A saga do BBB, Big Bang Brasil
O mundo dá voltas. E os textos também. Em 2007, publiquei num glob.., quer dizer, num blog uma paródia do infame Big Brother Brasil, como se fosse uma disputa entre vários cientistas confinados numa casa para ver qual deles vencia o desafio de explicar a origem do Universo. Na época, o material teve recepção controversa. Muitos leitores me criticaram por misturar algo tão sério e sofisticado — a história da cosmologia — com o que pode ser qualificado como lixo televisivo de quinta categoria. A discussão morreu, o blog foi deletado, e eu me esqueci desse texto, como mais uma brincadeira divertida e nada mais.
Contudo, como sabemos (ou deveríamos saber), nada que você escreve na internet desaparece de verdade. Alguns blogs replicaram o texto, que em 2009 chamou a atenção de Pedro Colombo Júnior, do programa de pós-graduação interunidades em Ensino de Ciências da Universidade de São Paulo. Em parceria com Alexandre Bagdonas Henrique, ele escreveu um trabalho, apresentado em 2011 no Simpósio Nacional de Educação em Astronomia, no Rio de Janeiro, sugerindo que o texto podia ser usado em forma de peça teatral para ensinar cosmologia, em cursos de formação inicial de professores de ciências e em uma disciplina de pós-graduação em ensino de ciências.
Eles fizeram o teste e organizaram a atividade duas vezes para ver seus efeitos. “Após as apresentações, pudemos perceber que nas duas ocasiões tanto os alunos voluntários que apresentaram a peça quanto a plateia se divertiram bastante durante a encenação, o que gerou um ambiente agradável para se discutir a física, raramente encontrado em sala de aula de quaisquer níveis de escolarização.”
Henrique também mostrou meu texto original ao Grupo de Teatro Atuando em Psi, formado por físicos da USP de São Carlos e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Interessados pelo material, eles decidiram adaptá-lo numa peça para ser apresentada em escolas. Em 2012, na edição seguinte do Simpósio Nacional de Educação em Astronomia, Tiago Nadim Ginebro e Paulo Sergio Bretones, da UFSCar, informaram os resultados desse esforço.
Eu, naturalmente, não fiquei sabendo disso tudo enquanto acontecia, e o texto original figurou nesses trabalhos quase como uma obra apócrifa, cuja origem era desconhecida. Até que, duas semanas atrás, Henrique me encontra no Facebook e pergunta se sou eu o autor. A reunião entre criador e criatura não podia ser mais feliz. Uma das minhas motivações ao escrever sobre ciência é justamente combinar informação e entretenimento como forma de combater o analfabetismo científico que impera em nosso país, mostrando que a ciência não só é importante como pode ser divertida. Ao que parece, “Big Bang Brasil” atingiu os objetivos muito além de qualquer expectativa.
Abaixo, o texto original. Veja se não é engraçadinho. E, para quem quiser dar uma olhada nos trabalhos publicados a respeito dele, basta clicar aqui e aqui.
BIG BANG BRASIL
Bial – Olá, pessoal! Está começando mais uma edição do nosso BBB! É o Big Bang…
Torcida no estúdio – Brasiiiil…
Bial – Vamos lá, então, que o programa está quente, muito quente hoje. Quente e denso. A casa andou fervendo nos últimos dias. Mas, antes de mais nada, vamos ver como estão os nossos “brothers”… pode espiar, pode espiar à vontade! E aí, alemão, como é que está aí? Muita emoção?
Einstein – Pois é, Bial, a coisa aqui está quente mesmo.
Bial – Mas o que aconteceu para te deixar assim?
Einstein – Bem, tudo começou em 1915, quando eu desenvolvi minha teoria da relatividade geral. Ela revelou uma coisa muito incômoda, que deixou todo mundo meio perturbado aqui…
Bial – Vish, alemão, o que você aprontou aí?
