Mensageiro Sideral https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br De onde viemos, onde estamos e para onde vamos Sat, 04 Dec 2021 19:09:39 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Chuva de meteoros Perseidas atinge seu auge na madrugada de sexta (13)! https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/08/10/chuva-de-meteoros-perseidas-atinge-seu-auge-na-madrugada-de-sexta-13/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/08/10/chuva-de-meteoros-perseidas-atinge-seu-auge-na-madrugada-de-sexta-13/#respond Tue, 10 Aug 2021 20:32:19 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2015/08/perseids3-1280x853-180x120.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=10068 A madrugada da próxima sexta-feira (13) marca o auge da clássica chuva de meteoros anual Perseidas, uma das mais famosas e intensas.  O nome se refere à constelação de Perseu, de onde costumam emanar as populares estrelas cadentes nessa época do ano. E tudo não passa de farelo da cometa, mais especificamente do Swift-Tuttle, astro que passa pelas redondezas do Sol a cada 133 anos. Embora ele não esteja por perto no momento, sobra um rastro de poeira de sua última passagem. Quando a Terra atravessa a órbita dele, esses grãozinhos encontram nossa atmosfera e queimam, produzindo o espetáculo visual.

Com seu radiante (local de onde parecem partir os meteoros, se você traçar uma linha no sentido contrário a seu movimento) na constelação boreal de Perseu, o fenômeno é tão mais intenso quanto mais ao norte se está, mas pelas bandas do Sul também será possível vê-lo. No Brasil, quanto mais para cima no mapa, melhor. Assim, as regiões Norte e Nordeste têm melhores condições do que as do Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Apesar dessas variações, ninguém deve se desanimar, não. Com um pouco de paciência, todo mundo pode colecionar um punhado de estrelas cadentes.

A sugestão básica, dada pelo astrônomo Gabriel Rodrigues Hickel, da Unifei (Universidade Federal de Itajubá), é procurar um lugar com boa visibilidade do céu — quanto mais visão da abóbada celeste, melhor — e se deitar. O período entre 3h da manhã e o nascer do Sol é o ideal. “Não há região específica do céu a olhar”, diz Hickel. “O ideal é procurar um lugar escuro, longe da poluição luminosa das grandes cidades, com o horizonte livre (sem edificações, árvores ou morros próximos) e deitar-se em uma cadeira de praia, de modo a ver o máximo de céu possível.”

O astrônomo sugere pelo menos uma hora de observação para ver um bom número de meteoros. Para os locais próximos à linha do equador, espera-se uma incidência de 25 a 40 meteoros por hora. Conforme se desloca para o sul no mapa, a taxa vai se reduzindo, até chegar a aproximadamente 5 meteoros por hora no Sul do país. Mas vale lembrar que essas são taxas que levam em conta o céu inteiro e boas condições de observação. É preciso, portanto, modular as expectativas. “Tenha paciência e não espere um show pirotécnico”, afirma Hickel. “Observe por pelo menos uma hora para ver um número razoável de meteoros.”

O melhor período para observar, do Brasil, é entre as 3h e as 6h. E a boa notícia é que neste ano a Lua, num fino crescente, não oferece risco de ofuscar as observações com seu brilho. Bons céus!

Siga o Mensageiro Sideral no FacebookTwitterInstagram e YouTube

]]>
0
Eclipse parcial da Lua se oferece ao oeste do Brasil na madrugada de quarta (26) https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/05/25/eclipse-parcial-lunar-se-oferece-ao-oeste-do-brasil-na-madrugada-de-quarta-26/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/05/25/eclipse-parcial-lunar-se-oferece-ao-oeste-do-brasil-na-madrugada-de-quarta-26/#respond Tue, 25 May 2021 20:55:04 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2015/09/eclipse-lunar-27-set-180x133.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=9979 Uma situação astronômica curiosa surge nos céus do Brasil na madrugada desta quarta-feira (26). Depois de passar a noite sob a Lua cheia, durante o poente lunar, nosso satélite natural vai adentrar a sombra da Terra, enquanto os primeiros raios do nascer do Sol surgem no horizonte oposto.

É mais um eclipse total da Lua, que, contudo, por essas bandas, será apenas parcial, e isso na melhor das hipóteses. Os melhores lugares desta vez para ver o eclipse total, quando a Lua ganha aquele aspecto cor de tijolo, ficam na Oceania, na Ásia, no Pacífico e no extremo oeste das Américas. Por aqui, quem estiver mais a leste do Brasil verá rigorosamente nada. Isso porque a fase penumbral do eclipse, em que apenas parte da luz solar é bloqueada pela Terra, começa às 5h47 (horário de Brasília).

