Mensageiro Sideral https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br De onde viemos, onde estamos e para onde vamos Sat, 04 Dec 2021 19:09:39 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Falha tentativa israelense de realizar pouso privado na Lua https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/04/11/falha-tentativa-israelense-de-realizar-pouso-privado-na-lua/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/04/11/falha-tentativa-israelense-de-realizar-pouso-privado-na-lua/#respond Thu, 11 Apr 2019 19:43:58 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/spaceil-lua-ultima-320x213.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=8802 Terminou em fracasso, nesta quinta-feira (11), a primeira tentativa privada de realizar um pouso na Lua. O módulo Beresheet, da organização israelense SpaceIL, perdeu contato durante o procedimento de descida, a apenas 149 metros da Lua, numa falha durante a aproximação final.

Aparentemente, o motor principal falhou na fase final do pouso e se desligou, deixando o veículo em queda livre. Os engenheiros ainda conseguiram reativá-lo, mas aparentemente foi tarde demais. Ainda não está claro exatamente o que deu errado, mas é certo que a missão não foi bem-sucedida e deve ter se espatifado em solo lunar. A perda de contato aconteceu às 16h25 (de Brasília).

“Primeiro você falha, aí você tenta de novo”, disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que estava no centro de controle para acompanhar a descida. “Tivemos uma falha na espaçonave, infelizmente não conseguimos pousar com sucesso”, disse Opher Doron, gerente-geral da  Israel Aerospace Industries (IAI), a fabricante do Beresheet. “É uma realização tremenda até aqui.”

De fato, resta à equipe da SpaceIL o entusiasmo de ter tornado seu país o sétimo no mundo a orbitar a Lua com sucesso (depois de Rússia, EUA, China, Índia, Japão e os países congregados na Agência Espacial Europeia) e o quarto a tentar chegar à superfície de forma controlada — ainda que não de forma bem-sucedida.

Também foi a primeira missão privada a orbitar a Lua. Sua última imagem, obtida a 22 km de altitude, mostrava a bandeira israelense, com os dizeres “Small country, big dreams” (“país pequeno, grandes sonhos”).

Iniciada em 2011, a Beresheet nasceu quando a SpaceIL se inscreveu para disputar o Prêmio X Lunar Google, competição que oferecia US$ 20 milhões a quem conseguisse pousar na Lua com um robô, tirar fotos, e deslocar-se até 500 metros pela superfície.

Apesar dos vários concorrentes inscritos, o concurso terminou sem vencedores no ano passado. Mas a SpaceIL não desistiu de voar e continuou a desenvolver seu módulo de pouso, que tem apenas 180 kg (fora o combustível).

Lançado em 21 de fevereiro por um foguete Falcon 9, da empresa americana SpaceX, ele de início foi colocado numa órbita alongada ao redor da Terra. Usando seus próprios propulsores, foi paulatinamente alargando as voltas, até atingir uma trajetória com apogeu de 400 mil km no dia 20 de março. Com isso, em seu afastamento máximo do planeta, cruzaria a órbita da Lua.

Na última quinta (4), a nave se encontrou com o satélite natural e, ativando novamente seus propulsores por seis minutos, ajustou a velocidade para ser capturada pela gravidade lunar, numa órbita com perilúnio (ponto de aproximação máxima da superfície lunar) de 470 km. Ajustes nos dias subsequentes colocaram a Beresheet numa órbita com perilúnio de apenas 15 km — praticamente a mesma altitude de um voo de avião comercial.

A etapa final consistia em realizar uma última queima dos propulsores, durante 20 minutos, até concluir a alunissagem.

O plano era descer no Mar da Serenidade, região no hemisfério Norte lunar, com uma câmera e um medidor de campo magnético, além de uma “cápsula do tempo” com arquivos digitais contendo uma Torá, desenhos de crianças, canções, memórias de um sobrevivente do Holocausto e a bandeira nacional. Os israelenses chegaram muito perto de conseguir.

Foram investidos US$ 100 milhões no projeto, provenientes de doadores privados, e, apesar do fracasso, é improvável que este seja o ponto final da história. O módulo segue sendo aperfeiçoado e novas tentativas devem acontecer no futuro.

A ideia é desenvolver um veículo que possa realizar missões comerciais à Lua. A própria ESA (Agência Espacial Europeia) se mostrou interessada na tecnologia do Beresheet. Mas, claro, antes que isso possa acontecer, os engenheiros terão de descobrir exatamente o que deu errado.

