HISTÓRICO: Astrônomos descobrem planeta potencialmente habitável em torno de Proxima Centauri, estrela mais próxima do Sistema Solar
Esta é basicamente a grande descoberta que os astrônomos estavam esperando desde que o primeiro planeta foi descoberto fora do Sistema Solar, mais de duas décadas atrás. Um planeta com porte terrestre, no lugar certo para permitir a presença de água líquida — quem sabe, vida –, em torno da estrela mais próxima do Sol, Proxima Centauri. Ela está a apenas 4,2 anos-luz daqui.
O anúncio foi feito nesta quarta-feira (24), após quase um mês de rumores fortes, e a expectativa foi correspondida inteiramente. O mundo deve ter 30% mais massa que a Terra, talvez um pouco mais, mas provavelmente não muito mais. Isso o coloca firmemente no campo dos planetas rochosos, como o nosso.
Sua órbita, por sua vez, o leva a completar uma volta em torno de sua estrela-mãe a cada 11,2 dias terrestres, o que o posiciona bem no meio da chamada zona habitável — a região do sistema planetário em que o nível de radiação estelar permitiria em princípio a presença de água em estado líquido na superfície. Os cientistas tratam essa como a condição essencial para o surgimento e a evolução da vida.
Isso quer dizer que há “proximanos” vivendo lá, ou mesmo que nós podemos nos mudar para lá em algum ponto do futuro? Os cientistas fazem questão de enfatizar que não há nenhuma garantia, no momento, de que Proxima b seja de fato habitável, que dirá habitado. Estar na distância certa de sua estrela é condição necessária, mas não suficiente, para termos um oásis para a vida. Algumas outras características precisam também estar presentes, como uma atmosfera adequada para a conservação e distribuição do calor e um campo magnético forte — aliás, bem forte.
Isso porque Proxima Centauri é uma estrela anã vermelha, com pouco menos de 15% do diâmetro do Sol. Isso significa que ela é bem mais fria e menos brilhante que o nosso astro-rei, mas em compensação também costuma ser muito mais ativa. Pelo brilho menor, planetas habitáveis precisam ficar bem mais perto, o que significa que sofrem bem mais com as enormes erupções estelares e emissões de ultravioleta e raios X. Estima-se que Proxima b receba 400 vezes mais raios X do que a Terra — estar lá equivale a algo como fazer uma ou duas radiografias de pulmão por dia, todos os dias. Não tente isso em casa.
Aliás, o fato de Proxima Centauri ser uma estrela com um nível respeitável de atividade estelar foi também o que impediu os astrônomos de descobrir esse planeta até agora, muito embora ele estivesse praticamente debaixo do nariz deles.
A descoberta foi feita pelo método popularmente conhecido como “bamboleio gravitacional”. Conforme o planeta gira ao redor de sua estrela, ele a puxa suavemente para lá e para cá, induzindo nela um movimento que pode ser detectado ao analisar a luz que ela emana.
Até aí, tudo simples. Complicado é separar esse efeito de outros causados pela rotação e pela atividade da própria estrela. Observações feitas nos últimos 16 anos — o que é um bocado de tempo — pareciam indicar que havia um planeta lá com o período de 11,2 dias, mas era difícil cravar a descoberta, diante de tanto ruído em meio ao sinal.
A coisa era ainda mais temerária porque astrônomos já haviam escorregado nessa casca de banana antes, no mesmo sistema estelar. Proxima Centauri é a menor de um trio de estrelas, do qual as mais conhecidas são Alfa Centauri A e B (que, por sua vez, são visíveis como um único ponto brilhante no céu noturno, na constelação do Centauro, perto do Cruzeiro do Sul; Proxima, em contraste, é opaca demais para vermos a olho nu, apesar de estar um pouquinho mais perto que as outras duas).
Em 2012, um grupo liderado por Michel Mayor e Xavier Dumusque, astrônomos do Observatório de Genebra, anunciou a descoberta de um planeta com a mesma massa da Terra, mas superquente, em torno de Alfa Centauri B. Segundo seus descobridores, ele estava no limite absoluto da sensibilidade do instrumento de detecção, instalado no observatório do ESO em La Silla, no Chile. Tanto que, dependendo da técnica usada para processar os dados, ele sumia.
Três anos depois, estudos subsequentes mostraram que o tal planeta nunca existiu — não passou de uma miragem, sem dúvida gerada pela gana de descobrir mundos em nosso sistema estelar vizinho mais próximo.
Guillem Anglada-Escudé, da Queen Mary University, em Londres, e seus colegas de uma vasta colaboração internacional estavam determinados em não cair na mesma armadilha. Então, de posse da suspeita gerada pelos 16 anos de dados já colhidos em La Silla de Proxima Centauri, partiram para uma ofensiva agressiva de observações: a campanha Pale Red Dot (Pálido Ponto Vermelho, referência tanto ao baixo brilho de Proxima quanto à expressão cunhada por Carl Sagan para falar da Terra na vastidão do cosmos, um “pálido ponto azul”).
Além de colherem novas observações de forma contínua e insistente durante 60 noites no início de 2016 com o espectrógrafo HARPS, em La Silla — o instrumento responsável pela medição do “bamboleio” –, os pesquisadores também fizeram observações com o UVES, outro espectrógrafo focado em ultravioleta e luz visível instalado no mais poderoso VLT, em Paranal. (Enquanto La Silla tem um espelho de 3,6 metros, o VLT é um complexo de quatro telescópios em que cada um tem espelho de 8,2 metros.)
Em paralelo, eles usaram outros telescópios espalhados pelo mundo para medir a fotometria — trocando em miúdos, o nível de brilho — de Proxima Centauri. A ideia era verificar simultaneamente o bamboleio e o nível de atividade estelar, assim como a rotação da estrela. Assim, sinais espúrios causados por esses fenômenos podiam ser descartados, deixando apenas o que interessava: o sinal do puxão gravitacional do planeta sobre seu astro central.
O processo não deixou dúvida de que o sinal com período de 11,2 dias era real. Tratava-se mesmo de um planeta.
“Nós estivemos trabalhando nisso por bastante tempo”, disse Guillem Anglada-Escudé ao Mensageiro Sideral. “Também estamos empolgados — e aliviados neste momento. Você verá que a evidência é muito mais forte do que para Alfa Centauri Bb. Fizemos um bom número de verificações extra. Na verdade, a última campanha tinha objetivo de ser uma confirmação. Vemos o mesmo sinal em dois instrumentos separados e em rodadas de observação independentes. Estamos bem convencidos de que [o planeta] está lá.”
Com efeito, embora no título do artigo que rendeu a capa da edição desta semana da “Nature” a descoberta seja tratada como “planeta candidato” (sacomé, publisher escaldado tem medo de água fria, e foi a mesma “Nature” quem publicou o fiasco Alfa Cen Bb, em 2012), agora as evidências parecem ser à prova de bala.
“Seria uma amplitude entre os picos [o ‘vai’ e o ‘vem’ do bamboleio estelar] de quase 3 metros por segundo”, indica Claudio Melo, astrônomo brasileiro que trabalha no ESO, mas não participou da pesquisa. “Sendo assim, acredito que o HARPS consiga ‘ver’ o planeta sem problemas.” (O espectrógrafo tem resolução de 1 m/s, o que significa que o sinal seria quase três vezes mais forte do que a sensibilidade “segura” do instrumento. Já a “miragem” Alfa Centauri Bb tinha variação de 0,5 m/s para lá e para cá, o que dá amplitude de 1 m/s, bem no limite da distinção entre sinal e ruído.)
Moral da história: parece que agora vai. Os cálculos dos pesquisadores sugerem que a chance de falso positivo para o planeta é de 0,000007% (7 x 10-8, para quem curte notação científica). Mas evidentemente será bom ter o escrutínio da comunidade científica sobre os resultados para que tenhamos certeza absoluta. (Outra coisa interessante é que os dados colhidos parecem sugerir a existência de um outro planeta mais externo, com mais massa e período entre 60 e 500 dias. Mas aí já estamos falando de um sinal que não cai na margem de segurança da descoberta e fica só como uma dica para outros pesquisadores que queiram adentrar a toca do coelho, por assim dizer.)
O COMEÇO DA DIVERSÃO
Descobrir um mundo de tipo rochoso (terrestre) na zona habitável em torno de Proxima Centauri é possivelmente o mais emocionante achado da história (reconhecidamente curta) da pesquisa de exoplanetas. Mas muito mais emocionante – e intelectualmente desafiador – será compreender que mundo é esse, afinal.
Algumas pesquisas preliminares naturalmente começam agora. Afinal de contas, uma das coisas mais incríveis da ciência é sua capacidade predizer fenômenos. O próprio grupo de Anglada-Escudé já trabalha furiosamente para criar modelos de computador que sugiram que tipo de ambiente e temperatura podemos encontrar por lá, na esperança de que essas possíveis circunstâncias sejam confrontadas com dados observacionais mais adiante.
Com um período de apenas 11,2 dias, o planeta orbita bem perto de sua estrela-mãe – apenas cerca de 5% da distância Terra-Sol, ou 7,5 milhões de km. Isso quer dizer que existe uma chance bem grande de que esse mundo tenha sua rotação gravitacionalmente travada, com um lado sempre voltado para sua estrela e outro em perpétua escuridão. O fenômeno é bem conhecido por essas bandas e explica por que a Lua tem a mesma face voltada para a Terra o tempo todo.
Se esse for o caso, o planeta pode ter um lado muito quente e outro muito frio. Os pesquisadores realizaram uma simulação dessas circunstâncias, num estudo publicado à parte, e encontraram um clima em que o lado iluminado teria uma temperatura bem agradável – entre 0 e 30 graus Celsius – e o lado escuro seria do naipe inverno russo, com média de -30 graus, podendo chegar a -60 nas regiões mais frias. (Na Terra, a temperatura atmosférica mais fria já registrada diretamente foi de -89,2 graus Celsius, no polo Sul; a mais quente, 54 graus Celsius.)
