Mensageiro Sideral https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br De onde viemos, onde estamos e para onde vamos Sat, 04 Dec 2021 19:09:39 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Novo endereço para o blog https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/12/04/novo-endereco-para-o-blog/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2021/12/04/novo-endereco-para-o-blog/#respond Sat, 04 Dec 2021 19:09:39 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=10193 Caro leitor,

Após 1.190 posts e mais de oito anos, este blog continua na Folha, mas, agora, em novo endereço (e com novas funcionalidades). Acesse folha.com/mensageirosideral para continuar lendo tudo que o Mensageiro Sideral publica. O longo acervo do blog permanecerá neste espaço, e os textos poder lidos e relidos à vontade.

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Nasa investe mais de US$ 500 mi em estações orbitais privadas

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Nasa anuncia missão para achar asteroides perigosos https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/10/07/nasa-anuncia-missao-para-achar-asteroides-perigosos/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/10/07/nasa-anuncia-missao-para-achar-asteroides-perigosos/#respond Mon, 07 Oct 2019 05:00:46 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2019/10/neocam-320x213.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=9070 Depois de anos de enrolação e vai-não-vai, a Nasa anunciou que irá desenvolver uma missão espacial dedicada especificamente à busca por objetos ameaçadores à Terra. E olha só: o cutucão final veio aqui do Brasil. Calma que eu explico.

A Near-Earth Object Surveillance Mission consistirá em um satélite a ser colocado numa órbita ao redor do Sol que acompanha a Terra em sua jornada em torno do astro-rei, mantendo posição a 1,5 milhão de km do nosso planeta. A bordo, um telescópio de 50 centímetros acoplado a uma câmera de infravermelho teria acesso a praticamente todo o céu, sem ter de lidar com inconvenientes como tempo nublado e posição solar inconveniente, para caçar asteroides e cometas potencialmente perigosos.

Estima-se que o projeto, a ser gerenciado pelo JPL, o Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, vá custar cerca de US$ 600 milhões, com lançamento previsto para 2025. O anúncio veio com certa surpresa, uma vez que, apenas dois anos atrás, em 2017, a proposta de uma missão semelhante acabou batendo na trave e não entrando. Mas o contexto ajuda a explicar.

Em julho, o Observatório Sonear, em Oliveira (MG), fez uma descoberta surpreendente: um asteroide de tamanho considerável (algo entre 50 e 130 metros) passaria zunindo pela Terra, a 86.400 km/h, apenas um dia depois de ser detectado, tirando tinta da trave, a 73 mil km do nosso planeta (menos de um quinto da distância até a Lua). Foi a maior aproximação conhecida de um objeto deste porte – capaz de destruir uma cidade – nos últimos cem anos.

O que aconteceu em seguida foi uma lavação de roupa suja dentro da Nasa, que financia os principais projetos de detecção de objetos potencialmente perigosos, a fim de entender como os brasileiros viram algo que suas observações não captaram.

Era para ter ficado tudo em casa, não tivesse o Buzzfeed buscado acesso aos e-mails via Foia (a versão americana da Lei de Acesso à Informação). E aí todo mundo ficou sabendo da preocupação interna da agência com uma falha nada trivial. Jogaram para cá, jogaram para lá, as desculpas misturaram tempo ruim com baixa sensibilidade do algoritmo de detecção, e as discussões entre os pesquisadores pintaram no Buzzfeed no dia 19 de setembro.

A missão de busca de asteroides foi anunciada apenas quatro dias depois e tem o potencial para ajudar a Nasa a cumprir a meta imposta pelo Congresso americano de descobrir, em dez anos, pelo menos 90% dos asteroides próximos à Terra com pelo menos 140 metros de diâmetro. Sem falar em não passar carão.

Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.

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Eclipse solar visível no Brasil nesta terça https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/07/01/eclipse-solar-visivel-no-brasil-nesta-terca/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/07/01/eclipse-solar-visivel-no-brasil-nesta-terca/#respond Mon, 01 Jul 2019 05:00:23 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2013/11/Eclipsed_Sunset-150x150.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=8926 Nesta terça-feira (2), teremos mais um eclipse solar, fenômeno que acontece quando a Lua se interpõe entre o Sol e a Terra. O fenômeno será visível em boa parte do território nacional, embora só seja total numa faixa estreita que cruza o sul da América do Sul, entre Chile e Argentina. Por nossas bandas o aspecto será apenas parcial — da nossa perspectiva, a Lua vai dar apenas uma dentada no Sol, ao cruzar à frente dele.

