Astrônomos estudam planeta infernal
Um quarteto de cientistas europeus fez a primeira possível detecção de vulcanismo num planeta fora do Sistema Solar. E é um mundo da classe das superterras — provavelmente rochoso como o nosso, mas ligeiramente maior. Trata-se de um ambiente infernal, que faz lugares como Vênus parecerem colônias de férias.
É mais uma daquelas pesquisas que dá o tom do que podemos esperar nos próximos anos no estudo dos exoplanetas. A descoberta foi feita com o telescópio espacial Spitzer, da Nasa, plataforma dedicada a realizar observações em infravermelho. Os astrônomos estavam especialmente interessados no sistema planetário da estrela 55 Cancri — um dos mais fascinantes que já descobrimos até agora.
Ela é uma anã amarela, como o Sol, a meros 40 anos-luz de distância, na constelação de Câncer. São cinco planetas conhecidos. O mais interno, 55 Cancri e, é o único deles que passa periodicamente à frente de sua estrela-mãe, com relação a observadores por essas bandas.
Agora, imagine um planeta que completa uma volta em torno de sua estrela em 18 horas. Ou seja, ele circunda seu sol — que tem basicamente o mesmo tamanho do nosso — em menos tempo que a Terra leva para dar uma volta em torno de si mesma! Na prática, isso quer dizer que ele orbita absurdamente perto de seu astro central e, portanto, é absurdamente quente.
Os trânsitos periódicos à frente da estrela permitiram estimar seu tamanho: ele tem cerca de duas vezes o diâmetro da Terra. Sua massa, por sua vez, foi revelada pela detecção do suave bamboleio gravitacional que ele provoca em sua estrela-mãe conforme ele gira em torno dela. 55 Cancri e tem aproximadamente oito vezes a massa terrestre.
O mais interessante, contudo, foi detectar uma incrível variação de temperatura em apenas dois anos, estimada pelo nível de radiação infravermelha vinda do planeta e detectada pelo Spitzer. Entre 2012 e 2013, o lado diurno de 55 Cancri e parece ter ido de 1.000 graus Celsius para 2.700 graus Celsius!
“Vimos uma mudança de 300% no sinal vindo desse planeta, e é a primeira vez que vemos esse nível enorme de variabilidade num exoplaneta”, disse em nota Brice-Olivier Demory, astrônomo do Laboratório Cavendish, na Universidade de Cambridge, e primeiro autor do trabalho, publicado no periódico “Monthly Notices of the Royal Astronomical Society”.
O QUE ESTAMOS VENDO?
O grande mistério é como explicar essa incrível variação no monitoramento de 55 Cancri e. Os cientistas, cá para nós, não sabem com certeza do que se trata, mas isso não os impede de apresentar a hipótese que julgam mais provável. “Embora não possamos estar inteiramente certos, pensamos que uma explicação provável para essa variabilidade seja a de que atividade superficial de larga escala, possivelmente vulcanismo, esteja ejetando volumes consideráveis de gás e poeira, que algumas vezes acobertam a emissão térmica do planeta, de forma que não seja visível da Terra”, diz Demory.
Ou seja, o planeta seria um inferno vulcânico ultraquente, com sua superfície provavelmente parcial ou totalmente derretida, mas vez por outra essas erupções geram tanta poeira que ela encobre o planeta e não permite que o calor (infravermelho) emitido por ele vaze para o espaço. Com menos radiação vazando para fora, teríamos a medição equivalente à dos 1.000 graus. Quando a poeira sai da frente e o calor vaza por inteiro, detectamos os 2.700 graus.
É uma possibilidade, não? O que mais me empolga, no entanto, é a simples perspectiva aberta por estudos como esse — estamos começando a dar “cara” a todos esses planetas descobertos. E o sistema 55 Cancri em particular parece ter uma cara bem interessante até agora. Como eu disse antes, ele tem cinco planetas conhecidos.
O que foi objeto desse estudo é o 55 Cancri e, o mais interno. Depois dele, temos o 55 Cancri b, que é basicamente um Júpiter quente — com 82% da massa do nosso Júpiter, ele completa uma volta em torno de sua estrela-mãe em apenas 14,6 dias terrestres. O terceiro planeta, 55 Cancri c, tem cerca de 17% da massa de Júpiter — ou pouco mais de três vezes a massa do nosso Netuno — e completa uma volta a cada 44,3 dias.