Isso, é claro, se o planeta tiver uma atmosfera relativamente densa, como a nossa, para permitir a circulação de calor e o glorioso efeito estufa (que é uma coisa ótima se for na medida certa, como na Terra, ou uma coisa péssima se for em excesso, como em Vênus).
Por outro lado, não há garantias de que o planeta se mantenha nessa trava gravitacional básica. Em alguns casos, o travamento se dá numa ressonância entre rotação e translação, como acontece com Mercúrio, que completa três rotações ao mesmo tempo em que dá exatas duas voltas em torno do Sol.
Os cientistas simularam então também essa alternativa, com o planeta numa ressonância 3:2 (o que sugere uma rotação de cerca de 7,5 dias). O que esse lento churrasco grego faria com a distribuição de calor pelo globo de Proxima b?
Nesse caso, o planeta teria uma distribuição latitudinal de temperaturas mais próxima da que vemos por aqui, com um equador mais quente (perto de zero grau Celsius) e polos mais frios (podendo chegar a -90 graus).
“O planeta está a uma distância ótima para possuir água em estado líquido”, diz Claudio Melo. “Saber como é sua atmosfera é outra história.”
Eis aí a principal dificuldade: como poderemos observar a atmosfera de Proxima b e tentar verificar se algum desses modelos climáticos se encaixa aos fatos?
O ideal seria conseguir detectar o planeta passando exatamente à frente de sua estrela.
EM BUSCA DO TRÂNSITO
Infelizmente, isso vai depender de uma baita sorte para acontecer. É preciso que o plano da órbita do planeta esteja precisamente alinhado com a nossa linha de visada aqui da Terra para que ele periodicamente passe à frente dela.
Quando isso acontece, a luz estelar que passa de raspão pela atmosfera do planeta e consegue seguir viagem até nós, carregando consigo algumas informações do ar pelo qual passou – e isso permite que os astrônomos as decodifiquem, por meio de uma técnica chamada espectroscopia de transmissão.
A questão é: será que teremos essa sorte com Proxima b? As probabilidades não estão em nosso favor. Em seu artigo na “Nature”, Anglada-Escudé e seus colegas calculam a chance em 1,5%. Mas se tem uma coisa que não assusta astrônomos são números, e eles já estão trabalhando para ver se o planeta transita ou não à frente de Proxima Centauri. O que também traria um desafio adicional – detectar a diminuta redução de brilho que isso ocasionaria. (A estimativa é de que apenas cerca de 0,5% da luz estelar seria bloqueada, o que equivale a tentar detectar um mosquito passando à frente de um farol de carro a alguns quilômetros de distância.)
“Claro, várias pessoas na equipe já estão procurando por trânsitos… é um trabalho em andamento”, conta Anglada-Escudé. “A probabilidade geométrica é baixa. Entretanto, temos boas razões para presumir que [a massa real do] planeta está perto da massa mínima, com base em estatísticas anteriores de programas de varredura e também por simulações de formação planetária. Isso implica que a órbita está perto de estar no mesmo plano em que observamos. Dedos cruzados.”
Se rolar trânsito, com instrumentos atuais – como o glorioso Telescópio Espacial Hubble – já poderemos tentar detectar o espectro atmosférico de Proxima b. Isso para não falar das futuras vedetes da astronomia no espaço e em solo, o Telescópio Espacial James Webb (que deve ser lançado em 2018) e a próxima geração de telescópios em terra, composta pelo GMT (que tem participação brasileira) e o E-ELT (do ESO), que terão espelhos com tamanho próximo de 30 metros.
Se não rolar trânsito, as coisas vão exigir mais criatividade, como o desenvolvimento de coronógrafos – estruturas que têm por objetivo bloquear a luz que vem das estrelas-mães, permitindo assim detectar diretamente o brilho sutil que vem de planetas ao seu redor – capazes de viabilizar que vejamos Proxima b de forma direta.
Tanto o VLT, do ESO, como o Observatório Gemini têm instrumentos com a capacidade de fazer imagem direta de planetas ao bloquear a luz estelar, mas eles estão no momento limitado a mundos grandes, jovens (que ainda têm bastante calor de formação e por isso emitem um bom bocado de radiação infravermelha) e distantes de suas estrelas. Proxima b, em contrapartida, é um planeta pequeno, velho e frio.
Quão velho, a propósito? Determinar a idade de anãs vermelhas não é coisa mais simples do mundo, porque elas tendem a viver muito e escondem a idade melhor que a Marta Suplicy. Sabemos que Proxima Centauri ainda vai estar por aí, brilhando sorridente, muito depois que o Sol bater com as dez, em mais uns 5 bilhões de anos. A pergunta é: quando ela nasceu?
Apesar das incertezas, os pesquisadores estimam que a idade dela seja mais ou menos equivalente à do Sol. Uma boa pista são as estrelas Alfa Centauri A e B, que têm porte e idade similares às do nosso astro-rei. Com toda probabilidade, Proxima Centauri (também chamada de Alfa Centauri C) nasceu na mesma ninhada que elas.
O que significa que encontramos um planeta possivelmente habitável em torno da estrela mais próxima, e ele teve praticamente tanto tempo quanto a Terra para desenvolver vida. “Promissor” é pouco para descrevê-lo, não?
E QUANDO VOCÊ ACHA QUE ACABOU…
Poder abrigar água líquida é maravilhoso, mas não adianta de muita coisa se não houver água para liquefazer, certo?
Em princípio, isso não deve ser um grande problema – água, a famosa H2O, é um dos compostos mais abundantes do Universo. Os astrônomos já estão cansados de ver sua assinatura espectroscópica em toda parte, desde as luas geladas de Júpiter até nuvens de gás interestelar a milhares de anos-luz daqui. Claramente não há falta d’água no cosmos.
O que não quer dizer que a distribuição seja igualitária e eficiente. E um dos mistérios de Proxima b, agora que sabemos que ele está lá, é entender como diabos esse planeta nasceu.
Nossos modelos de formação planetária são uma coisa linda de se ver. Há anos eles previram a forma e os vãos do disco de gás e poeira que circunda estrelas recém-nascidas – algo que só recentemente pudemos ver graças a redes de radiotelescópios como o ALMA, no Chile, com sua incrível resolução na faixa submilimétrica do espectro eletromagnético (forma erudita de dizer que eles são muito bons em captar micro-ondas). Ponto para eles.
Só que esses mesmos modelos sugerem que discos protoplanetários em estrelas de pequeno porte, como Proxima Centauri, são tão nanicos quanto elas, e numa faixa de 150 milhões de km de raio, no total, agregariam menos massa do que a Terra tem. Como então Proxima b tem pelo menos 30% mais massa que o nosso planeta, a 5% dessa distância?
“Há três possibilidades”, escrevem Anglada-Escudé e seus colegas na “Nature”. “O planeta migrou para dentro por migração do tipo I [em que a interação com o disco de gás e poeira faz com que ele mergulhe]; embriões planetários migraram para dentro e coalesceram na órbita atual do planeta; ou pedrinhas/pequenos planetesimais migraram por arrasto aerodinâmico e mais tarde coagularam num corpo maior.”
E qual é a importância disso? Se o planeta se formou inteiro mais longe e depois migrou “pronto” para dentro, deve ter sido formado com grandes quantidades de água (que pode se agregar como gelo nas regiões mais distantes da estrela). Se, por outro lado, as pedrinhas primordiais migraram para dentro primeiro e depois formaram o planeta, já no lugar onde ele está hoje, a tendência é que ele tenha uma quantidade bem menor de água – se é que tem alguma.
Determinado o inventário inicial de água, temos ainda de ver se a alta incidência de tempestades e atividade estelar não varreu completamente a atmosfera de Proxima b – o que dependerá de ele ter um senhor campo magnético, talvez melhor que o terrestre, para se proteger. Sem atmosfera, mesmo que fosse rico em água, ele acabaria só com gelo, na melhor das hipóteses. Na pior, poderia terminar como um deserto desolador.
Por fim, também não podemos descartar a possibilidade inversa: excesso de atmosfera. Vênus tem esse probleminha. Com uma capa de dióxido de carbono 90 vezes mais densa que o ar terrestre, ele é o lugar mais quente do Sistema Solar, com temperatura constante de cerca de 480 graus Celsius – ao Sol ou à sombra, de dia ou à noite. Tanto faz. Se Proxima b for um análogo venusiano, podemos jogar pela janela todas aquelas análises climáticas preliminares feitas pelos descobridores do planeta.
Daí tiramos duas conclusões:
1. Sabemos muito pouco no momento.
2. Que bom que sabemos pouco, porque a graça está em descobrir!
A ciência dos exoplanetas está apenas na sua infância. Essa nova descoberta – com todas as suas incertezas e encantadoras possibilidades – estimulará o desenvolvimento de novas tecnologias para investigar mundos incríveis e fascinantes, quiçá vivos, como Proxima b.
Anglada-Escudé e seus colegas sonham até mais longe. “Um planeta terrestre ameno orbitando Proxima oferece a oportunidade de tentar caracterização mais detalhada por trânsitos (buscas em andamento), imagens diretas e espectroscopia de alta resolução nas próximas décadas, e possivelmente exploração robótica nos séculos vindouros.”
Sonho desvairado? Cabe lembrar que, em abril de 2016, o magnata russo Yuri Milner anunciou com o físico Stephen Hawking um plano para desenvolver a tecnologia para as primeiras sondas capazes de cruzar as imensas distâncias interestelares, com um investimento de pesquisa e desenvolvimento de US$ 100 milhões. Seu alvo inicial? O sistema estelar Alfa Centauri.