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Israel tenta pouso na Lua nesta quinta https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/04/08/israel-tenta-pouso-na-lua-nesta-quinta/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2019/04/08/israel-tenta-pouso-na-lua-nesta-quinta/#respond Mon, 08 Apr 2019 05:00:10 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/spaceil-lua-beresheet-farside-320x213.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=8760 Na última quinta-feira (4), a espaçonave israelense Beresheet concluiu com sucesso a manobra que a colocou em órbita da Lua. O sucesso deixa a missão muito próxima de se concretizar como a primeira daquele país — e a primeira no mundo todo a ser promovida pela iniciativa privada — a pousar em nosso satélite natural.

Desenvolvida pela organização não governamental SpaceIL, a Beresheet tinha por objetivo disputar o Prêmio X Lunar Google, competição que terminou sem vencedores no começo do ano passado. O projeto prosseguiu mesmo assim e partiu da Terra em 21 de fevereiro deste ano, embarcado num foguete Falcon 9 da empresa americana SpaceX.

O pequeno módulo de pouso que, descontado o combustível, tem apenas 180 kg custou cerca de US$ 100 milhões, recolhidos por meio de doações. De início, ele foi colocado numa órbita alongada ao redor da Terra e, com seus próprios propulsores, foi paulatinamente ampliando as voltas em torno do planeta, até atingir uma trajetória com apogeu de 400 mil km no dia 20 de março. Com isso, em seu afastamento máximo do planeta, cruzaria a órbita da Lua.

Na quinta, a nave se encontrou com o satélite natural e, ativando seus propulsores por seis minutos, ajustou sua velocidade para ser capturada pela gravidade lunar, numa órbita com perilúnio de 470 km. Perilúnio, você já deve ter desconfiado, é termo que designa o ponto de máxima aproximação com a superfície da Lua.

“Após seis semanas no espaço, conseguimos superar outra etapa crítica ao entrar na gravidade lunar”, declarou Ido Anteby, líder da SpaceIL. “Ainda temos um longo caminho até o pouso lunar, mas estou convencido de que nossa equipe completará a missão para pousar a primeira espaçonave israelense na Lua, deixando-nos todos orgulhosos.”

Concepção artística do módulo Beresheet, que já está a caminho da Lua. (Crédito: SpaceIL)

A nave já mandou bonitas imagens do lado afastado da Lua (onde, por sinal, segue trabalhando o jipe robótico chinês Yutu-2, da missão Chang’e-4) e deve realizar sua tentativa de pouso na próxima quinta-feira (11), no Mar da Serenidade, localizado no hemisfério norte do lado próximo. O veículo leva câmera e um medidor de campo magnético, além de uma “cápsula do tempo” com arquivos digitais contendo uma Torá, desenhos de crianças, canções israelenses, memórias de um sobrevivente do Holocausto e a bandeira nacional.

Caso tudo dê certo, Israel deve se tornar o quarto país a realizar um pouso lunar, depois de Rússia, Estados Unidos e China. Já há discussões para a comercialização de versões desse módulo de pouso para outros países e instituições, em particular a ESA (Agência Espacial Europeia).

Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.

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China lança missão Chang’e-4 para fazer primeiro pouso no lado afastado da Lua https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2018/12/07/china-lanca-missao-change-4-para-fazer-primeiro-pouso-no-lado-afastado-da-lua/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2018/12/07/china-lanca-missao-change-4-para-fazer-primeiro-pouso-no-lado-afastado-da-lua/#respond Fri, 07 Dec 2018 19:23:03 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2018/12/lancamento-change-4-formal-320x213.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=8419 A primeira tentativa de pouso no lado afastado na Lua começou nesta sexta-feira (7), com o lançamento da missão chinesa Chang’e-4.

Como de praxe, o governo da China não transmitiu o voo do foguete Longa Marcha-3B ao vivo, mas a decolagem aconteceu às 16h23 (de Brasília, 2h23 do dia 8, hora local), partindo do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang, no sul daquele país. Uma rede de astrônomos amadores locais registrou o início da missão, e pouco menos de uma hora depois a imprensa estatal chinesa confirmou que a inserção da nave a caminho da Lua foi bem-sucedida.

Imagem transmitida por rede de astrônomos amadores registra decolagem da missão Chang’e-4, no foguete Longa Marcha-3B. (Crédito: Andrew Jones/Reprodução)

A China não apresentou uma programação exata dos próximos passos da missão, mas a expectativa de observadores ocidentais é de que o pouso só vá se dar no mês de janeiro. Quando isso acontecer, o módulo de pouso levará à cratera Van Kármán um jipe robótico similar ao Yutu, que voou à Lua com a missão Chang’e-3, em 2013, e realizou o primeiro pouso suave na superfície lunar desde 1976, data da última missão soviética robótica Luna.

