Mensageiro Sideral https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br De onde viemos, onde estamos e para onde vamos Sat, 04 Dec 2021 19:09:39 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Nasa estima em US$ 28 bilhões o custo para levar humanos à Lua em 2024 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2020/10/11/nasa-estima-em-us-28-bilhoes-o-custo-para-levar-humanos-a-lua-em-2024/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2020/10/11/nasa-estima-em-us-28-bilhoes-o-custo-para-levar-humanos-a-lua-em-2024/#respond Mon, 12 Oct 2020 02:15:34 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2020/05/hls-eva-apr2020.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=9589 Depois de mais de um ano de cobrança, a Nasa apresentou pela primeira vez quanto espera gastar para levar humanos de volta à superfície da Lua até 2024, com seu programa Artemis. A etiqueta de preço: US$ 28 bilhões, daqui até a data do primeiro pouso.

Isso, evidentemente, segundo a própria Nasa, notoriamente conhecida por ser, digamos, otimista ao extremo na hora de estimar o custo de seus programas de grande porte. É a forma gentil de dizer que quase nada que a agência começa termina com o preço originalmente estipulado – seja o Hubble, o James Webb, a estação espacial, os ônibus espaciais, o foguete SLS ou a cápsula Orion, para citar alguns itens de maior visibilidade.

O Escritório do Inspetor-Geral da Nasa (uma espécie de controladoria interna) fez questão de lembrar isso na última quinta-feira (8), ao anunciar o início de uma auditoria para avaliar os processos pelos quais a agência estima os custos de programas multimissões, mencionando nominalmente o Artemis.

O documento apresentado pela Nasa detalha tudo que já foi feito nas frentes requeridas para o projeto: o foguete de alta capacidade SLS, a cápsula tripulada Orion, a construção da estação lunar Gateway e os segmentos comerciais, com transporte de carga lunar e o desenvolvimento do elemento mais crítico, o módulo de alunissagem capaz de levar os astronautas ao solo do satélite natural.

A proposta segue sendo realizar a missão Artemis I, com um SLS e uma Orion sem tripulação, até o fim de 2021. Já a primeira missão tripulada ao redor da Lua, Artemis II, viria em 2023. E a única mudança aqui foi a inclusão de alguns testes de manobra e ensaio para a acoplagem, que serão necessários para o Artemis III, em que os astronautas se encontrarão em órbita lunar, a bordo de uma cápsula Orion, com uma nave capaz de levá-los à superfície.

A estação Gateway, apesar de não estar no chamado “caminho crítico” para a Lua, é considerada um elemento de sustentabilidade do programa, oferecendo um alvo para visitas constantes de tripulações em espaço profundo.

A principal informação do documento, contudo, é mesmo o orçamento. E o maior custo apresentado nele é o do módulo de pouso tripulado. A Nasa espera que ele custe US$ 16,1 bilhões, entre os anos fiscais 2021 e 2025. Outros US$ 7,6 bilhões são para a conclusão do desenvolvimento da Orion e do SLS. E o que envolve logística de superfície, tecnologias de exploração e trajes lunares inteira o valor de US$ 28 bilhões.

A agência também apresenta o custo de um pouso lunar em 2024, versus 2028, e mostra que praticamente não há diferença de custo, embora, claro, o pouso em 2024 gaste o dinheiro mais depressa, em menos tempo.

A Nasa quer com isso convencer o Congresso americano a financiar a empreitada. O que nunca é fácil, e fica ainda mais complicado neste ano tão turbulento, com a eleição presidencial, a pandemia do novo coronavírus e a disputa de alta voltagem em torno da nomeação da juiza ultraconservadora Amy Coney Barrett para a Suprema Corte.

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Nasa adia novamente o lançamento do Telescópio Espacial James Webb https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2020/06/16/nasa-adia-novamente-o-lancamento-do-telescopio-espacial-james-webb/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2020/06/16/nasa-adia-novamente-o-lancamento-do-telescopio-espacial-james-webb/#respond Tue, 16 Jun 2020 17:20:54 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2015/04/jwst-artist-180x180.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=9391 O diretor de ciência da Nasa, Thomas Zurbuchen, declarou na última quarta-feira (10) que a Nasa não conseguirá cumprir o prazo de realizar o lançamento do Telescópio Espacial James Webb em março de 2021, como originalmente planejado.

