Há muito tempo, numa galáxia muito, muito distante…
Nem acredito que vivi para usar esse título! Essa é pra você, George Lucas! Astrônomos acabam de anunciar a descoberta da galáxia mais antiga já observada.
Sua luz, detectada originalmente pelo Telescópio Espacial Hubble e depois observada em mais detalhes pelo Observatório Keck, no Havaí, e pelo Telescópio Espacial Spitzer, é de uma época em que o Universo tinha “apenas” 700 milhões de anos.
Pode parecer muito, mas é menos de 5% da idade atual do Universo — 13,8 bilhões de anos.
Estudar as profundezas do espaço é como usar uma máquina do tempo. E foi basicamente isso o que fez a equipe liderada por Steven Finkelstein, da Universidade do Texas em Austin.
Eles partiram de uma amostra de alguns dos objetos mais antigos já detectados, a fim de estudar como era o Universo em sua infância. Isso é possível porque a velocidade da luz é finita (cerca de 300 mil km/s). Assim, a luz que saiu desse objeto quando o Universo era novo só chegou aqui agora, estando disponível aos astrônomos para estudos.
A galáxia, que leva o antipático nome z8_GND_5296, tem algumas características peculiares que ajudam a compreender o que estava rolando no cosmos nessa época. Embora ela não passe de uma manchinha de luz nas imagens colhidas pelos astrônomos, há muita informação para se extrair dela.
Um exemplo é a constatação de que essa galáxia antiga produzia novas estrelas a um ritmo 150 vezes maior que o da Via Láctea — a nossa galáxia — nos tempos atuais.
Especula-se que ela seja um dos primeiros objetos a emergir da chamada “era da reionização” — um nome complicado para definir a época em que o Universo deixou de ser opaco e a luz passou a circular livremente.
Se isso for confirmado, trata-se de uma ótima janela para observar as condições do cosmos numa época próxima à formação das primeiras galáxias.
O trabalho foi publicado na última edição da prestigiosa revista britânica “Nature”.
Salvador
voce acha possível que numa dessas primeiras galáxias tenha surgido vida ou as coisas ainda eram meio “instáveis”, como vc mesmo mencionou, a criação de estrelas num ritmo maior, já descobriram por que?
quem sabe uma civilização sobreviveu à morte da galáxia e se espalhou por outros lugares? ou viajei na maionese agora? 🙂
Pode ter acontecido muita coisa interessante lá. Mas viagens intergalácticas são extremamente complicadas…
O que seria essa “bola” brilhante soltando esses raios verdes mais ou menos no centro da imagem?
Estrelas na Via Láctea, no plano mais próximo da foto.
Irmão Nogueira, me faz entender a seguinte declaração sua:
“Assim, a luz que saiu desse objeto quando o Universo era novo só chegou aqui agora, estando disponível aos astrônomos para estudos.
Minha pergunta é simples, tão simples como a luz: Como se pode saber que a luz dessa galáxia ‘só agora chegou até nós’? Não seria o caso de ‘só agora’ termos apontado o telescópio pra aquelas bandas e termos percebido essa luz’?
Fico aqui tentando entender de que forma podemos dizer que uma luz que vemos a vemos porque ela apareceu agora, de forma inédita. O irmão poderia sanar essa dúvida minha (ou será que é uma dúvida de todos)?
Apóstolo TDS
A luz que podíamos ver antes do momento da observação saiu alguns instantes antes, a luz que chegou depois da observação foi emitida alguns instantes depois. Não sei se me fiz entender, mas o que quero dizer é que é evidente que esse objeto já estava brilhando há tempos, mas a luz que foi observada (os fótons específicos) só pode ter chegado no momento da observação.
Irmão nogueira, desculpe mais essa minha importunação, mas eu ainda não compreendi plenamente. O texto aqui postado pelo irmão diz inicialmente:
Sua luz, detectada originalmente pelo Telescópio Espacial Hubble e depois observada em mais detalhes pelo Observatório Keck, no Havaí, e pelo Telescópio Espacial Spitzer, é de uma época em que o Universo tinha “apenas” 700 milhões de anos.
Não sei se é o grau de minha ignorância em física ou outra coisa, mas me deixe perguntar só mais essa vez e não se irrite comigo:
Com a frase “detectada originalmente” o texto quer dizer que a luz vinda daquela galáxia foi vista (ou percebida) pela primeira vez ou seria o caso de ela ter alcançado nossos olhos (Hubble) de modo inédito – pela primeira vez?
Como se pode chegar à distância de um objeto somente por analisar sua luz? Existe a possibilidade de se medir a idade de um fóton, é isso?
Afinal, como é que os observadores cientistas se dão conta de que determinada luz vinda de um objeto que se localiza nas profundezas do espaço intergaláctico “é de uma época em que o Universo tinha ‘apenas’ 700 milhões de anos”?
E se a luz daquela galáxia já estivera à vista a muitos milhões de anos mas que só agora, que temos um Hubble, é que a percebemos e a vimos? Isso indicaria que a galáxia está ainda mais distante e, consequentemente, mais antiga que o estabelecido aqui?
Suponhamos que uma pessoa acenda uma vela na sua casa por volta de 20:00h de um determinado dia e, somente 20 minutos depois um vizinho, que tem sua casa a não mais que 20 metros da dele, se dá conta da luz vinda da vela. Seria correto o observador, dando uma de cientista físico, uma vez que enxergou a luz exatamente naquele momento, determinar que a vela acabou de ser acesa e que, portanto, levando-se em conta a velocidade em que sua luz percorreu até seu olho, indicar com precisão que a vela – a fonte da luz – esteja a 20 metros de distância?
Será que ele faria a seguinte pergunta: “Será que a luz só agora chegou aos meus olhos ou foram os meus olhos que só agora a observou?”
Espero ter transmitido minha dúvida de uma forma compreensível. Apreciaria muito sua resposta, pois, com muita vontade de entender plena e definitivamente esta grandiosa questão, ela poderia sanar todos os mistérios em minha ignorante mente.
Apóstolo TDS
Apóstolo, eu expliquei em outros comentários aí como se estima a idade. Tem a ver com o quanto a luz se distorce ao atravessar a vastidão do espaço em expansão.
Caro Salvador, me desculpe a ignorância em astrofísica, mas seria possível que o firmamento apresentasse corpos celestes em duplicata, quer dizer, a luz gerada por eles nos atingiria diretamente e “refletida” (distorçao de trajetória retilinea da luz por outros corpos com grande gravidade – um jogo de espelhos em escala universal)? e eventualmente estes corpos em duplicata poderiam estar sendo vistos de “perfil”?
Abraço
Fernando
Fernando, em lentes gravitacionais é possível ver múltiplas imagens do mesmo objeto. Mas não chegam a produzir mudanças radicais de perspectiva a ponto de se ver um objeto de perfil.
Obrigado por responder minha dúvida!
Mas, me desculpe a inssistencia, em teoria seria possível ver algum objeto em “duplicata “?
Obrigado novamente
Fernando.
Sim, te disse que sim. Nas lentes gravitacionais, dá para ver duas ou mais imagens do mesmo objeto.
Salvador, eu não estudava muito astronomia, mas ultimamente estou muito interessado,
segundo a teoria da expanção, quanto mais distante a galáxia maior a velocidade de distanciamento, mas se pensarmos de um forma diferente, não que a velocidade é maior porque a distancia é maior e sim que a distancia é maior porque a velocidade é maior? essas galaxias mais distantes simplesmente teriam esse redshift pelo efeito doppler por sua alta velocidade de afastamento desde o inicio.
a não ser que esse distanciamento tivesse uma velocidade acelerada proporcionalmente à distancia.
pode-se saber se as galaxias estão em afastamento acelerado?