Nesse momento, a Lua ainda está visível no céu, por exemplo, de São Paulo, mas já bem baixa no horizonte. Contudo, eclipse penumbral não é perceptível, a não ser que você tenha um fotômetro medindo quanta luz vem da Lua (o que, por sinal, por ela estar mais baixa no horizonte, já deve ser menos que o normal, independentemente do eclipse).

A fase parcial, em que a Lua começa a adentrar a umbra da Terra (região em que a luz direta do Sol é de fato inteiramente bloqueada), começa às 6h44. Em São Paulo, a Lua já está abaixo do horizonte oeste nesse momento. Mas, por exemplo, em Rio Branco, no Acre, a Lua só vai se pôr às 7h41 de Brasília (lá, 5h41, já que são dois fusos horários de diferença), de forma que será possível ver, no momento do poente, nosso satélite encoberto em 76% pela sombra terrestre. (Essas diferenças todas de observação de um lugar para outro são em razão do fato de a Terra ser redonda, algo que em outros tempos eu nem escreveria aqui.)

A fase total, contudo, só vem às 8h11, quando até mesmo em Rio Branco a Lua já se foi e o Sol já nasceu do outro lado. Perderemos a “Lua de tijolo” (que fica nessa cor porque toda a luz direta do Sol está bloqueada, mas ela ainda recebe raios luminosos solares que são filtrados pela borda da atmosfera terrestre e saem do outro lado, com forte tendência para o vermelho — mesmo processo que torna o poente solar avermelhado aqui na Terra).

Moral da história: a não ser que você esteja nas regiões mais a oeste do país, nada para ver. Se você estiver a oeste, verá a Lua ser gradualmente dentada por uma sombra até descer no horizonte. É o que tem pra hoje. Ou melhor, para amanhã.

Siga o Mensageiro Sideral no FacebookTwitterInstagram e YouTube

]]>
0
Eclipse solar e grande conjunção de Júpiter e Saturno marcam fim de 2020 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2020/12/13/eclipse-solar-e-grande-conjuncao-de-jupiter-e-saturno-marcam-fim-de-2020/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2020/12/13/eclipse-solar-e-grande-conjuncao-de-jupiter-e-saturno-marcam-fim-de-2020/#respond Mon, 14 Dec 2020 02:15:07 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2017/02/eclipse-solar-180x101.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=9710 O fim do ano nos reserva dois grandes eventos celestes, a começar por esta segunda-feira (14), dia de eclipse solar visível do Brasil, e culminando no dia 21, com um encontro raro entre Júpiter e Saturno que fará com que pareçam ser praticamente um só astro – algo que não se vê no céu há uns 800 anos.

Começando pelo eclipse solar, que acontece quando a Lua desfila à frente do Sol, do ponto de vista aqui da Terra. O satélite natural encobre o disco solar totalmente apenas numa faixa estreita que cruzará Chile e Argentina. Mas, no Brasil, veremos a Lua dar uma “dentada” no Sol.

O tamanho da “mordida” depende da região em que você está. Quanto mais para baixo no mapa, melhor. Para quem está mais ao norte, a Lua nem chega a passar à frente do Sol. Na cidade de São Paulo, o evento vai das 12h45 às 15h16, com o máximo às 14h04. Nessa hora, cerca de 31% do disco solar estará encoberto pela Lua. Em Porto Alegre, o auge chega mais cedo, às 13h50, e mais da metade do Sol (54%) será encoberto.

Observar um eclipse solar exige cuidados, pois não se pode olhar diretamente para o Sol – isso pode ferir seus olhos. Um método mais simples para ver é fazer um furinho em uma cartolina ou pedaço de papelão e, com isso, projetar uma imagem do Sol em uma parede.

Alternativamente, você pode usar um vidro de soldador (Nº 14), capaz de filtrar a radiação solar nociva, para fazer a observação sem se preocupar. Não improvise com óculos escuros ou materiais que não saiba serem seguros.

Passado o eclipse, nosso olhar se volta para o céu noturno, conforme Júpiter e Saturno vão se aproximando, dia após dia, até parecerem ser praticamente um só, separados por apenas um décimo de grau, na noite do dia 21.

Conforme Terra, Júpiter e Saturno giram no carrossel do Sol, vez por outra ocorre um alinhamento que coloca os dois planetas aparentemente próximos em nosso céu. Isso acontece como reloginho a cada 19,6 anos. Mas nem todas as conjunções são tão espetaculares.