Antes que qualquer sonda interestelar deixe o Sistema Solar, contudo, faremos outras descobertas extraordinárias e começaremos a caracterizar os fascinantes mundos que estamos encontrando lá fora, em toda sua espetacular variedade.
Tenho a convicção pessoal de que todas as condições planetárias que somos capazes de imaginar – e algumas que ainda não somos – devem existir em algum lugar do Universo. Se tem uma coisa que não falta ao cosmos é criatividade.
Ainda assim, a descoberta de um planeta que tem massa de Terra, nível de irradiação estelar de Terra, a possibilidade de ser realmente um abrigo para vida de tipo terrestre e está orbitando a estrela mais próxima do Sol – não a segunda mais próxima, ou a terceira, ou a quarta, mas a primeira – é uma demonstração eloquente e inquestionável do princípio copernicano: a Terra, frágil e bela como de fato é, claramente não ocupa um lugar especial no espaço ou no tempo. Temos aí agora um planeta vizinho que não me deixa mentir.
E as coisas só tendem a melhorar daqui para a frente. Entre o ano que vem e 2018, a Nasa deve lançar o satélite Tess, que fará uma busca de céu inteiro por trânsitos planetários de mundos similares a Proxima b — pequenos e na zona habitável de estrelas anãs vermelhas. Na década de 2020, mais precisamente em 2024, a ESA (Agência Espacial Europeia) pretende levar ao espaço o satélite Plato, um telescópio espacial que será capaz de fazer busca semelhante, mas em torno de estrelas como o Sol e para planetas até menores do que a Terra. “Isso está só começando realmente”, diz Claudio Melo.
Hoje, com essa descoberta incrível em Proxima Centauri, celebramos mais uma vez a ousadia de seu espírito indomável. Enquanto erguemos os olhos para o céu e nos lembramos de Bruno, ninguém, salvo talvez os mais devotos historiadores, seria capaz de dizer o nome dos homens que assinaram sua sentença de execução. Parece justo para mim.
Acompanhe o Mensageiro Sideral no Facebook, no Twitter e no YouTube
Salvador,
Poderia este planeta, na verdade ser dois planetas ( binário ) de tamanho parecido? Sendo assim seriam um pouco menor que a terra e não estariam em orbita com trava gravitacional.
Não custa sonhar com uma solução mais adequada para a vida.
Salvador bom dia, eu como Químico que sou, não tenho religião, mas como também não consigo gerar vida de átomos, não sou um descrente, dito isso e com base em estatística, em que também acredito, me parasse claro que existe uma possibilidade enorme de existir condições iguais ou próximas das condições terrestres em outros milhares de “sistemas solares”…
Sobre existir vida fora da Terra eu tenho uma “quase certeza” cientifica, mas acredito que nenhum pais ou cientista vá conseguir provar esse ponto tão cedo, pois isso seria brigar com todas as religiões da Terra, pois nenhuma, absolutamente nenhuma religião “conta com essa possibilidade” então acredito que outras forças impedem que se prove que sim, existe vida fora desse pontinho azul..
Abraços
Acho que vc está enganado quanto afirma que absolutamente nenhuma religião, conta com a possibilidade de vida fora da terra.
Por mais que pareca estranha essa afirmação, a própria Igreja Católica hoje não é contra essa possibilidade!
O universo tem cerca de 13,82 bilhões de anos, a terra q é considerada um planeta jovem, com cerca de 4,54 bilhões de anos, porém sabemos q existem infinitos universos e planetas, assim como o nosso novo planeta recém descoberto o Próxima B, existem milhares de planetas semelhantes a ele, com seu sol particular com água com rochas e talvez até vida, então se analisarmos o universo como um todo, podemos constatar q a teoria da evolução é a maior furada da humanidade, pois existem planetas com o triplo da idade da terra e com condições reais de abrigar a vida, e com todos esses milhares de anos de evolução,nunca se encontrou vida fora da terra, nenhum ser vivo se evoluiu a ponto de sobreviver e adquirir consciência, e assim nos contactar,mais ao contrário disso o homem nunca encontrou nada, nem rastro.Talvez algum dia o homem encontre algum organismo vivo fora da terra,mais não passará disso! A consciência do Homem vem de Deus,e não da Evolução!
Salvador, grato pela resposta anterior, entretanto permita-me expor uma ideia sobre as questões 1 e 2:
Questão 1- Imagine uma sonda terrestre chegando a Marte com o objetivo de inserir milhares de Tardígrados e desenolver uma colônia desses bichinhos em um pequeno leito de água em uma região propícia ao seu desenvolvimento.
Questão 2- Depois de algum tempo, uma outra Nave trazendo astronautas pousa nessa mesma região em Marte para estudar os Tardígrados Marcianos. Um desses testes é modificar seu DNA, criando um ser mais adaptável ao ambiente.
Se temos tecnologia para levar vida a outros planetas, como também modificá-las geneticamente para daí o mecanismo de seleção natural possa atuar, então por que não sugerir que o mesmo não possa ter ocorrido na Terra… Pode ser ficção, mas é possível!
Pode ter ocorrido na Terra, mas, se ocorreu, foi 3,8 bilhões de anos atrás, num lugar só, e depois disso ninguém voltou pra ver no que deu o experimento, nem interferiu em seu andamento. E, claro, isso só levanta a pergunta de como surgiram esses outros que fizeram o experimento aqui, o que nos leva à estaca zero. 😉
Salvador… grato pela resposta..
Permita-me avançar no raciocínio. Há uma concordância na sua resposta, já que é possível que uma Arcádia extraterrestre possa ter nos colonizado há 3,8 bilhões de anos atrás. E nisso, a princípio concordamos com a possibilidade.
Questão 2: Há um abismo no intelecto do homoerectus para o homosapiens e dele para o homem moderno. Em 3,8 bilhões de anos de evolução nenhum outro ser vivo atingiu a inteligência humana, algo que só ocorreu há 200 mil anos.
E daí, permita-me discordar de sua resposta de que “Como” é simples de explicar, pois a teoria da evolução das espécies não explica o fato do surgimento da inteligência humana existir neste planeta.
O padrão evolutivo dos seres vivos na terra é ditado por centenas de milhares de gerações para se modificar uma espécie adaptável ao seu habitate pelo mecanismo da seleção natural.
Se a Inteligência humana ocorreu há 200 mil anos, então, no mínimo, está fora do padrão evolutivo deste planeta.
Outra evidência é o ratreamento do DNA humano rumo às suas origens. Para surpresa de todos, estamos num beco sem saída, pois todos nós descendemos de um único ser que viveu no Sul da Africa, a cerca de 200 mil anos, e os cientistas a chamam de EVA Mitocondrial. Antes da EVA nada mais é possível ser rastreado pelo DNA.
Do australophitecus ao homoerectus são mais se 7 milhões de anos de evolução. Derrepente ocorre super salto e em apenas alguns milhares de anos surge o homem moderno com uma inteligência capaz de mandar sondas para outros planetas…
É possível que a inteligência humana não seja um padrão deste planeta, como também a vida. Contudo, uma coisa é certa, a Terra trás condições para que haja vida e inteligência…
Salvador, grato pela resposta anterior, entretanto permita-me expor uma ideia sobre as questões 1 e 2:
Questão 1- Imagine uma sonda terrestre chegando a Marte com o objetivo de inserir milhares deTardígrados em um pequeno leito de água em uma região propícia ao seu desenvolvimento.
Questão 2- Depois de algum tempo, uma outra Nave trazendo astronautas pousa nessa mesma região em Marte para estudar os Tardígrados marcianos. Um desses testes é inserir em seu DNA
É Salvador. Gosto muito do que você faz e escreve. Mas continuo torcendo para você levar um susto, como eu, um dia levei…
Aí você vai ficar sabendo ,de fato, que o menor caminho entre dois pontos é uma linha reta…
Ai meu São Longuinho! Faça com que o Salvador leve um sustinho,”preu dá uns mil pulinho”!..
P.S.: De preferência maior do que aquele que eu levei, tá São Longuinho?.
Eu levo susto todo dia. Mas é com coisas que existem, tipo motoristas desavisados. 😉
TÓIN!
Bom, como estou ocioso (as always), decidi dar uma pesquisada no histórico de mensagens do Bothrops aqui no fórum (quem quiser conferir: https://www.google.com.br/?ion=1&espv=2#q=Bothrops+susto+mensageirosideral ).
Somente a título de curiosidade, vejam – e não se assustem! – a insistência do indivíduo…
Link: http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2014/04/25/um-planeta-sem-sol/comment-page-1/
“A menção aos “nibirutas” me fez lembrar umas coisas. Coisas que me fazem perguntar: por que, que mecanismo psicológico desconhecido faz a espécie humana, mas sobretudo o grupo cristão, como que “torcer” por um fim-de-mundo qualquer.Há indícios que o grupo essênio,dissidente do judaísmo, tenha algo a ver. Parece que ser originaram da estufefação de judeus quanto a promessas divinas: a terra prometida de leite e mel afinal resultou árida e cercada de inimigos, que a pilhavam sucessivamente.Daí teriam concluído que isto acontecia porque haviam desagradado a Deus e daí partiram para um ascetismo radical(Mar Morto)onde previam uma luta final entre “os filhos da luz e os filhos das trevas”.Mas isto resultaria em profecias tipo Juízo Final, Armagedon,etc.Mas essa de planets “higienizadores” é esquisita.Num folheto do meio da década de 50, o médium Hercilio Maes supostamente “canal” do espírito Râmatis,desovou um folheto “Conexão de Profecias”no qual previa a descoberta de um planeta enorme vindo em direção ao Sistema Solar,tipo castigo divino e que seria visível a partir de 1960.Claro que não houve nada e hoje depois de mil exoplanetas,coisas como NIbiru,Hercóbulus, esse planeta “ramatiano”,Calendário Maia,Nostradamus e outros nem sinal.Mas os crentes nessas coisas insistem e re-elaborar seus mitos masoquistas.E eles se mantêm graças ao mecanismo da dissonância cognitiva proposto por Leon Festinger.Tipo, “Não, não aconteceu, mas deve ter sido um erro de cálculo, mas vai acontecer, tenham certeza”.A Humanidade será mais feliz,porque menos insegura, no dia em que se libertar desses mitos.Alguns se assanharão com esse planeta. “É ele, não dizia?”.Só que esses anos-luz aí, ainda dariam pra gente se divertir um bocado.