Originalmente agendado para voar em 2018, o James Webb é visto como o sucessor natural do Telescópio Espacial Hubble. Com seu espelho segmentado de 6,5 metros, e sensores de infravermelho, ele tem potencial revolucionar diversos campos da astronomia, do estudo de planetas fora do Sistema Solar à investigação das mais distantes (e antigas) profundezas do cosmos.

O programa já vem se atrasando há algum tempo, com seguidos estouros de orçamento. Mas, segundo Zurbuchen, o atraso desta vez não tem nada a ver com problemas internos. O drama é mesmo a pandemia, que obrigou a empresa Northrop Grummam, responsável pela entrega do equipamento, a trabalhar com equipes reduzidas. Ainda de acordo com o diretor, a agência espacial americana espera conseguir realizar este voo ainda em 2021, mas diz que uma reformulação mais precisa do cronograma deve pintar em julho.

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Sucesso da SpaceX ofusca terremoto no programa lunar da Nasa https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2020/06/14/sucesso-da-spacex-ofusca-terremoto-no-programa-lunar-da-nasa/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2020/06/14/sucesso-da-spacex-ofusca-terremoto-no-programa-lunar-da-nasa/#respond Mon, 15 Jun 2020 02:15:58 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2020/06/blueorigin_hls_lander_de_ae_moon.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=9383 O voo bem-sucedido da SpaceX que restaurou a capacidade americana de levar astronautas à órbita terrestre acabou abafando um terremoto que varreu os bastidores da Nasa, com a exoneração do diretor de programas tripulados da agência espacial americana, Doug Loverro. Na última sexta-feira (12), a organização nomeou, para o lugar dele, Kathy Lueders, até então gerente do programa comercial de envio de tripulação à Estação Espacial Internacional (ISS), numa tentativa de recuperar a confiança perdida.

O imbroglio envolveu a seleção das empresas para o desenvolvimento do módulo de pouso do programa Artemis, destinado a levar humanos mais uma vez à superfície lunar – segundo a meta imposta pela Casa Branca, até 2024, data que soa menos viável a cada dia que passa.

Os primeiros contratos de desenvolvimento do módulo de pouso foram anunciados em 30 de abril e seguirão o modelo adotado para os programas comerciais de transporte de carga e de tripulação à ISS. Foram selecionadas três empresas, em contratos com valores diferentes e valor total de US$ 967 milhões.

A Blue Origin (de Jeff Bezos) reuniu um grupo de empresas como Lockheed Martin, Northrop Grumman e Drape, e recebeu US$ 579 milhões para desenvolver um módulo de pouso de três estágios. A empresa Dynetics formou um consórcio de mais de 25 subcontratadas (e uma importante parceria com a europeia Thales Alenia) e levou US$ 253 milhões para criar um módulo de estágio único.

Correndo por fora, a SpaceX cavou US$ 135 milhões para seu veículo Starship – que a empresa de Elon Musk já estava desenvolvendo e testando com recursos próprios antes mesmo de a Nasa fechar a parceria. Com seu design “Flash Gordon”, a proposta da SpaceX é a mais arriscada, mas também a que traz maior possibilidade de uma revolução no transporte espacial. Com isso, a agência espacial optou por ter um pezinho no projeto.

Uma ausência notória na escolha foi a tradicionalíssima Boeing, que entrou na disputa, mas teve seu projeto classificado como caro demais e “impreciso” – linguagem técnica para “completo desastre”.

Doug Loverro presidiu essa escolha de descartar a Boeing. Mas com dor no coração. Aparentemente, antes da decisão final, ele havia repassado à empresa informações sobre como o projeto estava sendo mal visto, tentando encorajá-la a submeter mais detalhes que pudessem “salvá-la”. Isso não é permitido. Com a constatação de que isso de fato ocorreu, Loverro imediatamente pediu demissão, em 19 de maio, após apenas seis meses no cargo. Ele nem chegou a participar da revisão final que autorizaria o voo da Crew Dragon, dali a 11 dias.

Com a promoção de Kathy Lueders para o lugar de Loverro, espera-se que o programa recupere a estabilidade momentaneamente perdida. Mas, claro, o mergulho da economia em razão da pandemia torna ainda mais improvável que algum desses projetos esteja pronto para voar com tripulação em 2024.