Qual o tamanho da dentada? Bem, aí depende de onde você estiver. Quanto mais para baixo no mapa, melhor. Na Região Sul, o nível de acobertamento do disco solar ultrapassa a faixa de 40%. Subindo, o efeito vai se tornando menos pronunciado e, nos extremos Norte e Nordeste, nem chega a acontecer. Em São Paulo, 27,3% do disco solar será encoberto pela Lua, ao transitar à frente dele.

Por essas bandas, o fenômeno acontece ao entardecer, com alguma variação de lugar para lugar. Em São Paulo, a fase parcial começa às 17h e o auge do eclipse se dá às 17h29. Será um desafio especial para quem vive na selva de pedra, uma vez que o Sol e a Lua já estarão bem próximos ao horizonte oeste no momento do eclipse. Para observar, é preciso ter a visão desimpedida e, de preferência, estar num lugar alto.

E aqui vai um lembrete importante: olhar diretamente para o Sol é sempre uma má ideia (pode causar mal à retina), então esteja preparado — use um vidro de máscara de solda Nº 14 (vendido em loja de ferragens) para observar o eclipse. Um método alternativo (e mais simples, porém menos atraente) envolve fazer um pequeno furo numa cartolina e gerar uma projeção do Sol numa parede próxima (seria no chão, se o fenômeno não estivesse ocorrendo durante o poente).

Mesmo considerando o fato de que, no poente, há muito mais atmosfera pela qual a luz do Sol tem de atravessar para chegar aos nossos olhos (engulam essa, terraplanistas!), o que atenua bastante a intensidade da luz solar, nunca é demais ter cuidado com os olhos. (Ver um segundinho, durante o poente, não tem problema, mas quem é que vai ver um eclipse durante um segundinho?)

E, caso o tempo nublado atrapalhe, não desanime. A boa notícia é que, sempre que há um eclipse solar, duas semanas antes ou depois, há um lunar (em que a Lua cruza a sombra projetada pela Terra). Eis que, no dia 16, teremos um eclipse lunar, também visível do Brasil. Parece que realmente a Lua decidiu promover uma série de espetáculos neste julho, mês em que se celebram os 50 anos das primeiras pegadas humanas na Lua, promovidas por Neil Armstrong e Buzz Aldrin, na missão Apollo 11.

Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.

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AO VIVO: Acompanhe o primeiro lançamento comercial do Falcon Heavy https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/04/11/ao-vivo-acompanhe-o-primeiro-lancamento-comercial-do-falcon-heavy/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/04/11/ao-vivo-acompanhe-o-primeiro-lancamento-comercial-do-falcon-heavy/#respond Thu, 11 Apr 2019 22:00:18 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/falcon-heavy-2-320x213.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=8793 Acompanhe ao vivo nesta quinta-feira (11), a partir das 19h20 (horário de Brasília), o lançamento do Falcon Heavy, o foguete mais poderoso do mundo em operação, em sua primeira missão comercial. Partindo da histórica plataforma 39A (de onde partiram as missões lunares Apollo e os ônibus espaciais), no Centro Espacial Kennedy, na Flórida, o foguete da SpaceX levará ao espaço o satélite de telecomunicações Arabsat-6A. A janela de lançamento se abre às 19h35 e vai até as 21h31. A meteorologia prevê 90% de chance de condições para o voo.

Será a segunda decolagem do Falcon Heavy. Em seu voo de teste, realizado no começo do ano passado, o foguete da SpaceX colocou na trajetória da órbita de Marte um automóvel da Tesla. Desta vez, a missão é para valer.

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Falha tentativa israelense de realizar pouso privado na Lua https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/04/11/falha-tentativa-israelense-de-realizar-pouso-privado-na-lua/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/04/11/falha-tentativa-israelense-de-realizar-pouso-privado-na-lua/#respond Thu, 11 Apr 2019 19:43:58 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/spaceil-lua-ultima-320x213.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=8802 Terminou em fracasso, nesta quinta-feira (11), a primeira tentativa privada de realizar um pouso na Lua. O módulo Beresheet, da organização israelense SpaceIL, perdeu contato durante o procedimento de descida, a apenas 149 metros da Lua, numa falha durante a aproximação final.

Aparentemente, o motor principal falhou na fase final do pouso e se desligou, deixando o veículo em queda livre. Os engenheiros ainda conseguiram reativá-lo, mas aparentemente foi tarde demais. Ainda não está claro exatamente o que deu errado, mas é certo que a missão não foi bem-sucedida e deve ter se espatifado em solo lunar. A perda de contato aconteceu às 16h25 (de Brasília).