Chegamos então ao meu favorito, 55 Cancri f, que é basicamente uma réplica de 55 Cancri c, com 16% da massa de Júpiter, mas um aspecto especial: ele passa boa parte de sua órbita, mas não toda, na chamada zona habitável do sistema — região em torno da estrela em que o nível de radiação é ideal para a manutenção de água em estado líquido numa superfície planetária. O curioso é que ele tem uma órbita relativamente achatada, que completa em 260 dias, então durante metade de seu ano ele está na zona habitável, e na outra metade ele está mais para dentro do sistema.
Pelo porte, o planeta em si deve ser um gigante gasoso, inabitável, mas se tem uma coisa que vemos com frequência nos gigantes gasosos do Sistema Solar são luas. Será que 55 Cancri f não tem luas? E, tendo-as, será que alguma delas pode ser habitável? Deixo essa por conta da sua imaginação.
Para completar a festa, ainda temos 55 Cancri d, um monstrengo com quase quatro vezes a massa de Júpiter e que tem uma órbita praticamente igual à do nosso Júpiter (14 anos lá, 12 anos aqui). É um dos raros casos conhecidos de planetas com período tão grande quanto o dos nossos gigantes gasosos locais.
Talvez o leitor tenha a curiosidade de saber por que diabos as letras designadas aos planetas estão fora de ordem, com relação às suas órbitas. Bem, os mundos são nomeados conforme a ordem de descoberta, então você pode saber que o b foi o primeiro (1996) e o f foi o último (2005).
E NÃO É SÓ ISSO!
Além de tudo, 55 Cancri é um sistema binário. A estrela A é a anã amarela, e em torno dela numa órbita distante, há uma anã vermelha, designada 55 Cancri B (como você também pode ter reparado, os astrônomos usam letras maiúsculas para designar estrelas, e minúsculas para planetas). Então temos, no mesmo pacote, a meros 40 anos-luz de distância, dois sóis, uma superterra provavelmente cheia de vulcanismo numa órbita suicida, um Júpiter quente, um gigante gasoso com possíveis luas habitáveis e um análogo de Júpiter numa órbita longa. Você me perdoa por eu achar isso absolutamente apaixonante?
Ao que tudo indica, esse sistema estelar é mais velho que o Sol — tem por baixo 7 bilhões de anos — e parece ter um conteúdo de elementos pesados bem maior que a média solar. Isso talvez explique a presença de planetas tão mais parrudos que os nossos, e em muitos casos em órbitas absurdamente curtas. Talvez não. E esse é o motivo da minha empolgação: estamos, pouco a pouco, abrindo a caixa-preta dos exoplanetas. E vai saber o que encontraremos lá fora nos próximos anos?
Uma coisa é certa: temos todos de esperar o inesperado. E, pelo sim, pelo não, 55 Cancri foi um dos poucos astros que já recebeu uma transmissão direcionada da Terra numa tentativa de comunicação com uma possível civilização daquele sistema. O sinal, ironicamente, foi enviado de um radiotelescópio na Crimeia, região da Terra em que atualmente nem quem mora lá consegue se entender direito. Mas não tema que a transmissão, ainda que recebida e decodificada, possa precipitar uma invasão alienígena tão já. Ela partiu em 2003, mas, viajando à velocidade da luz, só vai chegar a 55 Cancri em 2044.
Lembrei-me do planeta Crematória, no filme Riddick de 2004. 😛
Isto faz-me lembrar duas coisas, Caro Salvador.
Primeiro, que a vida como a conhecemos, seria impossível. Mas quem sabe abrigue, criaturas realmente alienígenas; bizarras. O que me faz lembra de Star Trek: a Horta, lembra-se? The Devil in the dark? Ou os Melkot de Spectre of the Gun? Quanto às luas de planetas gigantes, que tal Pandora? Abraços.
Lembro-me, mas tenho dúvidas de que exista vida muito diferente da que conhecemos…
É isso que me intriga e ao mesmo tempo me fascina: podemos, tendo apenas um parâmetro – o terrestre – definir o que é vida? Sei que há hipóteses baseadas, não no carbono, e sim no silício e no germânio. Até Carl disse que existia no chauvinismo do carbono, mas e “if”…?
O problema com o silício e com o germânio são dois:
1 – não são tão abundantes quanto o carbono;
2 – assim como todos os outros elementos, não possuem a mesma capacidade e facilidade de formar compostos como o carbono. Como disse uma vez o Salvador Nogueira dos EUA, Neil deGrasse Tyson, na verdade existe uma variedade maior, mas muito maior de moléculas conhecidas com base em carbono do que sem!
