Mensageiro Sideral https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br De onde viemos, onde estamos e para onde vamos Sat, 04 Dec 2021 19:09:39 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 AO VIVO: Pouso da Rosetta no cometa https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2016/09/30/ao-vivo-pouso-da-rosetta-no-cometa/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2016/09/30/ao-vivo-pouso-da-rosetta-no-cometa/#comments Fri, 30 Sep 2016 08:00:55 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2016/09/rosetta-descida-thumb-180x101.jpg http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=5389 A missão europeia Rosetta, que nos últimos dois anos revolucionou a nossa compreensão dos cometas e da formação do Sistema Solar, está caminhando para o seu final. O controle da missão em Darmstadt, na Alemanha, já comandou a sonda a descer suavemente sobre a superfície do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. Acompanhe ao vivo, a partir das 7h, a transmissão do Mensageiro Sideral, com imagens da Agência Espacial Europeia e comentários do engenheiro aeroespacial Lucas Fonseca, que participou do projeto, e do astrônomo Cássio Leandro Barbosa.

A manobra final, que colocou a sonda em queda livre na direção do núcleo do cometa, foi realizada às 17h48 de quinta-feira (29), pelo horário de Brasília — uma queima do propulsor de 208 segundos, concluída com sucesso.

Será uma descida frenética, de uma altitude de 19 km até zero, com a Rosetta tirando fotos, colhendo medidas e transmitindo os resultados em tempo real, durante toda a descida. Uma vez que ela toque o chão, o contato com a Terra será interrompido e a missão estará terminada.

A sonda já começou a enviar imagens de sua descida, a primeira delas a uma altitude de 16 km. Com elas, foi possível estimar com precisão maior o momento exato esperado do pouso: 7h38, com margem de erro de mais ou menos dois minutos. Mas lembre-se: o cometa Churyumov-Gerasimenko, a essa altura, está a 40 minutos-luz de distância da Terra, o que significa que o sinal confirmando o fim da missão só deve chegar a nós por volta de 8h18.

A superfície do cometa vista pela câmera OSIRIS, da Rosetta, durante a descida, a 16 km de altitude. (Crédito: ESA)
A superfície do cometa vista pela câmera OSIRIS, da Rosetta, durante a descida, a 16 km de altitude. (Crédito: ESA)

A trajetória de descida a levará ao contato com o solo do cometa na região batizada pelos cientistas de Ma’at.

O maior interesse nessa área, localizada no lobo menor do cometa, são imensos buracos em sua superfície, com diâmetros que chegam a ultrapassar uma centena de metros. Idealmente, a sonda não descerá dentro de um deles (embora seja impossível descartar, uma vez que há incertezas no local exato de descida), mas conseguirá tirar fotos de alta resolução de suas paredes laterais.

Os buracos têm dois atrativos científicos principais: primeiro, estudar a relação que eles têm com a atividade que ocorre no interior do cometa. E, segundo, mas talvez mais interessante, investigar a estranha textura granulada de suas pareces internas, visível até mesmo em imagens orbitais. Nessas paredes estão inscritos, de forma bastante literal, os blocos formadores do próprio cometa e, por consequência, do Sistema Solar.

Imagem colhida pela câmera OSIRIS a 11,7 km do cometa e recebida às 2h25 (Crédito: ESA)
Imagem colhida pela câmera OSIRIS a 11,7 km do cometa e recebida às 2h25 (Crédito: ESA)

Embora vá ser efetivamente um pouso — com um contato bastante suave sobre o solo do cometa –, a Rosetta foi projetada para ser um orbitador, e sua estrutura não é resistente o suficiente para sobreviver ao procedimento. Ele marcará, com chave de ouro, o fim da missão.

Durante a descida, 4 dos 11 instrumentos não estarão operacionais, a fim de maximizar o desempenho dos demais. No total, os cientistas esperam colher quase 200 MB de novos dados, entre imagens, medições e telemetria.

Ao realizar a manobra, a missão Rosetta protagonizará seu segundo pouso num cometa. O primeiro foi feito pelo módulo Philae, em novembro de 2014. Ele foi levado até o cometa Churyumov-Gerasimenko acoplado à Rosetta, sua nave-mãe, que agora se junta a ele na superfície do astro.