“Primeiro você falha, aí você tenta de novo”, disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que estava no centro de controle para acompanhar a descida. “Tivemos uma falha na espaçonave, infelizmente não conseguimos pousar com sucesso”, disse Opher Doron, gerente-geral da  Israel Aerospace Industries (IAI), a fabricante do Beresheet. “É uma realização tremenda até aqui.”

De fato, resta à equipe da SpaceIL o entusiasmo de ter tornado seu país o sétimo no mundo a orbitar a Lua com sucesso (depois de Rússia, EUA, China, Índia, Japão e os países congregados na Agência Espacial Europeia) e o quarto a tentar chegar à superfície de forma controlada — ainda que não de forma bem-sucedida.

Também foi a primeira missão privada a orbitar a Lua. Sua última imagem, obtida a 22 km de altitude, mostrava a bandeira israelense, com os dizeres “Small country, big dreams” (“país pequeno, grandes sonhos”).

Iniciada em 2011, a Beresheet nasceu quando a SpaceIL se inscreveu para disputar o Prêmio X Lunar Google, competição que oferecia US$ 20 milhões a quem conseguisse pousar na Lua com um robô, tirar fotos, e deslocar-se até 500 metros pela superfície.

Apesar dos vários concorrentes inscritos, o concurso terminou sem vencedores no ano passado. Mas a SpaceIL não desistiu de voar e continuou a desenvolver seu módulo de pouso, que tem apenas 180 kg (fora o combustível).

Lançado em 21 de fevereiro por um foguete Falcon 9, da empresa americana SpaceX, ele de início foi colocado numa órbita alongada ao redor da Terra. Usando seus próprios propulsores, foi paulatinamente alargando as voltas, até atingir uma trajetória com apogeu de 400 mil km no dia 20 de março. Com isso, em seu afastamento máximo do planeta, cruzaria a órbita da Lua.

Na última quinta (4), a nave se encontrou com o satélite natural e, ativando novamente seus propulsores por seis minutos, ajustou a velocidade para ser capturada pela gravidade lunar, numa órbita com perilúnio (ponto de aproximação máxima da superfície lunar) de 470 km. Ajustes nos dias subsequentes colocaram a Beresheet numa órbita com perilúnio de apenas 15 km — praticamente a mesma altitude de um voo de avião comercial.

A etapa final consistia em realizar uma última queima dos propulsores, durante 20 minutos, até concluir a alunissagem.

O plano era descer no Mar da Serenidade, região no hemisfério Norte lunar, com uma câmera e um medidor de campo magnético, além de uma “cápsula do tempo” com arquivos digitais contendo uma Torá, desenhos de crianças, canções, memórias de um sobrevivente do Holocausto e a bandeira nacional. Os israelenses chegaram muito perto de conseguir.

Foram investidos US$ 100 milhões no projeto, provenientes de doadores privados, e, apesar do fracasso, é improvável que este seja o ponto final da história. O módulo segue sendo aperfeiçoado e novas tentativas devem acontecer no futuro.

A ideia é desenvolver um veículo que possa realizar missões comerciais à Lua. A própria ESA (Agência Espacial Europeia) se mostrou interessada na tecnologia do Beresheet. Mas, claro, antes que isso possa acontecer, os engenheiros terão de descobrir exatamente o que deu errado.

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Lebre e tartaruga na corrida para a Lua https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/04/01/lebre-e-tartaruga-na-corrida-para-a-lua/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/04/01/lebre-e-tartaruga-na-corrida-para-a-lua/#respond Mon, 01 Apr 2019 09:00:41 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2019/01/20190103_yutu2_deployed-320x213.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=8749 Na última terça-feira (26), o vice-presidente americano Mike Pence anunciou a meta de colocar astronautas dos EUA na superfície em 2024, daqui a apenas cinco anos. Em seu discurso, disse que há uma corrida, contra China e Rússia. Há mesmo?

A Rússia, coitada, não tem dinheiro para seu programa espacial, e a penúria deve aumentar ainda mais nos próximos anos, com a redução da demanda por assentos em suas cápsulas Soyuz. É carta fora do baralho.

A China, contudo, é uma outra história. Mantida afastada de projetos espaciais de cooperação internacional liderados pelos EUA (há até uma lei aprovada pelo Congresso americano que proíbe cooperação com os chineses), ela resolveu desenvolver seu próprio programa completo sozinha. E o lema é: devagar e sempre.

