na atmosfera, já que o calor impedia a água de condensar e ocupar a superfície. Mas, enquanto a Terra pôde se resfriar, formando chuvas torrenciais que geraram nossos oceanos, lá em Vênus essas condições nunca chegaram. Em vez disso, o efeito estufa descontrolado acabou fazendo com que as moléculas de água fossem quebradas e perdidas para o espaço com o passar do tempo.

Que Vênus já teve muita água no passado é ponto pacífico. Isso porque a análise dos isótopos de hidrogênio (em essência, variantes atômicos que podem ter nenhum, um ou dois nêutrons no núcleo, além de um próton solitário) por lá indica uma presença bem maior de deutério (um nêutron) do que do hidrogênio simples (sem nêutron), comparado à Terra.

O melhor jeito de explicar essa diferença é que, quando as moléculas de água se quebram na atmosfera em razão da luz ultravioleta do Sol, o hidrogênio (mais leve) escapa mais para o espaço que o deutério (mais pesado), criando essa distorção.

A novidade foi a demonstração de como essa água pode nunca ter se estabilizado na superfície. E aí quem sofre são os entusiastas das possibilidades de vida em Vênus. Se o planeta nunca teve condições habitáveis, é improvável que possa ter sido em algum momento palco para o surgimento de micróbios.

Além disso, o estudo explica muito bem por que Terra e Vênus, de início “gêmeos”, evoluíram de forma diferente, levando em conta o que os cientistas chamam de “paradoxo do Sol fraco”. Tem a ver com o fato de que nossa estrela, no passado remoto, era menos brilhante e emitia menos radiação. Isso era difícil de conciliar com o fato de que a Terra sempre se mostrou um planeta com condições amenas, desde muito cedo, em vez de um planeta gélido por conta do Sol menos brilhante.

As simulações mostram que o Sol mais fraco pode ter feito a diferença no sucesso da Terra. Graças a ele, nosso planeta pôde se resfriar a ponto de os oceanos condensarem, algo que nunca teria acontecido em Vênus.

Apesar do bom encaixe com o atual estado do Sistema Solar, vale a ressalva: um modelo é apenas um modelo, e no caso venusiano as incertezas vêm junto com nosso relativo desconhecimento do planeta. Turbet e seus colegas enfatizam que os dados a serem colhidos pelas três missões agora em fase de planejamento (duas americanas, uma europeia) podem ajudar a corroborar ou refutar suas conclusões.

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Amostras trazidas da Lua por missão chinesa revelam vulcanismo tardio https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/10/10/amostras-trazidas-da-lua-por-missao-chinesa-revelam-vulcanismo-tardio/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/10/10/amostras-trazidas-da-lua-por-missao-chinesa-revelam-vulcanismo-tardio/#respond Sun, 10 Oct 2021 15:00:33 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/change-5-320x213.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=10138 A primeira missão chinesa de retorno de amostras da Lua começou a produzir seus primeiros frutos científicos. Pesquisadores estudando as rochas lunares trazidas pela espaçonave Chang’e-5 indicam que o basalto no local de pouso tem aproximadamente 2 bilhões de anos de idade.

O resultado confirma uma desconfiança que vem crescendo entre os cientistas: a Lua foi vulcanicamente ativa até mais recentemente do que se imaginava antes. Até uns dez anos atrás, a premissa era de que praticamente todo vulcanismo lunar no lado próximo da Lua cessou há uns 3 bilhões de anos, pouco depois da fase de bombardeio pesado tardio, uma época em que o Sistema Solar interno foi todo alvejado por uma grande quantidade de asteroides, entre 4,2 bilhões e 3,8 bilhões de anos atrás.

Além dessa confirmação de vulcanismo mais recente, a determinação da idade precisa desse fluxo de lava “jovem” (para os padrões lunares, não terrestres) ajuda a calibrar a técnica de contagem de crateras usada para datar superfícies lunares e planetárias. O raciocínio é simples: sem poder colher uma amostra de todo e qualquer terreno para datação por decaimento radioativo de elementos presentes no material, os pesquisadores presumem uma taxa média de impactos por asteroides e então contam a quantidade de crateras em uma dada região. As mais antigas têm mais buracos que as mais novas. Agora, com uma datação precisa de uma nova região lunar, fica mais fácil estimar a taxa média de impactos e, assim, calcular a idade de outros locais.