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O que podemos esperar de Alcântara (spoiler: não são voos como o da SpaceX) https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2020/06/07/o-que-podemos-esperar-de-alcantara-spoiler-nao-sao-voos-como-o-da-spacex/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2020/06/07/o-que-podemos-esperar-de-alcantara-spoiler-nao-sao-voos-como-o-da-spacex/#respond Mon, 08 Jun 2020 02:15:24 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2014/10/Lançamento-do-VLS-1-V02-150x150.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=9379 Em 25 de maio, a Agência Espacial Brasileira lançou um edital em busca de interessados em usar o Centro Espacial de Alcântara, no Maranhão. Trata-se de uma boa iniciativa. Mas é impressionante como até mesmo as boas ações acabam contaminadas pela lente de distorção de fatos rotineiramente adotada pelo governo federal.

Na onda do lançamento comercial de tripulação da SpaceX, no sábado (30), o governo resolveu propagar a ideia de que voos como aquele poderiam em breve acontecer em Alcântara, talvez até em 2021.

Sabe quando teremos um lançamento comercial de tripulação no Brasil? Só depois que o George Soros concluir seus planos, feitos em parceria com a Ursal, para converter a Terra inteira (plana, claro) numa ditadura comunista globalista gayzista sob o comando da OMS e da China. É, você entendeu. Nunca.

Ou, sendo um pouco menos pessimista, dá para dizer que poderemos ter algo parecido depois que o governo brasileiro passar uns 20 anos levando a sério seu programa espacial. Até hoje, nunca aconteceu.

Então é tudo balela? Não, não é. Tem uma fagulha de verdade aí. Vamos encontrá-la. O que se pode esperar em tempo razoável para Alcântara é que atraia empresas que desejem realizar lançamentos comerciais de satélites a partir de lá, especialmente as que investem em foguetes de pequeno porte, capazes de lançar cargas úteis modestas.

São esses veículos que têm o maior benefício num voo a partir de Alcântara, que, por sua proximidade com a linha do equador, permite maior economia de combustível (ou, inversamente, maior capacidade de carga) para órbitas com baixa inclinação. De fato, há startups de foguetes de pequeno porte interessadas em, talvez, estabelecer base lá.

E o edital é só uma primeira etapa. É um documento de quatro páginas que basicamente pergunta às empresas interessadas como elas gostariam de usar o centro.

Daí a um contrato, vai algum tempo. E de um contrato à execução, vai mais tempo ainda. Tudo isso para lançar um foguete de pequeno porte, que talvez coloque uns 100-200 kg em uma órbita baixa ao redor da Terra.

De novo, é uma coisa boa? É sim. E teria sido ainda melhor se o Brasil tivesse concluído o ciclo de desenvolvimento de seu próprio lançador de pequeno porte, o VLM (derivado do defunto VLS), e pudesse ter a Avibras como primeira usuária comercial da Alcântara.

Mas não fique você pensando que a SpaceX vai vir correndo lançar em Alcântara. Com os foguetes cada vez mais potentes (hoje um Falcon Heavy coloca até 21 toneladas em uma órbita geoestacionária, a mais cobiçada comercialmente, o que em muito excede o satélite mais pesado por aí), a vantagem oferecida por Alcântara é pequena demais diante do custo envolvido na construção de infraestrutura local para lançamentos. Sem falar no custo de lidar com um governo ciclotímico como o brasileiro.

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Nasa tem disputa interna por projeto de módulo lunar https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/08/19/nasa-tem-disputa-interna-por-projeto-de-modulo-lunar/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/08/19/nasa-tem-disputa-interna-por-projeto-de-modulo-lunar/#respond Mon, 19 Aug 2019 05:00:05 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2019/08/modulo-lunar-naas-320x213.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=8995 Bora ler o texto mais chato já escrito sobre exploração da Lua? O administrador da Nasa, James Bridenstine, anunciou na última sexta-feira (16) que o Centro Marshall de Voo Espacial, em Huntsville, Alabama, será o responsável pelo programa de desenvolvimento do módulo lunar destinado a levar humanos de volta à superfície da Lua em 2024, no programa Artemis.

Para tentar deixar feliz o pessoal do Centro Espacial Johnson, em Houston, Texas, Bridenstine anunciou que o módulo será desenvolvido em três estágios (partes), dos quais um será responsabilidade do Johnson. A tentativa de apaziguar o clima em Houston fracassou, e os congressistas texanos não ficaram nada felizes.

Não é preciso conhecer a fundo a estrutura ou a história da Nasa para ver que os centros brigam entre si pelos programas, que significam recursos vultosos e empregos, que motivam congressistas a fazerem de tudo para puxar as brasas para suas respectivas sardinhas na hora de formular o orçamento da Nasa.