Bothrops – 25/04/2014 9:08 am -”
Aqui nada de susto, e já era 2014.
Link: http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2015/02/06/o-lado-quase-escuro-dos-exoplanetas/
“Salvador, gosto muito de seus textos, mas por favor, CAPTURAR é mais para CAPTURA de alguma coisa,animal ou ser. To capture pode significar capturar, mas também significa CAPTAR, esse verbo esquecido. Então, “muitos dos planetas mais interessantes já descobertos pudessem estar CAPTURADOS nessa configuração maligna”. INCLUÍDOS seria forçar menos,a não ser que você tivesse sido tentado a uma imagem subjetiva de que houve uma captura, numa categoria inadequada.
Sobre suas indagações sobre vida extraterrestre,Salvador,diria que você está seguro demais nas suas convicções. E nem ouso contrariá-las.Você só vai saber desse excesso de segurança, quando levar um susto…E aí você não vá se ofender se eu der umas boas risadas,tá?Já vi muita gente feito você levar sustos…E das quais ri um bocado. Mais não falo, nem me pergunte.Espere só…
Bothrops insularis – 06/02/2015 2:28 pm – Responder”
Aqui tem susto.
Link: http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2015/03/25/os-planetas-perdidos-do-sistema-solar/comment-page-1/
“Salvador. Adoro seu trabalho.Mesmo.Muito. Mas insisto: você anda precisando de um certo tipo, bem peculiar de susto. Eu já levei o meu.O Clyde Tombaugh também.Salvador, Salvador, eu vou me desmanchar de rir quando seu dia chegar…
Bothrops – 25/03/2015 3:44 pm – Responder”
Aqui ele insiste no susto.
http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2015/02/23/o-ataque-dos-alienigenas-requentados/comment-page-1/
“Salvador.
Ao tocar neste assunto,devia pensar um pouco nos problemas da metalurgia do titânio.Tem-se uma lista de publicações em http://www.google.com.br/#q=metalurgia+do+titanio e dá para sentir que se este fato se deu mesmo,se houve tal bolinha de titânio e ainda por cima que seria oca e cheia de uma gosma,é uma façanha incrível, seja quem for que a produziu.O titânio forma uma camada protetora de óxido ao ser exposto ao ar.O processo é caríssimo, complicadíssimo e recente.Data de 1946.Então, resta saber mais sobre essa bolinha de titânio e do que seria composta a tal gosma que a recheava.
Concordo que esses métodos desse cara,o tal de Chandra Wickramasinghe,não são a melhor maneira de provar a presença ET em nosso planeta.Mas se for verdade o caso da bolinha de titânio, dá o que pensar.Como ela se manteve estável,etc.etc.
A vida extraterrestre está mais próxima de nós do que das naves que fabricamos e mais ainda das que foram enviadas com umas plaquinhas de ouro com supostas mensagens que supostamente os ETs entenderiam.
Ah, meu caro Salvador!Você precisa de duas coisas: de uma dieta e também de um bom susto.Já disse isto e repito: você só precisa de um susto.Enquanto isto tem gente por aí dando boas risadas às nossas custas.
Eu já levei o meu susto.
Bothrops – 23/02/2015 11:30 am – Responder”
Susto de novo. Aí o Salvador respondeu como ele respondia educadamente, em tempos passados:
“Bu! 🙂
Obrigado pela audiência!
Salvador Nogueira – 23/02/2015 3:50 pm – Responder”
Ah, esse Salva, hein?
Link: http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2015/06/28/cargueiro-privado-explode-rumo-a-estacao-espacial-internacional/
“Prezados. Basta ver a “ficha técnica” de Marte,tal como a conhecemos hoje e ver que é impossível ter havido vida inteligente naquele planeta.Há caprichos da Natureza,por aqui mesmo,que parecem construídas por humanos,ainda que primitivos,e não o são.Veja-se a densidade da atmosfera,as temperaturas,a p.atm. tão baixa que faz o gás carbônico formar calotas polares de gelo seco…
Sou de um tempo que ainda se levava a sério os tais “canais” de Schiaparelli,pensava-se que as mudanças de cor eram vegetação,etc.etc.E no livro “Cartas de uma Morta” de Chico Xavier (ai,meu Deus lá vem pedra!) há uma descrição de Marte e de “martianos”(sic) pelo menos nas edições antigas(LAKE Editora,’viu Salvador) que são de matar de rir.Então, percam as esperanças, por favor.Há vida extraterrestre sim.Mas não neste sistema solar.Iso mais H.G.Wells, mostra como demos um salto exponencial com a exploração do sistema solar, ainda que por naves não tripuladas.Havioa também quem acreditasse em vida em Júpiter, Saturno, VÊNUS.É que sabíamos pouco.Hoja sabemos um pouco mais.Mas tem gente que teima em não ler algo que perturbe suas ilusões.Mas de resto, caro Salvador, você ainda precisa levar um susto.Anteontem um amigo meu, da ESA, levou o dele,na Holanda. Adoro quando isto acontece. Mas nada de Marte.
Bothrops – 28/06/2015 3:01 pm – Responder”
De novo, outro susto. Com a réplica:
“Ainda estamos nesta do susto?
Salvador Nogueira – 28/06/2015 3:04 pm – Responder”
Sequida da tréplica:
“Estamos sim, caro Salvador. Estamos sim….Independentemente de eu gostar muito da sua coluna e do trabalho que você faz,um dia, seu dia chegará.Mas quando vier,mantenha a calma.
Só um aperitivo:dia 3,.8.2813, a tripulação de um vôo noturno de um avião comercial brasileiro levou um baita susto.Sei do caso quase todo,mas por enquanto vamos torcer para que esses acidentes com foguetes da ISS não deixem os astronautas de lá ficarem sem provisões.
Bothrops – 28/06/2015 4:32 pm -”
Aí volto pro começo do meu comentário. Se o caso foi em 2013 (ou em 2813, como diz o rapaz) pq no primeiro comentário dele em 2014 não teve susto? MISTÉÉÉÉRIO…
Sério, Bothrops. Vá fazer terapia. Isso com certeza é algum assunto mal resolvido aí na tua moringa! Vai lá e mostra pro psiquiatra usando um bonequinho onde o homem mau te machucou!
😀 🙂 😀 🙂
Matéria de página inteira na Folha de hoje, hein, Salva. Parabéns pelo trabalho e continue por aí!
Valeu! 🙂
Já pensou controlar uma sonda neste planeta daqui da Terra, que maravilha?
Tipo, comando para tirar uma foto: 4 anos pro comando chegar la, e mais 4 anos para foto ser transmitida de volta para Terra. Apesar que imagino ser impossível enviar comandos para uma sonda a essa distancia, mas e os sinais que ela enviaria para nós, seriamos capazes de captar?
Nah, sem chance. Mas… a inteligência artificial está aí para isso. Esses dias mesmo o Curiosity já ganhou autonomia para decidir sozinho que rochas ele vai perfurar em Marte! 🙂
Ahhhh esqueci..NESSE MUNDO TEM MALUCO PRA TUDO.
Inclusive pra passar vergonha comentando sobre o que não sabe!
Fica a dica!
Maior papo de maluco. O maluco lá em cima perguntou se a gente habitar este planeta o tempo será mais rápido ou mais devagar ?. Eu heim, coisa de biruta.
Na verdade, não é tão maluco, se você levar em conta que a relatividade geral dita que o tempo passa em ritmos diferentes em lugares diferentes do Universo, por conta da distribuição diferenciada de matéria e energia nos dois lugares. De fato, o tempo com certeza passa em ritmos diferentes nas duas localidades, mas a diferença é tão pequena nesse caso que provavelmente é imensurável. Agora, se você for comparar esses lugares com a borda de um buraco negro, a discussão muda de figura.
Salvador, grato pela matéria. Duas questões essenciais sobre a pesquisa em referência:
1- Não há comprovações sobre como a vida foi gerada na terra, somente hipóteses;
2- Não há comprovações sobre como a inteligência surgiu nos humanos, somente hipóteses.
A resposta sobre se há vida extraterrestre talvez não esteja tão longe, mas sim aqui mesmo diante dos nossos olhos e, possívelmente, esbarram nessas questões. Abs
1- Sim, mas são hipóteses cada vez melhores e cada vez mais cheias de evidências. Ainda não matamos a charada, mas já dá para ao menos desconfiar que não tenha sido nada de, hehehe, outro mundo.
2- Isso nós sabemos bem. O “como” é simples. O por que é mais complicado — não está claro que exista pressão evolutiva muito intensa por cérebros mais capazes, embora, de novo, algumas pesquisas bem interessantes apontem nessa direção. Apesar disso, de forma geral, é um desenvolvimento que não parece nada garantido na evolução da vida.
Note que a busca por vida extraterrestre é justamente um teste dos nossos conhecimentos a esse respeito. Se não encontrarmos, por exemplo, sinais fósseis de vida em Marte, é sinal de que o que desconfiamos sobre a questão 1 pode não estar certo. Se, em contrapartida, encontrarmos muitas civilizações extraterrestres lá fora, teremos de rever o que pensamos atualmente sobre 2. E assim avança a ciência, propondo hipóteses e TESTANDO-AS. 😉
Não é o objeto do blog, mas não custa filosofar sobre a tua resposta.