Desde o primeiro voo de um taikonauta (apelido dado aos tripulantes chineses), em 2003, o cronograma deles já era mais ou menos conhecido. A primeira década era para pegar o jeito do voo espacial e testar tecnologias essenciais, como caminhada espacial e acoplagem. A segunda década foi marcada pelos pequenos laboratórios científicos orbitais, como os satélites Tiangong 1 e 2, lançados em 2011 e 2016. Também foi o momento de desenvolver as naves de carga automatizadas.

A terceira década está vindo aí, e terá por base a Tiangong 3, a primeira peça de uma estação espacial multimodular (similar em porte à antiga Mir russa). E só na quarta década, ao redor de 2030, espera-se uma tentativa chinesa de pousar na Lua com astronautas. Declarações recentes de autoridades do programa dão conta de que o plano, quando isso acontecer, é construir uma estação científica próxima ao polo Sul lunar.

Com esse cronograma bastante elástico e paulatino, que está sendo cumprido rigorosamente há duas décadas, a China começou a se aproximar da Lua. Os EUA, em contrapartida, passaram esse mesmo período numa crise existencial, em que cada nova administração estabelece sua própria prioridade para a Nasa. Primeiro era a Lua, com Bush. Depois, com Obama, era asteroide e depois Marte. Agora, com Trump, é a Lua e depois Marte. E nisso os anos — e bilhões de dólares — vão passando.

Os americanos gastam muito mais dinheiro com exploração espacial que os chineses. Larga margem. E era bem difícil chamar essa situação de corrida em 2004, quando a Nasa planejava voltar à Lua até 2020 e os chineses trabalhavam com 2030. Mas agora, depois de tanta patinação de um dos lados, pode acabar virando uma. E, se os americanos não se emendarem depressa, podem muito bem perder. É a história da lebre e da tartaruga, transposta para a exploração espacial.

Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.

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Governo Trump promete colocar homem na superfície da Lua até 2024 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/03/26/governo-trump-promete-colocar-homem-na-superficie-da-lua-ate-2024/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/03/26/governo-trump-promete-colocar-homem-na-superficie-da-lua-ate-2024/#respond Tue, 26 Mar 2019 21:37:53 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2019/03/iss056e025635-320x213.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=8737 O vice-presidente americano Mike Pence fez nesta terça-feira (26) um discurso contundente, durante a quinta reunião do Conselho Nacional Espacial dos EUA, e apresentou a meta da administração Trump de colocar astronautas americanos na superfície da Lua em 2024, daqui a apenas cinco anos.

Como se não bastasse, alfinetou a Nasa, com os atrasos e estouros orçamentários com seu próximo foguete de alta capacidade: “Se nossos contratantes atuais não podem cumprir nossos objetivos, então acharemos quem possa.”

A cutucada é um recado direto ao SLS, em construção pela Boeing sob gestão direta do Centro Marshall de Voo Espacial da Nasa, em Huntsville, Alabama. Por sinal, foi em Huntsville a reunião do Conselho Nacional Espacial, que é liderado pelo vice-presidente.

“Urgência deve ser nossa palavra de alerta”, disse Pence. “Os Estados Unidos precisam permanecer os primeiros no espaço neste século assim como foi no último, não apenas para propelir nossa economia e proteger nossa nação, mas, acima de tudo, porque as regras e os valores do espaço, como qualquer grande fronteira, serão escritas por quem tem a coragem de chegar lá primeiro e assumir o compromisso de ficar.”

Mike Pence, em discurso durante a quinta reunião do Conselho Nacional Espacial. (Crédito: Nasa)

Os comentários vêm na esteira do anúncio, pelo administrador da Nasa, Jim Bridenstine, de que o primeiro voo da cápsula Orion, marcado para 2020, poderia ser feito com foguetes contratados comercialmente, em vez de pelo SLS. Na reunião desta terça, Bridenstine manifestou a confiança de que o SLS estará pronto para voar em 2020. Ele seria o único capaz de colocar a Orion numa rota translunar com um único lançamento, sem um estágio propulsor adicional para a missão. Caso a opção por foguetes comerciais seja adotada, seriam necessários dois lançamentos.

Antes deste anúncio, a meta da Nasa era mais modesta, de colocar humanos de volta na superfície lunar apenas em 2028. Com o adiantamento, o retorno histórico à superfície lunar cairia aconteceria até o fim do segundo mandato de Donald Trump, caso ele seja reeleito.