O cometa a 8,9 km, em imagem da OSIRIS recebida às 3h53 (Crédito: ESA)
O cometa a 8,9 km, em imagem da OSIRIS recebida às 3h53 (Crédito: ESA)
Imagem a 5,8 km, recebida às 5h18 (Crédito: ESA)
Imagem a 5,8 km, recebida às 5h18 (Crédito: ESA)

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Tudo pronto para o pouso da Rosetta no cometa! https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2016/09/29/tudo-pronto-para-o-pouso-da-rosetta-no-cometa/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2016/09/29/tudo-pronto-para-o-pouso-da-rosetta-no-cometa/#comments Thu, 29 Sep 2016 20:05:13 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2016/09/Rosetta_impact-180x101.jpg http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=5383 A missão Rosetta, que nos últimos dois anos revolucionou a nossa compreensão dos cometas e da formação do Sistema Solar, está chegando ao fim. Por volta das 5h da manhã desta sexta-feira (30), pelo horário de Brasília, a sonda receberá a última sequência de comandos do controle da missão e iniciará sua descida rumo à superfície do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko.

O pouso em si está marcado para as 8h20, com margem de erro de 20 minutos para mais ou para menos, e envolverá a tentativa de coletar as imagens de mais alta resolução da região onde ela irá descer, batizada pelos cientistas de Ma’at.

Elipse de 700 m por 500 m onde ocorrerá o pouso da Rosetta nesta sexta-feira (Crédito: ESA)
Elipse de 700 m por 500 m onde ocorrerá o pouso da Rosetta nesta sexta-feira (Crédito: ESA)

O maior interesse nessa área, localizada no lobo menor do cometa, são imensos buracos em sua superfície, com diâmetros que chegam a ultrapassar uma centena de metros. Idealmente, a sonda não descerá dentro de um deles (embora seja impossível descartar, uma vez que há incertezas no local exato de descida), mas conseguirá tirar fotos de alta resolução de suas paredes laterais.

Os buracos têm dois interesses científicos principais: primeiro, estudar a relação que eles têm com a atividade que ocorre no interior do cometa. E, segundo, mas talvez mais interessante, investigar a estranha textura granulada de suas pareces internas, visível até mesmo em imagens orbitais. Nessas paredes estão inscritos, de forma bastante literal, os blocos formadores do próprio cometa e, por consequência, do Sistema Solar.

Será uma descida frenética, de uma altitude de 19 km até zero, com a Rosetta tirando fotos, colhendo medidas e transmitindo os resultados em tempo real, durante toda a descida. Uma vez que ela toque o chão, o contato com a Terra será interrompido e a missão estará terminada.

Embora vá ser efetivamente um pouso — com um contato bastante suave sobre o solo do cometa –, a Rosetta foi projetada para ser um orbitador, e sua estrutura não é resistente o suficiente para sobreviver ao procedimento. Ele marcará, com chave de ouro, o fim da missão.

Houve algum questionamento sobre se esse seria o melhor uso da espaçonave, em vez de uma extensão das operações orbitais, mas a verdade é que, conforme o cometa se afasta mais do Sol em sua órbita elíptica, a Rosetta tem quantidade de energia cada vez menor para permanecer funcionando.

A essa altura, alguns dos intrumentos já têm sido mantidos desligados, por falta de eletricidade. Durante a descida, 4 dos 11 não estarão operacionais, a fim de maximizar o desempenho dos demais. No total, os cientistas esperam colher quase 200 MB de novos dados, entre imagens, medições e telemetria.

O Mensageiro Sideral transmitirá ao vivo o pouso da Rosetta e a conclusão da missão, a partir das 7h desta sexta-feira, com comentários de Lucas Fonseca, engenheiro brasileiro que participou do projeto, e Cássio Barbosa, astrônomo e blogueiro. Não perca!

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Acharam o Philae! https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2016/09/05/acharam-o-philae/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2016/09/05/acharam-o-philae/#comments Mon, 05 Sep 2016 16:18:25 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2016/09/ESA_Rosetta_PhilaeFound_1280-180x113.jpg http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=5271 Faltando apenas um mês para o término da missão, a sonda Rosetta finalmente conseguiu localizar e fotografar o módulo Philae, que fez um pouso espetacular no cometa Churyumov-Gerasimenko em 12 de novembro de 2014.

O pequeno robô está inativo e, como já era esperado, ficou preso a uma reentrância no cometa, posicionado de lado, o que limitava muito a quantidade de luz solar que seus painéis podiam receber. Não fosse isso, a missão quase certamente teria durado mais que as pouco mais de 60 horas de bateria que o módulo tinha à disposição para acionar seus instrumentos.