A aceleração do Universo se mede por outro parâmetro, as supernovas distantes. Sua hipótese seria possível, não fosse o corpo de evidências em favor do Big Bang, que explica tudo pela expansão, e não pelas diferenças de aceleração entre galáxias.
Obrigado,
Entao quer dizer que nao estamos vendo como ela é hoje, mas sim como era a 13,1 bilhoes de anos atras???
por favor me esclareça essa duvida
Isso!
como se formou o primeiro objeto do universo o ”ponto”? e que acelerou essa particula?
Desculpe minha ignorância, mas como sabemos que este desvio e devido ao redshift. Cosmológico e não devido ao efeito Doppler?
Kedes, È DEVIDO ao efeito doppler. Qdo uma estrela ou galaxia irradia no comprimento visivel, também o faz no infra-vermelho e ultravioleta, invisiveis. Se afastando de nós, parte do ultra-violeta muda para o violeta(azul), parte do azul muda para amarelo, amarelo para vermelho e este último para o infra-vermelho, fazendo que o efeito doppler não seja observado só por isso. Mas existem as raias de absorção(como as do calcio) visiveis no espectro de todas as estrelas, inclusive em nosso sol que é uma estrela que não se aproxima e nem se afasta de nós. Medindo a frequencia desta raia de Ca em estrelas e comparando com a frequencia medida em nosso sol(estacionário para nós) verificamos o efeito doppler que pode dizer se afasta ou aproxima de nós. Portanto quando dizemos que uma estrela(ou galáxia) está a se distanciar de nós, e ter um desvio para o vermelho, o que se desvia de forma mensuravel são raias de absorçao identificaveis como as do calcio(Ca).
Salvador, tenho uma pergunta:
Sabermos o comprimento de onda da luz que chega até nós é fácil, mas como sabemos o comprimento de onda inicial, lá na estrela a 13,1 bilhões de anos luz daqui, para assim podermos verificar o quanto esse comprimento aumentou e provar que essa distância está correta?
A gente sabe em que posição do espectro estão os sinais de diversos elementos, e tal. Se todos aparecem deslocados, sabemos que houve desvio para o vermelho. Hidrogênio emite como hidrogênio sempre…
Abraço!
Entendi
Obrigado pela resposta
Gostei do seu blog
Salvador, me intriguei com o assunto: De uma forma bem simples, vamos supor que essa galáxia esteja a nossa esquerda. Uma galáxia 300 milhões de anos-luz a nossa direita veria hoje esse ponto com 400 milhões de anos-luz e outra a 700 milhões “veria” o Big Bang? Coloquei o verbo ver entre aspas porque não havia luz no Big Bang. Faz algum sentido?
Digo: 400 milhões de anos de idade.
Paulo, essa galáxia talvez nem existisse quando o Universo tinha 400 milhões de anos, o que quer dizer que alguém 300 milhões de anos-luz mais afastado dela que nós nem a veria. E note que antes da chamada era da reionização o Universo era opaco, então não havia nada que se ver.
Sobre enxergar o próprio Big Bang, o melhor que se pode fazer é ver o momento em que a luz primeiro começa a transitar no Universo. E isso nós já vemos daqui: é a famosa radiação cósmica de fundo. O fato de ela vir de todas as direções demonstra outra coisa que falei aqui — o Big Bang aconteceu em toda parte. Foi o espaço-tempo que inchou após o Big Bang, e por isso vemos a radiação cósmica de fundo, gerada cerca de 380 mil anos após o Big Bang, vindo de todas as direções.
Li e reli todos os comentários deste post…
Somos, na verdade, um pequeno ser vivo, unicelular, de dimensões micrométricas (como se entende na física) que nasce, cresce, vive e morre sem conseguir nadar em não mais que 1 m3 de água no meio do oceano (o Pacífico, por exemplo, que tem milhares de quilômetros de norte a sul, de leste a oeste e uns outros tantos de profundidade). Moral: nós os ‘peixinhos efêmeros’ não sabemos que, além daquele 1 m3 de agua, existe terra, ar, outros planetas, outras galáxias, e tantas outras… Cada vez mais entendo que não entendemos nada…
Bem, sobre o ‘deslocamento para o vermelho’ bastante citado e, observando atentamente a foto do post, restou-me mais dúvidas: Porque existem corpos celestes de várias cores nesta foto? Porque esse ponto vermelho indica os tais 13,8 bilhões de anos? É certo que todos os corpos celestes foram criados brancos e depois mudam de cor? O que significa então essas cores diversas?
Franccisco, as cores têm a ver com os filtros usados no Hubble, que atribuem a emissões diferentes cores diferentes. É uma visão não muito distante da que teríamos com os próprios olhos, mas não igual. Já o vermelho da pequena galáxia passou por processamento muito maior, por isso é tão artificialmente acentuado.
Cabe lembrar também que numa imagem dessas encontramos objetos nas mais diferentes profundidades. Nem todas as galáxias vistas aí estão tão distantes…
A ciência não é estagnada, parada. Ela está em constante evolução. Ela se baseia em fatos, observações. Existe a ciência teórica e a prática. Os práticos levantam fatos, através de observações (registros) e medições e os teóricos tentam explicar através de teorias. Quando aparece um fato novo, não previsto pela teoria, está na hora dela evoluir ou ser rejeitada. a ciência evolui sempre.
a bem da verdade há muita coisa para se descobrir sobre como o universo funciona, tanto que as teorias da Relatividade, Quantica etc não conseguiram explicar ou prever todas as situações encontradas na prática, então, nós tb teremos dificuldade de interpretar.
por isso a teoria das cordas vem ganhando terreno ao tentar explicar alguns aspectos da matéria e seu comportamento macro e microscópico, ao meu ver a abordagem da teoria das cordas está mais próxima da realidade.
no tocante a essa galáxia antiga parece que ela estava mais próxima do ponto de “construção” ou “iniciaçao” sofrento os efeitos de maior taxa de nascimento de estrelas (havia mais matéria concentrada?) e quanto a questão sobre o crescimento do universo, devemos observar que na medida em que a energia das branas (usando a ideia das supercordas e colisão de branas) colidentes criavam perturbações, provavelmente havia pouca ou nenhuma barreira para uma explosão de crescimento da matéria, basta imaginar que antes não havia partículas como o boson de higgs atrapalhando o fluxo, daí certos limites podem ter surgido instantes depois (no chamado tempo de planck), embora muito curto, foi suficiente para criar um tremendo crescimento.
É sabido que a teoria do Big Bang é a teoria aceita pela comunidade científica de nossa civilização…. e virou senso comum…. e , se , por acaso, isso estiver errado, ou seja, e se toda a matéria e/ou energia de nosso universo, ao invés de estar compactada em um minúsculo ponto, ao invés disso, que considero um absurdo, essa matéria seja proveniente de outro ambiente ao qual nossa vã capacidade intelectual e sensores não conseguem enchergar? O Big Bang é uma teoria usada para tentar explicar oque de fato nossa capacidade não consegue entender. Um universo infinitamente grande não pode ser concentrado em um ponto infinitamente pequeno….. ou pode?
E onde fica a lei da conservação da energia?
E se toda essa matéria e energia tenha sido “injetada” de outro ambiente ao qual não temos acesso? Não parece ser uma idéia mais razoável doque um universo comprimido dentro de um átomo?