1. “já dá para ao menos desconfiar que não tenha sido nada de, hehehe, outro mundo”. Dá. Mas também dá pra desconfiar que tenha sido.
2. “O ‘como’ é simples. O por que é mais complicado”. Aí é que o “outro mundo” entra em cena. ;o) . Se existe um ‘por que’, existe uma vontade alheia aos cérebros em evolução.
Em uma coisa, ateus e crentes são obrigados a concordar: em algum momento, alguma coisa foi gerada espontaneamente: ou a singularidade antes do Big Bang, ou Deus, ou o próprio Tempo.
Na verdade, se o Universo for eterno no tempo, para o passado e para o futuro, e se resumir a uma sequência interminável de Big Bangs, aí podemos dispensar qualquer criação, seja da singularidade, Deus ou o próprio tempo. Mas não temos EVIDÊNCIA disso. É uma questão metafísica. Ou seja, de fé. 😉
Neste ponto, Concordo. É como disse o Dalai Lama: eu só acreditarei que não existe Deus se me provarem que o Universo sempre existiu.
E isso não é provável. Mas é possível. E aí, fique à vontade para acreditar no que você quiser. Na prática, dá na mesma. Porque, ainda que Deus tenha criado o Universo, Ele claramente não está agindo nele de forma perceptível agora — tudo funciona segundo leis naturais previsíveis. Então, você pode até imaginar que Deus criou o Universo e ficou entediado, como quem cansa de um novo brinquedo. Ou que Ele nunca existiu e o Universo é eterno. Ou ainda que Deus, sendo todo-poderoso que é e vivendo fora do tempo, resolveu criar o Universo eterno, embora Ele fique sempre do lado de fora. Tanto faz. Porque em todas essas alternativas, Deus não tem ação nenhuma sobre o Universo como ele existe hoje.
Talvez por isso o pessoal fique se apegando tanto à origem “divina” da vida. Não basta pensar que Deus criou o Universo e então descartou o brinquedo. Tem que dizer que Ele brinca com ele até hoje. É bem conveniente para aqueles que ficam pregando a salvação por meio de doações ou preces. Só funciona se Deus estiver preocupado com isso… 😛
Discordo radicalmente da parte de que Deus não mexe no Universo de modo visível. Mas aí o assunto é fé e religião, e não astrofísica que é o tema deste blog.
Fale isso pro Neil deGrasse Tyson. Conversei com ele no início da semana, e ele falou lá umas coisas que você não vai gostar muito, não. Mas guente mais um pouquinho que logo a entrevista sai na Folha. 😉
Neil deGrasse…. grande cara. Te enganas, tenho certeza de que sim, vou gostar muito do que ele tem a dizer.
Obviamente, você, Salvador, é capaz de entender além do literalmente expresso – coisa que mesmo muito cientista não consegue (esses dias tinha na Folha um neurologista famoso (?) dizendo que o Inconsciente não existe porque ele já mapeou o cérebro inteiro e não achou.
Nenhuma fé (séria, pelo menos) acreditaria num Deus barbudo que tira um planetinha daqui e joga pra lá. Mas resumindo em uma linha, eu diria que é lícito acreditar em uma inteligência capaz de dar a um ser vivo a capacidade de autoconsciência – ou o tal self, para usar uma nomenclatura junguiana.
Novamente, não é o foco aqui e não quero convencê-lo. Mas se me procurar em algum forum de filosofia….. 😉
Acho lícito você acreditar nisso, contanto que em princípio. Do tipo, “alguma inteligência criou o Universo de modo que a autoconsciência fosse uma possibilidade a partir de certas combinações de átomos e moléculas”. Beleza com isso. É metafísico e não contraria nada do que sabemos. Agora, se você vier com “alguma inteligente criou a autoconsciência de maneira sobrenatural, a contragosto de um Universo que jamais poderia produzi-la naturalmente”, aí temos um problema. 😉
Então temos um problema…. porque na sua concepção a autoconsciência não existe ‘de per si’, sendo nada mais que uma consequência. Ora, se a consciência é uma consequência de um arranjo físico-químico, então não há espaço para livre arbítrio, pois dado momento e posição num momento é possível calcular momento e posição no próximo – até que a física quântica prove o contrário.
Pela concepção que sugeres, então, nós não vivemos, nós ‘somos vividos’.
Por outro lado, uma inteligência que faça parte do Universo não precisa ser ‘sobrenatural’ para criar um ser dotado de auto – consciência. E esse ato de criação não ocorre ‘a contragosto’ do mesmo Universo.
A física quântica já provou o contrário. E nada impede que a consciência tenha fatores quânticos, afinal de contas estamos falando de coisas sutis como impulsos elétricos no cérebro. Por fim, e daí se não houver livre arbítrio? Qual é o grande dilema existencial nisso? 😛
O grande dilema existencial é o seguinte:
Digamos que a física quântica tenha PROVADO o contrário, não apenas inferido. Digamos.
Assim, seria-se em teoria (com um cálculo suficientemente potente) capaz de prever todas as variáveis, e assim, determinar as ‘decisões’ de cada ser.
Neste ponto aparece a física quântica. Ok, este é o momento em que se atiram dados, alea jacta est. Isso continua NÃO DANDO MARGEM AO LIVRE ARBÍTRIO, apenas a que sejamos reféns não apenas de um sistema físico-químico, mas também do fator aleatório dentro deste sistema.
Mesmo com a física quântica dentro da equação, é forçoso que sejamos ALGO além de matéria energizada, de um sistema físico-químico, SE queremos continuar acreditando no livre arbítrio.
Este é mais um ponto onde o ateísmo se aproxima ao teísmo radical: para ambos, somos meras marionetes – do acaso para uns, de Deus para os outros.
Veja, não concordo muito. Porque há uma diferença bem grande entre ser “marionete” da natureza e ser marionete de uma entidade consciente e sobrenatural. Uso “marionete” entre aspas na primeira instância porque a natureza não teria consciência para nos “manipular”. Ela é o faz porque o faz. E faz mesmo. Enfie a cabeça debaixo d’água para ver como a natureza te impõe rapidamente algumas restrições bem severas! Ou seja, o fato de sermos todos “marionetes” da natureza é um truísmo e nem precisamos discutir.
Quanto a ser marionetes de Deus, só o seríamos se Ele não permitisse o livre arbítrio. O que, como eu disse no outro comentário, para todos os efeitos práticos, tanto faz. Porque a ilusão do livre arbítrio basta para os humanos. Talvez Deus fosse capaz de distinguir livre arbítrio real da ilusão, mas aí é um problema para Ele, não para nós. 😉
Continuando, SE não houver livre arbítrio, as implicações FILOSÓFICAS são grandes. Mais uma vez, neste caso, não VIVEMOS, apenas SOMOS VIVIDOS.
Será que dá pra falar em CONSCIÊNCIA ou mesmo em VIDA INTELIGENTE se não há livre arbítrio?
Ou – radicalizando – até mesmo em VIDA?
Vida definida como um sistema químico capaz de auto-replicação a evolução darwiniana claramente não precisa de consciência ou livre arbítrio. Vá perguntar à ameba se ela está sentindo falta do livre arbítrio. E ela está viva e bem, obrigado.
Talvez a ausência do livre arbítrio seja um golpe no nosso ego. Mas até aí… já fomos expulsos do centro do Sistema Solar, da galáxia e do Universo… mais um empurrão do tipo “você é menos do que julga ser” não me parece improvável.
Claro, sempre há o “penso, logo existo”. Não posso falar nada sobre a consciência de mais ninguém, mas o fato de eu poder experimentar a minha própria sugere que ao menos a ilusão de livre arbítrio existe. E, para nós, qual é a diferença entre a ilusão e a realidade? A rigor, podemos todos estar vivendo numa simulação, mas não faz diferença nenhuma, porque não teremos acesso à instância “real”, “não simulada”. O mesmo se aplica aqui. Para mim a ilusão de livre arbítrio equivale a ter livre arbítrio, uma vez que será bem difícil estabelecer algo conclusivo a esse respeito.
Pelo mesmo motivo, tendo a me alinhar favoravelmente ao teste de Turing e alegar que qualquer máquina que me pareça ser consciente mereça ser tratada como tal, ainda que seja apenas uma ilusão sofisticada.
Entendo seu ponto de vista, que é um tanto kantiano aliás.
Concordo com todas as implicações egóicas da ausência de livre-arbítrio. Veja, não estou afirmando ‘sim, temos’. Estou falando nas implicações filosóficas de não o termos.
Não vejo o fato de sermos marionetes (veja que não falei em marionete da natureza, pois isso equivaleria a dar à natureza uma identidade pessoal) como um truísmo, mas sim como uma tautologia.
Enfim, é uma reflexão válida.
Salvador,
Somente uma curiosidade, se num futuro distante formos habitar Proxima Centauri, considerando ela habitável, o Tempo nesse planeta seria mais devagar ou mais rápido em relação a Terra?Que dizer que, em relação a Terra, teríamos mais longevidade ou menos por ela fazer uma translação em apenas 11 dias terrestres?
Não, longevidade não mudaria nada (exceto pelos níveis de radiação, que provavelmente derrubariam brutalmente a expectativa de vida humana)…
Estava pensando na Teoria da Relatividade. Da comparação da Proxima Centauri com a Terra. Obrigado pela atenção
Wagner, o humano que viver lá (digamos que consiga se proteger da radiação e outras ameaças) vai ter o seu tempo passando exatamente como vê passar aqui na Terra.
Ele só vai notar diferença se por exemplo pegar um buraco-de-minhoca e voltar para a Terra. Seu irmão gêmeo que ficou aqui poderá estar bem mais velho ou novo.