A última que teve tamanha aproximação foi em 1623, mas na ocasião o evento acabou alinhado com a própria posição do Sol, impedindo sua observação. Um encontro dessa magnitude, visível no céu noturno, ocorreu pela última vez em 1226! A próxima do mesmo naipe não vai demorar tanto assim, mas não prenda a respiração: 2080.

Com tudo isso, tem gente chamando esta grande conjunção de “estrela de natal”. Não chega a ser um absurdo, uma vez que alguns astrônomos acreditam que o mito da “estrela de Belém” pode ter sido inspirado por uma conjunção desse tipo, talvez uma entre Vênus e Júpiter (os dois planetas mais brilhantes no céu), ocorrida nos anos 3 ou 2 a.C.

Para encontrar os dois planetas, procure-os ao longo dos próximos dias na direção sudoeste, cerca de uma hora após o anoitecer, culminando com a grande conjunção do dia 21. E, seja qual for o simbolismo que você queira dar ao evento (humanos têm essa mania), será uma bela vista para encerrar este ano tão difícil, com a esperança de que coisas mais belas virão em 2021.

Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.

Siga o Mensageiro Sideral no FacebookTwitterInstagram e YouTube

]]>
0
Maior superlua do ano ocorre nesta terça https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2020/04/07/maior-superlua-do-ano-ocorre-nesta-terca/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2020/04/07/maior-superlua-do-ano-ocorre-nesta-terca/#respond Tue, 07 Apr 2020 20:13:04 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2014/08/superlua-150x150.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=9278 Fique de olho no céu (mas mantendo o isolamento, afinal, todo mundo tem janela) na virada desta terça (7) para quarta-feira. Vem aí a maior superlua do ano.

Superlua, claro, não é um termo técnico (e eu pessoalmente preferiria “luona”, “luazona” ou, meu favorito, “luão”). É só uma expressão que se tornou popular para designar a coincidência entre a fase cheia da Lua, em que seu lado voltado para a Terra está 100% iluminado, e seu perigeu, ponto de máxima aproximação da Terra, em sua órbita ligeiramente achatada.

Temos visto uma série de superluas ao longo dos últimos meses, mas a de abril será a maior do ano – apenas pouco mais de oito horas separam o perigeu, em que a Lua estará a 356.909 km da Terra, na tarde do dia 7, e a chegada da fase cheia (com a hemisfério lunar voltado para nós 100% iluminado pelo Sol), às 23h35 (de Brasília).

A distância média Terra-Lua é de 380 mil km, e no apogeu, o ponto mais afastado, ela chega a estar a mais de 405 mil km de distância. Quando a fase cheia vem durante o apogeu, temos uma minilua (“luazinha” ou “luinha”?).

Com céu limpo, nesta terça, você certamente notará o “holofote” no céu. Mas é importante dimensionar bem as expectativas: a diferença de tamanho aparente entre uma superlua (no perigeu) e uma minilua (no apogeu) é de apenas 15%. E a diferença entre as superluas é ainda menos significativa, realmente imperceptível. Não é por isso que o fenômeno vai deixar de ser bonito, contudo.

Um pouquinho de luz do luar nesses tempos sombrios não há de fazer mal aos combalidos habitantes da Terra…

Siga o Mensageiro Sideral no Facebook, no Twitter e no YouTube

]]>
0
Vem aí o trânsito de Mercúrio https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/11/04/vem-ai-o-transito-de-mercurio/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/11/04/vem-ai-o-transito-de-mercurio/#respond Mon, 04 Nov 2019 05:00:34 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2016/01/mdi_comp-180x77.png https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=9112 A próxima segunda-feira (11) nos reserva um evento celeste fascinante, em plena luz do dia: o planeta Mercúrio transitará à frente do disco solar. Será como um minieclipse. Mas põe míni nisso. A olho nu, será totalmente imperceptível (o que até é uma ótima notícia, porque ninguém deve ficar olhando para o Sol a olho nu).

De todos os planetas do Sistema Solar, somente os que têm órbitas mais internas que a da Terra podem se colocar entre nós e o Sol. São eles Mercúrio e Vênus. Os trânsitos de Vênus (dentre os dois, o planeta maior e mais próximo) são mais imponentes e raros, ocorrendo apenas duas vezes por século, em sucessão relativamente rápida. Infelizmente, neste século 21, já era, pois os trânsitos venusianos ocorreram em 2004 e 2012. Os próximos virão apenas em 2117 e 2125. Melhor não esperar por eles.

Os de Mercúrio são mais discretos, mas também mais frequentes, por conta da órbita mais curta do planeta ao redor do Sol. Eles acontecem sempre em maio ou novembro. O último foi em 2016 e o próximo, caso você perca o deste ano, virá em 2032 (ao todo, serão 14 neste século).