Detalhes do Philae, afixado de lado a um rochedo na superfície do cometa Churyumov-Gerasimenko (Crédito: ESA)
Detalhes do Philae, afixado de lado a um rochedo na superfície do cometa Churyumov-Gerasimenko (Crédito: ESA)

“Com apenas um mês restando para a missão Rosetta, estamos tão felizes de ter finalmente fotografado o Philae e vê-lo em detalhes incríveis”, disse Cecilia Turbiana, da equipe da câmera Osiris, instalada no satélite, em nota da ESA (Agência Espacial Europeia). Ela foi a primeira a ver o pequeno robô, do tamanho de um frigobar, nas imagens que chegaram do espaço ontem.

O registro foi feito quando a Rosetta fazia um sobrevoo a apenas 2,7 km da superfície do cometa, o que lhe permitiu registrar imagens com uma resolução de 5 cm/pixel — mais do que suficiente para visualizar o Philae, com cerca de 1 metro.

A missão está em seus estágios finais e deve realizar seu próprio pouso no cometa no dia 30.

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Um milagre de Natal para o Philae? https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2015/12/23/um-milagre-de-natal-para-o-philae/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2015/12/23/um-milagre-de-natal-para-o-philae/#comments Wed, 23 Dec 2015 04:28:33 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2015/05/philae-180x180.jpeg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=4399 Informações confirmadas pela ESA, a Agência Espacial Europeia, dão conta de que o pequeno Philae, módulo robótico que fez história ao pousar num cometa em 12 de novembro de 2014, pode ter retomado brevemente o contato com a Terra na última segunda-feira (21), por meio da orbitadora Rosetta.

O sinal foi detectado no fim da noite, no centro de controle do Philae em Colônia, na Alemanha — para a surpresa e o encanto dos gerentes da missão. Mas ainda é muito cedo para comemorar. A transmissão durou apenas 10 segundos. Aparentemente, continha pacotes de dados de telemetria, embora nada que fosse “informação usável”, segundo Walter Schmidt, do Intituto Meteorológico Finlandês, que está envolvido com um dos instrumentos do Philae, o SESAME. A essa altura, a ESA não descarta que o sinal seja só interferência, de uma fonte indeterminada.

“Basicamente, sinal nessa frequência só pode ser do transmissor do Philae”, disse Schmidt. “Estamos sendo cautelosos e pesquisando se poderia haver fontes alternativas poderosas o suficiente nesta banda.”

Caso seja confirmado, o contato, por si só, é uma grande notícia. Significa que o Philae sobreviveu bravamente à passagem do cometa Churyumov-Gerasimenko pelo periélio — o ponto de máxima aproximação do Sol — em outubro. Com a quantidade de poeira que é levantada nesses momentos, com o aumento de atividade na superfície do núcleo cometário, poucos esperavam que o pequeno módulo pudesse resistir.

Funcionar mesmo, para valer, o Philae só funcionou nos primeiros três dias após seu histórico pouso. Depois disso, as baterias se esgotaram e não havia luz solar suficiente incidindo em seus painéis para recarregá-las. O robô então entrou em hibernação, e só voltou a funcionar em junho de 2015, com o aumento de proximidade com o Sol. Só que, para aumentar o drama, na ocasião o problema passou a ser outro: com o alto nível de atividade do cometa, a orbitadora Rosetta precisou se afastar da superfície, ficando no limite da distância máxima viável para se comunicar com o Philae.

Concepção artística do Philae descendo no terreno acidentado do cometa Churyumov-Gerasimenko. (Crédito: ESA)
Concepção artística do Philae descendo no terreno acidentado do cometa Churyumov-Gerasimenko. (Crédito: ESA)
O resultado foram apenas sessões intermitentes de contato, que sequer conseguiram informar aos cientistas o nível de operacionalidade da sonda. O jeito era a Rosetta se afastar, seguir com sua missão, e só se reaproximar após o periélio, a partir de meados de novembro, conforme a poeira circundante diminuísse. É neste ponto que estamos agora, e lá está o possível contato com o teimoso Philae.

Outra corrida contra o tempo agora está em andamento: a cada dia, o cometa se afasta mais do Sol, e a quantidade de energia para os painéis do Philae diminui. Será que uma sessão de comunicação duradoura poderá ser estabelecida? Será que alguma coisa além do transmissor e do receptor da sonda ainda funciona? Haverá mais ciência a extrair da prolífica missão? A essa altura, só Papai Noel sabe.