A missão chinesa foi a primeira a colher amostras lunares desde a soviética Luna-24, conduzida em 1976. Ela pousou em Oceanus Procellarum, a exemplo da Apollo-12, de 1969, mas longe do local em que desceu a missão tripulada americana. Trata-se de uma área cujo solo é composto por lava solidificada de uma antiga erupção vulcânica (ou talvez mais de uma, não há certeza). A espaçonave colheu amostras da superfície em dezembro de 2020 e as trouxe de volta à Terra para análise naquele mesmo mês.

O cálculo de idade, feito pela equipe de Xiaochao Che, da Academia Chinesa de Ciências Geológicas, foi publicado em 7 de outubro na revista Science. E agora resta o desafio de explicar como esse vulcanismo recente foi possível. “Não há evidência de altas concentrações de elementos produtores de calor no manto profundo da Lua, então explicações alternativas são exigidas para a longevidade do magmatismo lunar”, escreveram os pesquisadores.

É uma excelente demonstração de como é falsa a noção de que já investigamos a Lua o suficiente para entendê-la de forma completa. Certamente haverá muita ciência a ser produzida lá, conforme diversas nações, puxadas por China e EUA, se preparam para retomar sua exploração, com sondas e tripulações. Esse é só o começo.

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Astrônomos preveem que supernova vista em 2016 vai ter ‘reprise’ em 2037 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/09/26/astronomos-preveem-que-supernova-registrada-em-2016-vai-ter-reprise-em-2037/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/09/26/astronomos-preveem-que-supernova-registrada-em-2016-vai-ter-reprise-em-2037/#respond Sun, 26 Sep 2021 15:00:00 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/macs-j0138-320x213.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=10120 A detonação de uma supernova é um evento que se espera ver uma vez só. A estrela explode, temos nosso show pirotécnico, o brilho vai diminuindo até sumir, deixando para trás uma nebulosa e um cadáver estelar. Mas há uma supernova em particular da qual os astrônomos esperam uma reprise – para 2037.

Não, não será a mesma estrela explodindo de novo. Supernovas costumam mesmo ser eventos catastróficos únicos (embora tenham sido vistos casos em que o mesmo astro aparentemente detonou duas vezes, algo ainda não totalmente esclarecido). Aqui estamos falando de um truque diferente. É a mesma explosão, vista em dois momentos diferentes, não exatamente no mesmo lugar.

Entra em cena a relatividade geral de Einstein e a predição de que a gravidade curva raios de luz. A primeira demonstração da teoria, por sinal, foi obtida graças a isso, em 1919: astrônomos foram à Ilha do Príncipe, na África, e a Sobral, no Ceará, fotografar um eclipse solar, tentando registrar as estrelas de fundo. A ideia era contrastar suas posições durante o fenômeno com as que elas guardam no céu noturno, quando o Sol não está à frente delas para curvar seus raios de luz.

Deu certo, palmas para Einstein. Corta para hoje. Astrônomos estudam com afinco as chamadas lentes gravitacionais fortes, em que grandes e distantes aglomerados de galáxias, com massa total de muitos trilhões de sóis, curvam (e concentram) a luz vinda de objetos ainda mais afastados. Nesse processo, a luz de uma supernova que cruze o aglomerado por vários caminhos diferentes pode fazer com que o objeto apareça em várias posições distintas no nosso céu. E, claro, como a luz tem uma velocidade bem alta, mas finita, isso também implica que as imagens aparecerão em tempos diferentes, dependendo da distância total de cada caminho percorrido pela luz até chegar aos nossos telescópios.

Uma dessas lentes naturais incríveis é a do aglomerado de galáxias MACS J0138.0-2155. Ele foi fotografado pelo Hubble em 2016, e na imagem era possível ver três imagens distintas da mesma supernova. Em 2019, uma nova fotografia foi produzida, e as três haviam sumido. A luz da estrela explodida deve ter partido de seu ponto de origem há uns 10 bilhões de anos e foi curvada pelo aglomerado galáctico depois de 6 bilhões de anos de viagem.

O grupo de astrônomos liderado por Steve Rodney, da Universidade do Sul da Califórnia em Columbia, agora modelou a saga e calculou que uma nova imagem da detonação, a surgir do outro lado do aglomerado, deve pintar em 2037, com margem de erro de uns dois anos. A predição, publicada na Nature Astronomy, não é só vontade de ser bidu. Trata-se de um teste efetivo da modelagem da distribuição de massa no aglomerado, incluindo aí a contribuição da misteriosa matéria escura (que não sabemos o que é, mas podemos saber onde está, graças a fenômenos como esse). A conferir.