Pence afirmou que os EUA estão numa corrida espacial com China e Rússia para serem os primeiros na Lua no século 21 e destacou ainda que, para o cumprimento da meta, será preciso que a “Nasa se transforme numa agência mais magra, mais ágil e mais responsável”. Foi o que, no jargão técnico, os engenheiros chamam de chute no saco da agência espacial americana.

Como todo grande anúncio ligado ao espaço, este também é empolgante — no papel. Resta saber como isso será cumprido. Cinco anos é um prazo extremamente exíguo, considerando que, embora a cápsula capaz de levar astronautas à órbita da Lua esteja pronta para seu primeiro teste (a ser feito sem tripulação), não há ainda um módulo de pouso pronto que possa transportar gente até o solo lunar.

Pence, entretanto, evoca o sucesso do passado, sugerindo que a Nasa conseguiu em menos de 12 anos sair do nada para a Apollo 11 — missão histórica que completa meio século neste ano.

Buzz Aldrin à frente do módulo lunar da Apollo 11 em julho de 1969 — há 50 anos! (Crédito: Nasa)

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Astronomia: Um Sistema Solar, muitos mundos https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2016/10/17/astronomia-um-sistema-solar-muitos-mundos/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2016/10/17/astronomia-um-sistema-solar-muitos-mundos/#comments Mon, 17 Oct 2016 04:00:40 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2016/10/dd-imagem-180x101.jpg http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=5438 Cientistas precisarão de milhares de anos para catalogar todos os mundos ao redor do Sol.

FELIZ SISTEMA SOLAR NOVO
Apenas duas décadas atrás, parecia que o Sistema Solar havia sido completamente desvendado, salvo por pequenos objetos genéricos. Ledo engano. Hoje, temos a convicção de que ainda levará milhares de anos até que possamos catalogar todos os mundos em órbita do Sol.

EXAGERO?
Foi exatamente isso o que me disse David Gerdes, pesquisador da Universidade de Michigan, nos EUA, logo após anunciar a descoberta de mais um planeta anão nos confins do Sistema Solar. O astro é conhecido pelo código 2014 UZ224, e seus descobridores o chamam informalmente de DD: sigla inglesa para “anão distante”. Com o tempo, ele deve ganhar um nome mitológico apropriado.

PÁLIDO PONTO
Completando uma órbita a cada 1.136 anos, ele é membro do cinturão de Kuiper, do qual o mais famoso dos planetas anões, Plutão, também faz parte. A essa distância, ele não parece mais que um ponto brilhante. Seu diâmetro é grosseiramente estimado entre 400 e 1.200 km.

TIRO NO ESCURO
A descoberta foi feita com imagens da DECam, câmera do projeto Dark Energy Survey. A sondagem tinha como finalidade investigar a misteriosa energia escura, uma força que está acelerando a expansão do Universo. Mas não tardou para que os cientistas percebessem que as mesmas imagens também se prestariam a descobertas de objetos no nosso Sistema Solar.

Imagem da DECam revela a presença do planeta anão 2014 UZ224 -- só um pontinho na fotografia. (Crédito: DES)
Imagem da DECam revela a presença do planeta anão 2014 UZ224 — só um pontinho na fotografia. (Crédito: DES)

E NÃO É SÓ ISSO!
Já foram encontrados, com ela, uns 50 astros além de Netuno. E vem muito mais por aí. Diz David Gerdes: “Estou certo de que o 2014 UZ224 não será o último planeta anão a ser descoberto pela DECam”. O astrônomo espera até que as imagens possam ajudar a localizar o hipotético planeta 9, um mundo distante e maior que a Terra, previsto teoricamente no início de 2016.

NO LIMITE
“Mas mesmo um instrumento tão poderoso quanto a DECam não poderá encontrar tudo”, destaca Gerdes. “Ainda haverá mais planetas anões para descobrir daqui a centenas, talvez milhares de anos.” É o Sistema Solar nos convidando, hoje e sempre, a calçar as sandálias da humildade.

A coluna “Astronomia” é publicada às segundas-feiras, na Folha Ilustrada.

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Astronomia: Supertempestades solares salvaram a Terra de congelar, diz estudo https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2016/05/30/astronomia-supertempestades-solares-salvaram-a-terra-de-congelar-diz-estudo/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2016/05/30/astronomia-supertempestades-solares-salvaram-a-terra-de-congelar-diz-estudo/#comments Mon, 30 May 2016 05:00:57 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2016/05/faintyoung-180x101.jpg http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=4865 Supertempestades solares salvaram a Terra de se tornar um planeta congelado no passado.

