Estação espacial ganha primeiro módulo inflável

Salvador Nogueira

Após algum sofrimento e muita cautela, o primeiro módulo expansível com capacidade para receber tripulação finalmente foi inflado a bordo da Estação Espacial Internacional.

A primeira tentativa de preencher o BEAM (Bigelow Expandable Activity Module) com ar ocorreu na quinta-feira, mas não se deu conforme o planejado. A quantidade de ar injetada dentro dele, que supostamente deveria expandi-lo completamente, mal modificou sua forma. O imprevisto levou o controle da missão a reavaliar a estratégia de como inflá-lo.

Isso porque havia um temor de que, ao forçar a barra, o módulo se inflasse de uma vez, e desse um coice forte demais de volta à estrutura da estação (a famosa ação e reação de Newton). O resultado foi um chá de canseira no astronauta Jeff Williams, quando uma segunda tentativa de inflar o BEAM foi executada no sábado.

Ele passou literalmente o dia inteiro de babá do procedimento, abrindo a válvula de ar por vezes por um mísero segundo, enquanto se monitorava a pressão interna e o comprimento visível do módulo. Foram 25 abre-fechas de válvula, somando 2 minutos e 27 segundos de fluxo de ar, para um tempo total de operação de 7h06. Para quem viu a transmissão na Nasa TV, Jeff estava entediado que só ele. (A gente costuma pensar em astronautas como intrépidos viajantes espaciais, mas boa parte do trabalho deles é bem chata e consiste em seguir listas de procedimentos com todo o cuidado e atenção. Deve ser o preço que eles pagam pelas incríveis visões da Terra a partir do espaço.)

Ao longo dessas pouco mais de 7h, o BEAM passou de pouco mais de 2,1 metros de comprimento para quase o dobro: 3,6 metros. Depois disso, o sistema automático de pressurização do módulo foi ativado para equalizar a pressão dele e do resto da Estação Espacial Internacional, que mantém os astronautas às mesmas condições que temos na Terra ao nível do mar.

Foi concluída, com isso, uma etapa importante no teste do módulo, mas esse é só o começo. Ele permanecerá selado durante toda a semana, para que se certifique de que não há nenhum vazamento de ar nele. Só então, na próxima segunda-feira, a escotilha será aberta e Jeff Williams terá o privilégio de adentrar o primeiro módulo inflável tripulado da história da exploração espacial.

O BEAM, fruto de uma parceria público-privada entre a Nasa e a Bigelow Aerospace, fará um teste de dois anos da viabilidade de estruturas do tipo — extremamente vantajosas para futuras arquiteturas de viagens ao espaço profundo, incluindo a construção de bases lunares e da ambicionada viagem a Marte, que a agência espacial americana pretende realizar até o fim da década de 2030.

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Comentários

  1. Se der certo, vou instalar um no apartamento da minha filha, vai que eu tenha que morar com ela… 🙂

  2. Gastam bilhões dólares com um balão espacial quando poderiam cobrir o rombo do orçamento brasileiro.. Lamentável 😀

    1. Verdade. Aposto que o congresso americano votaria em peso para cortar orçamento da NASA para ajudar no rombo citado.

      Felizes são os africanos, lá não tem esses desperdícios com agências espaciais, por isso que os países lá tem tanto desenvolvimento socioeconômico.

      1. É. E aí sobra mais dinheiro para eles comprarem samba-enredo da Beija-Flor. Os jurados do Carnaval do Rio vêm de brinde, segundo me consta. 😛

    2. Quem gerou o rombo não foi a empresa. Portanto quem pariu João que o embale. Isso é, você.

    3. hahahaha.. queria apenas causar polêmica, pessoal.

      Vocês precisam de uma pitada de ironia na vida.

