Asteroide com jeito de cometa bêbado

Salvador Nogueira

Mais uma descoberta daquelas que parecem filme da Sessão da Tarde: um asteroide muito louco, que tem seis caudas, como se fossem as de um cometa. Parece mais um irrigador de aspersão, daqueles que molham jardim de gente granfina.

(Tá, confesso: fui procurar um termo em português para “sprinkler” no dicionário.)

Essa coisa esquisita está no cinturão de asteroides e foi flagrada pelo Telescópio Espacial Hubble, depois de ter sido descoberta pelo programa Pan-STARRS, que se concentra na busca por objetos ameaçadores à Terra (como o asteroide que caiu na Rússia em fevereiro).

Diante do objeto bizarro, os pesquisadores conseguiram obter tempo de observação com o venerável telescópio espacial da Nasa, que enxergou isto:

Duas imagens obtidas pelo asteroide P/2013 P5, em dois momentos de setembro de 2013

A explicação mais provável para esse comportamento bizarro é que ele esteja girando loucamente. Com a rotação agressiva e acelerada pelo suave sopro da luz solar (as partículas de luz são capazes de produzir sutis empurrões), somada à baixa gravidade gerada pelo objeto, a poeira estaria sendo ejetada da superfície em todas as direções.

A análise da estrutura da cauda sugere que o P/2013 P5 (simpático codinome do asteroide, que você nem precisa decorar) está ejetando poeira há pelo menos cinco meses.

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Comentários

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  3. Sr. Salvador (ñ sei env email – pode deletar – sem mágoa), desvendei funcionamento do CÉREBRO HUMANO. Fv leia últm post: Ensaio Sobre o “Racismo”- e a origem das emoções humanas (blog cerebro selvagem). Saiba pq o PRESENTE é ABSOLUTO, e como nosso cérebro cria a ilusão do TEMPO (pas-fut); Saiba como -ao evoluir a memória- nos tornamos humanos; Saiba como criamos o equivocado conceito de “raças diferentes”. Etc. OBG.

  4. Para um renomado cientista que defende tanto a ida do ser humano à Lua e outras crendices populares, chamar um asteroide de cometa bêbado é deveras interessante. Inusitado até.

  5. Salvador,

    Existe a possibilidade desse asteróide se desintegrar devido a essa instabilidade rotacional?

  6. Salvador, sei que não é o assunto aqui… Mas o Ison, há quantas anda? a partir de quando será visível a olho nú (se não se desintegrar antes)? e em qual posição do céu aparecerá?

    1. Olha só, Hakim, ele está em Virgem e já temos relatórios de gente vendo-o com binóculo. A olho nu, por enquanto, ainda não. Em breve vou fazer um novo post sobre o Ison.

      1. É seu direito refutar e contestar meu post, mas ao considerá-lo non sense atesta a sua completa ignorância a respeito do tema. Aliás, mais um pra coleção.

  9. Salvador Nogueira, tentando (pretensiosamente) ajudá-lo: Um sprinkler nada mais é do que um simples REGADOR de água para “jardins de granfinos” ou equipamento de segurança instalado no teto de compartimentos arquitetônicos prestes a incendiar…

        2. No teto do meu escritório tem um “sprinkler” fixo. Quando ocorrem incêndios ele só esguicha água. Pra todo lado, mas sem girar.
          Ele faz espargir gotas de água. Nome correto seria “espargidor”, Bonito, não?

  10. —
    Salvador,

    Por falar em coisas lá dos cafundós, a Nuvem de Oort, com os instrumentos e dados atuais, já é algo que pode ser tido com realidade ou ainda está na base das conjecturas e das hipóteses?

    Abr.
    Elcio
    —

    1. É uma hipótese bem concreta. Carece de confirmação observacional, mas tudo aponta para ela.

      1. Prezado,
        Isso é muito estranho e ilógico. Conseguem detectar estrelas, galáxias e até planetas! a milhões de anos-luz daqui e não conseguem detectar a tal nuvem de Oort aqui pertinho??? 🙁

        Ou será isso apenas uma desculpa ideológica filosófica para manter os atuais cometas ativos, pois sabemos que eles perdem muito material cada vez que passam perto do sol, e portanto não deveriam mais existir, desde a formação do sistema solar…

        1. Cara, uma galáxia nos confins do Universo equivale a 200 bilhões de sóis. Um pedregulho nas profundezas do sistema solar pode não ter mais que alguns poucos km. É mais ou menos criticar alguém por enxergar o Sol, a 150 milhões de km, mas não enxergar uma mosquinha a um mero km de distância…

          2. Meu caro,
            Não é apenas “uma mosquinha” mas são BILHÕES ou mesmo TRILHÕES de “mosquinhas” de cometas, asteroides e corpos até maiores que a Terra segundo estudos.
            Não é possível que nossos telescópios espaciais não possam ver esses aglomerados de massas se digladiando, se consumindo.

            Além disso, como estes cometas poderiam ter a idade do sistema solar em bilhões de anos? imagine quantas voltas os cometas teriam dado em torno do sol se desgastando. Suas massas hoje seriam do tamanho de uma bolinha de gude ou nada.
            E ainda, a radiação eletromagnética e o vento solar de nossa estrela e de outras estrelas passando perto, ajudariam a “queimar” estes corpos basicamente de gelo, que não estão nada estáveis lá, se chocando uns contra os outros.