Caso o pouso seja bem-sucedido, será a primeira vez que uma sonda irá operar no lado afastado lunar — a face que jamais se volta para a Terra. A fim de viabilizar a missão, os chineses lançaram em maio um satélite de telecomunicações chamado Queqiao. Ele orbita uma região além da Lua, em que a gravidade do satélite natural e do nosso planeta se compensam mutuamente. Dali, o satélite tem linha direta com a Terra e também com a superfície lunar no lado afastado, um requisito para a missão.

O glorioso jipe Yutu, que foi à Lua na missão Chang’e-3.

O lançamento histórico marca a robustez do programa lunar chinês, que prosseguirá com missões robóticas de coleta de amostras (Chang’e-5 e 6) e então planeja passar a voos tripulados, em cerca de uma década.

Em solo lunar, a Chang’e-4 deve fazer estudos geológicos, além de conter interessantes experimentos biológicos (uma “minibiosfera lunar”, com sementes de batata e Arabidopsis embarcadas) e de radioastronomia (o lado afastado lunar é o único lugar do Sistema Solar livre da interferência gerada pelas comunicações terrestres).

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EUA estimulam missões privadas à Lua https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2018/12/03/eua-estimulam-missoes-privadas-a-lua/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2018/12/03/eua-estimulam-missoes-privadas-a-lua/#respond Mon, 03 Dec 2018 04:00:33 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2018/12/clps_astrobiotic_peregrine-320x213.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=8395 A Lua vai ser o lugar mais agitado do Sistema Solar nos próximos anos. Na última quinta-feira (29), a Nasa anunciou um programa para estimular missões privadas à superfície do satélite natural. A estratégia é replicar o sucesso obtido com o envio comercial de carga e, em breve, tripulações à Estação Espacial Internacional, agora para promover missões lunares.

Nove empresas foram selecionadas, num grupo que inclui tanto gigantes da indústria aeroespacial, como a Lockheed Martin, quanto recém-chegadas ao mercado, como a Astrobotic e a Moon Express. Cada uma dessas companhias está desenvolvendo seu próprio módulo de pouso e a Nasa espera poder contratar o envio de equipamentos à superfície lunar por meio delas, com um orçamento de US$ 2,6 bilhões em dez anos. A primeira missão nesses moldes poderia já sair em 2019, embora 2020 seja mais realista.

Trata-se do primeiro movimento claro de realinhamento do programa espacial americano após a diretriz estabelecida por Donald Trump para tornar a Lua o alvo prioritário da agência espacial, em preparação para o futuro envio de astronautas.

Com a iniciativa, os EUA começam a recuperar o tempo perdido e se recolocar nesta nova corrida lunar, que tem até o momento a China como maior expoente. Por sinal, nos próximos dias deve partir a sonda Chang’e 4, que fará algo jamais antes realizado na história da exploração lunar: um pouso no lado afastado da Lua. No começo de 2019, será a vez dos indianos, com sua segunda missão científica à Lua, a Chandrayaan-2.

O projeto americano, ao despertar o poderio da iniciativa privada em torno do processo de ocupação lunar, pode tornar o jogo ainda mais interessante. Não é loucura imaginar que a partir de 2018 teremos ao menos uma tentativa de pouso lunar por ano.

Em paralelo, a Nasa projeta liderar a construção de um complexo orbital lunar para astronautas, chamado de Gateway. A previsão no momento é de que o primeiro voo tripulado ao redor da Lua possa acontecer em 2023, numa arquitetura que depende do sucesso da futura cápsula Orion e do foguete de alta capacidade SLS.

Isso, claro, sem falar no rinoceronte solto na loja de cristais: a SpaceX. A companhia de Elon Musk está desenvolvendo a Starship, uma nave de alta capacidade que poderia promover missões tripuladas à superfície da Lua a um custo muito inferior. Se ficar pronta em coisa de cinco anos, como sugere Musk, isso pode tornar a arquitetura da Nasa embaraçosamente ultrapassada. Seja como for, o futuro promete ser bem animado.

Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.

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InSight pousa com sucesso em Marte! https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2018/11/26/insight-pousa-com-sucesso-em-marte/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2018/11/26/insight-pousa-com-sucesso-em-marte/#respond Mon, 26 Nov 2018 19:56:51 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2018/11/insight-primeira-imagem-320x213.png https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=8343 A sonda InSight, da Nasa, realizou seu pouso em Marte de forma bem-sucedida nesta segunda-feira (26). A espaçonave fez a entrada pela atmosfera e desceu na região planejada, em Elysium Planitia, próximo ao equador do planeta vermelho. O sinal que confirmou o pouso bem-sucedido chegou ao controle da missão, em Pasadena, na Califórnia, às 17h52min59s (de Brasília).