Na verdade a teoria do Big Bang é bem sólida e comprovada por múltiplas evidências desse estado denso e compacto, como a proporção dos elementos químicos no Universo e a radiação cósmica de fundo.
Salvador Nogueira, todas as teorias desenvolvidas pelos grandes pensadores que nos antecederam no tempo acabaram se mostrando inferiores ao conhecimento atual. Isto não seria uma tendência aplicável sobre as teorias aceitas atualmente em relação ao conhecimento das futuras gerações?
Com certeza! Mas a ciência não é como a filosofia, em que uma nova teoria destrói as antecessoras. Na ciência, o que mais vemos é o conceito de domínio de aplicabilidade. Por exemplo: a terceira lei de Kepler é uma versão pobre da teoria da gravidade de Newton, que por sua vez é uma versão simplificada da teoria da gravidade de Einstein (a relatividade geral). Kepler é usado até hoje pelos astrônomos para calcular períodos orbitais, e quando eles precisam apelar usam Newton. Raramente usam Einstein, que só mostra eficácia superior em campos gravitacionais muito intensos (explicando, por exemplo, a precessão de Mercúrio, não explicada pela gravidade de Newton, ou os efeitos radicais na borda de buracos negros).
Em tese, a única teoria “vigente” da gravidade é a de Einstein. Mas Kepler e Newton são aproximações muito boas, que continuam nos servindo até hoje. Não é que os tenhamos jogado fora.
Agradecido por sua resposta, penso dessa mesma forma. Sou apenas um curioso a respeito desses assuntos, adorei o seu blog e principalmente das discussões provocadas por ele que são muito elucidativas. Parabéns Salvador Nogueira!!!
É um tanto fácil apontar para uma montanha de estudos e cientistas e dizer “considero um absurdo”. Fácil porque economiza entender o que estão dizendo, economiza o esforço de estudar. A preguiça é a maior censura ao raciocínio humano.
Dizer que no Big bang o universo se expandiu com velocidade superior a da luz significa dizer que é sim possível ultrapassar a velocidade da luz, assim um dos 2 postulados não é verdadeiro. Intuitivamente eu diria que o Universo é grande demais e por isso tudo é possível, até mesmo Deus pode perfeitamente existir fora do Universo. Se o Universo for finito o que acontece com a luz quando sai do Universo? Será que ela reflete e essa galáxia é apenas um reflexo que está atravessando o Universo diversas vezes?
É possível ultrapassar a velocidade da luz, mas não localmente. Com relação ao espaço ao seu redor, você não pode ir mais depressa que a luz. Mas se esticar os espaços adjacentes a soma de velocidades pode ser superior à da luz.
Salvador, agradeço a resposta e peço que se puder me ajude a compreender o conceito de espaço usado pela física atual. Einstein introduziu o conceito de curvatura do espaço, assim gostaria de entender se o espaço é a ausência de matéria, a distância entre 2 pontos, um tipo especial de matéria ou de energia? Caso o espaço seja entendido como vacuo então pergunto como algo que não possui massa pode ser curvo, reto ou possuir qualquer forma? Abusando um pouco da sua boa vontade pergunto ainda se já foi demonstrado empiricamente que a luz não possui massa pois caso tenha ou possa ter isso explicaria sua curvatura na presença de gravidade
Luis, Einstein trata o espaço classicamente. Ele considera espaço-tempo a curvatura produzida pela matéria-energia contida nele. Assim, o espaço-tempo não é a ausência de matéria, nem a matéria, mas ele é definido pela matéria-energia e também ajuda a moldar sua distribuição numa relação dinâmica. Um definição do espaço que vá além disso e tente traduzir o vácuo em outros termos exigiria a inclusão da mecânica quântica, coisa que a relatividade geral não admite.
Como é bom ler estes diálogos inteligentes.
Aprendi um pouco mais com vocês.
Salvador, muito interessante este post. Porém, a pergunta que não quer calar é:
Como saber se a luz desta galáxia não está sendo influenciada pelo campo gravitaconal de outro objeto pelo caminho e, assim, nos parecer antiga por apresentar desvio para o vermelho no seu espectro.
Em outras palavras: Como os cientistas descartam o desvio gravitacional para o vermelho, nesse caso?
Uma lente gravitacional seria evidente por distorções na imagem.
É verdade. Se a luz viesse em linha reta levaria um tempo, mas se ela viesse se desviando por causa de inúmeros campos gravitacionais encontrados pelo caminho, chegaria até nós muito tempo depois. E quanto mais longe estiver a galáxia, mais chances a sua luz terá de encontrar mais campos gravitacionais, chegando a nós bastante atrasada.
Certos conceitos astronômicos são difíceis de entender. Li em um livro que a expansão do universo poderia ser melhor entendida se considerarmos que galáxias podem ser associadas a pontos sobre a superfície de um balão que é seguidamente inflado. À medida que a superfície do balão aumenta, as marcas representativas das galáxias se afastam. Mas neste caso, ao medirmos a distância que nos separa de uma galáxia, estamos medindo sobre a superfície do balão. Essa distância (medida sobre a superfície) não é a mesma da distância (radial) de qualquer ponto da superfície com relação ao ponto de origem quando o balão iniciou sua inflação, o instante inicial do Big Bang. Se não for a mesma, o tempo estimado da origem do universo não estaria correto.
Brasília fica mas longe do progresso, é sem dúvida a mais distante galáxia já vista do Brasil. Seus habitantes são muitos políticos que habitavam a estratosfera terrestre.
Eles desaparecem na sexta feira e só voltam de 4 em 4 anos.
Paulo Sousa, discordo…Eles desaparecem já na quinta-feira…Brasília funciona mesmo terça e quarta-feira…
Há muita gente trabalhando em Brasília, o centro da vida democrática deste país (democracia infantil ainda). Há muita bandidagem, claro, mas há muito sendo feito, em todos os governos e partidos de nossa história, não sendo há toa que o Estado brasileiro existe e cresce há tantos anos. A seriedade existe e apenas é vista por gente séria, diferente daquela que fica presa nos apartamentos, apenas reclamando.
Em tempo, “não sendo à toa”.
Ahh, bom!!!… Melhor continuarmos lunàticamente centrados nos temas específicos do Mensageiro Sideral. De preferência ao som de “Fly me to the moon”… Sem divagações polêmicas…Façamos de conta que somos alienados…
Adoro esta introdução na série Guerra nas Estrelas. Muito oportuna. Excelente Post, Salvador (como sempre). Que na força sempre esteja com você, porque divulgar ciência neste país, é, no mínimo, tarefa para um Jedi!
Difícil de divulgar ciência é. 🙂
Infelizmente, metade dos brasileiros sequer terminou o ensino fundamental. A ignorância generalizada do brasileiro deve ser compreendida e combatida sem elitismos, mas infelizmente há um efeito contrário à total falta de estudos: a soberba de alguns intelectuais.
Pedro, intelectuais forjados em escolas públicas já não existem mais… Estão todos morrendo de velhos …Os novos intelectuais estão sendo burilados em escolas particulares, com mensalidades caríssimas!!!…Daí sim, talvez proceda o que você chama de “soberba de alguns intelectuais”. São soberbos porque pertencem à alta linhagem (elite) brasileira, localizada no “topo da pirâmide social”…Há muito não se faz mais intelectuais em escolas públicas!!!…Hoje, elas sequer funcionam…
Salvador Nogueira, desculpe o “papo paralelo”…Mas, às vezes, não consigo me calar…
Caro Sergio, você tem toda razão. Agora eu estou ainda mais estarrecido com o que fizeram à escola pública no Brasil, pois além da ignorância disseminada, diminuíram a qualidade dos intelectuais e sua potencialidade de desenvolver o nosso país.