O pequenino Mercúrio (com 4.800 km de diâmetro, pouco mais de um terço do terrestre), a quase 100 milhões de km de distância, é uma bolinha minúscula. O tamanho aparente do Sol no céu é 158 vezes maior, apesar de ele estar mais afastado (150 milhões de km), pelo simples fato de ser absurdamente maior (1,4 milhão de km diâmetro). Resultado: o planetinha vagando à frente do Sol aparece como um pontinho, menor até que as próprias manchas solares.

Isso significa que não bastará ter um filtro adequado (como um vidro de soldador) para observar o trânsito. Apenas com telescópios apropriados para observação solar, equipados com filtros apropriados e capacidade de aumentar a imagem, será possível ver o fenômeno.

A recomendação, portanto, é entrar em contato com alguma organização astronômica na sua cidade que esteja promovendo uma sessão de observação pública com equipamentos adequados. Na falta disso, a alternativa mais simples é procurar no dia uma das muitas transmissões ao vivo pela internet.

O trânsito será visível do começo ao fim em todo o território nacional. Ele começa, pelo horário de Brasília, por volta de 9h35 (o horário exato varia com a posição no globo), e Mercúrio estará inteiramente à frente do disco solar pouco mais de um minuto depois. O trânsito segue adiante com o planeta vagando à frente da estrela e atinge seu ápice (com Mercúrio mais perto do “meio” do Sol) às 12h19. A travessia se conclui às 15h04. Depois disso, só daqui a 13 anos.

Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.

Siga o Mensageiro Sideral no Facebook, no Twitter e no YouTube

]]>
0
Mais uma superlua e dois dedos de prosa sobre psicologia reversa involuntária https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/02/19/mais-uma-superlua-e-dois-dedos-de-prosa-sobre-psicologia-reversa-involuntaria/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/02/19/mais-uma-superlua-e-dois-dedos-de-prosa-sobre-psicologia-reversa-involuntaria/#respond Tue, 19 Feb 2019 17:56:47 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2019/02/superluas-320x213.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=8649 Pois é, você já deve ter lido por aí que nesta terça (19) teremos uma superlua particularmente “super”. Inventaram até um “superlua de neve” para designá-la. É só mais uma Lua cheia no perigeu, ou seja, uma Lua 100% iluminada mais ou menos na mesma época em que nosso satélite natural faz sua máxima aproximação da Terra ao longo de sua órbita ligeiramente alongada.

“Ah, mas não é a superlua mais super do ano?” É. Mas o quanto uma superlua mais super do ano é mais super que uma superlua qualquer? Vamos comparar com a que aconteceu em 21 de janeiro, por exemplo. Naquela ocasião, a aproximação máxima da Lua foi de 357.715 km. Agora, é de 356.846 km. A diferença é, portanto, de 869 km. O que isso significa para o tamanho aparente da Lua no céu? Significa que a superlua de fevereiro é 0,25% maior que a de janeiro. Isso mesmo, 0,25%. Também conhecido como “nada”, num arredondamento. Para todos os efeitos práticos, são iguais.

“Ah, mas ainda assim é uma superlua, não?” É. Mas o quanto uma superlua é mais super que a aparência média da Lua durante sua fase cheia? A distância média Terra-Lua é de cerca de 384 mil km, o que significa que o tamanho aparente de uma superlua é cerca de 7% maior do que o de uma Lua média.  Mesmo 7% são difíceis de notar a não ser que você use um instrumento para medir o tamanho da Lua no céu. No máximo, temos aquela impressão subjetiva clássica de “nossa, como a Lua está bonita hoje”. E é só.

Comparação entre uma “minilua” (mais afastada) e uma “superlua” (mais próxima). Uma Lua mediana seria intermediária entre essas duas.

O Mensageiro Sideral não é contra usar o fenômeno — a tal Lua cheia no perigeu como preferem os astrônomos, ou “superlua”, como cunharam os astrólogos, num termo que compreensivelmente acabou pegando — para educar as pessoas sobre a forma da órbita lunar e o fato de que ela não está sempre à mesma distância da Terra.

O problema é quando, numa cultura de mídia cada vez mais ávida por cliques, cria-se um sensacionalismo exacerbado sobre um evento que é, para todos os efeitos práticos, corriqueiro. A Lua atinge um perigeu e um apogeu a cada 27,5 dias, em seu eterno carrossel elíptico ao redor da Terra, e se toda vez que isso coincidir com a Lua cheia formos gritar “superlua disso!”, “superlua daquilo!”, o resultado será o inverso do almejado. Num ótimo exemplo de psicologia reversa, ao chamarmos atenção para a Lua, tornaremos o público indiferente à observação lunar, depois que, por duas ou três vezes, as pessoas forem induzidas a observar uma Lua que, na real, é só “a mesma Lua de sempre”.