Einstein – Você sabe, na relatividade geral eu costurei espaço, tempo, matéria, energia e gravidade, tudo no mesmo pacote. Aí, sabe como é, sem muita coisa para fazer aqui dentro da casa, decidi iniciar uma continha. Coisa simples, para flexionar os músculos cerebrais — eu adoro malhar, sabe?
Bial – Noooossa… que conta foi essa, seu Einstein?
Einstein – Bem, decidi aplicar as equações da relatividade geral ao universo inteiro — como se eu fosse calcular o que acontece com o cosmos todo se ele for representado pela minha teoria. E aí aconteceu uma coisa bem desconfortável.
Bial – Eita, esse alemão, viu…
Einstein – Pois é, o que minhas contas mostraram é que o universo não podia estar parado — ele devia estar ou se contraindo, ou se expandindo.
Bial – Que absurdo, alemão!
Einstein – Concordo. Tanto que decidi mudar a teoria no ano seguinte para impedir isso, incluindo uma letra lambda nas equações, de modo a fazer com que o universo ficasse paradinho, do jeito que devia…
Friedmann – Mas alemão, as suas contas estavam certas! A equação original era a mais bonita, você deveria ter acreditado no que ela sugeria… eu mesmo conferi os cálculos.
Bial – Nossa, que polêmica, hein? Para resolver, vamos chamar agora um brother zen, o nosso monge… George Lemaître! E aí, George?
Lemaître – Fala, Bial!
Bial – Tudo bom aí?
Lemaître – Mais ou menos, Bial.
Bial – Por quê?
Lemaître – É o alemão, Bial. Ele andou me colocando contra todo mundo. Diz que as minhas idéias são absurdas. E olha que elas nasceram da própria teoria dele!
Bial – Ih, alemão, o que aconteceu?
Einstein – O nosso querido padre belga devia ficar mais no confessionário, isso sim. Depois de fazer cálculos com base na minha relatividade, em vez de adotar a versão com o lambda, ele apostou na versão original da teoria e agora defende a idéia de que o universo inteiro nasceu de algo como um “átomo primordial”, que explodiu e deu origem a tudo que vemos. Uma bobagem.
Lemaître – Alemão, pára com isso. Você me magoa quando diz que minhas conclusões não têm valor.
Bial – Vish, que bagunça. Fecha o som da casa! Agora vamos ver uma coisa que aconteceu em 1931, com um dos nossos brothers mais queridos, Edwin Hubble.
Hubble – Ih, olha isso aqui! Veja só, eu estava analisando a luz dessas galáxias e parece que todas elas estão se afastando de nós. Que estranho.
Bial – E agora, o que pode ser isso? Vamos dar uma espiadinha!
Einstein, Lemaître, Friedmann e Hubble discutem.
Bial – E aí, quem é que vai se explicar? Hubble?
Hubble – Eu não. Eu só fiz as medidas. Não gosto de me intrometer nessas discussões cosmológicas.
Bial – Monge?
Lemaître – É óbvio, Bial! Se as galáxias parecem estar todas se afastando de nós, é claro que elas já estiveram muito mais próximas antes.
Einstein – Tá, eu tenho de admitir que essas espiadas do Hubble parecem apontar para o fato de que o universo já foi no passado muito mais compacto, e não dá para negar que ele está hoje em expansão.
Bial – Ih, alemão, então aquele negócio de lambda era tudo bobagem?
Einstein – Pois é, Bial. O maior erro da minha carreira.
Bial – Olhaí… confissões no BBB! Mas que bom, parece que tudo se acomodou, com os brothers todos aceitando que o universo nasceu de um ponto muito pequeno e denso…
Hoyle – Todos não, Bial! Esse negócio de Big Bang é tudo bobagem!
Bial – Ué, mas e as espiadinhas do Hubble?
Hoyle – Elas mostram que o universo é dinâmico, mas eu acho um absurdo dizer que ele “nasceu” num ponto do tempo, a partir de um “átomo primordial”, como sugere o monge. Isso é coisa de religioso mesmo.