É por causa desse joguinho que o SLS (foguete de alta capacidade em desenvolvimento pelo Marshall) já consumiu US$ 14 bilhões desde 2011, com primeiro voo esperado em 2021 (vários anos atrasado), e a Orion (espaçonave para voo de espaço profundo em desenvolvimento pelo Johnson) já gastou US$ 16 bilhões desde 2006, realizando até agora apenas um precário voo não tripulado de teste em órbita terrestre, em 2014.

O desenvolvimento do novo módulo lunar, que precisa miraculosamente acontecer em cinco anos para permitir um pouso em 2024, deve elevar a pilha de dinheiro consumida pelo programa tripulado em no mínimo mais US$ 20 bilhões, segundo estimativa da própria Nasa. É por essa grana que os dois centros da agência, e seus respectivos congressistas, estão duelando.

Enquanto isso, é secundário se qualquer desses sistemas vai mesmo voar, ou quando, ou quão racionais eles são do ponto de vista de arquitetura de missão, para não falar em custo-efetividade. O assunto também não é o que essas naves irão fazer na Lua, ou quão importante isso será para o futuro da exploração espacial. O debate é político: para quem vai o dinheiro.

A Nasa, em seu programa tripulado, infelizmente perdeu a mão. Dá saudade dos anos do programa Apollo, em que a agência recebeu uma meta, planejou sua execução da forma mais racional possível e colocou sua execução bem-sucedida em primeiro lugar na lista de prioridades. Hoje em dia, voar é o menos importante do programa espacial tripulado dos EUA. Quer apostar quanto que, daqui a 2024, a empresa SpaceX vai fazer mais, melhor, mais rápido e mais barato?

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Ainda sem diretor e coordenador, planetários voltam a operar em SP https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/05/06/ainda-sem-diretor-e-coordenador-planetarios-voltam-a-operar-em-sp/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/05/06/ainda-sem-diretor-e-coordenador-planetarios-voltam-a-operar-em-sp/#respond Mon, 06 May 2019 17:52:36 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2018/03/planetario-2-320x213.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=8861 Após a crise deste domingo (5), as equipes dos Planetários do Ibirapuera e do Carmo, em São Paulo, retomaram as atividades normais, com a promessa de reuniões com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente para reavaliar a decisão de demitir o diretor e o coordenador da Divisão de Planetários, respectivamente Fernando Nascimento da Silva e Otavio Augusto Triverio Dias.

Os dois figuraram na última sexta-feira numa longa lista de exonerações no Diário Oficial da Cidade de São Paulo, assinada pelo prefeito Bruno Covas. A ação, que deixou o pessoal dos Planetários sem chefia, não havia sido previamente avisada, e fez com que os funcionários decidissem paralisar as atividades e não realizar a sessão das 15h de domingo do Planetário do Ibirapuera, a mais movimentada do dia. Após a pressão de representantes da Prefeitura e ameaças de demissão em massa, os funcionários voltaram ao trabalho para a sessão das 19h e agora seguem a rotina normal.

O protesto foi o mais radical lance na relação conturbada entre a direção dos planetários e a administração municipal. De um lado, a gestão ora destituída, que ocupava a função havia dois anos, estava formulando planos de longo prazo para o melhor uso das instalações e o melhor retorno em termos de políticas de divulgação científica e educação, e de outro lado a Prefeitura vinha gestando, desde o período em que João Doria ocupava a cadeira de prefeito, planos de privatização das instalações do Ibirapuera, num pacote fechado com o próprio parque. O orçamento para os planetários vem sendo sistematicamente cortado ano após ano — dos cerca de R$ 7 milhões necessários para as operações, menos de R$ 2 milhões têm sido efetivamente empenhados anualmente.

Consultada pelo Mensageiro Sideral na última sexta-feira, logo após a publicação das exonerações no Diário Oficial, a Prefeitura se manifestou oficialmente nesta segunda-feira. Sem responder especificamente sobre os Planetários, forneceu a seguinte declaração:

A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) informa que tanto as exonerações, quanto contratações objetivam a readequação do seu quadro funcional, não havendo qualquer relação com o plano de concessão dos parques. Esse ajuste é fruto de estudo que vem sendo realizado há alguns meses para agilizar a atuação e os processos internos da pasta.

Não está claro como deixar uma equipe inteira sem chefia, de sopetão e sem aviso, pode agilizar qualquer tipo de atuação, mas este exercício a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da gestão Bruno Covas deixa a cargo do leitor, como lição de casa.