Poucos minutos depois, surgiu a primeira foto, feita ainda com a tampa protetora da lente da câmera, bastante suja pela poeira levantada durante o pouso. Ela já revela as nuances do local de pouso e, como planejado, o módulo desceu numa região bastante plana, ideal para os experimentos (e mais segura para a descida).

Daí se seguiu, automaticamente, o início das operações em solo, que envolve em primeiro lugar a abertura dos painéis solares, sem os quais se torna impossível recarregar a bateria da sonda. Uma vez isso feito, ao longo de algumas horas, a InSight iniciará um registro fotográfico detalhado de seus arredores e aí cientistas e engenheiros trabalharão juntos para decidir onde, no solo, instalar o sismômetro e a perfuratriz embarcados na sonda — um processo que levará seis meses ao todo.

O custo total do projeto é de US$ 829 milhões e, se tudo correr bem, a InSight deve operar por pelo menos dois anos na superfície de Marte.

Este é o quinto pouso seguido bem-sucedido da Nasa no planeta vermelho. A última falha foi em 1999, com a Mars Polar Lander. Desde então, desceram à superfície os jipes Spirit e Opportunity (2004), a sonda Phoenix (2008) e o jipe Curiosity (2012). A agência espacial americana segue sendo a única organização até hoje a promover missões de solo bem-sucedidas por lá. E, com o sucesso, agora finalmente temos um empate entre missões de pouso marcianas bem-sucedidas e fracassadas (promovidas por todos os países): de 16 tentativas, 8 deram certo.

O gerente de projeto da InSight, Tom Hoffman, aponta para rocha visível na primeira imagem produzida pela sonda no solo de Marte. (Crédito: AP/Al Seib/Los Angeles Times)

“Hoje, pousamos com sucesso em Marte pela oitava vez na história humana”, declarou Jim Bridenstine, administrador da Nasa. “A InSight estudará o interior de Marte e irá nos trazer ciência valiosa conforme nos preparamos para mandar astronautas para a Lua e depois para Marte. Esta realização representa a engenhosidade dos EUA e de nossos parceiros internacionais, e serve como um testamento da dedicação e perseverança de nossa equipe. O melhor para a Nasa ainda está por vir, e virá em breve.”

Também viajaram com a InSight duas miniespaçonaves, chamadas de MarCO-A e B. Eles são o que os engenheiros chamam de cubesats, satélites do tamanho de caixas de sapato desenvolvidos a um baixo custo, mas com ambições cada vez maiores. A função dos dois MarCOs foi acompanhar o pouso da InSight e eles conseguiram, retransmitindo os dados colhidos para a Terra. Eles agora seguirão em órbita ao redor do Sol, se afastando de Marte, tendo cumprido a importante tarefa de validar o uso dessas tecnologias miniaturizadas em missões interplanetárias. (A missão privada brasileira Garatéa-L, que voará para a Lua em 2022, também será um cubesat, do mesmo tamanho das MarCOs.)

O pouso da InSight também foi acompanhado diretamente pelas antenas da Deep Space Network, da Nasa, além das orbitadoras Mars Odyssey e Mars Reconnaissance Orbiter, nos arredores de Marte. O MRO, por sinal, clicou uma foto durante a descida. Se o apontamento foi preciso, ele deve ter registrado a cápsula da InSight com o paraquedas aberto, a caminho do chão.

A missão consiste em um módulo de pouso estacionário que colocará diversos instrumentos na superfície de Marte. Um sismômetro medirá “martemotos” — terremotos marcianos — e com isso será capaz de investigar a estrutura interna do planeta vermelho.

Uma perfuratriz fará uma penetração a até 5 metros de profundidade para medir quanto calor ainda flui do interior de Marte para a superfície. Câmeras ajudarão a medir oscilações no eixo de rotação marciano ao longo de sua órbita em torno do Sol.

Por fim, uma estação meteorológica medirá ventos e temperatura na atmosfera marciana no local de pouso.

O objetivo é usar os terremotos como sinais para a realização de uma “radiografia” do planeta, o que permitirá descobrir o que há em seu interior. São dados fundamentais para entender porque o planeta vermelho teve um destino bem diferente da Terra, embora tenha começado muito parecido, e também a estimar a quantidade de calor ainda existente em seu interior, que pode ou não ser capaz de manter ambientes habitáveis para microrganismos no subsolo.