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Astrônomo amador brasileiro detecta colisão de bólido celeste com Júpiter https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/09/14/astronomo-amador-brasileiro-detecta-colisao-de-asteroide-com-jupiter/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/09/14/astronomo-amador-brasileiro-detecta-colisao-de-asteroide-com-jupiter/#respond Tue, 14 Sep 2021 21:33:59 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/WhatsApp-Image-2021-09-14-at-16.46.05-320x213.jpeg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=10095 Manja aquela coisa de “vem meteoro”? Funcionou com os jovianos. Júpiter foi violentamente golpeado por um asteroide ou cometa na noite desta segunda-feira (13). E um brasileiro foi o primeiro a registrar a pancada.

“Por volta das 19h15 liguei o telescópio e a câmera e comecei a ajustar os parâmetros de captura”, diz o astrônomo amador José Luis Pereira, em São Caetano do Sul (SP). “Para minha surpresa, no primeiro vídeo percebi um brilho diferente no planeta.”

Pereira achou de início que era algo mais ligado aos ajustes do que ao planeta. Mas calhou que não era. De fato, Júpiter foi impactado por um objeto às 19h39 (de Brasília) do dia 13 de setembro.

O astrônomo amador brasileiro faz parte do programa DeTeCt de monitoramento dos planetas gigantes gasosos, usando um telescópio newtoniano com 275 mm de espelho principal, procurando eventos como esses (assim como mudanças na atmosfera que possam ser documentadas). “Chequei o resultado somente na manhã do dia 14, quando o programa me alertou para a alta probabilidade de impacto”, diz Pereira.

José Luis Pereira com seu telescópio. (Crédito: José Luis Pereira)

O resultado foi reportado, e agora astrônomos do resto do mundo estão procurando observações independentes. O coordenador do projeto DeTeCt, o francês Marc Delcroix, indica que que um observatório profissional da França, com telescópio de 62 cm, registrou também, além de um terceiro observador na Alemanha. “Mas esses registros paralelos ainda não foram oficializados”, destaca Pereira. “Acho que de hoje (14) para amanhã (15) teremos alguma confirmação nesse sentido.”

Júpiter é um alvo preferencial para asteroides no Sistema Solar, com seu tamanho e gravidade, de forma que o evento, embora incomum, não é surpreendente. Vale nessa hora lembrar o maior impacto já monitorado com o planeta, ocorrido em 1994, quando o cometa Shoemaker-Levy 9, depois de se fragmentar em pelo menos 21 pedaços, colidiu com Júpiter ao longo de seis dias.

Aqueles impactos deixaram marcas observáveis em Júpiter por várias semanas, registradas detalhadamente pelo Telescópio Espacial Hubble. Agora, os astrônomos vão buscar sinais deixados pela nova colisão. E para quem é da turma “vem meteoro”, vale lembrar que Júpiter tem diâmetro onze vezes maior que o da Terra. O flash observado por Pereira tem porte comparável ao do nosso planeta.

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Dupla publica ‘mapa do tesouro’ em busca de nono planeta no Sistema Solar https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/09/05/dupla-publica-mapa-do-tesouro-em-busca-de-um-nono-planeta-no-sistema-solar/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/09/05/dupla-publica-mapa-do-tesouro-em-busca-de-um-nono-planeta-no-sistema-solar/#respond Sun, 05 Sep 2021 15:00:01 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2016/01/p9_kbo_orbits_labeled_1_-180x101.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=10084 A dupla de pesquisadores que defende a hipótese de que há um nono planeta no Sistema Solar, bem além de Netuno, acaba de divulgar um novo estudo que descrevem como um “mapa do tesouro”: uma predição que indicaria onde no céu, com maior probabilidade, deve estar o suposto objeto.

A ideia do chamado Planeta Nove foi apresentada pela primeira vez por Mike Brown e Konstantin Batygin em 2016. À moda da descoberta de Netuno, que teve sua existência predita matematicamente após a observação de certos desvios inesperados na órbita de Urano, a dupla do Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia) evocou a necessidade de um nono planeta com grande massa, numa órbita bem excêntrica (achatada) e afastada do Sol, para explicar um certo padrão de distribuição nas trajetórias de diversos KBOs, sigla inglesa para objetos do cinturão de Kuiper (região que abriga os planetas-anões Plutão e Éris, entre outros objetos menores, resquícios da formação do Sistema Solar).