Oi Salvador,
Acho que o Principio Copernicano tem sido aplicado de forma errada à Terra. O que você descreveu na reportagem mais se parece com as condições discutidas no livro Terra Rara:uma série de fatores precisam estar corretos (massa, raio, orbita, tipo estelar, campo magnético etc) para produzir um planeta habitável. Por exemplo, suponha que para cada parâmetro apenas 10% dos exoplanetas estejam na faixa correta (algo bem otimista!). E suponha que temos pelo menos 10 parâmetros. Então a probabilidade de encontrar um planeta habitável tipo Terra é (0,1)^10 = 0,0000000001. Isso não parece ser nada Copernicano e a Terra parece ser muito rara e especial.
Osame, não vejo dessa maneira não. O princípio copernicano sugere que a Terra não ocupa um lugar especial no Universo. Ter outros planetas em posição semelhante demonstra isso cabalmente.
O lance da Terra Rara, por sua vez, é um tema ainda muito controverso, porque é muito fácil citar peculiaridades de um planeta, mas não sabemos se elas são importantes. Note que Europa, lua de Júpiter, NÃO SE PARECE EM NADA COM A TERRA e tem ambientes potencialmente habitáveis.
Ou seja, se por um lado a Terra terá um monte de peculiaridades (não espero encontrar um mundo IDÊNTICO a ela), por outro lado há várias soluções possíveis para habitabilidade, e nem todas as peculiariades da Terra seriam necessárias.
Igualmente, muitas das características da Terra são o que se esperaria de planetas em condições semelhantes. Proxima b muito provavelmente é baseado em silicatos e ao menos em algum momento do passado foi rico em água. O fato de Marte e Vênus terem começado com cara de Terra mostra que não há muita variação na receita de planetas rochosos, embora a evolução deles vá ditar desfechos diferentes. (Marte parece ter sido habitável por 1 bilhão de anos; Vênus, possivelmente, mais de 2 bilhões de anos; e a Terra deve manter sua habitabilidade por um total de 5,5 bilhões de anos; note que habitabilidade também depende do tempo; a Terra será tão inabitável quanto Vênus no futuro, e planetas habitáveis devem ser bem mais frequentes em sistemas planetários jovens!)
Uma extensão do princípio copernicano é julgar que a Terra seria medíocre, no sentido de mediana, no contexto dos planetas que têm posição compatível com a dela em seus sistemas. Nem o melhor, nem o pior dos mundos habitáveis. Isso também parece verdadeiro. Mundos habitáveis podem de fato ser *melhores* que a Terra (esperam-se campos magnéticos mais poderosos de superterras, para citar um exemplo), assim como piores.
Mas claro, o princípio é um princípio — merece ser testado, e é isso que estamos fazendo! Até agora, ele tem resistido com louvor. Veremos se continuará assim.
Por fim, estima-se que cerca de 20% das estrelas tenham um planeta rochoso na zona habitável, então seu primeiro fator elencado tem o dobro do valor que você considerou otimista. 😉
Olha, biologicamente, nenhum mundo será compatível com a biologia terrestre.
Se um humano algum dia por os pés em um planeta com vida abundante como o nosso, mesmo que a atmosfera seja similar a nossa, mesmo que tenha um campo magnético igual o nosso, mesmo que tenha tudo isso, tenho que para o mim que ainda sim morreremos em pouco tempo.
Como lidar com as bactérias, com toda a carga de vírus que um exoplaneta estranho poderia ter? Isso nos mataria das mais diversas formas possíveis e sofríveis. Não temos anticorpos para lidar como uma biologia extraterrestre.
Essa mortandade seria recíproca, nos humanos morríamos, mas antes disso causaríamos milhares de mortes também, pois contaminaríamos o exoplaneta com nossas bactérias e vírus.
É triste, mas é verdade.
Osama, digamos que a chance de um exoplaneta apresentar configurações semelhantes à nossa seja de 0,1^10, como você falou. Agora imagine que existem pelo menos 10^10 planetas no Universo. Pronto, a chance de existir algum com configuração semelhante à nossa voltou a ser real.
Pelos comentários que eu vi os nibirutas, ou estão desistindo, ou estão indo pra outras birutisses.
Mas a matéria é ótima. Quem sabe meus netos poderão se candidatar a colonos.
Não é habitável. Motivo: O texto é muuuuuuuuuuuito longo. Logo, chegar lá, com certeza também será.
Brilhante. Alguém por favor dê o Nobel a esse sujeito. 😛
Tenho uma ideia melhor. Vou dar dois troféus a ele. Um de idiota e o segundo para caso ele perca o primeiro.
tenho impressão de que o nível probabilístico dessa descoberta não é tão elevado assim – digamos, num acelerador de partículas isso não seria considerado a descoberta de uma nova partícula…
mas, mesmo que existisse, tenho impressão de que as chances de desenvolvimento de vida macroscópica seriam mínimas… esse nível de radiação esteriliza qualquer planeta até dezenas de metros abaixo da superfície – teria que ser super-escudado
isso sem falar nas condições de estabilidade desse sistema, deslocando-se velozmente em órbita de um sistema múltiplo, sem planetas como Júpiter e Saturno absorvendo parte dos impactos num sistema cheio de perturbações gravitacionais, inclusive no período de formação – impactos capazes de arrancar uma atmosfera ou piores
enfim, precisamos de mais dados, mais observações, acompanhamento – agora se fosse pra arriscar isso pra mim seria um planeta morto
“enfim, precisamos de mais dados, mais observações, acompanhamento – agora se fosse pra arriscar isso pra mim seria um planeta morto”
Ainda bem que você não faz parte da equipe que descobriu o planeta.
UFA!
não preciso fazer parte da equipe para ver que as chances de encontrar um planeta habitável nessas condições são escassas – isso que estou dizendo é a verdade científica – a verdade só presta contas a si mesma, a nenhuma equipe nem instituição, e não existe qualquer autoridade na face deste planeta para afirmar que existe uma boa chance de encontrar ali, nessas condições, um planeta habitável – aceitem isso ou vivam eternamente na ficção – estou AFIRMANDO que é mais fácil habitar Vênus
pra você ter idéia, se a Terra estivesse naquele sistema, você precisaria de um propulsor iônico, acionado durante meses, só pra colocar uma sonda em órbita daquele planeta – se colocar no papel verá que todas as condições são extremas – as chances, efetivamente, são mínimas de estar diante de um planeta habitável – isso é sensacionalismo científico
Fiz confusão, não teria como, se Alpha Centauri b mostra a mesma face pelo tratamento gravitacional, não receberia luz solar do outro. A Lua é travada com a Terra, mas o conjunto Terra/Lua orbita o Sol, por isso que a Lua tem dias.
ATENÇÃO TODOS!
Por favor, não mandem, nem o Lula, nem a Dilma para esse lindo e promissor planeta, sob o risco de mandarem esse astro práspikas, .. kkkk!
ATENÇÃO TODOS!
Por favor, não mandem, nem o Lula, nem a Dilma para esse lindo e promissor planeta, sob o risco de serem chamados de idiotas por envolverem política em um post fantástico sobre astronomia!
Falou a capacho servil.
Chola mais, chola!
KKK
Quem deve chola é o “EU” ou seria “ELA”?
Segue tua função, bobo da corte.
Continua cholando, cholão!
Tá divertido ver a choladeila!
Caro Salvador, fiquei com algumas dúvidas:
Próxima e a duas Alfa compõem um sistema único, orbitando um centro de gravidade comum, ou Próxima é “independente”? Se for um sistema único, qual o período de Próxima?
E quais as distâncias entre essas três estrelas?
Marcelo, a desconfiança é de que as três fazem parte de um sistema único, com Proxima girando largamento em torno das outras duas. Ainda não é 100% confirmado isso, porque não observamos por tempo suficiente, mas até agora tudo parece apontar para uma ligação entre os três astros (eles se deslocam juntos no céu ao longo das décadas). Caso seja isso mesmo, Proxima deve dar uma volta em torno das Alfas a cada 500 mil anos, mantendo uma separação de cerca de 15 mil UA delas (1 UA é a distância Terra-Sol, 150 milhões de km).
Salvador, muito obrigado!
Neste caso, poderíamos dizer que a cada 250 mil anos (aproximadamente), Próxima deve alternar com as duas “irmãs maiores” o posto de “estrela mais próxima da Terra” (obviamente, excluindo o Sol).
Entendo que a alternativa seria Próxima e as “alfas” terem órbitas semelhantes em torno do centro da galáxia, mas, nesse caso, não haveria a alternância em relação à distância para o sistema solar (ainda que, eventualmente, possa haver uma “ultrapassagem”), certo?
Ah! Pelas minhas contas, creio que 15.000 UA sejam equivalentes a cerca de 83 “dias-luz”, certo?
Posso não fazer essa conta? rs
De resto, você está correto. Com um detalhe ainda mais atordoador — está todo mundo se mexendo, inclusive o Sol. Em mais alguns milhares de anos e o sistema Alfa Centauri nem será mais o mais próximo. Como disse um dos cientistas na coletiva da “Nature”, o Sol e Proxima estão se cruzando agora, se cumprimentaram, e depois cada um segue seu caminho. 😉
http://m.wolframalpha.com/input/?i=15000+astronomical+units+in+light+days&x=0&y=0
Realmente, eu parti da suposição de que o Sol e o sistema de Alpha Centauri estejam percorrendo órbitas em torno do centro da galáxia semelhantes o suficiente para que a variação da distância em relação ao Sol seja muito menor do que o efeito da translação de Próxima…
Salva…
Hoje, você o Eu™ o Osvaldo Alves e muitos outros estão “Supimpas”, é encantador ver a sua indisfarçável alegria!
Hoje não tinha como. Fiquei muito feliz MESMO. 🙂
Obrigado Afrânio…
Essa descoberta pé única e merece ser uma das mais lidas do blog!