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Funcionários dos planetários de SP param em protesto contra demissões https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/05/05/funcionarios-dos-planetarios-de-sp-param-em-protesto-contra-demissoes/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/05/05/funcionarios-dos-planetarios-de-sp-param-em-protesto-contra-demissoes/#respond Sun, 05 May 2019 17:38:26 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/WhatsApp-Image-2019-05-05-at-13.57.22-320x213.jpeg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=8848 Os funcionários dos planetários do Ibirapuera e do Carmo, em São Paulo, decidiram cruzar os braços neste domingo (5), para protestar contra o que eles definiram como “demissões injustificadas” na direção da divisão de Planetários da prefeitura da capital paulista.

A sessão das 15h, costumeiramente a mais cheia do dia, não foi realizada, e a equipe pretende permanecer parada até que ocorra a restituição do diretor, Fernando Nascimento da Silva, e do coordenador, Otavio Augusto Triverio Dias. Os dois figuraram na última sexta-feira numa longa lista de exonerações no Diário Oficial da Cidade de São Paulo, assinada pelo prefeito Bruno Covas. Procurada pela reportagem na sexta-feira, a Prefeitura ainda não se manifestou sobre o caso.

A movimentação é o mais radical lance na relação conturbada entre a direção dos planetários e a administração municipal. De um lado, a gestão ora destituída, que ocupava a função havia dois anos, estava formulando planos de longo prazo para o melhor uso das instalações e o melhor retorno em termos de políticas de divulgação científica e educação, e de outro lado a Prefeitura vinha gestando, desde o período em que João Doria ocupava a cadeira de prefeito, planos de privatização das instalações do Ibirapuera, num pacote fechado com o próprio parque. O orçamento para os planetários vem sendo sistematicamente cortado ano após ano — dos cerca de R$ 7 milhões necessários para as operações, menos de R$ 2 milhões têm sido efetivamente empenhados anualmente.

(Crédito: PMSP)
O Planetário do Ibirapuera (SP) é um dos mais tradicionais centros de divulgação de astronomia da cidade. (Crédito: PMSP)

Na sexta-feira da semana passada, o Planetário havia recebido um prestigioso evento de lançamento do canal de televisão Smithsonian Channel no Brasil, que contou com a participação presencial do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, e de mensagens gravadas do governador João Doria e do prefeito Bruno Covas.

As demissões de Nascimento da Silva e de Triverio Dias vieram de surpresa no Diário Oficial; nem eles, nem a equipe de trabalho foram notificados previamente, muito menos qualquer explicação foi apresentada.

Após a confusão, a direção do Parque do Ibirapuera solicitou que os funcionários tirassem da bilheteria o aviso de paralisação.

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Acordo por Alcântara é ótima notícia, mas é preciso combinar com o Congresso https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/03/11/acordo-por-alcantara-e-otima-noticia-mas-e-preciso-combinar-com-o-congresso/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/03/11/acordo-por-alcantara-e-otima-noticia-mas-e-preciso-combinar-com-o-congresso/#respond Mon, 11 Mar 2019 20:06:56 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2014/10/Lançamento-do-VLS-1-V02-150x150.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=8719 O acordo de salvaguardas tecnológicas entre o Brasil e os Estados Unidos para o uso do Centro de Lançamento de Alcântara é um importante primeiro passo para torná-lo ativo e rentável. Ótima notícia, sem poréns. Mas é a segunda vez que o país dá esse primeiro passo, e da última foi em falso. Ainda é cedo para comemorar vitória.

O debate sobre salvaguardas tecnológicas costuma ser turvado por falsas polêmicas sobre soberania. Foi o que derrubou o último acordo do tipo, firmado em 2000, durante a administração Fernando Henrique Cardoso, e barrado no Congresso Nacional. Caberá à atual gestão se articular para impedir que aconteça de novo.

Que não haja confusão: um centro de lançamento é, acima de tudo, um grande negócio, e não uma questão de soberania. Não se pode (ou deve) misturar o fato de que uma instalação desse tipo deve estar aberta ao lançamento de artefatos fabricados nos Estados Unidos, sejam eles componentes, satélites inteiros ou foguetes, com controvérsias como a gerada recentemente por Bolsonaro ao defender a instalação de uma base militar americana em solo brasileiro. Não se trata disso. Pelo novo acordo, o Centro de Lançamento de Alcântara é e continuará a ser 100% brasileiro.