Como é medida a distância da galáxia para a Terra ? Lembro algo sobre a frequência da onda de luz, mas como isso é medido ?
Fabio, respondi isso em algum outro comentário. Procure por desvio para o vermelho. 😉
Sempre imaginei que o universo está em queda livre constante. Imagina se alguma hora ele bate no ‘chão’!
Se considerarmos o centro big-bang como referência, o universo está em subida livre, sendo constantemente acelerada. Esperava-se uma desaceleração, mas não foi isso que foi medido. Quem está produzindo essa aceleração, segundo os cientistas, é uma tal de matéria escura, que estão agora tentando provar a sua existência.
Energia escura, não matéria escura. No mais, perfeito! 😉
Mas foi o que eu escrevi Professor, confira. Obrigado pela atenção. Não saio mais do seu blog, excelente. Só espero não atrapalhar.
se precisar do meu voto para senador, “tamos juntos”. rsrsrs
Ah tá, devido a energia escura. Foi mal. A matéria escura é outra história.Ela aparece quando tentamos calcular a massa das galáxias, sempre aparece um enorme erro para mais. Essa quantidade de massa excedente é atribuída a uma tal de matéria escura (alguém tinha que pagar a conta…), que hoje estima-se que seja 95% do universo. Quem provar sua existência leva um Premio NOBEL pela “cara”. kkkkkk
No centro do universo deve haver um “buraco branco”, será? Eu li uma teoria sobre isso, o “buraco branco”, não sobre ele está no centro, isso é idéia minha sei lá de repente explicaria o afastamento das galáxias, porque eu não consigo assimilar a idéia de que o centro de tudo seja um ou mais buracos negros visto que tudo está indo em direção oposta a ele(s).
me ajuda aew Salvador …
Não há um centro do Universo, Jonas. Todo o Universo estava num ponto infinitamente pequeno, e foi esse ponto pequeno que se expandiu e produziu uma geometria infinita em todas as direções (plana).
Obrigado pela resposta Salvador, embora eu continue boiando rsrs
Pelo que entendi da explicação do Salvador, o Universo não se expandiu “a partir de” um ponto, mas foi este ponto que se expandiu. Nós somos este ponto, imensamente expandido. Certo?
EXATO! 🙂
Eu entendi, mas é difícil imaginar uma situação dessas, esse “ponto” não era menor de que um átomo e agora e tem toda essa dimensão, é complicado não falar em “tamanho”, ou mesmo não falar em “centro”, parece obscurantismo no sentido de ser difícil de entender claro, não na falta de embasamento.É difícil não querer imaginar o que tem “além” ou como o colega ali em cima falou o “antes ou depois”.
Seguindo o exemplo do “balão com pontinhos e inflando”, isso quer dizer que se um dia conseguimos construir um telescópio ultra-hiper-mega-super potente e apontarmos ele pro espaço pra capitar imagens bem mais distantes dos que essa, ele pode acabar mostrando a nossa própria galáxia?
Legal essa pergunta Pedro, finalmente consegui entender o Big Bang aqui.
gosto muito desses assuntos sobre o universo,embora sou leigo mas essa luz vinda desta galáxia pode ser que ela talvez nem exista mais.
É claro nosso Salvador
A explicação do Salvador do afastamento das galaxias foi ótima.
É muito difícil entender as questões do Universo justamente por causa da escala, quando ouvi a primeira vez que Jupiter poderia flutuar numa banheira, que quando olho para as estrelas vejo o passado, talvez algo que nem mais exista, e a diferença entre o tempo passar mais rápido num lugar do que em outro.
Parece tudo muito louco, até você enteder a fisica por traz disto, mas acho que o modo mais fácil de entender é através das analogias de séries como O Universo que tem 7 temporadas é tem para baixar na net. Para q
Ah é?? Ora vejamos:
Cópia autenticada do atestado de nascimento desta Galaxia, com firma reconhecida, assinada por D-us, ou pelo sr. Darwin, tem?
Pois então, a planta baixa da arquitetura desta galaxia desenhada pelo ilustre astrônomo Galileu Galilei, tem?
Pelo menos uma placa de trânsito espacial, em órbita, com os seguintes dizeres: “Galáxia mais antiga do universo há 700 milhões de anos, trajeto sob jurisdição da Dersa, ou mesmo da NASA”, tem?
Então não me venha com chu-ru-me-las!
O que não é facto, não é exacto!
Douglas, se eu te entregasse uma cópia autenticada da certidão de nascimento desta galáxia, assinada por Deus, você acreditaria? Ou preferiria uma análise do desvio para o vermelho da luz da galáxia, amparada por um teoria que explica, descreve e prevê fenômenos ligados à gravitação, a força que sabidamente conduz a formação de estruturas de grande porte no Universo? Fiquei curioso para saber o que você acha mais crível…
haha a ciência não explica nem porque a gente boceja, quanto mais garantir que estão borrão tem “mais ou menos, exatamente” X anos.
A ciência explica por que a gente boceja. É um reflexo involuntário que aumenta a circulação de ar e ajuda a resfriar o cérebro. Especula-se que ele sirva para manter o cérebro ativo e estimulado (ou seja, em estado de alerta) numa luta contra a perda da consciência. Por isso bocejamos quando estamos com sono. Abraço!
haha especular não é explicar, é especular. Até um cachorro boceja qdo ve a gente bocejando, ou versa e vice. E a ciência especula…Enfim.
hasta!
Ah, aí é outra coisa. A imitação está envolvido no processo de aprendizado e é compartilhado por diversas espécies sociais. O cão é uma delas. Pelo mesmo motivo, quando um grupo de pessoas está rindo, a gente impulsivamente começa a rir, mesmo sem saber qual é a graça. E veja só, antes eu te disse a explicação (resfriar o cérebro) e a especulação (mantê-lo acordado). Não vale você descartar a explicação e se apegar ao meu uso da especulação. A especulação foi só um bônus para você. Mas boa sorte igualando religião e ciência! 🙂
Como a ciência não demonstra nada e não tem valor nenhum, então de que vale estudar? É bem melhor (mais fácil) ler apenas a doutrina religiosa e pronto, do que fundar universidades, desenvolver disciplinas e averiguar, a cada tese, conhecimentos desenvolvidos desde a Grécia antiga. Por detrás desta preguiça intelectual residem amargos sentimentos que denigrem até mesmo a religião, que não é algo estúpido, mas de suma relevância até mesmo para a ciência e em especial para a especulação científica, que se dá pela motivação da fé.
Meu caro, o que justifica tamanha preguiça intelectual?
É dureza ver gente que não sabe nada sobre nada em ciências querer opinar sobre o que existe evidência ou não…
Eita sistema educacional brasileiro! Gera gente tão sub alfabetizada e que ainda dá palpite em tudo…
analfabetos discutindo gramática!!
* Quero dizer: nós humanos NÃO estamos mapeando o céu há 13,1 bilhões de anos (para sabermos o que brilhava antes no céu e o que deixou de brilhar, desde o surgimento da Terra ou da implantação de tal observatório)
Sou leiga no assunto, mas como eles poderiam saber que esta galáxia está de fato tão longe e que sua luz só chegou pela primeira vez agora, só baseados num ponto de luz que surgiu no céu? Quero dizer: Nós humanos estamos mapeando o céu há 13,1 bilhões de anos. De repente, essa luz pode ser mais nova, de uma galáxia que surgiu “recentemente” e por isso, só agora pudemos ver sua luz. Bom, devem haver muitos outros parâmetros para definir estas coisas.