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Oxigênio no cometa da Rosetta! https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2015/10/29/oxigenio-no-cometa-da-rosetta/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2015/10/29/oxigenio-no-cometa-da-rosetta/#comments Thu, 29 Oct 2015 03:31:28 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=4182 Numa descoberta surpreendente, a sonda Rosetta detectou quantidades significativas de oxigênio molecular na atmosfera do cometa 67P/Chruyumov-Gerasimenko. Com isso, a missão europeia começa a cumprir sua promessa de ajudar a revelar os segredos mais íntimos da formação do Sistema Solar.

Imagem do núcleo do cometa Churyumov-Gerasimenko obtida pela Rosetta em 18 de outubro (Crédito: ESA)

A descoberta, publicada na edição de hoje do periódico científico “Nature”, é surpreendente. Isso porque a observação constante do cometa — a Rosetta foi a primeira sonda a orbitar um objeto desse tipo — permitiu descartar a hipótese de que o oxigênio fosse resultado de formação recente, a partir da quebra de moléculas de água (muito mais comuns no astro) pela radiação solar, com a subsequente formação do oxigênio.

A hipótese mais provável é que o oxigênio tenha sido incorporado aos grãos de gelo ainda durante a formação do cometa. Em outras palavras, essas moléculas de oxigênio estariam por lá, presas no interior do astro, desde o surgimento do Sistema Solar, 4,6 bilhões de anos atrás. E daí a surpresa dos cientistas — eles previam uma presença menor de moléculas de oxigênio na nuvem de gás e poeira que deu origem ao Sol e sua família de planetas.

A detecção de oxigênio molecular em nuvens que fazem as vezes de berçários de estrelas é rara — de todas as nebulosas já estudadas, apenas duas revelaram forte assinatura do gás em seu espectro. Uma delas é a famosíssima nebulosa de Órion, localizada na constelação homônima. E os cientistas imaginam que, durante o violento processo de colisões que leva à formação planetária, esse oxigênio primordial acabasse sendo destruído, majoritariamente recombinado a átomos de hidrogênio para formar água. Por isso até não havia nenhuma expectativa de que se encontrasse oxigênio molecular em quantidades significativas no cometa Chury.

O achado obrigará os pesquisadores a repensar os detalhes da formação dos corpos do nosso sistema planetário, que provavelmente se deu de forma menos agressiva e destrutiva do que se imaginava e permitia uma química mais interessante durante suas etapas mais primórdias.

QUÍMICA COMPLEXA

Aliás, outra descoberta interessante ligada a cometas foi anunciada esta semana — telescópios em terra detectaram a assinatura de álcool etílico (o mesmo que vai nas bebidas) e um tipo de açúcar emanando do brilhante cometa Lovejoy. E não, isso não é evidência de seres vivos fermentando nada no cometa, mas sim, isso mostra como cometas oferecem compostos orgânicos complexos e interessantes, reforçando a noção de que eles podem ter tido um papel importante semeando toda essa riqueza química em planetas como a Terra, por meio de impactos durante os primeiros estágios de evolução do sistema planetário. As bases para a vida podem muto bem ter começado com eles.

Já a opinião de que os próprios cometas poderiam dar origem à vida, e não meramente a compostos precursores, é minoritária entre os cientistas. Mas não se trata de hipótese completamente excluída, e quem poderia ajudar a testá-la é o Philae, pequeno robô que acompanhou a Rosetta em sua jornada ao cometa Chury e realizou um histórico pouso nele no ano passado.

Depois de realizar manobras para estudar a atmosfera do cometa de uma distância maior, a Rosetta agora está retornando a uma órbita mais próxima, e novas tentativas de recuperar o contato com o Philae serão feitas. Contudo, ninguém está muito otimista. É bem possível que o pequeno robô esteja danificado além de qualquer possibilidade de recolocá-lo novamente em operação. Mas o Philae já foi dado como morto antes, para depois ressurgir das cinzas. É esperar para ver.

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De volta ao trabalho, Philae! https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2015/06/15/de-volta-ao-trabalho-philae/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2015/06/15/de-volta-ao-trabalho-philae/#comments Mon, 15 Jun 2015 08:55:13 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=3513 Após a confirmação da espetacular ressurreição do módulo Philae, anunciada neste domingo (14), os cientistas envolvidos com a missão já estão ansiosos para colocá-lo para trabalhar na superfície do cometa Churyumov-Gerasimenko.