    4. Não se preocupe, eles vão reaver os bilhões vendendo tecnologia a paises que não investem nada em desenvolvimento.

    1. Ele está totalmente inflado. A atmosfera lá está na mesma pressão do resto da estação. Ele é assim mesmo.

  3. Salvador, obrigado por trazer a todos nós um universo permeável apenas a poucos privilegiados.

  4. para mim, todo o experimento e principalmentetodas as “chatisses” envolvidas nas operações de tornar o experimento válido são bem-vindas!!!! UMA COMPROVAÇÃO de conseguir comprovar nossas capacidades de previsão! O quão altas ou baixas são nossas taxas de acerto..

  5. Sei que pode ser uma pergunta idiota (podem me zoar), mas tenho que fazer. Se forem instalados propulsores na ISS, dá pra tirar ela da órbita terrestre e navegar pelo espaço rumo a outros planetas do sistema solar?

    1. Dá. Mas vai ter de ser um propulsorzão, afinal de contas você tem 400 toneladas pra empurrar. Se amarrar vários Saturn V nela, quem sabe? rs

      1. Desperdicio. Em vários Saturn da pra amarrar todas as Dilmas, Temers, Aecios, Cunha e Renans, um monte de Tiriricas e mais 14 mil novos aspones e mandar tudo pra beeeem longe. Ai quem sabe a coisa comece a engrenar.
        Esse sim seria um investimento que vale a pena.
        Ordem e Progresso.

        1. Esqueceu o nove dedos, maior ladrão da história brasileira: LULA LÁ,
          16 Containers do Palácio do Planalto com Presentes de Estado desde 1961.

  6. Aquela bolinha branca que fica cruzando no fundo seria a Lua?
    Eu acho que é… alguém tem outra opinião?

    1. Para os terraplanostras, é artefato do chroma key;

      Para os conspiraciotários, é bolha de ar da piscina;

      Para os ufoloucos, são naves alienígenas;

      Pra os normais, é só a Lua mesmo.

      1. E para os crentelhos? Seria a contagem regressiva para o retorno de JC?

  7. Nossa! Que ̶g̶a̶m̶b̶i̶a̶r̶r̶a̶ recurso tecnológico interessante, muito legal. O que foi aquela “esfera” que passou (ao fundo, lá atrás) umas cinco vezes durante o vídeo?

  8. https://drive.google.com/file/d/0B5cxGBQGeFpcSHBkMFFFZTQwSjg/view?usp=sharing

    https://drive.google.com/file/d/0B5cxGBQGeFpcVU4xeDFsS0ROZzA/view?usp=sharing

    https://drive.google.com/file/d/0B5cxGBQGeFpcc3NiemdXN2hRMm8/view?usp=sharing

    https://drive.google.com/file/d/0B5cxGBQGeFpcZmtmX0hmRjBVRkk/view?usp=sharing

    https://drive.google.com/file/d/0B5cxGBQGeFpcZlcyVkZGV0tPaVE/view?usp=sharing

    https://drive.google.com/file/d/0B5cxGBQGeFpcU09QSFU1cUNKMHM/view?usp=sharing

    https://drive.google.com/file/d/0B5cxGBQGeFpcbHlNanVqYzROQkE/view?usp=sharing

    https://drive.google.com/file/d/0B5cxGBQGeFpcLU9qb0U0VmNuZU0/view?usp=sharing

    ESTOU REPOSTANDO OS LINKS DE ALGUMA DAS FOTOS; PARA MOSTRAR OUTRAS BASES DE MINHA PESQUISA; COMO TAMBÉM AMPLIANDO COM OUTRO LINK; E DISSERTAÇÃO; BOM AO ESTUDAR O ESPAÇO [SKY] VERIFICAVA ALGUNS BASTÕES E PLANETOIDES QUE PARECIAM ESTAREM ALI DE FORMA ARTIFICIAIS; DAI FICAVA AQUELA INTERROGAÇÃO; QUANDO VI ESTES BASTÕES COMO OUTROS NA ORBITA DA TERRA ; E COM APARÊNCIA DE EMANAR UMA FONTE DE ENERGIA SEMELHANTE A LARVA EM ALGUM PONTO ; PASSEI A CREDITAR NESSA COMO EM OUTRAS POSSIBILIDADES; TENTANDO ENTENDER TODO ESTE PROCESSO; E SOBRE O PORQUE E QUEM OS CONFECCIONAM>>> DEPOIS TENTO EXPLICAR. VEJAM AI; TEM HAVER COM O QUE OS PUXADINHOS E A ISS CONVIVE!!