E aí vamos perder uma janela para educar o público sobre astronomia.

Cientes disso, muitos grupos astronômicos no Brasil e no exterior têm decidido abolir o uso de “superlua”, focando no pouco glamouroso, mas mais informativo, “Lua cheia no perigeu”. Parece uma decisão acertada.

Não é problema, na real, abraçar um “superlua” de vez em quando; crias do jornalismo impresso, como o próprio Mensageiro Sideral, já seguiram muito o mote “título bom é título que cabe no espaço”, e “superlua” tem muito menos caracteres (além de ser mais sexy) que “Lua cheia no perigeu”. O pecado é sensacionalizar a “superlua”, ainda mais tentando diferenciá-la como algo ainda mais especial, como “superlua de neve” ou “superlua azul”. É estúpido e contraproducente. Psicologia reversa involuntária antiastronomia.

Então, meu conselho para esta noite é: observe a bela Lua, banhe-se na luz do luar, veja como ela chega a projetar sombras e permitir a leitura mesmo sem qualquer luz artificial, e lembre-se de que ela está sempre por aqui, ora um cadinho mais próxima, ora mais distante, mas sempre nos propiciando um inspirador espetáculo celeste.

(Em tempo, caso a moda não acabe, já proponho aqui o batismo de uma Lua cheia no perigeu que aconteça no aniversário da Xuxa de “superlua de cristal”. Fechou?)

Siga o Mensageiro Sideral no Facebook, no Twitter e no YouTube

]]>
0
Madrugada de domingo para segunda traz “supereclipse lunar” https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/01/18/madrugada-de-domingo-para-segunda-traz-supereclipse-lunar/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/01/18/madrugada-de-domingo-para-segunda-traz-supereclipse-lunar/#respond Fri, 18 Jan 2019 04:29:42 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2014/04/eclipselunar-150x150.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=8597 Na madrugada de domingo para segunda-feira (21), teremos mais um eclipse total da Lua, o pesadelo mais perturbador dos terraplanistas, e ele será visível em todo o território nacional. O fenômeno acontece quando Sol, Terra e Lua se alinham de forma que a sombra terrestre — com seu simpático formato circular — se projeta sobre o globo lunar.

Eclipses lunares são relativamente comuns, acontecendo em média duas vezes por ano, mas este em particular merece atenção, por dois motivos. O primeiro é que ele acontecerá de forma praticamente simultânea ao perigeu lunar — o ponto de máxima aproximação entre a Lua e a Terra. Nos últimos anos, uma Lua cheia durante o perigeu começou a ser chamada de “superlua” — um apelido exagerado, já que ela nem é tão “super” assim. Mas, por analogia, podemos dizer que teremos um “supereclipse lunar”.

Comparação entre uma Lua mais distante e uma “superlua”, em que ela está mais próxima.

E o segundo motivo é que ele será o último total — ou seja, em que a sombra da Terra chega a cobrir totalmente o disco lunar — até 2021; em julho deste ano teremos um parcial, em que a sombra terrestre apenas dará uma “dentada” na Lua, e em 2020 serão quatro “quases” (os chamados eclipses lunares penumbrais, em que a luminosidade da Lua se reduz por alguns porcento, mas fica só nisso mesmo). Um novo eclipse total só acontece em maio de 2021, e mesmo assim com visibilidade apenas parcial no Brasil. O próximo eclipse lunar total visível no Brasil virá apenas em maio de 2022. Ou seja, essa será a última oportunidade em pouco mais de três anos para ver a Lua ficar avermelhada, como ocorre durante os eclipses lunares totais.

Por sinal, não é difícil entender de onde vem a cor avermelhada. Durante o eclipse, a única luz solar que chega à superfície lunar é aquela que passa de raspão pelas bordas da Terra, cruzando nossa atmosfera, e sofrendo refração, sendo redirecionada para a Lua. Ocorre que, nessa travessia pela coluna de ar, as cores mais próximas do azul no arco-íris que compõem a luz visível são absorvidas, e restam apenas as faixas próximas ao vermelho. E aí a Lua ganha aquela cor de tijolo. (Pelo mesmíssimo motivo, por sinal, os poentes e nascentes são avermelhados: com o Sol próximo ao horizonte, a quantidade de ar que a luz precisa atravessar é maior do que quando o Sol está a pino, e aí só conseguem chegar até os nossos olhos os tons avermelhados.)