Trata-se de permitir atividades comerciais vultosas envolvendo o mercado americano, gerando importante fonte de renda e desenvolvimento para o país e, em particular, para o estado do Maranhão, um dos mais pobres da federação.

Segundo relatório da Global Market Insights feito no ano passado, o mercado global de lançamento de satélites comerciais movimenta cerca de US$ 5 bilhões por ano e está em franca expansão. Espera-se que vá atingir mais de US$ 7 bilhões anuais até 2024, e a previsão é que continue a crescer ainda mais nos anos seguintes.

Alcântara tem o potencial para atrair parte desses recursos por conta de sua localização privilegiada, capaz de propiciar economia de combustível (ou maior capacidade de transporte, são intercambiáveis) tanto em lançamentos equatoriais quanto polares (algo que nem mesmo sua rival direta, Kourou, na Guiana Francesa, possui).

Para isso, contudo, é preciso haver foguetes operando de lá que sejam capazes de fazer os lançamentos, assim como cargas úteis que possam ser lançadas dali. E 80% de todos os artefatos espaciais possuem algum componente de origem americana. Sem o acordo, não poderiam ser lançados. Aí vem a pergunta que os brasileiros já deveriam estar se fazendo há décadas: de que adianta ter a base mais bem localizada do mundo para o lançamento de satélites se o governo está disposto a, de saída, descartar 80% do mercado?

Foi o que a gestão FHC quis sanar em 2000, quando firmou o primeiro acordo de salvaguardas. Com ele, tornava-se possível realizar o lançamento comercial de equipamentos de origem americana a partir de Alcântara. Mas com duas condições: que os próprios americanos controlassem o acesso a seus artefatos espaciais (para impedir espionagem e transferência indevida de tecnologia) e que os proventos da comercialização dos serviços não fossem investidos no desenvolvimento do lançador de satélite brasileiro, tecnologia de uso dual facilmente convertível em míssil balístico intercontinental.

A primeira é praxe para quaisquer centros de lançamento do mundo — ninguém gosta de não poder controlar quem espia sua própria tecnologia –, e a segunda, apesar de menos comum, era essencial para que se aprovasse o acordo no Congresso americano, e inócua, uma vez que a renda obtida, uma vez incorporada ao Tesouro, na prática poderia ser usada da forma que o governo brasileiro bem entendesse.

Politicamente, contudo, era muito fácil converter esses pontos em questões de soberania, e foi o que aconteceu no Congresso Nacional, onde o acordo foi rejeitado.

Durante as gestões petistas, houve zero interesse na retomada das negociações. O boicote só terminou no governo Temer, em 2016, quando finalmente o Ministério da Defesa teve aval para retomar as conversas com os americanos.

A formulação do novo acordo vem se dando, desde então, no âmbito da Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais da Força Aérea Brasileira, e agora temos um texto pronto, que tenta mitigar as críticas que alvejaram a versão anterior. Desta vez o acordo prevê que os recursos obtidos podem ser aplicados no programa espacial brasileiro, inclusive em lançadores. O novo acordo deve ser assinado durante a visita de Bolsonaro aos EUA.

E aí estaremos exatamente no mesmo ponto em que estávamos em 2000. Duas décadas depois, sem ter saído do lugar, mais uma vez o país dependerá da habilidade política do governo de apresentar ao Congresso Nacional a importância deste acordo e a forma correta de interpretá-lo. Se cairmos mais uma vez na armadilha da “soberania”, é difícil imaginar um futuro em que teremos uma terceira chance. O mercado espacial está crescendo de forma explosiva, e ninguém vai esperar o Brasil ter bom senso para começar a trabalhar.

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Escolhido para ser ministro, astronauta tem os pés no chão e olhar no horizonte https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2018/10/31/escolhido-para-ser-ministro-astronauta-tem-os-pes-no-chao-e-olhar-no-horizonte/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2018/10/31/escolhido-para-ser-ministro-astronauta-tem-os-pes-no-chao-e-olhar-no-horizonte/#respond Wed, 31 Oct 2018 05:00:03 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2014/06/pontes-150x150.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=8275 O astronauta Marcos Pontes será ministro da Ciência e Tecnologia do governo Bolsonaro. Na opinião do Mensageiro Sideral, a escolha, anunciada pelo presidente eleito via Twitter nesta quarta-feira (31), é boa. Se vai dar certo, claro, são outros 500.

Começando pela primeira parte, por que é boa? Uma combinação de características pessoais e formação específica tornam Pontes um potencial administrador competente da ciência brasileira.