Salvador, parabéns pela matéria.
Quanto tempo em média levaria para uma nave/sonda ir da Terra até este planeta, considerando esses 4,2 anos-luz? Contando somente o tempo de viagem (sem contar toda a preparação)
Vou ter um texto inteiro para você em instantes, guentaí. 😉
Cassio, Olá! Considerando que o objeto mais rápido hoje, feito pelo homem são as sondas ñ tripuladas, e que estas viajam a uma velocidade de 84 mil km/h.
Chegaríamos a este planeta em aproximadamente, 4,6 milhões de anos! É isto mesmo que vc leu, ou seja, morreria-nos mto antes de chegar lá!
Abraços!
Olá! Cassio, Considerando que o objeto mais rápido fabricado pelo homem hoje, são as sondas não tripuladas, e que estas atingem no espaço uma velocidade de 84mil km/hora, e este planeta fica a 4,2 anos luz daqui.
Chegaríamos lá em aproximadamente 4,6 milhões de anos! É isto mesmo que vc leu! Ou seja, morreria-mos mto antes, e provavelmente a sonda ou nave, em todo esse tempo encontraria algum corpo cruzando o seu caminho para destrui-la, pois é muito tempo!
Abraços!
Tá errada a sua conta. Seriam menos anos, na casa de dezenas de milhares.
Olá, Cassio e Salvador. 4,2 anos-luz (A.L.) correspondem à distância viajada pela luz em 4,2 anos. Isso é 4,2 x 300.000 km/s x 60 (conversão p/ minutos) x 60 (conversão p/ horas) x 24 (conversão p/ dia) x 365 dias, que dá 39.735.360.000.000 km. Se considerarmos uma velocidade de 30.000 km/h, mais ou menos a velocidade do ônibus espacial, o tempo seria de de 151.200 anos. A sonda Juno, o objeto mais rápido já feito pelo homem, viaja a uma velocidade aproximada de 264.000 km/h e, nesse caso, o tempo gasto seria de 17181 anos.
Abraços!
Carlos, prefiro fazer a conta baseada na velocidade corrente da Voyager 1, porque é uma nave cuja viagem é de fato interestelar. O ônibus espacial jamais sairia da órbita da Terra, então sua velocidade não é representativa, e o mesmo se pode dizer da Juno, que só ganha essa velocidade estonteante porque está sob o campo gravitacional de Júpiter, mas não teria como levar uma sonda “caindo em Júpiter” até Alfa Centauri! 😉
Boa noite Salvador!
Que descoberta fantástica!!
Só uma curiosidade, eu e minha esposa lançamos um livro de fantasia e ficção no mês passado, chamado A Senhora do Caos – A Viajante e o Dragão. A “viajante” do título é justamente por causa de uma garota que é transportada do interior de São Paulo ( de um jeito livremente baseado em algumas de suas reportagens aqui e na super) para um planeta de Alfa Centauri, onde se passa toda a história.
Minha esperança era de que o livro ficasse famoso antes da confirmação da existência desse planeta, assim quem sabe não se lembrariam da referência? Rsrs. Mas não teve jeito, os cientistas foram mais rápidos. Ponto pra eles :). E que venham mais novidades!!!
Bem, esse planeta está em Proxima Centauri, talvez o do livro esteja em Alfa Centauri A ou B… rs
Verdade. Não tinha me tocado disso. No livro ele está em Alfa Centauro (não digo se A ou B). Ainda tenho tempo. Mas acho que pouco tempo…. 🙂
Senão o Brian Cox, com certeza o nosso Phil Plait!
Salvador é o nosso Brian Cox!
E aí, Salvador, quando é que teremos a versão tupiniquim da série “Wonders” do Cox, que visa popularizar a ciência? Será que algum dia no Fantástico (estou sonhando, eu sei…)?
No mais, incrível descoberta! Seguimos acompanhando com imenso interesse!
Olha, anos atrás, quando eu trabalhava no G1, tentei propor uma série para o Fantástico, mas rolou aquele preconceito por eu ser jornalista e, na cabeça da Globo, “jornalista não começa pelo Fantástico”. Não rolou. De toda forma, muito antes disso, o Fantástico teve a “Poeira das Estrelas”, com o Marcelo Gleiser, que foi legalzinha. E eu, entre 2014 e 2015, tive a chance de fazer 52 programetes sobre ciência para a GloboNews (além do programa da Fapesp que foi ao ar pela TV Cultura). Então agora pelo menos não vai dar mais para dizer que eu estou querendo começar pelo Fantástico. Hehehe
De toda forma, não está nos planos. Estou com tanta coisa já no meu prato que está difícil olhar pro prato do vizinho. 😛
Parabéns pela matéria Salvador. Fico triste em saber que dificilmente vou viver o suficiente para confirmar a existência de vida em outro planeta…
Não seja pessimista. Se você tiver mais umas duas décadas, talvez chegue lá. 😉
Só que esses mesmos modelos sugerem que discos protoplanetários em estrelas de pequeno porte, como Proxima Centauri, são tão nanicos quanto elas, e numa faixa de 150 milhões de km de raio teriam, no total, agregariam menos massa do que a Terra tem. Como então Proxima b tem pelo menos 30% mais massa que o nosso planeta, a 5% dessa distância?
Grande Salvador: Belo texto, claro e conciso. Talvez falte algo, apenas, na parte acima…’teriam, no total, agregariam’…?
Ponto 1: No gráfico das estrelas, após Júpiter, como entraria a Terra?
Ponto 2: Dito assim, cruamente, ‘o planeta orbita bem perto de sua estrela-mãe – apenas cerca de 5% da distância Terra-Sol, ou 7,5 milhões de km’, não esclarece ‘o que significaria essa distancia Terra-SOL, OU SEJA, ‘onde a Terra estaria’ DO SOL'(A 5% DE DISTANCIA)?
Muito antes de Venus, e estariamos torrados…
Ponto 2: Proporcionalmente à da Terra, qual seria a velocidade de translação do planeta ao redor de Próxima? Esses 11 dias significam apenas que Próxima é pequena e ele está muito proximo ou que ele é muito veloz? Se estivessemos a 5% do Sol, quantos dias teríamos no ano?
Grande abraço.
Augusto
Vou ajustar, você tem toda razão no “pastel” com teriam/agregariam”.
Ponto 1: A Terra tem pouco menos um décimo do diâmetro de Júpiter, mais ou menos.
Ponto 2: Aqui acho você é que está se confundindo. O planeta orbita a uma distância de 7,5 milhões de km de Proxima Centauri, o que equivale a 5% da distância Terra-Sol (que não coloquei, mas quem foi à escola deveria saber que é 150 milhões de km). Claro, Proxima b não está torrado porque Proxima Centauri é muito menor e menos brilhante que o Sol, de forma que a zona habitável fica na faixa onde ele está. Se houvesse um planeta a 150 milhões de km de Proxima, ele seria tão frio quanto Plutão.
Ponto 3: (E não Ponto 2 de novo, certo? Pastel seu, pastel meu… rs) Sem dúvida ele é muito mais veloz. Mas, claro, a velocidade orbital depende das massas. Nós, a 5% do Sol, estaríamos ainda mais rápido que ele. Perdoe-me por não fazer as contas de período.
Abraço!
Excelente notícia Salvador e excelente matéria. A maior que você postou, com certeza.
Lembro que comentávamos, que em breve teríamos uma notícia bombástica.
Havia movimentos suspeitos nos observatórios e muito silêncio nos institutos. Sinais!!
E não é só isso que está para estourar, tem mais vindo por aí.
Acredito que nos próximos meses, ou até Abril 2017, o CERN em conjunto com outros Centros de Excelência, mudarão o curso do nosso entendimento do Universo.
Estão muito perto de comprovações que mudarão o curso da história do conhecimento.
Era de Ouro da Humanidade. Precisamos evoluir no social.
É, o CERN vai esquentar também, e não vai demorar. 😉
Vamos falar sobre isso? O que o CERN e vocês sabem que eu não sei? Kkkkkkkk
What No New Particles Means for Physics
Physicists are confronting their “nightmare scenario.” What does the absence of new particles suggest about how nature works?
https://www.quantamagazine.org/20160809-what-no-new-particles-means-for-physics/
Porém:
Neutrinos Hint of Matter-Antimatter Rift
An early sign that neutrinos behave differently than antineutrinos suggests an answer to one of the biggest questions in physics.
https://www.quantamagazine.org/20160728-neutrinos-hint-matter-antimatter-asymmetry/
Oha, o CERN disse bem recentemente que não há nenhuma nova partícula revolucionária a ser descoberta. Será que eles estão guardando o ouro?
http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2016/08/05/internas_cienciaesaude,658796/descoberta-sobre-particula-revolucionaria-se-revela-uma-grande-decepca.shtml
Meses atrás havia especulações de uma nova partícula, alguns falaram até em grávitons.
Gráviton esquece. Acho que nem existe esse troço. Hehehe
Mas dizem que o Cern pegou um sinal que pode ser de uma partícula nova, que não está no modelo padrão. Ainda não é estatisciamente relevante para ser declarada uma descoberta, mas, com a coleta de mais dados, se não for miragem, será.
Se você estiver falando do que eu acho que está, tudo indica que foi um alarme falso:
https://profmattstrassler.com/2016/08/05/the-2016-data-kills-the-two-photon-bump/
É, parece que subiu no telhado mesmo. Daí a importância de confirmar uma descoberta antes de hypar! 😉
Não tenho dúvidas da necessidade de se buscar planetas habitáveis, considerando o esgotamento próximo dos recursos naturais da Terra.