          3. Um corpo do tamanho da Terra a meio ano-luz de distância e uma mosquinha dão no mesmo. Além do quê, esses objetos não estão se digladiando, se consumindo, como você sugere. Estão orbitando ordeiramente ao redor do Sol, bem dispersos entre si. Estima-se que a massa total de todos os objetos na nuvem de Oort seja em torno de cinco vezes a massa da Terra. Ou seja, não é que temos 1 bilhão de Terras lá fora esperando para ser observadas.

            Apesar disso, alguns objetos potencialmente pertencentes à nuvem de Oort já foram detectados. Dentre eles, o mais famoso é o Sedna.

            E a radiação solar não é forte o suficiente para sublimar o gelo desses astros, que dirá de outras estrelas ainda mais distantes.

          4. Haja paciência nosso Salvador!
            Como é fraco o sistema educacional brasileiro!
            Gente que mal entende a dimensão de planetas e do sistema solar, não faz idéia de como se formam as coisas,achando tudo obra de seres mágicos, se acha no direito de questionar astrônomos com conhecimento que essas pessoas nem vivendo de novo terão.
            Eita povo sem noção… e querem falar de lógica! Acreditam em magia!!

          6. Caro Salvador,
            Estão orbitando ordeiramente ao redor do Sol, bem dispersos entre si.

            E como sabes? se nunca foi observado diretamente. 😉 se assim fosse, não “fugiriam” de lá para nós observarmos!

            Estima-se que a massa total de todos os objetos na nuvem de Oort seja em torno de cinco vezes a massa da Terra.

            Cometas sofreriam colisões ao longo de bilhões de anos, com destruição da maioria deles deixando apenas uma massa combinada para toda a nuvem de Oort.
            É muito improvável que esta pequena massa tenha provido o sistema solar interior com cometas ao longo de bilhões de anos. A não ser que a nuvem de Oort tenha seu próprio suprimento! ainda mais distante e ainda mais especulativo!!

            Cometas tem vinte vezes a concentração de deutério (hidrogênio pesado) encontrado no interior do sistema solar, sendo incompatível assim, sua origem interna de nosso sistema planetário como deveria.

            Apesar disso, alguns objetos potencialmente pertencentes à nuvem de Oort já foram detectados. Dentre eles, o mais famoso é o Sedna.

            Sedna seria um exemplo clássido de cometa morto, extinto, um resto de cometa que virou um objeto, tipo asteroide. A questão mesmo são os comentas vivos lá!

            E a radiação solar não é forte o suficiente para sublimar o gelo desses astros, que dirá de outras estrelas ainda mais distantes.

            A radiação e o vento solar seriam fatores adicionais na perturbação e desgaste deles.
            Alega-se que a origem dos cometas seria o acúmulo de vapor de água a partir da nebulosa solar no início, contudo, tal acréscimo possivelmente seria interrompido pelo simples movimento browniano.

            Assim, até provas evidenciais reais; pra mim é pura especulação, mito e chute a tal nuvem de Oort!
            Sds.

          7. Hmm, a maioria dos cometas conhecidos vem do cinturão de Kuiper, não da nuvem de Oort. Mas respeito a sua descrença sobre a nuvem, uma vez que ainda carece mesmo de mais observações (como também carecia o cinturão de Kuiper, até os anos 90).

          8. Ricardo,
            Sim, graças a pessoas ignorantes acéfalas preconceituosas discriminadoras e cegas pelo fundamentalismo ateísta como vc, nossa educação vai de mal a pior.
            Volte pro mato Dr. Símio, lá vc evoluirá com seus amigos primatas… 🙂

          9. Fundamentalismo é sempre ruim, Cícero. É, por definição, o terreno onde prolifera a ignorância. É importante combatê-lo nos dois extremos. Ajuda não usar a Bíblia como argumento científico… 😉

      1. – Zzzcuta, mozzo… Mozzo, onzde é gue eu azzo a Derra, hein? Já vui bra lá, bra cá… e nada… ztá muido lonze?

  13. Salvador, um asteroide desse poderia ter tanto material volátil a ponto de se portar como um cometa com tanto material ejetado dessa forma?

    1. Leonardo, acho que o material nem é volátil. Só está sendo expulso da superfície pela alta rotação.

  15. recomendo a todos a leitura da matéria sobre o meteoro russo publicada pelo mensageiro na folha ciência 7/11/2013

  16. Somente pela análise destas fotos, tiradas num intervalo de 13 dias, podemos ver que os fachos giraram uns 30 graus, não é muito rápido. BONITAS FOTOS !!

    1. É verdade. Eu também suponho que ele esteja se afastando de uma violenta e recente colisão, pois acredito que a luz não produza pressão suficiente para fazê-lo girar de maneira tão destrambelhada.

        1. Miguel,

          Eu também pensava assim antes dos astrônomos terem descartado esta hipótese. Os próprios astrônomos que descartaram esta hipótese achavam que este asteróide “MUTCHO LOKO” vinha de uma possível colisão!

          Estamos todos magoados…:-D

    3. A hipótese de uma colisão foi descartada por uma equipe de cientistas liderada pelo astrônomo David Jewitt. Segundo Jewitt se isso tivesse acontecido o asteróide teria ejetado uma grande quantidade de poeira de uma só vez, porém os astrônomos sugerem que o asteróide vem ejetando grande quantidade de poeira a mais de 5 meses.

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