A diferença entre os dois casos é que os astrônomos John Couch Adams e Urbain Le Verrier fecharam os cálculos para a descoberta de Netuno em 1846, e o planeta foi achado por Johann Galle, do Observatório de Berlim, em 23 de setembro daquele ano. Já o tal Planeta Nove segue não encontrado.

Há discussão na comunidade astronômica se o tal agrupamento de KBOs que indicaria a existência do tal planeta é real mesmo ou é fruto de viés observacional (varreduras descobrindo objetos de forma preferencial em razão de para onde estão olhando). No novo artigo, aceito para publicação no Astronomical Journal, Brown e Batygin reafirmam que não há viés suficiente para explicar os padrões e refinam o que seriam os parâmetros básicos do astro hipotético.

Carta celeste indica localização mais provável do Planeta Nove. (Crédito: M. Brown, K. Batygin)

Combinando simulações e análises probabilísticas, eles dizem que o Planeta Nove tem ao redor de 6,2 vezes a massa terrestre, guarda uma distância média do Sol de 380 unidades astronômicas (ou seja, está 380 vezes mais distante do Sol que a Terra) e tem periélio (ponto mais próximo do Sol) a 300 UA. Já o afélio (ponto mais distante) estaria a uns 500 UA.

Como ninguém o achou ainda, o pressuposto é que ele esteja perto do afélio, quando seria menos brilhante. De acordo com a dupla, o planeta deve estar numa faixa do céu próxima ao plano da Via Láctea. É lá que os dois conduzem sua busca, com o observatório Subaru, no Havaí. Até agora, nada. Mas o novo estudo indica que o planeta estaria ao alcance de vários projetos de varredura de céu inteiro, dentre eles a que será conduzida pelo Observatório Vera Rubin, nova instalação no Chile que deve iniciar suas atividades entre 2022 e 2023.

“Penso na figura [com a carta celeste de probabilidade de presença do astro] como o mapa do tesouro do Planeta Nove”, diz Mike Brown. “Hora de começar a caçada, meus colegas piratas”, arremata, em tom bem-humorado.

Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.

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Astrônomos de Cambridge propõem nova categoria de exoplanetas habitáveis https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/08/29/astronomos-de-cambridge-propoem-nova-categoria-de-exoplanetas-habitaveis/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/08/29/astronomos-de-cambridge-propoem-nova-categoria-de-exoplanetas-habitaveis/#respond Sun, 29 Aug 2021 15:00:09 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2021/08/planeta-hiceanico-hycean-320x213.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=10079 Pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, sugerem que a busca por planetas com vida não deve se limitar a mundos similares ao nosso e cravam que uma categoria em particular desses objetos é candidatíssima para a primeira detecção de biossinais: os planetas hiceânicos.

Nome estranho, né? Demorei um pouco para entender de onde veio. Aguenta aí que eu chego lá. Muito já foi dito sobre os planetas oceânicos, que seriam um pouco maiores que a Terra e totalmente recobertos por espessas camadas de água, capazes de fazer nossos mares parecerem piscininhas.

E aí a categoria seguinte, até então pouco prestigiada, seria composta por planetas ainda maiores, que, além de serem ricos em água, teriam atmosferas extensas em que predomina o hidrogênio, similares às de planetas gigantes gasosos.

Em ambos os casos, estamos falando de mundos com tamanho intermediário entre a Terra (o maior dos mundos solares rochosos) e Netuno (o menor dos gasosos, com diâmetro cerca de quatro vezes maior que o terrestre). Não existe nada assim no Sistema Solar, mas os astrônomos já encontraram centenas de planetas com diâmetros nessa faixa intermediária, e são geralmente referidos como superterras (com diâmetro até 60% maior que o da Terra) ou mininetunos (se maiores que 60%).

Até recentemente, apesar de mais numerosos que as superterras, os mininetunos eram considerados candidatos ruins a abrigar vida. Especulava-se que a pressão e a temperatura sob sua atmosfera rica em hidrogênio fossem excessivamente altas para permitir a existência de vida.

O jogo começou a virar no ano passado, quando a equipe de Nikku Madhusudhan, em Cambridge, mostrou em um estudo publicado no Astrophysical Journal Letters que o mininetuno K2-18 b, descoberto pelo satélite Kepler, da Nasa, a despeito de ser 2,6 vezes maior que a Terra, poderia, em tese, ter um oceano habitável sob sua atmosfera hidrogenada. Hidrogênio+oceânico, hiceânico. Rá.