Monique, eles analisam o ponto de luz e calculam o seu desvio para o vermelho. Você sabe que a luz visível pode ser dividida entre as cores do arco-íris, certo? Cada cor depende do comprimento de onda da luz. Certo.
Sabemos também que o Universo está em expansão, e que essa expansão consiste num esticamento do próprio espaço entre as galáxias. Quando a luz passa pelo espaço enquanto ele está se esticando, o comprimento de onda da luz também é esticado. E isso faz com que a tonalidade da luz desvie para o vermelho.
Medindo o tamanho desse desvio, os astrônomos conseguem estimar quanto espaço em processo de esticamento a luz teve de atravessar para chegar até nós, o que permite estimar com razoável confiança a distância (que equivale a identificar a idade do objeto).
Se a nossa gálaxia der farol alto pra essa galáxia hoje, quando a luz chegar lá a galáxia de Andromeda e a Via Láctea serão uma só!
E a vida na Terra não existiria mais.
O raciocínio humano simplesmente empaca diante da infinitude das dimensões tempo-espaço. Qto ao tempo, ao se falar em “antes” e “depois”, cai-se inexoravelmente na regressão e na progressão infinitas não havendo como estabelecer um ponto de referência fixo. Por mais q se faça isso, sempre subsistirá o antes e o depois – e assim infinitamente. O mesmo ocorre com a dimensão espaço: infinito em cada infinitesimal direção tendo a terra ou mesmo cada indivíduo “raciocinante” como ponto de referência. Resulta daí q o ser humano (cientistas inclusos) não lida bem com a ideia de eternidade aí implícita. As distâncias astronômicas são inimagináveis às nossas vãs imaginações e capacidade de abstrações, embora tão banalizadas. Vai daí, q a cosmologia é um campo muito permeável a chutes e mais chutes, meras especulações. É o q mais se vê: afinal o paradigma científico de pesar e medir, verificar mediante experimentos nunca vai ser posto em prática qdo se falam de bilhões de anos, seja medindo tempo, como distância – e neste último caso em anos luz! Basta dizer q com a velocidade máxima hoje atingida um nave terrestre levaria em torno de 22mil anos do nosso calendário para percorrer um único e mero ano-luz.
Concordo plenamente com Bolívar, tudo indica haver um viés referente à começo e fim , no pensamento humano , já que começamos e terminamos …
A menos de 1 ano já haviam sido descobertas as galáxias tidas como as mais antigas, na época. Com certeza o achado é importante mas deve se repetir nos próximos anos. Mas o que me chama a atenção na foto é a presença de ao menos 10 formações galácticas…. Realmente a coisa é grande…..
Na realidade, o grau de incerteza que existe nessas observações é diretamente proporcional à alegada distancia e o consequente tempo. A hipótese de que essa idade do universo se explica pela expansão extremamente rápida do espaço-tempo cria o paradoxo de que essa mesma expansão está aumentando e ao mesmo tempo as distâncias e o tempo estimados se mantiveram absolutamente ‘constantes’ nesses 13,8 bilhões de anos. Além disso, verificou-se recentemente que a radiação eletromagnética que teria sido emitida nos primórdios do universo seguia trajetórias irregulares, como uma estrada cheia de curvas, ao invés de uma linha reta e obviamente dessa forma tal radiação levaria muito mais tempo para chegar até nós ou distorceria o deslocamento para o vermelho (red-shift), dando a impressão que os objetos distantes estariam muito mais distantes do que realmente poderiam estar
Salvador, … Confesso que sou um profundo desconhecedor dos métodos envolvidos nesses cálculos e que não sei quais ajustes, correções e projeções permitem chegar aos 13,1 bilhões de anos. Acho intrigante e gostaria de entender melhor essas coisas. Veja que se a terra saísse em disparada na velocidade da luz na direção do sol imobilizado ela só se espatifaria na superfície após 8 minutos. É isso? Se a terra disparasse na velocidade da luz só chegaria à posição estimada para a galáxia z8_GND_5296 daqui a 13,1 bilhões de anos. Está razoável? Então, qual a velocidade de cruzeiro das galáxias?
É isso. E as galáxias estão em afastamento acelerado, mas não é tanto por seu movimento quanto é pela expansão do próprio vazio entre elas. Quanto mais distante uma galáxia, mais rápido ela se move.
Se quiser saber qual a distância em quilômetros, basta calcular quantos segundos 13,1 bilhões de anos contêm. Então, multiplique o resultado por 300
mil.
Quem tiver interesse em entender esses conceitos de anos luz, tempo e espaço, deve assistir aos programas “Grandes Mistérios do Universo, com Morgan Freeman (Through the Wormhole). Excelente!
Onde acho esse programa?
No YouTube, tecle em ‘pesquisar’ origem do universo. Tem muitos filmes interessantes sobre o assunto. Alguns com mais de uma hora de duração. espero que goste.
Baixe em torrent.
Boa tarde Salvador. Olha só, a resposta que vc deu ao Deny Watanabe me confundiu um pouco. Vc fala em uma velocidade de expansão (do universo) maior do que a da luz, pois bem, sempre li que a velocidade da luz é o limite de velocidade no universo, entretanto também li que é possível que nos momentos infinitesimais que se seguiram após o Big Bang, o universo tenha se expandido numa velocidade superior à da luz, pois as leis que regem nosso universo ainda não existiam, será que não é isso que aconteceu?
Obrigado.
Francisco, ninguém pode viajar localmente a uma velocidade superior à da luz. Contudo, você pode viajar a uma velocidade alta e, conforme o vácuo se expande atrás de você (pela expansão do Universo), a soma da sua velocidade com o aumento de vácuo no vácuo ultrapassar a velocidade da luz. (Essa é a ideia por trás da dobra espacial, usada na série Jornada nas Estrelas, e demonstrada compatível com a teoria da relatividade, que estabelece a luz como a coisa mais rápida do Universo.)
Resta-nos deduzir ou supor que o universo está se afastando a cada momento. Deixando seu rastro de luz e lembranças, long, long time…
Que legal, Salvador! Sou um viciado especialmente pelas origens do Universo! Tem algum livro para indicar dentro desse tema? E, aproveitando para abusar, já vi você postando sobre dicas iniciais de astronomia, como os equipamentos mais adequados para amadores iniciantes e tudo… que tal postar mais dicas sobre o uso desses aparelhos? Tenho um 70′ Toya e tenho certeza que poderia avançar melhor com suas dicas! Abraços
Luan, valeu pela mensagem. Agradeço as sugestões. Quanto a livros de cosmologia, tem vários interessantes. Recomendo “Apenas Seis Números”, do Martin Rees, e o “A vida do cosmos”, do Lee Smolin. Além de explicarem de forma bacana esses lances da origem do Universo, eles são provocativos em suas reflexões. Recomendo também a edição especial da Superinteressante que acaba de sair, escrita integralmente pelo Mensageiro Sideral. Tem um Einstein gigante na capa, facinho de identificar! 😛
Um tema que senpre me facinou. Já fui astronomo amador quando adolescente. Estudei as variáveis, manchas solares e tenho um interesse especial pelas luas de Júpiter…Parabéns pelo seu trabalho.