Aliás, a propósito disso, é triste notar que muita gente resuma o primeiro (e até agora lamentavelmente único) astronauta brasileiro aos cerca de dez dias que ele passou no espaço em 2006, a um custo de US$ 10 milhões para o governo (uma pechincha para uma missão desse tipo, diga-se de passagem). Nisso, o pessoal esquece tudo que Pontes teve de fazer antes de chegar lá. Eu, como o conheci em 2000, não esqueço.

Não cabe aqui desfilar a biografia pormenorizada do futuro ministro, mas convém dizer que o processo seletivo de astronauta da Nasa (a agência espacial americana) é extremamente exigente, e ele foi escolhido não só por sua formação como piloto pela Academia da Força Aérea Brasileira, mas por seu currículo acadêmico como engenheiro aeronáutico formado pelo ITA, com mestrado em engenharia de sistemas pela Naval Postgraduate School, em Monterrey, Califórnia. Uma vez incorporado à classe 17 de astronautas, em 1998, seu desempenho ao longo dos sete anos seguintes esteve acima da média de sua turma.

Em razão da época em que treinou, Pontes se tornou proficiente tanto na operação dos ônibus espaciais americanos quanto das naves russas Soyuz, além de treinamento específico para os sistemas da Estação Espacial Internacional.

Contudo, o mais relevante para a atual discussão é que, durante todo esse período, Pontes se mostrou competente também na principal atividade que cabe a qualquer astronauta. Quando não está em voo espacial — que é, obviamente, a imensa maior parte da carreira, seja de quem for — seu trabalho primordial é cuidar de papel. É isso mesmo, astronautas ajudam a gerir o programa espacial.

No Centro Espacial Johnson, em Houston, Texas, quem não está em treinamento para um voo espacial específico recebe tarefas de gerenciamento, e nisso aprende a lidar com a burocracia de projetos altamente complexos: orçamentos, reuniões e decisões técnicas, negociações, documentação, acompanhamento e implementação, do desenho inicial à conclusão.

Em seu período como astronauta ativo da Nasa, Pontes passou boa parte do tempo servindo não só como interface entre a Agência Espacial Brasileira e o programa da Estação Espacial Internacional (osso duro de roer para ele, dada a falta de respaldo que o governo brasileiro dava à iniciativa), mas também como representante da própria Nasa em outras partes do programa. Um dos trabalhos que a agência americana designou a ele foi servir como ponto de contato na cooperação entre americanos e japoneses para o desenvolvimento, a integração e os testes do módulo laboratório japonês Kibo.

Nessa, Pontes ganhou não só uma vivência de burocracia grande (spoiler: ele vai lidar com burocracia em Brasília), como aprendeu muito sobre diversas culturas e experiências internacionais, lidando com projetos de porte bilionário. É, em essência, o que ele terá de fazer agora, como ministro, para o Brasil.

A carreira de astronauta exige uma mente analítica, a capacidade de identificar e solucionar problemas e de “guardar na cabeça” sistemas altamente complexos, além de exigir tomada de decisões cruciais por vezes em fração de segundos. Fossem meros apertadores de botão, como às vezes quem desdenha dos astronautas gosta de retratá-los, não estariam tão frequentemente em posições de destaque nas administrações de seus respectivos países. Neste momento, por exemplo, o astronauta Pedro Duque, com currículo e carreira similares aos de Pontes, é o ministro da Ciência, Inovação e Universidades da Espanha. Charlie Bolden, administrador da Nasa durante toda a presidência de Barack Obama, foi astronauta.

Pontes, por sua vez, é obstinado e tem a habilidade de pensar fora da caixinha, qualidades essenciais para costurar soluções criativas em momentos de aperto orçamentário como o atual. Ele tem os pés no chão e o olhar no horizonte, características fundamentais para construir o futuro da ciência nacional em meio às ruínas que hoje se apresentam.

Agora, óbvio que pode não dar certo. Há certas habilidades que serão exigidas dele na nova função que ainda não foram colocadas à prova. Uma delas é a de dialogar com a própria academia. Não estamos falando de alguém cujas credenciais estejam expostas num currículo Lattes ou que tenha dezenas de trabalhos de alto impacto publicados, para citar duas métricas apreciadas nos círculos universitários. Nesse sentido, será recebido com desconfiança pela comunidade científica, como um “outsider”. Terá de virar esse jogo.