Bem, voltando ao eclipse lunar. O fenômeno inicia sua fase parcial, em que se pode ver uma gradual “dentada” escura na Lua, à 1h33 da manhã (no horário brasileiro de verão), e a fase total, em que nosso satélite natural vira um tijolão começa às 2h41. A Lua passará cerca de uma hora totalmente encoberta e, às 3h43, a fase total termina, com um eclipse parcial indo até as 4h50.

O que vem antes de 1h33 e depois de 4h50 são as fases chamadas penumbrais, em que há apenas uma suave redução da luminosidade solar total que chega à Lua. É possível medir essa variação com instrumentos adequados, mas a olho nu é praticamente imperceptível — até porque as condições atmosféricas terrestres também influenciam o nível de brilho da Lua, de forma que estamos acostumados a vê-la com diferentes níveis de luminosidade.

Para observar, você não precisa de nada a não ser os próprios olhos, e um pouco de sorte para o céu não estar encoberto por nuvens. Claro, olhar a Lua pelo binóculo ou telescópio é ainda mais bonito — com ou sem eclipse –, mas eles não são obrigatórios. Aproveite a vista para começar a semana útil inspirado — ou sonado, se tiver que acordar cedo no dia seguinte.

Siga o Mensageiro Sideral no Facebook, no Twitter e no YouTube

]]>
0
Entre a chuva de meteoros geminídeos e a caça a um cometa a olho nu https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2018/12/12/entre-os-geminideos-e-a-caca-ao-cometa/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2018/12/12/entre-os-geminideos-e-a-caca-ao-cometa/#respond Wed, 12 Dec 2018 20:49:15 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2013/12/geminidsKPNO_harvey-150x150.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=8449 A virada desta quinta (13) para sexta-feira marca o auge da tradicional — e bonita — chuva de meteoros geminídeos (ou geminidas), o último grande evento do tipo neste ano. Mas não é só isso: há no céu um cometa que pode estar prestes a se tornar visível a olho nu!

O 46P/Wirtanen atingiu nesta quarta o periélio, ou seja, o ponto mais próximo do Sol em sua órbita, e fará sua máxima aproximação da Terra no dia 16 (domingo), quando espera-se que atinja 3,8 magnitudes (bem dentro do limite da acuidade visual humana para céus limpos e com baixa poluição luminosa). Ele passará os próximos dias atravessando a constelação de Touro, que nasce no horizonte leste logo após o anoitecer.

Cometa 46P/Wirtanen registrado na terça-feira (11) pelo Observatório SONEAR, em Oliveira (MG); os traços finos são marcados por satélites geoestacionários. (Crédito: SONEAR)

A proximidade do cometa com nosso planeta será digna de nota: no domingo, ele estará a meros 11,5 milhões de km, o equivalente a cerca de 30 vezes a distância Terra-Lua. Segundo astrônomos da University of Maryland, nos EUA, essa será a 10ª maior aproximação de um cometa com a Terra nos tempos modernos.

No geral, trata-se de um astro pouco conhecido, mas por pouco não se tornou famoso. De início, a missão Rosetta planejava visitá-lo. Mas quando houve atrasos com o lançamento, a ESA (European Space Agency) decidiu trocar o alvo para o hoje conhecidíssimo 67P/Churyumov-Gerasimenko.

O mais garantido para procurar o cometa nos próximos dias é usar um binóculo ou um telescópio, mas quem sabe no dia 16 ele não confirma as predições e se torna visível até a olho nu?

Em seguida, prepare-se para a segunda atração da noite. Pois, logo depois de Touro, no desfile do zodíaco pelo céu, por volta das 22h, surge a constelação de Gêmeos. E é lá que está localizado o radiante dos geminídeos, ou seja, o ponto de onde parecem emanar os meteoros.

Essas estrelas cadentes surgem quando a Terra atravessa a órbita do asteroide Faetonte – um objeto um tanto quanto estranho, que se assemelha mais a um asteroide, mas há quem desconfie que é um cometa velho que já gastou todo seu gelo, restando apenas o material rochoso. Ou, para usar o astronomiquês, um “núcleo cometário extinto”.

Seja o que for o Faetonte, fato é que ele passa perto do Sol, se esfarela e deixa um monte de pequenos detritos ao longo de sua órbita. Quando a Terra passa pelo caminho dele, os detritos deixados adentram a atmosfera do nosso planeta, produzindo os geminídeos. E bota estrela cadente nisso: segundo as estimativas, podem chegar a cerca de 120 por hora, nas melhores condições de observação.

