Curiosity matou o gato marciano

Salvador Nogueira

O conjunto de resultados obtidos pelo jipe robótico Curiosity na superfície de Marte revela o cenário de um planeta morto. Os trabalhos, que representam os 100 primeiros sóis (dias marcianos) da missão e acabam de ser divulgados online pelo periódico científico “Science”, jogam água na fervura daqueles que esperavam encontrar alguma coisa ainda viva no planeta.

Mosaico de imagens mostra o Curiosity explorando a superfície de Marte

É bem verdade que o robô da Nasa nunca foi projetado para encontrar vida. Mas era a esperança dos cientistas encontrar alguns sinais indiretos, como a presença de compostos orgânicos — precursores essenciais da vida como a conhecemos — em meio às rochas marcianas. Não rolou.

Ou melhor, até rolou. Análises promovidas com o SAM (sigla inglesa para Análise de Amostras em Marte), um instrumento que processa o solo por meio de pirólise — o aquecimento sem a presença de oxigênio — mostraram a presença de diversos compostos orgânicos, em pequenas quantidades.

Entre eles, estão clorometano (CH3Cl) e cianeto de hidrogênio (HCN), moléculas relativamente simples e bem conhecidas dos terráqueos. Aliás, conhecidas até demais. Tão pequena é a proporção delas que os cientistas não conseguem descartar uma contaminação do próprio instrumento na análise feita em Marte. Também é possível que o contágio seja por outros objetos vindos do espaço, como asteroides ou cometas que colidiram com o planeta vermelho. (A análise foi feita sobre poeira levantada pelo vento de uma fonte batizada de Rocknest, então ela é bastante representativa de diversas regiões do planeta.)

“Vários compostos orgânicos simples foram detectados, mas eles não são definitivamente marcianos em origem”, afirmam os cientistas.

Junta-se isso à análise recentemente divulgada de que o Curiosity não detectou metano na atmosfera marciana — uma surpresa, uma vez que observações orbitais sugeriam sua presença — e o que temos é um cenário meio desolador para a busca de vida presente em Marte.

EM ALGUM LUGAR DO PASSADO

O planeta vermelho, contudo, permanece sendo alvo de interesse astrobiológico. Primeiro porque não se pode concluir sobre um mundo inteiro a partir de algumas rochas (por mais representativas que sejam). Segundo porque nem sempre Marte foi tão árido assim.

A rocha Jake_M, esmiuçada pelo jipe Curiosity

Um dos destaques dos trabalhos divulgados hoje é o estudo de uma rocha chamada Jake_M, que é diferente de tudo que já foi visto em termos de pedras marcianas. Uma análise com espectrômetro mostrou que se trata de uma rocha ígnea (vulcânica) cuja composição lembra outras encontradas comumente em ilhas na Terra. Aqui conhecida como mugearita, ela pode ou não ter sido formada em ambiente com grande quantidade de água.

E as evidências de que Marte teve água líquida em sua superfície no passado já são bem definitivas, depois dos estudos dos predecessores do Curiosity, o Spirit e Opportunity. Resta então descobrir se o planeta vermelho já teve vida no passado e se alguma dessas criaturas sobreviveu até o tempo presente. Ainda é possível que as encontremos, mas já está claro que, se elas de fato existem, estão muito bem escondidas.

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Comentários

  1. Onde se lê … articular as próprias ideais….. leia-se … articular as próprias idéias. Falha nossa, de digitação.

    1. É muito curioso você comentar sobre os erros dos outros e errar também…rsrs… Muitos erros citados aconteceram pelo mesmo motivo que o seu: pressa, falta de atenção na revisão e falta de revisão.

  2. É impressionante a quantidade de erros de escrita que encontramos nos comentários acima. Tempos verbais, concordância, nexo das frases, encadeamento de raciocínio, vocabulário….. Fico imaginando como será difícil para um ET tentar traduzir a nossa linguagem e perceber que não existe um elo de ligação entra os textos que encontrarem. Vão ficar muito confusos e provavelmente decidir que é melhor dar um tempo para a humanidade aprender a pensar, antes de se mostrarem. Francamente, eu penso que é uma obrigação do cidadão aprender a falar corretamente, para se fazer entender, e articular as próprias ideais. Como é que alguém vai discutir vida extraterrestre se não sabe nem se comunicar corretamente em seu idioma materno? É uma necessidade vital para que nos façamos entender pelos outros.

  3. Engraçado como os homens se preocupam em explorar vida em outros planetas, gastando trilhoes em equipamento, sendo que nossas maiores riquezas, muitas delas ainda desconhecidas estao aqui, no fundo do oceano. Recomendo assistir TED Talks, em um episodio que fala exatamente sobre isso. Povo maluco. Nosso planeta nao foi explorado nem a metade e ja querem partir pra outros planetas…

    1. Respondi anteriormente nos comentários. É um mosaico feito com a câmera no braço robótico dele. Como ele tira fotos de vários pedaços, o pessoal depois junta as várias fotos para dar a impressão de que foram obtidas por um observador externo.

  4. A bíblica não trata especificamente da criação da vida em outros planetas, conta de forma bem resumida, a criação da vida no planeta terra, mas há textos que mencionam a existência de outros mundos onde há seres inteligentes, mundos que não cairam da desobediência ao Deus Criador. Mas é mais provável que esses mundos não estão localizados no sistema solar, estariam localizados em outras galáxias mais distantes, inacessíveis aos habitantes no planeta terra. Nosso planeta, que parece ser local onde se desenvolve esta esperiência dos seres estarem em desobediência a vontade do criador. Mas o principal tema da Bíblia, sem dúvida é a restauração do planeta terra e seus habitantes a condição requerida por Deus. Na parábola das ovelhas perdidas, Jesus menciona algo que dá para perceber, que o criador 0 enviou para resgatar essa ovelha perdida ( a terra ), para reintegrar as outras 99 que não se desgarraram, mas ficaram no aprisco do Criador. Então podemos perceber que as 99 ovelhas, representa os mundos não caídos. A totalidade dos mundos seria 100%, então apenas a terra se desgarrou.

  5. Deus não existe. Nós temos que resolver nossos problemas sozinhos e que são muitos, um eles: Encontrar um outro planeta e mudar para lá, reinventar a vida com novas adaptações, aos novos dias, anos e tempo que este novo planeta nos promova. Isso vai demorar uns milhares de anos, podemos ficar tranquilos por agora. Não dá parta acreditar em Deus (figura divina que muitos acham ter poder para mudar tudo, só não pode mentir não é? Então não pode tudo! Ou será que pode?). Não sabemos como tudo funciona, agora, isso de achar, que tudo que não há explicação neste tempo, é milagre? Não é milagre, isso é debilidade emocional. Nós não estamos sós no universo e somos uma raça extremamente nova para compreender estes assuntos, e até alguns problemas de física e muito complexo para nossa humanidade (tipo de vida racional em franca evolução). Vamos aguardar. Acredito que em mais 100 anos vamos ter respostas claras sobre a vida e quanto somos noviços como raça inteligente.
    vamos esperar e veremos que Deus é apenas uma ideia frágil, por não compreender quem verdadeiramente nós somos e o quanto e quem é, responsável por nossa existência. Não existimos por acaso e nada vai acontecer até o momento certo. Por tanto, vamos esperar e deixar a ciência avançar com o tempo e os cientistas acordarem na velocidade que a natureza humana necessita para compreender tudo que nos cercam. Ai! Quem sabe? Poderemos brincar de Deuses também!

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