Valeu!
Gente ! “Vamos baixar a bola”, até o ano retrasado Plutão era planeta. Não conhecemos nem nosso tosco sistema solar, como vamos falar em bilhões de anos luz. O mesmo ocorre com os paleontólogos, falam em bilhões de anos, sendo que o teste do Carbono-14 tem validade até o intervalo entre 50 e 70 mil anos, porque a meia vida de todo isótopo tende a “zero”. Não sei quem viaja mais na maionese, os religiosos ou os cientistas
Rubens, carbono-14 não serve para datação de milhões (ou bilhões de anos), mas outros elementos sim. E os bilhões de anos-luz estão bem calcados nos cálculos de redshift, baseados na sólida teoria da relatividade.
Rubens,
Plutão não deixou de ser planeta só mudaram a nomenclatura para PLANETA anão! E mudou exatamente porque o nosso conhecimento sobre o sistema solar esta aumentando rapidamente. Já fora do sistema solar, aí sim é outros 500.
Abraxxx…
A arrogância da humildade é bastante perigosa e, no caso da expressão “vamos baixar a bola”, aplicada ao raciocínio científico ou filosófico, é a mais brutal censura. Repudiemos isso.
Interessantissimo este tema e esta matéria.
Gostaria de saber se é só comigo que acontece!
Sempre que temto imaginar como teria sido a origem do universo, o que era antes ou como é além do limite do universo em expanção me dá um lapso de memória e parece que fica tudo escuro!
Será que sou normal?
Comigo nunca aconteceu. 😉
Comigo também rsrs, é difícil imaginar o “nada”.
A mente humana talvez tenha esta limitação. Não podemos imaginar o nada nem o limite, sem a utilização de ferramentas matemáticas. Em verdade, consideramos o nada sempre “cheio” de algo nulo, isto é, uma espécie de tudo às avessas. Já contra os limites, sempre abstraímos algo além deles. Será que esta é uma peculiaridade de nosso cérebro?
Desculpando-me pela ignorância, pergunto: se o universo tem 13,8 bi de anos, e a galáxia está a 13,1 bi, estaria ela perto do, digamos, local geográfico da singularidade?
Marcelo, esse é um engano comum. Você está no local geográfico da singularidade. Eu também. E essa galáxia aí também. A matéria e energia que nos compõem a todos, assim como o espaço-tempo, estavam todos compactados num ponto infinitamente pequeno e denso, no instante do Big Bang. Foi o próprio espaço-tempo que se expandiu. Não havia um vazio a ser preenchido. Você está sentado no local exato do Big Bang! 🙂
Caraca, por isso tá quente aqui. vou tomar umas cervejas.
E assim fugimos de um bom raciocínio…
É verdade, por isso só bebi seis. rs
Interessante viver num planeta tão insignificante e distante e poder observar esta maravilha, a máquina do tempo existe e se chama Hubble!
*Aguardo mais uns anos para que seja feita outra imagem de outra galáxia ainda mais antiga!
Qual o critério da significância? Talvez a contemplação do tamanho do universo deixe constrangidas algumas pessoas que se consideram demasiadamente grandes. Não se pode descontar o próprio descontentamento do planeta Terra inteiro.
Caro Salvador,
Por se tratar de uma galáxia tão antiga, poderíamos pensar que pudesse pertencer a outro Universo?
Confirme para mim, se posso de forma concreta, pensar atualmente em Multiverso?
Não, o redshift indica que ela está se afastando de nós, não se aproximando. Por isso ela necessariamente está ligada ao nosso Big Bang.
Sobre multiverso, você pode até especular. Há quem diga (Roger Penrose) que há sinais de um Universo anterior ao nosso na radiação cósmica de fundo. Mas poucos concordam com ele.
Creio eu, que estejamos num universo do “Tempo”, por mais big distâncias que ainda não compreendemos, mas, além deste universo deve existir um outro do “Não tempo” onde tudo começa.
como podemos explicar que a velocidade de expansão é maior que a da luz?mas o que há além da luz? Não vale responder trevas.Impressiona assumir que a forma do universo é um elipsóide?
Basta pensar que as galáxias em si não viajam mais depressa que a luz, mas a velocidade composta de ambas (incrementada pela expansão do próprio espaço entre elas) possa ultrapassar a da luz. Sobre o Universo ter uma forma elipsóide, nunca ouvi falar. 😛
Professor Nogueira, amistad! O que me alucina nisso tudosão os tamanhos, os tempos, os hiatos, as dimensões. E a nossa finitude. Aqui neste minúsculo planeta, morre-se muito velho com CEM aninhos, enquanto o Universo (sim com maiúscula) move-se ao compasso dos bilhões! E que batuta precisa tem o Maetro dessa orquestra de zilhões de instrumentos – afinadíssimos!
Pedrão, só risque o “professor”, que não se justifica. 😉
Abraço!
Há algo nessa notícia que me intriga. Se o Universo tem cerca de 13,8 bilhões de anos de idade, contados a partir da singularidade que deu origem ao “Big Bang”, e a luz desse galáxia demorou 13,1 bilhões de anos para nos alcançar, mesmo que estejamos nas extremidades opostas da expansão do Universo, isso significaria que essa expansão ocorre em velocidade próxima à da luz, confere? Honestamente, pra mim isso não faz sentido algum. A não ser que consideremos a teoria do Universo “pulsante”, que pra falar a verdade faz mais sentido pra mim, e que por sinal tornaria essa descoberta ainda mais interessante no caso da hipótese de ela pertencer a uma “versão” anterior à atual do Universo.
Deny, a velocidade de expansão excede a da luz, embora os objetos não viajem localmente mais depressa que ela. Acontece que “mais espaço” está sendo criado em todas as direções, e se você somar o afastamento das galáxias mais distantes prum lado e pro sentido oposto, vai descobrir que a velocidade total de afastamento delas é maior que a da luz. Só assim para termos um Universo observável de 27,6 bilhões de anos-luz de diâmetro, num cosmos de 13,8 bilhões de anos! 🙂
Interessante Salvador, mas se o Universo está em expansão a uma “velocidade” superior à da luz, isto significa que a luz de galáxias opostas à extremidade em que nos encontramos jamais nos alcançaria, não? (Uso a palavra “velocidade” entre aspas no caso da expansão do Universo porque, em se tratando de objetos físicos, esta depende de pontos de referência)
Achei um artigo interessante que responde às minhas dúvidas: http://curious.astro.cornell.edu/question.php?number=575
Exato! Por isso o Universo é maior do que o chamado Universo observável (que inclui tudo que, levando em conta a expansão, ainda não se afasta de nós mais depressa que a luz). Num futuro longínquo, tudo que sobrará no Universo observável será a Via Láctea (ou o que sobrar dela depois da colisão com Andrômeda e suas colegas menores da região), com todo o resto além do nosso horizonte.
na verdade a expansão ainda não é mais rápida que a luz. Se fosse, a luz desta galáxia nunca teria nos alcançando. Existem 2 teorias que ajudam a entender: uma é a hiper-inflação, um período próximo ao big-bang que os cientistas acreditam que o universo se expandiu mais rápido que a luz e a energia escura que aparentemente “cria” espaço entre as galáxias fazendo o universo se expandir. A energia escura parece acelerar cada vez mais e pode chegar sim um tempo em que o espaço se expandirá em uma velocidade maior do que a luz. Neste dia, a luz das galáxias distantes não vão mais conseguir chegar até nós, pois estaremos nos afastando mais rápido do que a luz consegue nos alcançar.