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Pousar em Marte nunca é fácil; hoje tem mais uma tentativa, com a InSight https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2018/11/26/pousar-em-marte-nunca-e-facil-hoje-tem-mais-uma-tentativa-com-a-insight/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2018/11/26/pousar-em-marte-nunca-e-facil-hoje-tem-mais-uma-tentativa-com-a-insight/#respond Mon, 26 Nov 2018 04:00:18 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/insight-320x213.jpg https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=8332 Teremos o privilégio nesta segunda-feira (26) de testemunhar mais um pouso em Marte. É quando chegará à superfície a sonda InSight, destinada a investigar a estrutura interna do planeta vermelho. Este é um fato tão certo quanto o nascer do Sol, pois é ditado pelas mesmas leis da física. Incerto é se a sonda chegará sã e salva ou se irá se espatifar contra a superfície. Como em todos os pousos marcianos, não há garantia de sucesso — mesmo quando se trata de tecnologia já testada.

A missão (sobre a qual você pode ler mais aqui) usará o mesmo método de descida adotado pela Phoenix, sonda da Nasa que pousou próximo ao polo Norte marciano em 2008. Primeiro abrem-se os paraquedas, depois ejeta-se o escudo térmico e o toque suave na superfície se dá controlado por propulsores. Naquela ocasião, funcionou.

Porém, não custa lembrar também que uma tentativa anterior de usar a mesmíssima técnica fracassou uma década antes, em 1999, com a Mars Polar Lander, sonda destinada às proximidades do polo Sul. Uma investigação sugeriu que os propulsores se desligaram cedo demais, e a nave despencou violentamente no chão.

Esse, por sinal, foi o mesmo destino da última tentativa por qualquer país de pouso em Marte, ocorrida em 2016, com o módulo russo-europeu Schiaparelli. Ele estava destinado a descer em Meridiani Planum, 2 graus ao sul do equador, mas uma falha de software o impediu de executar com sucesso todas as etapas do pouso.

Se você é supersticioso, folgue em saber que a InSight está a caminho do hemisfério Norte, como a imensa maioria das sondas bem-sucedidas a visitar a superfície marciana. Se você não é, saiba que há um bom motivo para privilegiar as regiões boreais; é lá que residem os terrenos mais baixos e menos acidentados do planeta. Tendo mais distância até a descida, há mais atmosfera para que os paraquedas façam seu serviço a contento. O que ajuda, mas também não garante nada. Das 15 tentativas já empreendidas desde 1971 de pousar em Marte, 7 deram certo.

Não estou querendo secar a missão, óbvio. É apenas para ressaltar que pousar em outro planeta, não importa quantas vezes tenha sido feito antes, segue sendo difícil e sempre exige alguma dose de sorte. (Se a sonda calhar de descer sobre um rochedo pontiagudo, mesmo que tudo funcione, pode fracassar.)

Portanto, considere-se um privilegiado por acompanhar mais este emocionante lance da exploração espacial. E torçamos por uma descida bem-sucedida para a InSight. Acompanhe ao vivo neste espaço, a partir das 17h30!

Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.

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SpaceX lança satélite-espião e gera imagens incríveis, em tempo real, do pouso do foguete! https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2017/05/01/spacex-lanca-satelite-espiao-e-gera-imagens-incriveis-em-tempo-real-do-pouso-do-foguete/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2017/05/01/spacex-lanca-satelite-espiao-e-gera-imagens-incriveis-em-tempo-real-do-pouso-do-foguete/#comments Mon, 01 May 2017 12:18:37 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2017/05/pouso-nrol-76-2-180x92.jpg http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=6308 Após interromper a contagem regressiva a 52 segundos da decolagem no domingo (30), por conta de uma leitura anômala num dos sensores do foguete Falcon 9, a empresa SpaceX promoveu nesta segunda-feira, às 8h15 (de Brasília), seu primeiro lançamento para o Departamento de Defesa dos EUA, quebrando o monopólio da empresa ULA (United Launch Alliance, uma joint-venture da Boeing e da Lockheed Martin).

A decolagem foi feita da plataforma 39A, no Centro Espacial Kennedy, da Nasa — histórico sítio de onde partiram as missões lunares Apollo e muitos dos voos dos ônibus espaciais.

A missão, designada apenas como NROL-76, pertence ao Escritório de Reconhecimento Nacional (National Reconnaissance Office), e tanto a função como o design do satélite, assim como sua órbita, são secretos. Por conta disso, a SpaceX não pôde sequer instalar câmeras no segundo estágio do foguete, nem transmitir o voo até a inserção orbital.