Imagem obtida pela sonda Rosetta no último dia 5 mostra atividade intensa no cometa Churyumov-Gerasimenko. Como será que estão as coisas lá no chão? É o que o Philae irá responder. (Crédito: ESA)
Imagem obtida pela sonda Rosetta no último dia 5 mostra atividade intensa no cometa Churyumov-Gerasimenko. Como será que estão as coisas lá no chão? É o que o Philae irá responder. (Crédito: ESA)

“O principal agora é entender a dinâmica do núcleo do cometa”, afirma Lucas Fonseca, engenheiro brasileiro que trabalhou na missão enquanto esteve no DLR (Centro Aeroespacial Alemão). “Comparar com os dados iniciais e ver o que mudou, qual a transformação do cometa perto do periélio [ponto de máxima proximidade do Sol].”

Essa sempre foi uma das maiores ambições do projeto. Sabemos que cometas são basicamente imensos agregados de gelo e rocha. Quando eles avançam em suas órbitas e se aproximam mais do Sol, o gelo começa a sublimar, o gera a famosa cauda do cometa. Em resumo, a cada passagem, o astro se transfigura, conforme partes de si se convertem em vapor e ficam para trás.

Uma das coisas que os cientistas não sabem, por exemplo, é como o solo ao redor do Philae se transformou desde que o módulo se desativou, por falta de energia, em 15 de novembro do ano passado. Espera-se que novas imagens possam revelar isso.

Outra coisa que a simples retomada de comunicação poderá permitir é a identificação precisa da localização do módulo. Até agora, apesar de meses de análise de imagens colhidas pela sonda orbitadora Rosetta, ainda não foi possível identificar o pequeno lander, que tem o tamanho de uma máquina de lavar roupa.

Imagens de antes e depois do pouso revelam um ponto brilhante que pode ser o módulo Philae. Ou não. O futuro dirá. (Crédito: ESA)
Imagens de antes e depois do pouso revelam um ponto brilhante que pode ser o Philae. Ou não. O futuro dirá. (Crédito: ESA)

Há um candidato promissor, visto apenas como alguns pixels brilhantes na superfície (confira a imagem acima), mas somente com a retomada das comunicações entre a Rosetta e o Philae e a triangulação resultante será possível confirmar que é ele mesmo. E um aspecto curioso é que no momento é impossível para a Rosetta fazer um voo rasante sobre o núcleo para obter imagens mais próximas — o nível de atividade em razão da aproximação com o Sol impede a navegação segura.

Ainda não está claro o quanto do Philae está funcionando, e os cientistas serão bastante parcimoniosos com relação ao consumo de energia do robô — o que talvez restrinja medições que exijam movimento mecânico –, mas a expectativa é levar a missão à sua fase mais emocionante. O periélio acontece em 13 de agosto.

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O longo sono do Philae https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2015/05/26/o-longo-sono-do-philae/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2015/05/26/o-longo-sono-do-philae/#comments Tue, 26 May 2015 08:58:04 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=3429 Ninguém fala isso oficialmente, mas os engenheiros alemães que desenvolveram o módulo de pouso Philae, que desceu no cometa Churyumov-Gerasimenko em novembro do ano passado, estão desesperançosos. Eles acham que o pequeno robô não despertará mais de seu sono, a despeito do aumento de temperatura e de incidência de luz solar sobre seus painéis.

Concepção artística do Philae na superfície do cometa. Na verdade, ele caiu num buraco quase sem luz. (Crédito: ESA)
Concepção artística do Philae na superfície do cometa. Na verdade, ele caiu num buraco quase sem luz. (Crédito: ESA)

O módulo operou por 57 horas ininterruptas após sua emocionante “cometissagem”, em 12 de novembro. O Philae chegou a quicar duas vezes e flutuar por mais de uma hora sob a tênue influência da gravidade do cometa, antes de finalmente se fixar ao solo. Seu pouso definitivo se deu numa região nada propícia, parcialmente nas sombras, meio de lado, e praticamente num buraco.

O módulo ficou tão escondido que nem mesmo imagens feitas a poucos quilômetros de distância pela sonda orbitadora Rosetta (que segue operando normalmente ao redor do Churyumov-Gerasimenko) conseguiram identificar com precisão sua posição. Outro problema decorrente disso é que ele recebia luz solar em apenas um dos paineis e mesmo assim por pouco tempo, o que o impedia de recarregar suas baterias e continuar seu trabalho. Por isso ele entrou em hibernação.

De início, imaginou-se que por volta de abril, conforme o cometa se aproximasse mais e mais do Sol em sua trajetória elíptica, o nível de iluminação fosse suficiente para reaquecer a sonda e recarregar sua bateria. Contudo, depois de ficar por tanto tempo sem energia e escondido num buraco, o Philae deve ter se sujeitado a temperaturas congelantes, muito menores do que as mínimas a que ele foi submetido em testes na Terra. Não sabemos se a exposição de seus circuitos à baixa temperatura pode tê-los danificado irreparavelmente. Segundo apurou o Mensageiro Sideral, muitos dos engenheiros acreditam que sim.