Abraços
Luiz, não disse que a expansão é mais rápida que a luz. Disse que se você tomar como referencial quem está na borda extrema do nosso Universo observável, do lado oposto a essa galáxia, essa galáxia já estaria com uma velocidade relativa acima da da luz — e portanto estaria fora do Universo observável de alguém lá naquela borda extrema… 😛
Se isso acontecer começaremos a ver essas galáxias como se o tempo estivesse sendo indo voltando, pois veríamos a luz que chegou anteriormente
Caramba! Maior que a velocidade da luz?
Vou ter que reler tudo o que li há pelo menos 30 anos, acho que não entendi nada!
Imagine que, partindo da Terra, eu saio correndo na direção do polo Norte terrestre a 10 km/h. Agora imagine que o Usain Bolt, esse danadinho, saiu correndo na direção do polo Sul na velocidade da luz. Do referencial da Terra, ninguém está mais rápido que a luz. Contudo, se você pensar no referencial do Usain Bolt, eu estaria me afastando dele a uma velocidade de 300 mil km/s (a da luz) + 10 km/h.
Salvador,
De acordo com Einstein, se o Usain Bolt medir sua velocidade, vai registrar exatamente a da luz. O mesmo para você se medir a velocidade do Usain. Mas um terceiro observador parado sobre a Terra, verá você a 10Km/s e o Usain a 300.000 km/s. Somente este observador da Terra concluiria que vocês estão se afastando um do outro a 300.000 + 10….Mas este é apenas um artifício matemático. Não faz sentido falar em borda do Universo. Se partimos todos do Big Bang qualquer observador verá 13 bilhões de anos luz em qualquer direção. Não podemos esquecer o efeito da relatividade nesta expansão. Se fosse diferente nós deveríamos ver concentração de galáxias distantes numa determinada direção (ah não ser que estivéssemos exatamente no centro do Universo).
Sim, claro. Como acabei de responder em outro comentário, a luz sempre será percebida viajando à velocidade da luz. Mas, pela expansão do cosmos, se você dividir delta-d por delta-t, descobrirá um número que excede os 300 mil km/s. E claro que não faz sentido em falar em borda do Universo. Mas você pode falar em borda do Universo observável, como visto da Terra.
Eu acho que isso não pode… não entendo a “matemática” da relatividade, mas nada pode se afastar mais rápido do a velocidade da luz. Mesmo que eu seja um fóton viajando a 300 mil km/s para o lado oposto em que outro fóton viaja, o nosso afastamento, um em relação ao outro, jamais poderia ser de 600 mil km/s. Ele será de 300 mil km/s e isso é um postulado fundamental da relatividade, não? Se estou errado, por favor, me corrija. 🙂
Daniel, ele nunca será percebido como viajando a mais que a velocidade da luz. Espaço e tempo se contraem e dilatam para impedir isso. Mas o que estou dizendo é outra coisa. Como o espaço se abre entre dois objetos (pela expansão), embora a velocidade deles nunca exceda a da luz, a variação da distância dividida pela variação de tempo produzirá um resultado que excede a velocidade da luz.
OK. se um observador fora do referencial dos dois que se afastam dividir delta-d / delta-t concluirá que estes dois se afastam a mais do que a luz. Mas qualquer um dos envolvidos no afastamento olhar para o outro, concluirá que se afasta à velocidade da Luz.
Isso aí. É a maluquice da relatividade em ação! 🙂
Certa vez um professor de física me disse que poucas são as pessoas que conhecem a Lei da Relatividade e , dessas , raras são as que a entendem.Eu pertenço a esse time.Sei que ela existe mas não a entendo.Em outra oportunidade ouvi de outro físico que alguns cientistas desconfiavam que a velocidade da luz ,assim como a temperatura,poderiam ser assintóticas.Dessa forma , eu nunca atingiria a velocidade da luz nem 0 Kelvin mas a partir de determinado ponto eu seria “transportado” para o outro lado da assíntota podendo então atingir qualquer ponto acima da velocidade da luz ou abaixo de 0 Kelvin.Falei muita besteira???
Rapaz, nunca ouvi falar dessa possibilidade. O máximo que cheguei a ler foi sobre partículas especulativas que se moveriam somente mais depressa que a luz, os táquions. Mas não há evidências física de sua existência. De resto, a interpretação que conheço é que acelerar até a velocidade da luz exigiria energia infinita. Ultrapassá-la, portanto, seria impossível.
João,
Atingir menos que 0 Kelvin não faz sentido por se tratar do ponto onde você tem massa sem energia calórica. Calor é energia armazenada na vibração molecular / atômica. quando essa vibração chega ao mínimo fisicamente possível, atingimos o 0 Kelvin. Kelvin negativo não faz sentido simplesmente pela definição de temperatura absoluta.
Caro Salvador, se essa velocidade de expansão existe realmente, a distância dessa galáxia (13,1 bilhões de anos-luz) é a distância atual, então não significa que estamos vendo a galáxia como era há 13,1 bilhões de anos atrás, pois houve uma expansão do espaço neste tempo e que gerou um distanciamento que deve ser levado em conta no cálculo da idade. Meu raciocínio está incorreto?
Estamos vendo onde o objeto estava 13,1 bilhão de anos atrás. Agora já deve estar muuuito mais longe. 😛
A questão de “não faz sentido algum” explica o porquê quem estuda física teórica, astronomia e afins é o que existe de mais capacitado em inteligência. São assuntos tão complexos e com cálculos matemáticos tão aprofundados que nós simples mortais mal conseguimos entender o basico do básico…
Mas pode confiar que eles sabem o que estão falando… Pergunte pro Sheldon…
Salvador…sou um apaixonado por esse tema…a um tempo acompanho todas as suas publicações e hoje ao ler essa matéria tive um súbito lapso de que nesses estudos o grau de incerteza parece gigantesco. Explique por favor melhor o fato da galaxia ser antiga mas a luz só pode ser vista agora! Pode explicar melhor esse conceito. Obrigado!
José, o fato de a luz ter velocidade finita significa que ela leva um tempo para ir de um ponto a outro. A luz que vem do Sol, por exemplo, leva 8 minutos para chegar à Terra. Isso quer dizer que, quando olhamos para o Sol, estamos na verdade vendo como ele era 8 minutos atrás. Pois bem. Quanto mais distante o objeto, mais tempo a luz dele demora para chegar até nós. Essa galáxia está tão longe que levou 13,1 bilhões de anos para que sua luz chegasse até nós. Logo, estamos vendo-a como ela era 13,1 bilhões de anos atrás. Não por acidente, diz-se que ela está a 13,1 bilhões de anos-luz de distância, porque o ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano. Abraço!
logo, antes não existia nada neste ponto do espaço… e também significa que novos pontos luminosos podem aparecer ainda no céu?
Se por antes você quer dizer “astronomicamente antes”, ou seja, uma centena de milhões de anos antes ou talvez um pouco mais, sim.
Salvador, seu comentário foi perfeito. Bastante elucidado.
È verdade, eu estava lá….
Me desculpe amigo, mas essa questão dos 13,8 bilhões de anos é pura especulação.
Estudos mostram que há muitas divergências e incertezas no cálculo da idade de simples estrelas, como atesta o link abaixo, imagine algo bem mais complexo, como galáxias antigas!
“Determinar a idade das estrelas que se encontram no centro das nebulosas planetárias é um PROBLEMA COMPLEXO para os astrônomos.”