Foi contudo a melhor oportunidade para acompanhar o retorno à Terra do primeiro estágio do foguete, que aconteceu na zona de pouso 1 da SpaceX, em Cabo Canaveral. Ao contrário de outros lançamentos da empresa, essa recuperação não se deu numa balsa no oceano, o que permitiu acompanhar, de diversos ângulos e sem interrupções, toda a trajetória do foguete de volta ao solo.

Imagens transmitidas ao vivo do pouso do primeiro estágio, a 1 km do chão (Crédito: SpaceX)

A decisão de lançar nesta segunda-feira foi apertada, segundo Elon Musk, dono e projetista-chefe da SpaceX. “Decisão difícil, pois as mudanças de vento de alta altitude estavam a 98,6% do limite teórico de carga [do foguete]”, escreveu no Twitter. “Lançamento e pouso do satélite-espião do NRO foi bem.”

Com o novo sucesso, sobe para 10 o número de primeiros estágios recuperados pela SpaceX — um deles duas vezes, depois de realizar dois lançamentos distintos, separados por cerca de um ano. A ideia da empresa é que o reuso reduza fortemente o custo dos lançamentos espaciais. Um voo do Falcon 9 em modo “descartável” custa hoje US$ 62 milhões. Mas a empresa já oferece um desconto de cerca de 40% a quem queira fazer um lançamento em modo “recuperável”  (com retorno do primeiro estágio) e com um primeiro estágio usado (ou “testado em voo”, no jargão da companhia).

Segundo Musk, a versão final do primeiro estágio do Falcon 9, com pequenas atualizações, poderá fazer até 10 voos seguidos sem manutenção, só com reabastecimento, e até 100 voos ou mais com pequenas trocas de peças. O plano de longo prazo é reduzir a um centésimo o custo do voo espacial — tarefa necessária, ainda de acordo com Musk, para que a humanidade possa um dia estabelecer uma colônia em Marte.

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RIP: Espaçonave da Nasa fotografa local do impacto do Schiaparelli em Marte https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2016/10/21/rip-espaconave-da-nasa-fotografa-local-do-impacto-do-schiaparelli/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2016/10/21/rip-espaconave-da-nasa-fotografa-local-do-impacto-do-schiaparelli/#comments Fri, 21 Oct 2016 17:24:23 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2016/10/MRO_image_of_Schiaparelli_after-180x124.jpg http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=5500 A imagem fala por si mesma. Dois pontos que não existiam antes em Marte agora estão lá. Um, mais claro, parece ser um para-quedas. O outro, escuro, a um quilômetro de onde caiu o para-quedas, é o local de pouso do Schiaparelli. Só que a mancha escura tem tamanho de 15 x 40 metros. Ou seja, é sinal de uma colisão das brabas. Descanse em paz, Schiaparelli.

O registro foi colhido pela câmera de baixa resolução da sonda americana Mars Reconnaissance Orbiter, a CTX. Fazia sentido começar por essa câmera porque ela tem um campo de visão que permitiria confirmar com alguma precisão o local de pouso, antes de tentar usar o olhar mais afiado, mas com campo mais estreito, da câmera HiRISE. Se tudo tivesse corrido bem, o Schiaparelli não apareceria na imagem, mas o para-quedas sim.

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O “antes” e “depois” do Schiaparelli em Marte, pela MRO (Crédito: Nasa)

Agora, sabendo exatamente para onde olhar, o plano é que a Mars Reconnaissance Orbiter volte a sobrevoar a região de Meridiani Planum em mais alguns dias e então use a HiRISE para revelar com mais detalhes o que restou do Schiaparelli. Mas um quadro do que foi a tentativa de pouso — a essa altura inequivocamente fracassada — já começa a se formar.

O tamanho da mancha indica que foi uma queda livre significativa, entre 2 e 4 km acima do solo, segundo a ESA (Agência Espacial Europeia). A descida descontrolada deve ter começado logo após a liberação do para-quedas. Os retropropulsores se acionaram por quatro segundos e depois desligaram — a razão para isso ainda é desconhecida. Mas o corte prematuro da propulsão naturalmente levou a sonda a seguir seu caminho atmosfera abaixo atraída apenas pela gravidade.