Não por acaso, é uma das mais espetaculares chuvas de meteoros anuais conhecidas. Neste ano, a Lua está se encaminhando para seu quarto crescente, de forma que seu brilho pode ofuscar algumas estrelas menos brilhantes. Mas nada que realmente deva desanimar.

E para ver a chuva não é preciso olhar necessariamente na direção da constelação de Gêmeos; as estrelas cadentes devem riscar o céu em toda a abóbada celeste, remetendo à constelação de Gêmeos apenas por sua trajetória.

A dica clássica para acompanhar esse fenômeno é encontrar um lugar tranquilo, longe das luzes da cidade, em que se possa olhar para o céu confortavelmente. Aí é só esperar pelo menos uma hora, para contar um bom número de estrelas cadentes. Instrumentos ópticos não são úteis para esse tipo de observação. Ela requer apenas paciência e modulação adequada das expectativas — não aguarde um show pirotécnico.

Bora lá ver o céu?

Siga o Mensageiro Sideral no Facebook, no Twitter e no YouTube

]]>
0
Foto de eclipse solar feita por brasileiros ganha destaque na Nasa https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2018/08/27/foto-de-eclipse-solar-feita-por-brasileiros-ganha-destaque-na-nasa/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2018/08/27/foto-de-eclipse-solar-feita-por-brasileiros-ganha-destaque-na-nasa/#respond Mon, 27 Aug 2018 16:50:17 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2018/08/EclipseBalloon_Kuaray_1093-320x213.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=8033 O Astronomy Picture of the Day (foto de astronomia do dia), tradicional site de divulgação de fotos da Nasa, a agência espacial americana, destaca nesta segunda-feira (27) a imagem obtida pelo Projeto Kuaray, realizado em parceria por brasileiros e americanos, durante o eclipse solar total de 21 de agosto de 2017 (quase exatamente um ano atrás).

O registro foi captado por uma câmera de 360 graus instalada num balão estratosférico, lançado para que sua permanência no ar coincidisse com a fase de totalidade do eclipse em Idaho, nos EUA. A iniciativa é fruto de trabalho conjunto do CAsB (Clube de Astronomia de Brasília) e da UnB (Universidade de Brasília), em parceria com o Grupo Mutum, a Universidade Estadual de Montana e a própria Nasa.

A imagem mostra a circunferência da sombra da Lua projetada sobre o solo, conforme ela se interpõe entre o Sol e a Terra. Tão bela quanto impressionante.

Na época, o Mensageiro Sideral abordou o Projeto Kuaray aqui. Confira o vídeo em 360 abaixo.

Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.

Siga o Mensageiro Sideral no Facebook, no Twitter e no YouTube

]]>
0
A Lua nasce eclipsada no céu do Brasil! https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2018/07/27/a-lua-nasce-eclipsada-no-ceu-do-brasil/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2018/07/27/a-lua-nasce-eclipsada-no-ceu-do-brasil/#respond Fri, 27 Jul 2018 21:10:03 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2015/09/eclipse-lunar-27-set-180x133.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=7948 Ninguém gosta de ver o Sol nascer quadrado, mas hoje você pode ver a Lua nascer eclipsada, que é bem mais legal. Está rolando mais um eclipse lunar, que é visto de forma parcial no Brasil — no momento em que a Lua nasce no horizonte, a sombra da Terra já está avançando para longe da superfície lunar, e aos poucos nosso satélite lunar vai recuperando seu aspecto de Lua cheia esperado para esta sexta (27).

Então, primeiro, corre lá e dá uma olhada na Lua. Depois volta aqui.

(Horários em São Paulo: a Lua nasce às 17h39, a fase total do eclipse termina às 18h13 e a fase parcial acaba às 19h19.)

Tá vendo algum sangue aí?

Voltou? Então. A imagem acima mostra como a Lua fica quando o eclipse é total. Muito provavelmente, mesmo que tenha encontrado a Lua no horizonte leste, você não viu isso no céu. (Se viu, sorte sua.) Isso porque, para uma boa parte do Brasil, o eclipse já está se desfazendo quando a Lua pintou no horizonte. Salvo nas regiões mais a leste (o melhor lugar do território nacional para ver é a ilha de Fernando de Noronha), quando nosso satélite natural aparecer no céu, essa fase avermelhada já foi, e você vai ver apenas a Lua com uma mordidona nela — a sombra da Terra. E nas regiões mais a oeste, nada se perceberá.