      1. Esta sua erva está te fazendo ver coisas, Gilberto. Coisas “fake” e pareidolia. Melhor parar de usar.

    1. esqueci de mencionar esteve no app worldwise que verifiquei as imagens dos bastões e planetoides*

    2. Gilberto, na boa, entendo a necessidade do Salvador em aceitar os seus posts (não ferir o seu direito de expressão), mas o que eu não entendo é a sua necessidade de postar essas tremendas bobagens, de forma repetitiva e maçante, principalmente em um blog puramente científico, cujos frequentadores vão te desrespeitar… Acho que você não precisa fazer esse papelão ridículo né…

      Em resumo, nós, deste blog, não estamos com a mínima vontade de conhecer a “sua verdade”, então, como diria Silvio Luiz: Pelo amor dos meus filhinhos, pare com essas postagens!!!

      1. E para registrar: acho que o Gilberto já postou bastante as mesmas coisas. As próximas no mesmo tom eu vou barrar.

  9. Legal, vulgo puxadinho! quarto da luluzinha! ou quando quiser mandar o cara pra roça!!!

    1. É uma excelente idéia para aumentar um apartamento… Colocar um quarto a mais! Será que o síndico deixa?

  10. Que incrível, amo esta busca frenética por ir mais longe, final temos um Universo para povoar.

  11. Interessante de fato. São inovações que mudam aos poucos nossos paradgmas. Apesar disso ainda acho pouco provável uma viagem à Marte no curto prazo (10 ou 20 anos). O custos e riscos são altos e a tecnologia de robos me parece muito mais vantajosa com significativos avanços nos últimos anos. Claro que uma missão tripulada tem o apelo da mídia, afinal um robo por mais moderno que seja ainda é desprovido da emoção. Quem viver verá.

    1. Eu não apostaria num prazo muito longo quando se tem a iniciativa privada já envolvida com o desafio. A SpaceX já deixou claro que o desafio Marte já começou para ela. E, em função dos resultados que ela tem apresentado, é bom não duvidarmos. Claro que enviar espaçonaves tripuladas a Marte é muito mais complicado do que enviar carga a ISS. Mas eu acho que veremos avanços importantes até 2020 – 2025.

  12. Com determinação e persistência , com um passo de cada vez chegaremos ao infinito ,e uma longa viagem que sabemos que terá inicio porem o seu fim e ainda uma incognita , mais sempre foi e sempre sera assim , descobrir o inimaginável sempre leva algum tempo , mais com disse a persistência e determinação , vencem qualquer barreira ou obstáculos ,
    Muito bom , ótimo avanço , e assim caminha a humanidade

    Edmilson Moura

  13. O BEAM é um avanço. Mais uma vez a ficção científica vai se tornando realidade. E não podemos deixar de mencionar, ainda, a criação da tecnologia de pousar foguetes na vertical, que os EUA está desenvolvendo. Que este século seja o início da nossa colonização no Planeta Vermelho !

  14. Sensacional. Só uma dúvida, o material utilizado? Sei que fizeram muitos testes, claro. Mas e a possibilidade de impacto de pequenos objetos em grandes velocidades, não pode perfurá-lo?
    Um grande abraço.

    Fabiano Oliveira

    1. Segundo os estudos, é mais resistente que os módulos tradicionais a microimpactos. Não falam a composição exata, mas tem camadas de kevlar.