Bizarrices sem fim induzidas na mente de incautos por seriados de ficcção científica da TV…meu DEUS e tem gente que me critica por ler a BÍBLIA e seus maravilhosos ensinamentos!!!! Dai-me paciência!!!!!
É. A Bíblia é bem realista. Não tem nenhum elemento fantástico nas histórias que ela narra. Boa! GONG!
As maravilhosas escritas Bíblicas são parábolas de FATOS que realmente OCORRERAM num passado distante, num tempo em que os seres humanos tiveram a honra de conviver com Aquele que foi enviado por DEUS para tirar a Humanidade das trevas.
Não existe comparação com essas ridículas peças televisivas que saíram da cabeça de um dependente químico e escritas em algum botequim imundo…
Espero que tenha tido um bom aproveitamento pro “maravilhoso ensinamento” bíblico sobre as dimensões dos pênis dos egípcios, de como eles pareciam com de jumentos.
Bizarro mesmo, mas como a sabedoria popular diz, gosto não se discute…
Apolinário, ninguém te critica por ler a Bíblia… Só acho estranho você achar que o que está ali está escrito explica o universo como ele é e que outras explicações são erradas.
É como sair do cinema acreditando que o Super-Homem vai passar voando na rua…
Tenho uma curiosidade.
Qual seria a temperatura desse planeta tão próximo do seu sol no lado escuro? Já que ele está numa trava gravitacional será que essa temperatura de mais 2000ºC no lado dia,não deixaria (influenciaria)o lado noite uma temperatura mais agradável para a a vida?
Se ele for mesmo um mundo vulcânico infernal, como a pesquisa sugere, o lado escuro não deve ser nenhuma maravilha, embora, claro, menos inóspitos que o lado iluminado.
Salvador, me tire uma dúvida, por favor.
Se temos uma ferramenta tão poderosa como o Hubble, e o 55Cancri está tão próximo, não seria possível obter imagens em altíssima resolução do que acontece por lá? O que impede que o Hubble (ou outro super telescópio) tire fotos de lá? Forte abraço
A diferença entre a luz da estrela e a dos planetas é tão abissal que um telescópio como o Hubble não consegue captar a luz dos planetas. É meio como tentar fotografar um vagalume enquanto ele passa na frente de um holofote a 20 km de distância. Abraço!
Prezado Salvador, tem uma coisa que não consigo entender.
O que mantém os planetas em volta das estrelas é a gravidade (eles chegaram em uma velocidade x e quando são pegos pela gravidade acabam circulando a estrela por causa da inércia), certo?
Então, por que os maiores planetas não são os mais próximos da estrela?
Afinal, a gravidade desses planetas é maior do que a dos planetas menores (por exemplo: a gravidade da terra e, portanto, a atração que ela exerce sobre o sol é menor do que a de Jupiter. Mas, mesmo assim, ele está mais distante do sol do que nós)?
A massa dos planetas normalmente é irrisória se comparada à da estrela principal. Além disso, nas regiões mais afastadas do sistema o disco de poeira gira mais devagar e há mais material disponível — grande quantidade de gás e gelo, indisponível nas regiões mais internas –, então por isso os planetas maiores tendem a se formar mais longe, e os menores mais perto.
Salvador, você assistiu o filme Battleship? O filme é mediano, mas a historia acontece devido a uma transmissão que fazemos para outro sistema solar.
Vi sim. Mas acho improvável que alguém queira o nosso planeta, já ocupado, diante de tantos que há por aí… lembrando que é improvável que as condições ideais para formas de vida que evoluíram na Terra sejam ideais para formas de vida que evoluíram em outros planetas. Ou seja, a noção paradisíaca que temos da Terra é enviesada por nossa própria evolução, moldada pelo ambiente terrestre.
tipo , a água para nós seria como NH3 para outro tipo de espécie de vida tão ou mais evoluída quanto a nossa.
Também não acredito, pois acho que todos os elementos encontrados no nosso planeta, devem ser facilmente encontrados em outros planetas por ai.
Boa Tarde
Salvador
Texto maravilhoso esse em!Sobre o 55 Cancri f,qual seria a temperatura média que ele alcançaria em seu periélio(que é mais próximo que o de Vênus aqui) e em seu afélio(que pelo modelo que vi na internet é idêntico ao terrestre).Eu chutaria 20 C° no afélio e 55 C° no periélio,isso supondo que ele possua uma capa atmosférica idêntica a terrestre né 🙂 .Posso estar sonhando demais,mas acho que existe uma lua tipo Pandora ali.Abrçs.