Um eclipse lunar nada mais é do que o fenômeno que acontece quando a sombra da Terra encobre a superfície da Lua. O evento pode ser parcial (se a sombra só cobre parte do satélite natural) ou total (encobrimento completo). Não tem mistério.

Mas, então, por que o apelido sinistro, “lua de sangue”? Bem, primeiro que boa parte dos astrônomos nem curte essa expressão, justamente pela margem que dá para os viciados em apocalipses e similares. Mas até entendo que popularmente o fenômeno possa ganhar esse nome, porque em seu momento mais espetacular a Lua fica com um tom avermelhado. (Pessoalmente, prefiro “lua de tijolo”. Mas vá lá.)

Por que isso acontece? Imagens falam mais do que mil palavras, então dê uma olhadinha nesse vídeo incrível feito pela Nasa, que mostra como o eclipse lunar (para os terráqueos) seria visto da Lua!

Entendeu? Quando o Sol está totalmente encoberto pela Terra, a única luz que consegue chegar à superfície lunar é aquela que atravessa a borda da atmosfera terrestre, num tom avermelhado. Aí a Lua reflete essa luz e aparece com aquele tom bizarro. Não tem mistério.

SUPERSTIÇÃO
Bem, como todo eclipse lunar total tem essa mesma coloração, com ligeiras variações, já se pode afirmar que uma “lua de sangue” não incomoda muita gente, nem deveriam incomodar.

Agora, não seria este especial? O mais longo em não sei quantos anos? Bem, tecnicamente até é, mas são pequenas variações entre uma e outra ocorrência. A não ser que você cronometre, não perceberá grande diferença entre eclipses lunares totais. Esse, na verdade, para o Brasil, é meio mixuruca, justamente por que o pegamos pela metade.

E como vê-lo melhor?

De forma geral, não existe fenômeno natural mais fácil de observar. A olho nu já se percebe muitíssimo bem, e binóculos sem dúvida agregam valor. Telescópio pode ser bacana, mas o legal mesmo é ver a Lua por inteiro, então não são realmente necessários. A única coisa que pode impedi-lo de acompanhar o espetáculo é a nebulosidade. Torça para não estar nublado.

(Aproveitando o ensejo, enquanto o eclipse rola, se você quiser ver um fenômeno adicional, pode procurar Marte, que anda bem pertinho de nós por esses dias e aparece bem vistoso no céu, pertinho da Lua, como um astro vermelho de brilho estático, sem cintilar. Com efeito, ele faz sua aproximação máxima de nós na atual temporada na terça-feira (31) e tem propiciado bom espetáculo aos observadores. Também é visível a olho nu, mas para enxergar detalhes do planeta, só mesmo com um telescópio poderoso.)

E tão legar quanto ver eclipses é desmistificar eclipses. Não há por que temê-los ou achar que são raros. Ocorrem com frequência, várias vezes ao ano.

Isso me lembra a famosa história de como Cristóvão Colombo manteve o controle dos indígenas da Jamaica em 1504. Os nativos não queriam mais ceder provisões aos exploradores. De posse de um almanaque de efemérides, o navegador genovês sabia que em 29 de fevereiro aconteceria um eclipse lunar. Promoveu então um encontro com o cacique naquele dia e comunicou que seu Deus estava furioso com o tratamento que ele e seus homens estavam recebendo. Completou afirmando que o Senhor mandaria um sinal de sua insatisfação, fazendo a Lua nascer “inflamada pela fúria”.

Quando a indiaiada viu a “lua de sangue”, o horror tomou conta. Encheram-se de provisões e correram na direção das caravelas aportadas, implorando para que o almirante intercedesse com seu deus em favor deles. O navegante foi então à sua cabine para “orar”, certamente com um sorriso nos lábios. Monitorando o tempo do eclipse com sua ampulheta, só saiu de lá pouco antes do fim da fase total, que sabia que duraria 48 minutos, comunicando que o Senhor os havia perdoado. Logo a Lua voltaria a aparecer, deixando os nativos atordoados com a capacidade de Colombo de negociar as coisas com o pessoal “lá de cima”.

Rá! Pegadinha do Colombo!

Rá! Pegadinha do Colombo!

A história é verídica. Inacreditável mesmo é que cinco séculos depois ainda exista alguém capaz de cair nessa mesma conversa. Os eclipses não são sinais divinos, nem presságios de qualquer tipo. São apenas espetáculos celestes, momentos em que podemos nos colocar em sintonia com o Universo e apreender a beleza de seus movimentos.

Siga o Mensageiro Sideral no Facebook, no Twitter e no YouTube

 

 

]]>
0