Outro aspecto, talvez ainda mais complicado, é na outra ponta da linha. Trata-se do jogo travado em Brasília, entre os agentes políticos. Quem já conhece os meandros do Congresso e da administração pública brasileira teria em tese mais cancha para conquistar os apoios necessários e obter um orçamento mais robusto para nosso combalido sistema de ciência, tecnologia e inovação. Não é o caso dele.

E neste momento essa dúvida é dupla: não é só se Pontes conseguirá trafegar de forma eficiente pelo sistema político, produzindo as influências necessárias para que ocorra o aporte suficiente de recursos, mas também sobre que tipo de política será travada por lá a partir de 2019, num momento em que as forças parecem se deslocar dos partidos para bancadas difusas com agendas que não só não têm como prioridade o desenvolvimento científico nacional como às vezes contribuem ativamente para sabotá-lo. (Dá para colocar aqui um saco de maldades já em debate, que vão desde o potencial avanço do criacionismo nas aulas de biologia até a iminente conversão da Amazônia numa Sojozônia, sem planos para explorar de forma sustentável todo seu potencial como floresta em pé.)

Isso cria dúvidas sobre o tamanho do sucesso que o astronauta brasileiro poderá ter na Esplanada dos Ministérios. Mas são problemas que podem ser superados se o governo de fato enxergar o setor como estratégico, como disse en passant Jair Bolsonaro, antes de ser eleito. É questão de pagar para ver. No mais, convenhamos: um ônibus espacial tem quase tantas engrenagens quanto a política brasileira.

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Nasa atrasa de novo lançamento do Telescópio Espacial James Webb https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2018/06/28/nasa-atrasa-de-novo-lancamento-do-telescopio-espacial-james-webb/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2018/06/28/nasa-atrasa-de-novo-lancamento-do-telescopio-espacial-james-webb/#respond Thu, 28 Jun 2018 04:07:48 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2015/04/jwst-180x119.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=7871 A Nasa apresentou nesta quarta-feira (27) mais uma revisão do progresso com o Telescópio Espacial James Webb (JWST), e as notícias são nada boas. O projeto teve mais um adiamento do lançamento, agora marcado para, na melhor das hipóteses, março de 2021, e o custo ultrapassou em mais de US$ 800 milhões o limite imposto para o Congresso americano.

“Não se enganem, não estou feliz em me sentar aqui e dizer isso a vocês”, disse Thomas Zurbuchen, vice-administrador de Ciência da agência espacial americana, durante a coletiva organizada para comunicar as novidades. Ele admitiu que o processo de revisão encontrou diversos erros de todo tipo na condução da inciativa — organização, projeto, falha humana — que levaram o grande telescópio a se tornar um ralo de dinheiro.

Para que se tenha uma ideia, quando o JWST começou a ser desenvolvido, em 2002, previa-se que fosse lançado em 2010. A empresa Northrop Grumman ficou responsável pela integração do satélite, com seu espelho multifacetado de 6,5 metros de diâmetro. Na época, orçou-se o projeto em pouco mais de US$ 800 milhões. Rá! Anos depois, o lançamento passou para 2018, 2020 e agora 2021. A bola de neve dos custos foi crescendo junto, a ponto de o Congresso impor um limite máximo para a Nasa: US$ 8 bilhões.

E foi justamente esse limite que agora foi oficialmente cruzado: a nova estimativa de custo é de US$ 8,8 bilhões. E, se colocarmos na conta a futura operação do telescópio espacial, pensado como o grande sucessor do Hubble, a etiqueta de preço vai a US$ 9,6 bilhões.

Isso significa que a Nasa terá de pedir uma nova aprovação do projeto pelos congressistas americanos. É improvável que eles puxem o fio da tomada a essa altura, uma vez que a maior parte desse dinheiro já foi gasta, mas o mau humor é grande. Dar mais dinheiro ao James Webb provavelmente envolve promover cortes em outros projetos da Nasa.

Focado em observações em infravermelho, o telescópio espacial é ansiosamente aguardado pela comunidade científica. Ele será capaz de analisar a atmosfera de exoplanetas e enxergar mais longe do que qualquer outro telescópio, em busca das primeiras estrelas e galáxias do Universo. Mas tudo isso movido a muitos atrasos e um caminhão de dinheiro.

Não é por acaso que o governo americano já treme nas bases quando a Nasa fala do próximo grande telescópio, pós-James Webb, o WFIRST. Recentemente a agência espacial exigiu mudanças no projeto para barateá-lo e melhorar a capacidade de controlar seus custos.

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