Victor, difícil fazer essa conta. Depende da modelagem atmosférica que você usa, e ainda estamos para ver luas com um tamanho comparável ao da Terra. Abraço!
Verdade ainda não vimos lua com tamanho comparável ao terrestre,mas quem sabe não nos surpreendemos como foi com as super terras 🙂 .Sobre o chute da temperatura,tomei como base a temperatura que Vênus teria se possuísse uma capa atmosférica igual a nossa e também a média da Terra,pois esta estrela tem quase o mesmo tamanho do Sol não é verdade?Foi só um chute mesmo,to bem longe dos modelos de calculo matemático,pois ate hoje tenho pesadelos de Caculo 1 e Calculo 2 nos tempos de faculdade :),melhor esperar os astrônomos calcularem.Abrçs.
Realmente fascinante! Salvador, também estive pensando, como o sistema de 55 Cancri nos ajuda a elaborar uma teoria de formação planetária? Lembro de um post seu sobre isso e sobre toda a polêmica. Então, como esse sistema “parrudo” se encaixa no debate? Vlw.
Leandro, esse sistema pode ser visto pelos dois ângulos do debate: ele pode representar um exemplo em que há muita massa distribuída no interior do sistema (o que sugere que nosso sistema é atípico) ou pode representar um exemplo em que planetas gigantes migram para dentro e acabam atirando planetas rochosos na sua estrela (caso em que nosso sistema voltaria a ser típico em termos de sua formação). Abraço!
Salvador, boa tarde. Ótimo texto.
Desculpe-me a ignorância sobre o tema, mas sempre tive uma dúvida sobre os Gigantes Gasosos e o fato de não serem habitáveis.
Como seria o interior do planeta? Digo, eles não possuem superfície ou é a composição de gases no interior é que não permitem a habitação e a formação de vida (na teoria obviamente, pois estou considerando outros fatores essenciais para a vida? Ou os dois?
Ficaria grato se você me ajudasse a entender. Grande abraço.
Fábio, eles são imensas bolas de gás com um núcleo rochoso no meio. A “superfície”, por assim dizer, é gasosa, e conforme você vai descendo a pressão crescente liquefaz a atmosfera — principalmente composta por hidrogênio. Então você pode imaginar que um gigante gasoso é gasoso mesmo nas camadas iniciais, fica líquido mais para baixo, passa a hidrogênio metálico nas profundezas, e termina com um núcleo rochoso muito comprimido e quente. Isso seria um modelo básico de Júpiter, por exemplo. Abraço!
Entendi Salvador.
Muitíssimo obrigado pelo esclarecimento e parabéns pela coluna. Estou sempre acompanhando.
Abraços
Minha nossa! Os delírios de um entusiasta da vida extraterrestre nos aconselham a não “temer” uma “invasão alienígena” tão cedo… Isso é muito mais do que “empolgação”, isso poderia ser caracterizado como loucura espacial.
Posso dizer a todos o que encontraremos “lá fora” nos próximos anos: jazidas de minerais valiosos em certos planetas rochosos, planetas propícios para uma futura colonização e, talvez, algum vermezinho espacial titubeante, desgarrado do seu lar terrestre. Planetas como o 55Cancri poderiam ser utilizados apenas como excelentes colônias penais.
Vida inteligente só mesmo na nossa querida TERRA, o lugar reservado por DEUS para abrigar aqueles que foram criados à sua imagem e semelhança. Não existe outra realidade. Aceitem!
“Agora vim explicar a você o que acontecerá ao seu povo no futuro, pois a visão se refere a uma época futura”.
(Daniel 10:14)
Querido Apolinário, a loucura espacial não é minha. É de gente como o Stephen Hawking, que diz que enviar sinais da Terra para o espaço anunciando sua presença pode ser perigoso. Eu sinceramente não acho nada perigoso, porque qualquer civilização capaz de vir até aqui certamente já sabe da nossa presença, assim como nós saberemos da presença deles em algumas décadas se houver mais alguém no nosso canto da galáxia.
E me recuso a comentar argumentos teleológicos do tipo “o lugar reservado pelo Monstro do Espaguete Voador para abrigar todos os macarrões do Universo”. GONG!