Mas, convenhamos, colocar esperança de se encontrar vida extraterrestre pelo simples fato de ter se identificado – de forma indireta – um planeta em uma zona habitável de uma estrela a 4,5 anos-luz é, penso eu, um pouco de exagero, ainda mais que sequer se sabe da existência de campo magnético, requisito básico essencial para o surgimento e desenvolvimento de vida biológica.
Ora, devem existir milhões ou bilhões de planetas no Universo posicionados nas ditas zonas habitáveis, mas e daí? Vênus e Marte, a nossa Lua e as luas dos demais planetas do nosso sistema solar possuem água, estão em zonas habitáveis, e, mesmo assim, são estéreis.
José Paulo, não sabemos se Marte é completamente estéril, e há boas razões para acreditar que no passado não foi, se é que é no presente. O mesmo vale para Vênus. E a coisa só melhora nas luas geladas, como Europa e Encélado. Lá, pode haver vida agora mesmo. Ainda não temos informações suficientes para dizer que não há ou houve vida em todos esses lugares. E estamos falando só do Sistema Solar. (E note que nenhum deles tem hoje campo magnético apreciável, mas sabemos que Marte já teve e Vênus provavelmente também.)
A nossa Lua não tem tamanho para ser habitável na região da órbita da Terra, mas certamente há muitos mundos habitáveis no Universo. E em planetas habitáveis nos termos da Terra é justo perguntar se têm vida similar à da Terra.
Alpha Centauri. Alpha, Beta, Próxima. Há histórias incríveis escritas sobre tais estrelas. Lendas? Sei lá. Eu só sei que enquanto nós ignorantes terráqueos nos perguntamos sobre o campo magnético do planeta, se existe água lá em estado líquido ou não, se um lado seu está o tempo todo voltado para sua estrela ou não, se existe condição para existência de vida ou não, seus seres viventes estão tranquilamente passeando por aqui em suas naves de luz. Nós não moramos “perto” ? A mesma distância que vem é a mesma distância que vai. Tecnologia, meus caros. Lendas? Sei lá.
Aí você caiu da cama e acordou!
Ahahaha, boa Eu™.
Oi Salvador! Por falar em Ganimedes quando receberemos noticias e fotos de Júpiter. Estou ansioso por novidades jovianas!
Dia 27 tem a passagem de raspão! Se a Nasa estiver esperta, no 28 já teremos. Se ela estiver devagar, no 29, segunda-feira. Falta pouco. 🙂
Saudações Salvador! Há anos observando o nosso céu com o meu pequeno telescópio, sempre termino olhando para a constelação do Centauro, com o pensamento voltado para a possível existência de um exoplaneta habitável em torno de suas estrelas. A notícia que você divulga hoje me deixa extremamente confiante de que um dia encontraremos outra Terra. Acho que o caminho e esse, primeiro do mais próximo para o mais distante. A humanidade precisa dessa descoberta para poder dar continuidade à vida.
Parabéns pela matéria salvador.
Mas dado o tempo estimado da estrela e do planeta, provavelmente o vento estelar e a radiação já varreram e esterilizaram o planeta.
Quantos planetas você conhece orbitando tão próximos de suas estrelas que possuam campo magnético forte o suficiente para protegê-los do vento estelar e da radiação?
Abraço
Bem, não conheço medida de campo magnético de nenhum exoplaneta, mas já vimos Hot Jupiter com uma atmosfera estendida mesmo depois de bilhões de anos de erosão. Modelos sugerem que Proxima b pode perfeitamente ter retido atmosfera. Mas entre modelos e a realidade vai uma distância. Vamos torcer para rolar trânsito e podermos medir a presença de uma atmosfera. 😉
Abraço!
Parabéns Salvador, acho q essa é a maior matéria q vc publicou aqui no blog. Tentei ler hoje no seviço e não deu, deixei para ler em casa com calma.
Já fazia um tempo q esse assunto vinha tomando corpo nos comentários aqui, e hoje vc nos brindou com essa notícia.
Todos os amantes da astronomia estão em festa com essa descoberta, e o motivo para tanta festa vc explicou muito bem. Que oportunidade de ouro ter um planeta como esse sendo nosso vizinho.
Brincando com o otimismo, imagina se ocorrer um trânsito e for detectado água na atmosfera!
Quero muito ver esse dia, vai ser literalmente um divisor de águas! A humanidade não vai sossegar se não chegar lá, quanta ciência e tecnologia serão desenvolvidas.
Sonhar é bom, ainda mais sonhos possíveis de se tornar realidade.
A aventura começou!
Nussa, se acontecer isso cai a casa. 🙂
É muito bom ver seus posts e tambem os livros (curti todos, até o quase indigesto ciencia proibida).
Esta descoberta de um planeta tão proximo nos dará um alento que em menos de 100 anos já tenhamos condições de enviar uma sonda para lá.
Este curto intervalo de tempo me fez pensar porque ainda não encontramos aqui na terra nenhum indicio de sonda alienigina.
Podemos ter sistemas com bilhões de anos a frente do nosso em evolução.
Eles deveriam ter viabilizado todas formas possiveis de viagens interestelares.
Será que vivemos um game sideral que ise nicia por implante de dna e tem um game over quando chega a determinado estagio de evolução?
Só falta, rsss
Lucio, você claramente ainda está na vibe “Ciência Proibida”. 😛
Sou otimista. Acho que vamos escapar dessa.
Olha, acho plausível que civilizações alienígenas ao observar o nosso sol já possam ter detectado o nosso mundo e classificá-lo como habitável. A Terra é generosa para a vida já faz uns 3 bilhões de anos.
Mas teriam eles enviando sondas para cá? Estabelecer contato?
Essas civilizações ainda existem? Imagine se há sessenta milhões de anos atrás alguém tivesse esperando um sinal nosso.
Aliás, eles poderiam eles ter desenvolvido tecnologia suficiente para vir até aqui, cruzando grades distâncias interestelares?
Claro, estamos apenas descobrindo como fazer isso agora.
Mas o fato da vida na Terra ter evoluído sem intervenção externa, sendo apenas produto do meio, sugere que sempre estivemos sozinhos.
Mas nada impede de já termos sido observados ou talvez, ainda estejamos.
E quando poderemos enviar uma sonda pra tirar fotos? me dar ibagens!!!
Em uns cem anos seria o meu palpite. Mas quem sabe sai antes? 🙂
Só cem anos?! vou esperar sentado. kkkkkk
Melhor mesmo. Em compensação, já temos umas ideias aí pra fazer uns megatelescópios que poderiam, em princípio, mapear continentes num mundo desses.
O lance é abrir a carteira agora. rs
Excelente artigo, Salvador.
Depois de ler a matéria, cheguei à seguinte conclusão: mais difícil do que detectar um mosquito passando por um farol a um Km de distância, será saber se ele era da dengue…
No meu entendimento, o desenvolvimento tecnológico da eletroscopia de transmissão é fundamental para que a composição atmosférica desse planeta rochoso seja determinada antes da próxima geração levar 20 anos para levar uma sonda até lá.
Resta uma dúvida, nobre Salvador:
Existe campo magnético em planetas que não giram em torno do seu próprio eixo?
Bem, eu nunca vi planetas que não giram em torno de seu próprio eixo. Note que esse aí gira — uma vez a cada 11,2 dias provavelmente, sincronizado com a translação. Agora, é fato que girar muuuuito devagar pode atrapalhar. Não é o caso aí, contudo. Note que Ganimedes é uma lua de Júpiter e tem campo magnético próprio, completando uma volta em torno de seu eixo (e de Júpiter), a cada 7,1 dias terrestres.
Salvador, observe: “Sua órbita, por sua vez, o leva a completar UMA VOLTA EM TORNO DE SUA ESTRELA-MÃE a cada 11,2 dias terrestres…”. Então, em 11,2 dias terrestre o planeta gira uma vez em torno da Próxima Centauri. Imagine a velocidade de rotação…
Imagino que você se refira à velocidade de TRANSLAÇÃO. A de rotação seria bem lenta — 11 vezes mais lenta que a da Terra. 😉
Parabéns Salvador pela reportagem. No começo da década de 80, quando era estudante do ensino médio, vi uma gravura no Livro “Astronomia” de Joachim Herrmann. Era a visão de como seria o céu num hipotético planeta de Alfa Centauri. O sol apareceria bem perto da constelação de Cassiopeia. Imaginava tanto este céu e agora sei que existe um mundo próximo que vê o sol no firmamento. Fantástica descoberta!
É óbvio que tudo isso não passará de mais uma simples curiosidade. Mas fica aqui a lembrança de que um planeta orbitando o sistema Alpha Centauri já foi previsto nos anos 60 num famoso seriado de TV chamado ‘Perdidos no Espaço’, onde no futuro deles (1995) seria lançada uma nave espacial chamada de “Júpiter 2′ com uma família (Robinson) que deveria iniciar a colonização desse planeta, pois se havia constatado que tinha condições de manter a vida humana, mas um sabotador a bordo (Dr Zacchary Smith) estragou todos esses planos.
Parabéns pela matéria Salvador.
Mas orbitando tão próximo de Proxima, e considerando o tempo estimado de vida da estrela e do planeta, provavelmente o vento solar deve ter varrido proxima b. Deve ser um mundo estéril.
Quantos planetas você conhece orbitando tão próximos de uma estrela e que tenham campo magnético forte o suficiente para protegê-los dos efeitos nocivos da radiação e vento solar?
Depende basicamente do campo magnético do planeta. Mas a gente já viu atmosferas em planetas colados em estrelas ainda maiores, com órbitas de 2, 3 dias. Não sei não. Isso é o que mais me intriga. Vamos começar a testar todas essas ideias agora.
Lembrei do filme Avatar. Lá, porém, Pandora é uma lua de um planeta em Alpha Centauro. Que bom que é perto. Um dia poderemos chegar lá. Porém enquanto não se achar de fato vida em outros planetas, a nossa Terra é sim privilegiada.