Agora, em um novo artigo, desta vez no Astrophysical Journal, Madhusudhan e seus colegas Anjali Piette e Savvas Constantinou, apresentam de forma mais ampla a categoria dos planetas hiceânicos. Em tese, mundos com até 2,6 vezes o diâmetro terrestre podem guardar condições habitáveis, e a chamada zona de habitabilidade (região ao redor da estrela em que a quantidade de radiação é compatível com a existência de corpos d’água de forma estável em um planeta) seria bem mais larga para esses mundos do que para análogos terrestres.

E o que mais empolga é que muitos dos potenciais planetas hiceânicos poderão ter sua atmosfera estudada em detalhes muito em breve pelo Telescópio Espacial James Webb, que a Nasa espera lançar até o fim do ano. Observações do K2-18 b, por sinal, já estão programadas entre as primeiras a serem feitas pelo novo satélite.

Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.

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Instrumento está perto de poder detectar gêmeo da Terra, diz estudo brasileiro https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/08/15/instrumento-esta-perto-de-poder-detectar-gemeo-da-terra-diz-estudo-brasileiro/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/08/15/instrumento-esta-perto-de-poder-detectar-gemeo-da-terra-diz-estudo-brasileiro/#respond Mon, 16 Aug 2021 02:15:43 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2015/07/eso1529a-180x74.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=10070 Apesar de termos ouvido muito nos últimos anos sobre a descoberta de exoplanetas com potencial para serem habitáveis ou similares à Terra, a detecção de um análogo perfeito do nosso mundo ainda não aconteceu. Mas estamos chegando cada vez mais perto, como mostra um novo estudo conduzido majoritariamente por pesquisadores brasileiros.

O trabalho, que tem como primeiro autor Yuri Netto, do IAG-USP (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo), foi aceito para publicação no Astronomical Journal. Ele teve por objetivo testar o nível de precisão do Espresso, novo espectrógrafo instalado no VLT, telescópio do ESO (Observatório Europeu do Sul) no Chile. Esse instrumento foi projetado para a busca de análogos terrestres, ou seja, exoplanetas com a massa da Terra, numa órbita similar à da Terra, orbitando uma estrela como o Sol.

Para fazer isso, pelo método de medição de velocidades radiais (a famosa detecção do bamboleio das estrelas conforme planetas giram ao redor delas e as atraem para cá e para lá), seria preciso atingir uma precisão de 10 cm/s. (Pense nisto: medir um movimento de meros dez centímetros a cada segundo de uma estrela localizada a anos-luz daqui.)

O espectrógrafo antecessor do Espresso, o Harps, instalado em La Silla, também no Chile, tem precisão de 1 m/s. Ou seja, a ambição é melhorar em dez vezes as medidas disponíveis. E a essa altura ele já está quase lá.

O grupo conduziu 24 observações da estrela HIP 11915, espalhadas ao longo de 60 noites. O astro, localizado a 175 anos-luz daqui na constelação da Baleia, foi escolhido por ser um gêmeo solar que tem um planeta análogo a Júpiter, descoberto com o Harps, também por brasileiros, em 2015, e está agora numa fase de baixa atividade estelar.

Após as observações e o pós-processamento (destinado a “limpar” o ruído, produzido principalmente pela atividade da estrela), os pesquisadores obtiveram medidas seguras de velocidade radial com média de 24 cm/s. Isso estabeleceu, portanto, a qualificação mínima do Espresso –na pior das hipóteses, precisão de uns 20 cm/s. Pode parecer frustrante, mas é um ótimo resultado.

A expectativa é que, quanto mais observações sejam feitas, maior seja a precisão atingida. E 60 noites, como nesse estudo inicial, é um período bem restrito para a busca de exoplanetas: afinal, para confirmar uma detecção, é preciso que o planeta complete ao menos uma volta inteira ao redor da estrela, o que no caso de um análogo perfeito da Terra exigiria uns 360 dias.

Com mais observações e aperfeiçoamentos do processamento, é bem possível que o Espresso atinja a ambicionada faixa de sensibilidade dos 10 cm/s. E a estrela HIP 11915, lembram os pesquisadores, seria um ótimo lugar para seguirmos olhando. Afinal, até onde sabemos, a similaridade com o Sistema Solar é notável. Quem sabe não é lá que encontraremos o primeiro análogo perfeito da Terra?

Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.

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