Lemaître – Ei, peraí, peraí. Você sabe muito bem que eu não misturo a minha fé com a cosmologia — minhas conclusões sobre o átomo primordial derivam da teoria do alemão!
Bial – Esse é o nosso Fred Hoyle, sempre polêmico!
Hoyle – Polêmico não, Bial. É que esse papo de Big Bang não convence mesmo. Mas eu tenho a resposta. Desenvolvi em 1948 uma ótima teoria, chamada de teoria do estado estacionário. Ela sugere que o universo na verdade sempre foi assim. As galáxias se afastam mesmo umas das outras, mas matéria surge do nada entre elas para criar novas galáxias, e o universo continua nesse esquema, eterno e sempre parecido.
Gamow – Tsc, tsc, tsc…
Bial – Ih, parece que o George Gamow não concorda. O que foi, George, para você ficar ressabiado assim?
Gamow – Bial, a teoria do Hoyle não está com nada. Ela não explica como surgiram os atuais átomos do universo. Já o meu modelo do Big Bang explica como apareceram os átomos de hidrogênio e hélio, exatamente nas proporções que existem hoje no cosmos!
Hoyle – Nem vem, seu Gamow, nem vem. Você sabe muito bem que essa explicação não serve de nada, pois não explica como surgiram os outros átomos, além do hidrogênio e do hélio. O que explica isso na verdade é a minha teoria sobre a formação de núcleos atômicos no interior das estrelas! É de lá que nasceram os elementos químicos mais pesados que o hidrogênio e o hélio!
Bial – Ih, que confusão, que confusão! Fecha o som da casa! O Big Bang Brasil está pegando fogo! Vamos deixar os brothers lá se matando, porque daqui a pouco tem o paredão! Gamow e Hoyle vão se enfrentar! Qual teoria vence? A teoria padrão do Big Bang, desenvolvida por Gamow, ou a do estado estacionário, por Hoyle? Vamos dar uma espiadinha?
Einstein, Friedmann, Lemaître, Gamow e Hoyle estão discutindo, quando Robert Dicke decide entrar na conversa.
Dicke – Já sei! Tem uma coisa que pode confirmar se o universo “nasceu” de um ponto muito denso e quente, como diz a teoria do Big Bang de Gamow, ou se ele vive num estado estacionário, como diz o Hoyle. Se ele tiver “nascido” do Big Bang, ele deve ter uma radiação vinda de todas as direções — uma espécie de eco dessa fase altamente compacta do universo.
Gamow – Grande novidade! Eu já tinha previsto isso em 1948, e você apresenta essa idéia como se fosse nova. Tsc, tsc, tsc…
Dicke – Ei, nem sabia que você já tinha dito isso, George.
Gamow – Pois é, se alguém puder detectar essa radiação de fundo…
Bial – E aí, Dicke, você vai dar uma espiadinha nessa radiação?
Dicke – Vou, Bial. Já estou desenvolvendo um aparelho para detectá-la, se ela existir mesmo…
Penzias – Póparar, póparar! Olha aqui o que eu detectei na antena em que trabalho lá nos Laboratórios Bell!
Dicke – Ih, fomos furados, rapazes.
Bial – Que moraaaal… Arno Penzias diz ter encontrado a radiação cósmica de fundo, uma relíquia de uma época apenas 300 mil anos após o Big Bang.
Penzias – Eu e o meu amigo Wilson detectamos esse negócio meio sem querer, mas agora não temos dúvidas: é a radiação do Big Bang.
Gamow – CQD, amigo Hoyle, CQD.
Hoyle – Absurdo. Esse Big Bang é absurdo. As coisas podem parecer boas para a sua teoriazinha agora, mas veja só: eu acabo de desenvolver a minha sensacional teoria do estado quase estacionário, que responde até pela radiação cósmica de fundo!
Bial – Ih, Hoyle, você não está forçando a barra, não?
Gamow – É, Bial, o cara não desiste.