Imagem mostra um dos pés do Philae, na superfície do cometa.
Imagem mostra um dos pés do Philae, na superfície do cometa.

Por via das dúvidas, sempre que há oportunidade, a Rosetta está tentando ouvir um sinal do Philae, para que as operações possam ser retomadas. A última sequência de escutas aconteceu entre os dias 11 e 18 de maio — e o silêncio permanece. Tentativas de contato continuarão a ser feitas até setembro, quando o Churyumov-Gerasimenko já terá ultrapassado o periélio (ponto de aproximação máxima do Sol) e seguirá seu caminho de volta para as regiões mais gélidas do sistema.

Ainda resta um fio de esperança, de uma missão que já produziu diversas surpresas positivas no passado. Vai saber. Mas é bem possível que o Philae já tenha feito sua última transmissão, em novembro do ano passado. Os dados que ele colheu, no entanto, ainda estão sendo analisados pelos cientistas e certamente produzirão muitas descobertas.

Uma delas, anunciada recentemente, é a de que o Churyumov-Gerasimenko não tem um campo magnético. Trata-se de um achado importante, que lança luz sobre os processos de formação do Sistema Solar. Até então, especulava-se que a “colagem” de partículas para formar os cometas pudesse ser induzida por magnetismo, e que o mesmo efeito continuasse a operar para reunir objetos maiores, até produzir planetas inteiros. Agora está claro que, se o magnetismo cumpre um papel, ele está limitado a objetos menores, mas não a pedregulhos com vários quilômetros de extensão, como o Churyumov-Gerasimenko. (Para efeito de curiosidade, o cometa tem uma forma altamente irregular e 4,3 km de comprimento em sua maior dimensão.)

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Sem amostra de solo para o Philae https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2014/11/18/sem-amostra-de-solo-para-o-philae/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2014/11/18/sem-amostra-de-solo-para-o-philae/#comments Tue, 18 Nov 2014 21:19:50 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=2650 Qual notícia você quer primeiro, a boa ou a má? A má é que aparentemente a perfuratriz do módulo de pouso Philae não conseguiu colher uma amostra do cometa Churyumov-Gerasimento para ser analisada por seu laboratório interno. A boa é que, mesmo assim, a sonda encontrou a matéria-prima da vida — moléculas orgânicas — na poeira fina do objeto. Elas foram detectadas por um dos instrumentos da sonda, mas os cientistas ainda precisam analisar os resultados para saber quais são elas.

Concepção artística do Philae descendo no terreno acidentado do cometa Churyumov-Gerasimenko.
Concepção artística do Philae descendo no terreno acidentado do cometa Churyumov-Gerasimenko.

Por enquanto, o achado não é tratado como evidência concreta de que os cometas ajudaram a semear os compostos essenciais à vida em planetas como a Terra. É apenas uma confirmação de que há compostos orgânicos em cometas, algo que já havia sido observado por outras sondas e por análises telescópicas.

O melhor ainda está por vir, quando esses dados forem analisados e indicarem especificamente que substâncias provavelmente existem em maior quantidade no cometa. Um dos instrumentos responsáveis por isso é o COSAC, instalado no interior do Philae.

Ele tinha dois modos de operação. Num, que os cientistas chamam de “modo farejador” (“sniff mode”), ele apenas analisa os compostos que porventura tenham chegado a ele durante a descida. Noutro, ele deveria analisar uma amostra colhida pela perfuratriz da sonda, a SD2.

A detecção de moléculas orgânicas se deu pelo método passivo. E ele terá de servir. Embora tanto a perfuratriz como o instrumento tenham operado com sucesso, de acordo com a telemetria, o experimento não produziu resultados.

Segundo Fred Gösmann, do Instituto Max Planck, cientista-chefe do COSAC, os dados mostram que a amostra não chegou ao instrumento. “Não há nada lá”, disse ele, segundo o repórter Eric Hand, da revista “Science”.

Os dados do instrumento recebem especial atenção, pois ele não só é capaz de detectar compostos orgânicos como aminoácidos (os tijolos de que são feitas as proteínas), como também pode diferenciar entre versões “canhotas” e “destras” dessas moléculas. Curiosamente, embora elas apareçam nos dois tipos na natureza, a vida (ao menos na Terra) só faz uso das versões canhotas.