    1. Que comentário mal escrito, estúpido.
      Foi algum frequentador do Facebosta que escreveu, CERTEZA.

  15. Parabens a Nasa. Alias, como vai nosso programa VLS(veiculo lancador de satelite) que o governo Lula prometeu lançar em 2003? Com certeza contigenciado devido aos bilhoes roubados anualmente em nosso país…

    1. 2014,2015 aconteceu um concurso para trabalhar na AEB e no CLA,
      acho somente para ter mais pessoal, por que o desenvolvimento de projetos nada, e ainda
      teve uma conversa de uma parceria com os ucranianos que iriam lançar seus foguetes em Alcantra ou terminar de desenvolver o projeto Brasileiro.
      Se não tivermos nenhum presidente que pense um pouco fora da caixa, iremos ver só o outros países indo ao espaço,
      só por comparação de todos os BRIC o brasil é o mais atrasado no programa espacial.

    2. Em 2003 ele explodiu. Ai prometeram para 2007, depois para 2011, depois para 2014 etc. Fizeram um acordo com os Russos e reprojetaram a plataforma de lançamento, em função do acidente de 2003. Agora ela está lá enferrujando. O fato é que esta tecnologia já nasceu obsoleta e o Brasil insistiu nela durante décadas. Esta é uma característica da pesquisa científica no Brasil. Procura-se um desafio menor, planeja-se mal, executa-se sem prazo e insiste-se nos erros.

    3. Parabéns pelo comentário. É de grande valia para este blog a presença de mentes tão capazes de raciocínios profundos, científicos e racionais.Por favor, não nos deixe órfãos de seu intelecto ímpar e privilegiado.Obrigado.

  16. “Pra que tanta complicação se estamos cansados de saber que umas folhas de plástico e umas tiras de fita pato resolvem o problema”, disse O Bom Guilherme Caçando aka talentoso Sr. Ripley, gênio matemático e experto em botânica marciana.

  17. Pode até funcionar durante um prazo para experimentos, mas os riscos de vazamentos e acidentes serão tão grandes, trágicos e com velocidade incrível, que jamais vão justificar a perda de vidas, equipamentos e o custo de manutenção. A tecnologia deveria ser como a dos submarinos: estrutura forte, válvulas e compartimentos que possam ser fechados por comandos.

    1. Na verdade, estima-se que eles sejam mais resistentes que os módulos tradicionais. O teste, claro, vai verificar isso.

      1. É essa mania que o pessoal tem em confundir dureza com resistência mecânica…

        Só porque o material não é rígido, não quer dizer que seja “rasgável” ou perfurável…

        O que o Amaury sugere seria equivalente à enviar soldados para o campo de batalha com armaduras metálicas rígidas pensando que as balas inimigas não iriam penetrar… Agora, imagina um exército de robocops?

          1. E se usassem um metal não-magnético de estrutura CFC?

            Please, do not respond…

      2. Muito mais resistente que muito Aço por aí. Maleável, flexível, adaptável e leve, muito leve. Para um transporte que requer foguetes, reduzir peso vale mais que ouro. Estamos avançando na tecnologia para enviar humanos até Marte. Se os testes tiverem os resultados esperados, já é um grande salto para não ficarmos restritos ao módulo espacial quando chegarmos em Marte.
        Podemos pensar no envio dos astronautas e cientistas com Rover e quando em solo mudanças serão possíveis para pesquisas. Sensacional.

    2. Amaury,

      Este pessoal desenvolve a verdadeira engenharia. Não são aventureiros. O teste, lógico, é super importante mas ali tem anos de estudo. Ter medo da inovação é permanecer no tempo das cavernas,

  18. Ola Salvador. O seu nome é bem apropriado. Você é uma das poucas personalidades da UOL em atividade. Parabens. Gosto da sua coluna e da sua maneira particular de se expressar.

  19. A primeira “barraca de camping” do espaço! Só espero que não haja nenhuma “pedrinha” ou detrito solto no espaço para atrapalhar o “acampamento”.

  20. Isso já acontece no Brasil a longo tempo e são chamados de puxadinhos. São obras anexadas as residencias já prontas.

    1. Provavelmente a filha de algum astronauta ficou grávida e vai morar com ele agora. Aposto que esse módulo não vai ter nem reboco na parede.

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