O impacto deve ter acontecido a mais de 300 km/h (o que bate muito perto com uma conta de verso de envelope que o Mensageiro Sideral havia feito junto com o astrônomo Cássio Barbosa no dia do pouso, depois que começaram a circular os rumores de que a coisa pegou o caminho errado depois do desprendimento dos para-quedas. Havíamos projetado a velocidade de chegada ao solo em 400 km/h).

A imagem em contexto, com a elipse de probabilidade de pouso, o recorte da imagem da MRO e o destaque revelando os novos traços no chão. (Crédito: Nasa)
A imagem em contexto, com a elipse de probabilidade de pouso, o recorte da imagem da MRO e o destaque revelando os novos traços no chão. (Crédito: Nasa)

Não bastasse o impacto violentíssimo, precisamos lembrar que os propulsores só queimaram por quatro segundos, dos mais de 30 esperados, o que significa que o Schiaparelli ainda devia estar cheio de combustível. A mancha escura provavelmente é resultado de uma explosão após o toque com o solo, revirando e calcinando o material da superfície.

As análises continuam para descobrir o que levou ao fracasso e corrigi-lo para a próxima tentativa. Mas, ao menos por ora, a Nasa segue soberana como a única entidade que conseguiu realizar pousos bem-sucedidos em Marte.

E, se quiser ver como o foi o drama ao vivo, o Mensageiro Sideral transmitiu, com comentários do engenheiro Lucas Fonseca e do astrônomo Cássio Barbosa. Confiraí.

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Schiaparelli: foi bom enquanto durou https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2016/10/20/schiaparelli-foi-bom-enquanto-durou/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2016/10/20/schiaparelli-foi-bom-enquanto-durou/#comments Thu, 20 Oct 2016 09:21:18 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2016/10/IMG_0182-180x101.jpg http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=5485 Um quadro inevitavelmente pessimista sobre o resultado do pouso do módulo Schiaparelli foi pintado na entrevista coletiva promovida pela ESA (Agência Espacial Europeia) na manhã desta quinta-feira (20). Os engenheiros ainda hesitam em confirmar que o veículo não sobreviveu à descida até a superfície de Marte. Fato é que ele interrompeu contato antes de chegar ao chão e não se ouviu nada dele com as espaçonaves que sobrevoaram a região do pouso desde então.

No dia anterior, por volta de 12h42, enquanto sua nave-mãe, o Trace Gas Orbiter, disparava seu motor principal para se inserir com sucesso em órbita marciana, o Schiaparelli adentrou, conforme o previsto, a atmosfera do planeta vermelho. Viajando a 21 mil km/h, ele iniciou sua furiosa descida rumo à superfície.

O escudo térmico responsável por proteger o módulo do atrito com o ar desempenhou seu papel, e então os para-quedas foram abertos. A descida prosseguiu de acordo com as expectativas e a nave foi freada até modestos 250 km/h. E então o para-quedas se desprendeu do veículo — e foi aí que os dados de telemetria começaram a divergir das previsões. O próximo passo no procedimento de descida, a menos de um minuto do toque no solo, era o acionamento dos retropropulsores.

E a telemetria recebida confirma que eles foram ativados — por quatro segundos, pelo menos. E então as comunicações com o Schiaparelli foram interrompidas. Como para baixo todo santo ajuda, é certo que ele chegou à superfície — em que estado de conservação, não se sabe.

E é isso que temos.

Cerca de 600 megabytes de dados transmitidos pela sonda durante a descida foram recebidos e ajudarão os engenheiros a reconstruir o cenário do pouso. E, como se tratava essencialmente de um teste tecnológico, o fato de a telemetria até o ponto da perda de contato ter sido recuperada foi comemorado como um sucesso importante.

Claro que os jornalistas presentes não compraram essa versão, chegando a irritar Jan Wörner, o diretor-geral da ESA. “Eu não entendo isso. O orbitador funcionou perfeitamente. O módulo de pouso era um teste. Temos os dados dele. É um sucesso, não há dúvida.”

De fato, para pelo menos um dos instrumentos científicos embarcados no Schiaparelli, isso pode ser verdade — chamado AMELIA, ele ia operar basicamente durante a descida (usando os sensores de engenharia), e suas medições devem ter sido recebidas antes da falha de comunicação.

Mas óbvio que a história toda deixou um gosto de guarda-chuva na boca.

A análise detalhada da telemetria recebida será feita ao longo das próximas semanas e traz, ao menos, o reconforto de que os problemas do pouso serão identificados. “Tenho convicção de que poderemos entender exatamente o que aconteceu”, disse Andrea Accomazzo, diretor da Divisão de Missões Solares e Planetárias da ESA, ressaltando que a análise preliminar não permite nem mesmo estimar em que estado — ou em que velocidade — o Schiaparelli chegou ao solo.