Ok Apolinário,vamos imaginar que o Deus hebreu todo poderoso criou a Terra para nós seu amados filhos habitarmos.Vou ate tentar dar credito a isso,ok?Agora poderia me dizer por que cargas d’água ele criou bilhões de galaxias e bilhões de planetas a bilhares de anos luz de nós se não é para mas nada,alem de existir e ficarem girando no espaço!Não era mais fácil fazer em um passe de magica,uma estrela como o sol e botar um planeta girando sozinho ao redor(não seria isso o suficiente)?Sério que você acredita que é só para isso mesmo,que os planetas existem neste plano do criador,para ficarem abandonados e girando?Esse deus parecer ser um ostentador de primeira em!!!Tipo assim construo milhares de casas e vários condomínios para deixar uma só família morar em uma unica casa.Sem noção isso cara!Acreditar neste conto de Fadas é um direito seu,mas não parece logico,prefiro acreditar que estamos sozinhos por estar,ou que estes outros mundos podem estar polvilhados de vida e isto sem nenhum proposito,somente existem por existir,pois parece mais logico do que o Deus ostentador.Abrçs.
Existe também a verdade simples de que algum dia cheguemos a conclusão de que por mais que queiramos nunca iremos a lugar algum e que com toda a tecnologia que conseguirmos enxerguemos que continuamos um 0 ao quadrado, que somos únicos e quem criou essa imensidão infinita é bem maior.
O duro é conectar uma coisa a outra. Vamos por partes:
1 – “Por mais que queiramos nunca iremos a lugar algum”: acho que as missões Apollo já refutaram essa noção.
2 – “Com toda a tecnologia que conseguirmos enxerguemos que continuamos um 0 ao quadrado”: juro que não entendi o que você quis dizer.
3 – “Que somos únicos”: Sem dúvida, somos únicos. A probabilidade de haver dois seres humanos idênticos, ainda que gêmeos univitelinos, é infinitesimal. Somos todos indubitavelmente únicos.
4 – “Quem criou essa imensidão infinita é bem maior”: se houve de fato um Criador, ele é obviamente bem maior que nós. Mas é um grande “se”.
1) Cristóvão Colombo também refutou e outros antes dele.
2) Idem.
3) Sim, somos únicos. Grande coisa.
4) Se o “grande se” for verdade, e eu até acho que é, ele seria tão maior que nós, que é impossível, Oswaldo, você ser tão entendido como pretende.
Interessante a observação do colega comentarista:”quem criou essa imensidão infinita é bem maior”. Um desenvolvimento lógico.
Não é um “se”! Ele existe e Ele foi o Criador de tudo o que existe! Não existe Criação sem um Criador!
É um “se”. Se não houver criador, não há como ele ser maior que qualquer coisa. E não importa quantas citações de livro velho você poste, não há como provar que há um criador. E nem que não há. Daí o absolutamente natural “se”. GONG!
O Apolinário é tão desesperado pra provar alguma coisa… que ainda vou descobrir o porquê dessa insegurança colossal que o faz ficar tão ligado no que o Mensageiro Sideral diz.
É impressionante como o ser humano é umbiguista até na hora de pensar na criação do Universo.
Acreditar que UM só criador deu origem a tudo isso é um atentado à inteligência, e acaba refletindo bem mesmo nossa arrogância até na maneira de pensar. A maioria das crenças pende a ser mais pluralista, e o mito do Deus único cristão tá ficando cada vez mais com os dias contados, afinal século 21 né meu povo?
Te cuida Oswaldito hehe
“Posto que haja concordância geral entre os autores em que a Terra está imóvel no centro do Universo, a tal ponto que julgam incompreensível e até ridículo pensar o contrário, se considerarmos a questão atentamente, veremos que não está de modo nenhum resolvida, e por isso, incontestavelmente não deve ser posta de lado.” (Copérnico). GONG!
Nossa, Apolinário… acabei de reler o livro de Daniel, capítulo 10 e é um monte de bobagens… O cara fica 3 semanas sem comer e tem uma “visão”. Qualquer um que fique 3 semanas sem comer – se sobreviver – vai ter muitas visões. Delírios é o que ele tem.
É possível existir estrelas mais próximas de nós, e elas não encontrarem-se no mesmo plano que o nosso e assim não conseguimos visualizar?
Estrelas não há. A mais próxima é mesmo Proxima Centauri, a 4,2 anos-luz.