“Ainda NÃO EXISTE um método que possa ser aplicado de forma generalizada para fazer esses cálculos.”
“No caso de estrelas mais velhas, com idades próximas à do Sol – ou seja, de 4 a 5 bilhões de anos -, OS RESULTADOS SÃO MUITO INCERTOS.”
“O ideal, segundo Maciel, seria calcular a idade exata de cada estrela individualmente, mas as DIVERGÊNCIAS ENTRE OS MÉTODOS DIFICULTAM a tarefa.”
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=idade-estrelas-nebulosas-planetarias&id=010175101213
Também, há estudos indicando que a velocidade da luz não foi a mesma no início do universo – seria muitíssima maior – complicando ainda mais, tais cálculos de idade! 😉
Sds.
Cícero, começando pelo fim, o teórico português João Magueijo é um dos maiores proponentes de que a luz nem sempre teve a mesma velocidade, mas suas ideias não são o mainstream da física. E é preciso uma boa fundamentação para sugerir que uma das constantes do Universo flutuou com o tempo, coisa que não temos no momento.
A idade do Universo já é uma coisa menos incerta porque múltiplos fatores são usados para medi-la. É possível estimar a idade de estrelas individualmente, é possível usar o redshift das galáxias distantes e também se pode estimar a partir da radiação cósmica de fundo. O fato de esses três métodos apontarem na mesma direção é um forte indicativo de que o Universo tem cerca de 13,8 bilhões de anos. É possível que esse valor flutue um pouco para cá ou para lá, mas acho improvável que no futuro descubramos que o Universo tem 126 bilhões de anos, ou algo do tipo. O salto tecnológico do satélite WMAP para o Planck, por exemplo, fez essa medição mudar de 13,7 bilhões para 13,8 bilhões. Improvável que mudanças futuras sejam muito maiores que esta.
Abraço!
Prezado, uma pergunta:
E quem garante que os métodos utilizados pelos cientistas nas medições de luz de estrelas e galáxias não sofrem grandes variações para longas distâncias? As ondas de luz são altamente variáveis, sabemos que grandes corpos celestes de vários tipos, podem bloquear ou desviar a luz tipo: massivos buracos negros, mesmo a luz passando ao longe podem sofrer um desvio pela violenta ação gravitacional.
Contudo, o maior problema é como explicar a mesma radiação cósmica de fundo em todo o universo?
No início do universo a temperatura da radiação de fundo teria sido muito diferente em diferentes lugares no espaço, devido à natureza aleatória das condições iniciais .
Não haveria tempo suficiente para a luz viajar entre regiões muito distantes do espaço. Então, como podem as diferentes regiões apresentarem temperaturas tão uniformes, sem nunca se comunicarem?
Mesmo as galáxias distantes à terra, a luz está chegando, mas não daria tempo suficiente para que a luz viajasse de um lado do universo visível para o outro lado!
Assim, como pode essas regiões terem a mesma aparência, ou seja, ter a mesma temperatura? se não houve tempo suficiente para que as informações fossem trocadas? Este é o chamado “problema do horizonte”.
No link abaixo há uma breve explicação sobre ele no item 2, mas outros itens como o 3, 5, 9 e 12 também acrescentam sérias dificuldades para determinarmos a idade do universo e a velocidade da luz.
http://www.newscientist.com/article/mg18524911.600-13-things-that-do-not-make-sense.html?full=true#.Um7YfnC-ope
Por que os cientistas não gostam de falar dessas dificuldades/mistérios?
Seria um bom tema para os próximos posts não é?!
Sds.
Cícero, essas dificuldades não são tão dificultosas assim. rs
Primeiro, sobre distorções da luz por efeitos gravitacionais. Elas de fato acontecem, e o que vemos são as lentes gravitacionais. Um ponto importante: nós conseguimos ver as lentes gravitacionais, identificar sua presença. Portanto, podemos levar em conta quaisquer distorções causadas por elas para fazer os cálculos. Além disso, uma lente gravitacional (provocada por uma galáxia, digamos) terá um efeito pequeno, se comparado ao tanto que o fóton teve de viajar nas profundezas do cosmos até aqui.
E volto a insistir: a idade do Universo não é só baseada na distância de galáxias afastadas. Ela também pode ser calculada indiretamente ao estudarmos as estrelas mais velhas da nossa Via Láctea, que estão bem mais próximas e não sofrem com os efeitos gravitacionais que você menciona. Todas as medições até agora foram consistentes com um Universo de cerca de 14 bilhões de anos.
E ainda há a radiação cósmica de fundo, cujo estudo detalhado aponta essa data. Então, trata-se de uma estimativa bem segura, em que três diferentes técnicas de medida, sobre três diferentes objetos de estudo, sugerem a mesma data aproximada.
Sobre a isotropia da radiação cósmica de fundo, sim, é um dos grandes mistérios do Universo. A teoria mais aceita para explicá-la é a da inflação — um salto brutal na expansão do cosmos, ocorrido logo após o Big Bang — que permitiria que, logo no comecinho, tudo estivesse em contato com tudo para gerar a isotropia observada, com ligeiras flutuações que mais tarde se refletiriam na distribuição das galáxias.
Por ora, esse é o melhor que temos. E trata-se de um problema que os cientistas comentam, sim. Mas não muda o fato de que a radiação cósmica de fundo revela uma forte isotropia no princípio do Universo.
Abraço e parabéns pela sofisticação dos comentários!
É como se estivéssemos olhando pro passado?
Sim! 🙂
Salvador. Tem um bug nessa teoria toda: Se a luz foi emitida quando o universo tinha essa idade, nao poderia ter chegado aqui so agora, visto que, na mesma epoca nos ( pelo menos a materia da qual somos feitos) tambem estavamos bem mais proximos da emisso ( Pelo criterio da expansao do universo), assim, para que seja possivel toda esta demora para a luz no atingir, teriamos que viajar em sentido contrario a uma velocidade proxima a da luz, o que nao e permitido.
Mas foi isso o que aconteceu. Nos primórdios, o Universo teria se expandido mais rápido que a luz (processo conhecido como inflação), permitindo não só o que você menciona como também que não terminássemos esmagados num Big Crunch, no momento em que tudo estava reunido num espaço ainda muito compacto.
então essa i(inflação) prova que existe sim ,algo mais rápido q a velocidade da luz ?
Não. Ela prova que o espaço pode se esticar e provocar movimento aparente mais rápido que a luz.
o problema é que não há provas da hipótese da inflação.
Verdade. Mas os físicos ainda não tiveram nenhuma ideia melhor. 😛
perfeito Salvador. So que a inflacao ocorreu bem no comeco, digamos: no prinmeiro miloionesimo de segundo ou coisa assim, quando tudo se expandiu do tamanho de um atomo para o tamanho de uma laranja e depois para o tamanho do sistema solar (nao me lembro bem os numeros). Mas o detalhe e que nesse tempo nao havia materia ainda, tudo ainda era composto por particulas diferentes da materia que hoje conhecemos. Inclusive, com o esfriamento, materia e antimateria se formaram e se aniquilaram e nos somos o que sobrou. portanto, o processo de inflacao ocorreu antes da materia se formar e, portanto, bem antes desta galaxia de 13.8 Bilhoes de anos, que nao teria tempo de se formar com apenas 700 milhoes de anos de universo. Claro que tem muita extimativa ai.PS. Desculpa voltar a este assunto depois de tanto tempo.
Tudo bem demorar! Todos os comentários eu preciso aprovar, então eu vejo não importa em que post estejam! 😉