Novas tentativas de comunicação serão feitas nos próximos dias, e discute-se inclusive a possibilidade de enviar um comando às cegas para o Schiaparelli, para que ele reinicialize seu sistema de transmissão (algo que, no planejamento original, não seria necessário), numa esperança de fazê-lo voltar à vida, caso exista algo ali que ainda funcione.

Em paralelo, o orbitador americano Mars Reconnaissance Orbiter, com sua câmera de alta resolução HiRISE, deve tirar uma foto da região de pouso nos próximos dias, para tentar encontrar o módulo na superfície e determinar seu destino final.

De resto, Jan Wörner tem pela frente a desconfortável tarefa de solicitar aos países-membros da ESA, em dezembro agora, verba extra, cerca de 300 milhões de euros, para bancar estouros de orçamento do jipe ExoMars 2020. Isso sem a demonstração cabal de que a agência tem o que precisa, em termos tecnológicos, para levar um veículo ao solo marciano em segurança.

Confira abaixo a transmissão ao vivo do pouso do Schiaparelli — com todas as angústias que ela envolveu — e uma rica discussão sobre o potencial científico representado pelo sucesso da inserção orbital do Trace Gas Orbiter, na busca por evidências de vida, passada ou presente, em Marte. Com sucessos e alguns contratempos, a missão ExoMars 2016 está em operação!

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AO VIVO: Pouso do módulo Schiaparelli em Marte https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2016/10/19/ao-vivo-pouso-do-modulo-schiaparelli-em-marte/ https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2016/10/19/ao-vivo-pouso-do-modulo-schiaparelli-em-marte/#comments Wed, 19 Oct 2016 11:41:20 +0000 https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/files/2016/10/Schiaparelli_landing-180x101.jpg http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/?p=5463 Nesta quarta-feira (19), russos e europeus tentam conduzir seu primeiro pouso bem-sucedido em Marte, fazendo descer o módulo não-tripulado Schiaparelli à superfície do planeta vermelho. Ele é parte da missão ExoMars 2016, que também envolve, simultaneamente, a colocação em órbita marciana de uma sonda chamada Trace Gas Orbiter. Seu principal objetivo é encontrar evidências concretas de vida — pregressa ou presente — no mundo vizinho. Acompanhe ao vivo a transmissão do Mensageiro Sideral, com imagens direto do centro de controle da Agência Espacial Europeia, em Darmstadt, na Alemanha, e comentários do engenheiro aeroespacial Lucas Fonseca e o astrônomo Cássio Barbosa.

Uma reportagem detalhada sobre os planos da ExoMars e suas implicações científicas pode ser encontrada aqui. Confira logo abaixo o cronograma dos eventos desta quarta.

11h04 – O orbitador TGO dispara seu motor para iniciar a entrada em órbita de Marte. A queima está programada para durar 147 minutos.

11h27 – Já ativado, o módulo Schiaparelli começa a transmitir dados de telemetria, ainda no espaço, em trajetória balística na direção de Marte.

12h42 – O Schiaparelli entra na atmosfera marciana, a uma altitude de 121 km e uma velocidade de 21 mil km/h.

12h43 – Escudo térmico absorve calor do atrito com a atmosfera, freando lentamente a cápsula.

12h45 – Para-quedas se abre, a uma altitude de 11 km, ainda em voo supersônico (velocidade de 1.700 km/h).

12h46 – Escudo térmico se desprende, a uma altitude de 7 km, numa descida agora a 320 km/h.

12h47 – Para-quedas e proteção superior do módulo se soltam e ficam para trás, a 1,3 km do solo marciano. Apenas um instante depois, os retropropulsores de pouso se ativam.

12h47 – A dois metros do solo, os propulsores se desligam, e o Schiaparelli vai em queda livre na direção do solo. Impacto estimado a uma velocidade de 10 km/h. O fundo amassável do módulo amortece a queda.

O pouso se dará na região de Meridiani Planum, em Marte (veja abaixo a elipse de 100 km – 15 km que determina o local estimado de descida).

13h31 – Inserção orbital do Trace Gas Orbiter é concluída, com o desligamento dos motores e o estabelecimento de uma órbita elíptica ao redor de Marte.

A distância atual entre Terra e Marte é de 9min45s, de modo que a confirmação de todos esses eventos por telemetria se dará aproximadamente dez minutos depois de sua ocorrência nas imediações marcianas. O procedimento, portanto, é realizado de forma automática, sem intervenção dos técnicos e engenheiros em solo.

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