Caro Salvador,
Partindo dessa informação, os astronomos pesquisam planetas nestas estrelas mais próximas a nós e que perteçam a MIlk Way? Se sim, o que de planetas já foi descoberto mais próximo de nós?
Não entendi a pergunta. Qual planeta mais próximo foi descoberto? Se essa é a pergunta, há um planeta-candidato em Alfa Centauri B, mas sua existência é controversa.
Acho que foi respondida. Gostaria de saber se foi descoberto algum planeta nas estrelas mais proximas de nosso sistema solar na via lactea e se existe algum foco de estudo nessas estrelas do sistema Centauri.
Por enquanto, fora o de Alfa Centauri B, acho que o mais próximo é o sistema da estrela de Kapteyn, a 12,7 anos-luz. Tem planetas candidatos em Tau Ceti também, um pouquinho mais perto, a 11,9 anos-luz.
Assunto extremamente empolgante e fascinante. Sou fanático por astrofísica, astronomia e tudo que é relacionado ao universo. Parabéns pelas postagens científicas e explicações pormenorizadas sobre o tema.
É de tirar o fôlego!!! Todos esses planetas podem ter luas, muitas luas num espaço pequeno se comparado com a orbita de nosso planeta. Tudo isso em um único sistema. E são quintilhões (sempre inútil tentar quantificar) deles por aí. Assustador! Assombroso! Maravilhoso!
OFF: Ceres!
http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?feature=4582
🙂
Fascinante Salvador!
Embora eu seja leigo, você escreve de uma forma que eu consigo entender tudo! Parabéns cara! E assim como você, fiquei muito empolgado com esse sistema planetário, e isso só faz aumentar minha curiosidade sobre os espaço!
Parabéns e grande abraço!
Pelo visto, mais um sem água.
Curiosamente, um dos modelos iniciais para esse planeta era de um mundo de água. Mas, diante dessa variação de temperatura, esse modelo parece menos provável.
Descobrí o MENSAGEIRO SIDERAL há pouco tempo. Sou leitor de suas publicações na Folha, cujas informações sobre o espaço sideral gosto bastante.
Sem dúvidas, as descobertas nos proximos 50 anos serao deslumbrantes, infelizmente minha geraçao já terá passado. Há outros cinquenta anos passados sequer poderiamos imaginar o que hoje está sendo divulgado até com certa normalidade, como fatos de rotina.
Marcos, bem-vindo ao clube! 🙂
Tem muita coisa boa e instrutiva aqui.
Salvador, esses 55 Cancri, a, b, c, … não estriam todos se aproximando do seu sol para se juntarem a ele, dai a explicação para a grande variação de temperatura e a proximidade orbital em tempo reduzido…
Pelo que sabemos, e, b, c e f devem ter se formado mais longe e depois migraram para dentro. Mas isso teria sido num passado remoto. E sim, uma das possibilidades para explicar a alta metalicidade da estrela é que ela tenha engolido seus planetas terrestres…
Transmissão direcionada para um sol, para os dois ou para os planetas inabitáveis?
A transmissão seria captada em qualquer dos planetas. É impossível transmitir daqui um sinal que só atinja um dos objetos do sistema.
Bom Dia Salvador,
Mais uma vez, um excelente texto!
Mas, quando você diz que o planeta esta “numa órbita suicida”, quer dizer que ele esta indo em direção do Sol?? Aliás, não poderia ser esse o motivo dele esquentar tanto?
Abraço
Acho que não está indo na direção do sol, mas está tão perto que deve ter sua atmosfera rotineiramente erodida pela radiação. Se pá, o planeta está se esfacelando.
Valeu, Salvador.
Se esfacelando, bem isso!
Salvador, seguindo nessa linha do esfacelamento, imagina a tensão na superfície desse planeta mais próximo da estrela causada pelas forças de maré. A superfície deve ser uma gelatina! A não ser que essa mesma força de maré já tenha freado a rotação do planeta deixando-a em sincronia com a translação. Excelente artigo! Obrigado por nos deixar a par das novidades astronômicas.
Brindo o artigo em inglês, tem esse link do vídeo muito interessante https://www.youtube.com/watch?v=wRlwC893RNA
Mais infernal que a terra? Duvido!
Salvador, como é posivel isso? como um planeta maior que a terra possa estar tão proximo de sua estrela a ponto de dar uma volta em torno dela a cada 18h? esse planeta deve estar praticamente dentro de sua estrela.
É muito perto mesmo.
A velocidade deve ser absurda…