SEGREDO BEM GUARDADO
A nossa Terra tem sido um ótimo abrigo para a vida nos últimos 4 bilhões de anos, recebendo exatamente a quantidade de energia do Sol necessária para manter o clima ameno. Mas esse fato intriga os cientistas. Pelo que sabemos, não era para ter sido assim.

O SOL DO PASSADO
O mistério é conhecido como o paradoxo do jovem Sol fraco e consiste no fato de que nossa estrela-mãe evolui ao longo do tempo. Há 4 bilhões de anos, ela era 30% menos brilhante do que é hoje. Ou seja, o nível de radiação que chegava à Terra era muito menor — insuficiente para mantê-la habitável, mantidas as outras condições.

QUEBRANDO O GELO
No entanto, o registro geológico sugere que água líquida fluía pela superfície terrestre já naqueles tempos. Qual o segredo? Em essência, o efeito estufa da atmosfera primitiva tinha de ser proporcionalmente mais poderoso que o atual, para compensar o nível de energia solar menor.

GASES-ESTUFA
A hipótese mais simples era que houvesse muito mais gás carbônico no ar da Terra primitiva, mas não é o que sugerem as evidências baseadas em amostras de solo antigas. Alguns cientistas tentaram apostar em amônia, que pode ser um poderoso gás-estufa, mas é instável demais para isso. Metano também não funciona. O problema parecia insolúvel. Até agora.

FRACO E FURIOSO
O grupo liderado por Vladimir Airapetian, do Centro Goddard de Voo Espacial, da Nasa, pode ter descoberto a solução. E ela envolve outra característica do Sol primitivo — o maior número de supertempestades solares naquela época.

REARRANJO
Essas enormes ejeções de partículas do Sol conseguiam penetrar o campo magnético da Terra e interagir com a atmosfera, quebrando moléculas de nitrogênio e dióxido de carbono. O resultado era a recombinação dos átomos, produzindo óxido nitroso — um supergás-estufa, capaz de manter a Terra aquecida, mesmo com a baixa radiação solar da época. Problema resolvido.

MÃOZINHA PARA A VIDA
Curiosamente, as mesmas reações também levam à produção de cianeto de hidrogênio — uma molécula precursora de outros compostos orgânicos essenciais à vida. Ou seja, além de preservar o clima ameno, as supertempestades solares do passado também podem ter ajudado na química precursora da vida.

COMO TESTAR TUDO ISSO?
Airapetian e seus colegas sugerem que vale a pena usar o Telescópio Espacial James Webb, que tem lançamento marcado para 2018, para procurar sinais de óxido nitroso e cianeto de hidrogênio em exoplanetas jovens e potencialmente similares à Terra. Talvez eles estejam neste exato momento reencenando lances importantes do passado do nosso planeta. O estudo foi publicado na “Nature Geoscience”.

A coluna “Astronomia” é publicada às segundas-feiras, na Folha Ilustrada.

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Lançamento de “Ciência Proibida” https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2015/10/16/lancamento-de-ciencia-proibida/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2015/10/16/lancamento-de-ciencia-proibida/#comments Fri, 16 Oct 2015 16:37:04 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=4126 Na próxima terça-feira (20 de outubro), farei em São Paulo o lançamento oficial do meu novo livro, “Ciência Proibida”. O encontro acontece das 19h às 22h, na FNAC da Paulista (Av. Paulista, 901).

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O livro trata basicamente de desmistificar a ciência como algo necessariamente bom, mostrando que a ética precisa caminhar de mãos dadas com ela. Para ler um dos capítulos, que versa particulamente sobre as sacanagens da indústria farmacêutica — tema na ordem do dia –, clique aqui.

Na mesma ocasião, serão lançados também outros dois livros, um do meu amigão e vizinho de ciberespaço Reinaldo José Lopes (“Deus: Como Ele Nasceu”), e outro da não menos simpática e competente Carol Castro (“Ciência Maluca”), todos eles pela Editora Abril, selo Superinteressante.

Os três livros já estão à venda nas bancas de jornal e livrarias de todo o país (inclusive em algumas delas para venda on-line), mas se você quiser um exemplar autografado — ou meramente trocar uma ideia comigo ou com alguma dessas figuras ímpares do jornalismo científico brasileiro –, o lançamento é uma boa oportunidade. Espero vocês lá!

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