Uma detecção desbalanceada das duas versões poderia ser um indicativo indireto de atividade biológica no cometa. Mas, sem a amostra de solo, isso ficou mais difícil.

CHÃO DURO
Enquanto isso, saíram também dados preliminares do instrumento MUPUS — basicamente uma agulha que penetrava no solo para medir sua temperatura e outras propriedades. Ele não conseguiu avançar muito e empacou perto da superfície. Nem mesmo com a máxima potência aplicada, houve perfuração.

Isso leva os cientistas a pensar que, sob uma camada de 10 a 20 cm de poeira, exista gelo muito duro. Curiosamente, dados obtidos da órbita sugerem que o interior profundo do cometa é bem poroso e de baixa densidade. Ao que parece, o cometa tem uma camada de poeira recobrindo uma casca dura.

Os cientistas trabalharão duro analisando todos os dados, enquanto torcem pelo retorno do Philae. Ele entrou no modo de hibernação e recebe muito pouca energia em seus painéis solares. Mas há a esperança de que, com o tempo, suas baterias possam se recarregar e ele volte ao trabalho. Mas isso só em 2015, quando o cometa se aproximar mais do Sol.

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Philae restabelece contato! https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2014/11/14/philae-restabelece-contato/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2014/11/14/philae-restabelece-contato/#comments Fri, 14 Nov 2014 23:36:50 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=2628 Mais um milagre do pequeno Philae: suas baterias resistiram e ele restabeleceu contato com a sonda Rosetta. A ESA confirmou um contato inicial às 20h19, seguido por alguma intermitência. O sinal se firmou dez minutos depois e os dados fluíram. Logo saberemos se os experimentos foram realizados a contento durante o silêncio de rádio. Mas o módulo drenou as baterias durante a derradeira sessão de comunicação e foi colocado em modo de espera (stand-by) para economizar a pouca energia que restou.

Tela mostra os dados do Philae chegando ao centro de controle da ESA!
Tela mostra os dados do Philae chegando ao centro de controle da ESA!

Além de executar os comandos e colocar para funcionar todos os instrumentos, inclusive aqueles que exigiam esforço mecânico, o Philae rotacionou em 35 graus, numa esperança de melhorar a incidência de luz sobre os painéis solares. “Parece um cometa novo desse ângulo”, brincou a ESA, emulando o próprio módulo de pouso, em conta que a Agência Espacial Europeia mantém para ele no Twitter.

Ainda assim, o prognóstico para o futuro imediato não melhorou. Essa última sessão provavelmente deve encerrar as operações do Philae, pelo menos por ora. Talvez, quando o cometa Churyumov-Gerasimenko se aproximar mais do Sol, as baterias sejam recarregadas e ele volte da hibernação para nos contar como vão as coisas por lá.

Equipe de um dos instrumentos deseja "boa noite" ao Philae recém-adormecido!
Equipe de um dos instrumentos deseja “boa noite” ao Philae recém-adormecido!

A BROCA E A VIDA
Na tela acima você vê indicações dos arquivos referentes ao instrumento COSAC. É um dos experimentos que dependiam da perfuratriz SD2 atingir o solo do cometa e trazer amostras de volta para dentro do Philae. E tenho certeza de que você ficará encantado quando eu disser o que ele faz.

Em linhas gerais, o COSAC vai buscar compostos orgânicos no cometa. Até aí, nada demais. Já sabemos desde outros carnavais que cometas têm compostos orgânicos, inclusive aminoácidos — moléculas que servem como tijolos para a formação das proteínas e, por isso mesmo, são essenciais à vida.

Contudo, existe uma coisa curiosa a respeito dos aminoácidos. Seus átomos podem se arranjar de duas maneiras, formando duas versões espelhadas de uma mesma molécula. A esse fenômeno os cientistas dão o nome de quiralidade. E agora o detalhe que faz a diferença: por alguma razão misteriosa, todos os seres vivos só usam uma das versões do aminoácido. A vida, ao menos na Terra, é canhota.

O COSAC, pelo menos em teoria, não só vai detectar aminoácidos, como será capaz de identificar qual forma quiral eles têm. Ou seja, vai poder contar quantos canhotos e quantos destros estão por lá. Se as moléculas têm origem não-biológica, o instrumento deve detectá-los mais ou menos em quantidades iguais. Contudo, se os aminoácidos forem produto de alguma forma de vida, deve haver uma quantidade maior de uma versão do que de outra.

