Nasa comprou peça Tabajara para o Kepler?
Ainda me lamentando pela pifada do telescópio espacial Kepler, o caçador de planetas da Nasa. Sobretudo porque talvez pudesse ter sido evitada, se a agência espacial americana tivesse escolhido melhor seus fornecedores.
Quem me conta a história é Eduardo Janot Pacheco, astrônomo da USP que participou de um projeto similar ao Kepler, só que do lado de lá do Atlântico, o satélite franco-europeu Corot.
“Quando encomendaram as ‘rodas de reação’, que fazem parte do equipamento dos giroscópios, o fizeram de uma empresa americana que já tinha feito as ditas cujas para outros satélites, e elas tinham estragado em dois casos!”, afirma Janot. “O incrível é que encomendaram assim mesmo para o Kepler. Ou seja, ele parou de funcionar por uma imprudência.”
A fabricante das rodas de reação é a Ithaco Space Systems, que acabou se mostrando uma espécie de Tabajara americana (lembrando a lendária organização fictícia da turma do Casseta & Planeta que prometia produtos miraculosos de procedência duvidosa). Ela foi subcontratada pela Ball Aerospace, companhia responsável pela construção do Kepler para a Nasa.
Os engenheiros envolvidos na missão até se preocuparam com o problema antes do lançamento, depois que houve as falhas nos outros satélites. Em 2008, no ano anterior à decolagem, eles enviaram as rodas de reação para reinspeção e a galera da Tabajara trocou algumas partes delas, que já mostravam sinais de desgaste. Segundo a fabricante, as mudanças evitariam que os problemas ocorridos com os outros satélites que as usaram se repetissem.
Caso a Nasa decidisse substituir as rodas de reação pelas de outro fabricante, teria de adiar o lançamento do projeto e desembolsar mais uma bela grana, em uma iniciativa que já tinha orçamento de US$ 600 milhões. Optaram por segurar na mão de Deus e deixar o Kepler subir como originalmente projetado.
Deu no que deu. Perdemos o satélite mais cedo do que poderíamos, embora os resultados obtidos durante seus mais de 3 anos em operação devam ser celebrados. E tudo por conta de peças que custavam US$ 200 mil, uma fração pequena do custo total.
O TAMANHO DO PREJU
Segundo Janot, a perda do Kepler é bem significativa para as pesquisas em exoplanetas. Ele era o único telescópio disponível capaz de distinguir uma sucessão de eclipses numa mesma estrela com vários minutos de intervalo entre eles, o que o levou a descobrir dezenas de sistemas com vários planetas.
“O tamanho do espelho [1,4m] permitia também que ele descobrisse com mais facilidade planetas pequenos, como os rochosos, mais interessantes para a busca de vida”, afirma o astrônomo da USP.
Vale mencionar que os americanos empurram a globalizacao goela abaixo dos paises em desenvolvimento, mas as instituicoes de pesquisa financiadas por dinheiro publico sao obrigadas a comprar produtos made in USA, sempre que houver. Talvez isto explique a compra de produto americano?
Bem se vê amigos que pikaretagem não privilégio tupiniquim o Tio Sam também tem os seus. Característica de um bicho chamado ser humano que as vezes só quer levar vantagem.
Ball Aerospace. Spaceballs.
[]s,
Roberto Takata
Pesquisa Visão do Brasileiro Sobre Ciência, Sociedade e Tecnologia
http://genereporter.blogspot.com.br/2013/06/pesquisa-gene-reporter-visao-do.html
Aí sim elevou o nível da referência! Que o Schwartz esteja com você, Takata.