Hoyle – Não adianta. A radiação me pegou de surpresa, mas existe um problema que ninguém está mencionando. A radiação aparece exatamente com a mesma intensidade em todas as direções do universo. Isso indica que o universo foi muito homogêneo no passado e, se isso é resultado de um Big Bang, o universo hoje jamais teria as galáxias que têm, pois era homogêneo demais para evoluir para o mundo de hoje, que é cheio de vazios, com algumas poucas regiões concentradas de matéria.
Gamow – Calma, Hoyle. As variações na radiação cósmica vão aparecer. Falta apenas desenvolver os instrumentos para detectar essas flutuações diminutas.
Bial – Fecha o som da casa! Quem será que tem razão, Gamow ou Hoyle? Vamos dar um espiadinha…
Einstein, Friedmann, Lemaître, Gamow, Hoyle e Dicke estão discutindo, quando George Smoot decidiu entrar na conversa.
Smoot – Então, eu desenvolvi um projeto aqui que pode resolver a parada…
Todos se viram para Smoot.
Smoot – Um satélite. Um satélite para detectar com alta precisão potenciais variações na radiação cósmica de fundo.
Gamow – Parece ótima idéia. Só no espaço para evitar a interferência gerada pela atmosfera nessas observações delicadas.
Bial – Mas e aí, Smoot, vai rolar?
Smoot – Olha, faz tempo que tenho o projeto, mas a explosão do ônibus espacial Challenger, em 1986, está adiando tudo. Tivemos de cortar o tamanho do Cobe…
Bial – O que é Cobe?
Smoot – É o nome do satélite.
Bial – Ahh… vamos continuar espiando.
Smoot – Mas agora ele está pronto. Vamos lançar e, em 1992, devemos fechar um mapa detalhado da radiação cósmica de fundo.
Bial – Fecha o som da casa! E agora? Estamos chegando ao emocionante final! Quem vai continuar na casa, Gamow ou Hoyle? Vamos ver as torcidas aqui no nosso estúdio!
Torcida do Gamow – ÊÊÊÊÊÊÊÊÊ! Big Bang! Big Bang! Big Bang!
Torcida do Hoyle – Êêêê.
Bial – Vamos dar uma espiadinha. E aí, Gamow, está pronto para ver sua família?
Gamow – Nossa, vamos lá!
Batimentos cardíacos de Gamow vão a mil, enquanto ele olha para a tela.
Gamow – Olha lá, todo mundo veio! Mamãe Gamow, tio Gamow, vovô Gamow, vovó Gamow!
Bial – E aí, Hoyle, preparado?
Hoyle – Eu sei que está todo mundo contra mim, Bial, mas vamos lá.
Bial – Olha aí a sua torcida, Hoyle!
Batimentos cardíacos de Hoyle vão a mil.
Hoyle – Puxa, mamãe Hoyle, tio Hoyle, vovô Hoyle, vovó Hoyle!
Bial – Chegou o grande momento, hein? Estão preparados?
Gamow – Sim, Bial.
Hoyle – Manda ver, Bial.
Bial – E atenção. O George Smoot acaba de enviar aos estúdios da Globo o resultado da medição da radiação cósmica de fundo de 1992. Foi uma disputa acirrada, viu? Mas, com uma diferença de uma parte em cem mil, o Cobe encontrou variações que suportam o… Big Bang!
Gamow – Ah, eu sabia, eu sabia, eu sabia!
Hoyle fica com cara de fossa. Einstein, Friedmann, Lemaître, Gamow, Dicke e Smoot vão abraçar Gamow. Hoyle deixa a casa e vai para o palco com Bial.
Bial – E aí, Hoyle, tudo bem?
Hoyle – É a vida, né, Bial?
Bial – Pois é. Mas veja aqui a sua torcida, que veio te receber.
Hoyle – Ih, Bial, pode ficar sossegado. Eles acham que sabem de tudo. Hoje é difícil negar que o universo como o conhecemos surgiu num ponto denso e quente e expandiu a partir dali — essa idéia que eu apelidei de Big Bang lá atrás. Mas ainda tem muita água para correr por baixo da ponte da cosmologia. E mal sabem eles que estão apenas procurando cordas para se enforcar.