E agora, você não está curioso para saber o que o COSAC detectou? Torçamos para que (1) a broca tenha alcançado o solo; (2) o solo tenha chegado ao experimento; e (3) o experimento tenha funcionado. “Recebemos todos os dados do COSAC, embora não tenhamos ideia do que há neles”, disse Stephan Ulamec, gerente do projeto do módulo na DLR, agência espacial alemã.

ENQUANTO ISSO, EM ÓRBITA…

O antes-depois do primeiro pouso do Philae. Daí ele quicou e foi parar a 1 km de distância.
O antes-depois do primeiro pouso do Philae. Daí ele quicou e foi parar a 1 km de distância.

A equipe da Rosetta divulgou imagens do antes e depois do primeiro local de pouso do Philae. É uma demonstração incrível da precisão da manobra orbital. A indicação em verde é do local planejado para o pouso, e a mancha cinza revela onde o módulo quicou. E note que essas imagens são da Navcam, a câmera “braçal” da sonda orbitadora. Estou muito curioso para saber o que a OSIRIS, câmera de alta resolução, enxergou lá.

A busca pela localização atual do Philae nas imagens orbitais ainda não deu resultado, mas essas imagens ajudarão a calcular em qual direção o pequeno robô foi depois de tocar o solo.

Que incríveis dias estamos vivendo!

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O último suspiro do Philae? https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2014/11/14/o-ultimo-suspiro-do-philae/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2014/11/14/o-ultimo-suspiro-do-philae/#comments Fri, 14 Nov 2014 14:09:58 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=2619 Mais um dia de trabalho no cometa Churyumov-Gerasimenko — e pode ser o último. A boa notícia é que o módulo Philae está bem afixado e ativou seu instrumento de perfuração, informou nesta sexta-feira (14) a ESA (Agência Espacial Europeia).

Imagem panorâmica da região de pouso do Philae, na beira de um penhasco. Ops!
Panorama da região de pouso, na beira de um penhasco. Repare as manchas brancas, acima e à dir.: são estrelas, fora de foco!

Os engenheiros não têm certeza se a altura da sonda com relação ao chão permitirá que o solo seja efetivamente escavado pela perfuratriz, chamada de SD2, e amostras sejam encaminhadas para o laboratório interno. Os resultados só virão com o próximo contato entre o Philae e a Rosetta — que pode ou não acontecer.

Depende basicamente de as baterias durarem até lá. Nas últimas simulações de carga, a conta está no limite para que o módulo de pouso permaneça operacional até a Rosetta voltar a sobrevoá-lo para restabelecer contato.

As tentativas de mover o módulo e melhorar a quantidade de radiação solar que chega a seus painéis solares não tiveram resultado. O Philae realmente parece bem preso ao chão e cercado por rochas. Imagens subsequentes das câmeras ÇIVA mostraram que o veículo não se moveu desde que pousou ali, confirmando que ele está bem preso ao solo.

Depois da noite de hoje, provavelmente o Philae irá dormir, sem baterias para permanecer em operação. Existe a possibilidade que ele volte a despertar conforme o cometa se aproxime mais do Sol e o nível de energia que chega ao painel solar aumente. Mas eu não prenderia minha respiração esperando por isso.

SEM CONTATO VISUAL
Em paralelo, a Rosetta segue procurando fazer contato visual com o Philae na superfície. Sua órbita foi alterada para obter as melhores imagens possíveis da região onde ele deve estar.

Esta missão já bateu baixas chances de sucesso antes, então ainda é cedo para dizer que é o fim. Mas, ao que parece, antes que o dia termine o Philae deve estar sem energia, encerrando suas transmissões.

A avaliação dos cientistas, contudo, é bastante positiva. Entre 80% e 90% dos dados que tinham de ser colhidos na missão primária do Philae foram efetivamente obtidos, segundo Stephan Ulamec, gerente do módulo de pouso na DLR (agência espacial alemã).

Uma missão estendida se tornou improvável diante da baixa quantidade de luz que chega aos painéis. Mas quem pode reclamar, quando a chance era grande de que o módulo quicasse e voltasse ao espaço, sem fazer medição nenhuma da superfície?

Não custa lembrar: estamos falando de um pouso num objeto ativo que tem apenas um centésimo de milésimo da gravidade da Terra. Um feito incrível.

A coleta de dados de solo pode acabar hoje, mas as análises darão trabalho aos cientistas por muitos anos. Isso sem falar na própria Rosetta, que continuará a estudar o cometa conforme ele se aproxima do Sol. Ainda tem muito gelo sublimado para rolar por baixo dessa ponte…

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