Bial – É isso aí. Muito já aprendemos sobre a natureza e o surgimento do universo, mas ainda há muito mais pela frente. Pode continuar espiando…
uma coisa que andei pensando
se a radiação do big bang é de 300 mil anos após a expansão, antes disso não emitiu nada?
e mais ainda, essas contagens não são relativas, pois imagino que no começo devia ser tudo muito denso no universo, curvando o tempo portanto o “timescale” se comparado ao nosso devia ser monstruoso,
como a gente faz pra corrigir desde o início até hoje e ter tanta certeza das datas?
A ideia é que antes disso o Universo era tão quente que os núcleos atômicos estavam dissociados dos elétrons, em forma de plasma. Fótons (partículas de luz) que fossem emitidos logo esbarravam numa partícula qualquer e não conseguiam se propagar. Em outras palavras, o Universo era opaco. Só depois de cerca de 380 mil anos, quando já estava suficientemente frio, os elétrons se ligaram aos núcleos atômicos e os fótons puderam transitar desimpedidos. O Universo se tornou transparente, e sua primeira “luz” é a radiação cósmica de fundo.
Salvador Nogueira :
Evaldo, não assisto. Aliás, uma das motivações para o texto, lá em 2007, foi o frenesi que tomou conta da redação por conta desse programa idiota. Odeio BBB. 😛
Ah, que isso Salva, admite vai, uma espiadinha a gente sempre acaba dando 😛
Parabéns pelo texto e criatividade, Salvador. O ato de ensinar é uma profissão, mas saber ensinar é um dom…
Aproveitando a oportunidade, segue a resposta para o Rodrigo Corinthiano. Vulcano é um planeta hipotético que teria sua órbita entre Mercúrio e o Sol. A estória e histórica controversia de sua existência está no Wikipedia:
http://en.wikipedia.org/wiki/Vulcan_(hypothetical_planet). Os elementos orbitais hipotéticos também estão lá.
Muito legal mesmo! Merece uma continuação… pena que não depende só de vc, neh? kkkkk… afinal, como disse o “Bial”: “Muito já aprendemos sobre a natureza e o surgimento do universo, mas ainda há muito mais pela frente.”
A diferença entre o Big Brother da Ciência e da Globo é que o primeiro cria, esclarece e adiciona a cada edição, enquanto o segunda apenas divide.
A semelhança é a Fogueira das Vaidades.
Como é o povo, a primeira vez tu foi alvo de critica pela analogia ao BBB pra explicar a expansão do universo. “O blog foi deletado”.
Depois de trabalhos apresentados tendo sua analogia como pano de fundo, bum, as criticas se transformaram em elogios.
Me faz lembrar Charles Darwin com a teoria da evolução. Tá ai uma ideia, um BBB com teoria da evolução como pano de fundo.
Espetacular! Assim é que se ensina! A interatividade torna qualquer discussão agradável, até aquelas que tratam de temas vazios e sem conteúdo valoroso, como é o caso do BBB Global. Ensinar ciência dessa forma torna-a interessante e envolvente. Precisamos reescrever as nossas práticas e metodologias de ensino para arrastar o interesse dos nossos jovens para a ciência, e assim poderemos sonhar com um prêmio Nobel brasileiro, num futuro já tardio. Somos o Quinto maior país do mundo em território, população e economia, mas nunca contribuímos cientificamente para a humanidade de forma proporcional a essa nossa grandeza. O que sempre nos faltou foi a capacidade de dizermos aos nossos jovens que CIÊNCIA é uma grande e gostosa “brincadeira”, e podemos nos divertir muito durante o seu aprendizado e durante as suas discussões. Assim, ela se tornará tão essencial às nossas vidas quanto o Carnaval e o Futebol. ESTUDAR CIÊNCIA É SER FELIZ! E viva esse novo BBB!
Salvador, você poderia escrever uma nova versãodo BBB
: o BING BONG. BRASIL ! Entre os comentaristas existem muitos comentaristas babacas, pelo menos no
Papel do Penzias, na cena da limpeza da antena retirando
O cocô de pombos…
Uma peça teatral montada com esse diálogo seria muito interessante. Divulgaria de maneira lúdica os personagens e suas ideias.
Caro Salvador ( nome não é a toda não )!!
Excelente texto!
Repleto de muito humor, ciência e principalmente Lógica!
Escrever textos mirabolantes com linguajar complexo e com a pretensão de ser elitizado é fácil, encontramos isso aqui a toda hora!
Agora escrever um texto do seu estilo, encerrando um conhecimento científico e lógico de valor em um texto repleto de muito bom humor, é um tremendo desafio!
Parabéns, os verdadeiros gênios tem essa capacidade: simplificar o universo para que todo leigo possa ter acesso ao vasto conhecimento cósmico!
Lógica e simplicidade é a Sinfonia de Deus!
Mr. Spock,
Ja que estamos a falar de ensino, Seria uma honra para eu conhecer as características do planeta Vulcano. Eu procurei no Wikipédia e não encontrei. 🙁
Sabe me dizer a massa d planeta Vulcano? Periodo orbital? Albedo? Inclinação? Densidade média?
Gravidade equatorial?
Tem satélite natural?
Excentricidade?
Temperatura média?
Sei que são muitas perguntas, eu mesmo não sei todas as características do meu planeta. Porém, caso saiba alguma delas, seria muito bacana gozar desse conhecimento.
Caso desconheça, não precisa responder.
Obrigado!
Parabens!!!!!!
Poucas vezes na minha vida vi algo tão genial, simples, engraçado, cultural e de uma inteligência refinada que só me resta continuar acreditando que a humanidade não está totalmente perdida com BBBs, funk ostentação, novela das 8 e outros lixos que estão nos rodeando feito moscas.
Frequento este blog há pouco tempo, mas pode acreditar que você já tem mais um fã de carteirinha!!!!
Valeu, Angelo!
Imagine o Cleber (Bambam) na casa com esses caras…. kkkk 🙂
Só fumaça saindo da cabeça do menino… kkkk
http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/199/a-sala-e-um-palcoprofessores-procuram-na-linguagem-teatral-uma-301125-1.asp
Prezado Salvador Nogueira, que alegria encontrar o criador… O texto é (no mínimo) inspirador. Me lembro que eu e o Alexandre procuramos contactá-lo, porém sem sucesso…, o que nos fez divulgar seu trabalho em uma nota de rodapé. Aproveito a oportunidade para parabenizá-lo, pois realmente o texto tem um potencial didático fantástico.
Um abraço.
Valeu, Pedro. Vocês me deram uma alegria muito grande com esse trabalho de vocês. Abraço!
Muito bom, Salvador!!!
Engraçado mesmo. Pena que teorias não podem ser descartadas enquanto não se tem absoluta certeza que elas não se encaixam nos fenômenos observados. Se a teoria de Hoyle foi descartada pelo BBB fictício, usando as observações do satélite Cobe, não significa necessariamente que ela deve ser descartada definitivamente e nem que a teoria de Gamow seja a correta (eu também suspeito que a teoria do Big Bang esteja errada e que ela parece mais uma teoria metafísica). Outras teorias podem ser feitas a partir do que é observado e até as observações podem ser melhoradas e quanto a isto, a raça humana está apenas engatinhando, pois o máximo que fizemos até agora foi colocar observatórios em órbita com pouca capacidade de resolução, o que já dá para ter uma primeira visualização do todo, mas tem muitas coisa a se descobrir e para cada coisa, mais perguntas a se fazer. Isto é muito mais excitante do que ter certeza de tudo e aceitar uma teoria sem questiona-la e como alguém já disse, a única certeza que temos é que nós não temos certeza de nada.
Geraldo, a teoria do Big Bang já está bem sedimentada. E não custa lembrar que a teoria nada fala sobre o momento t=0 do Universo, o ponto exato de seu surgimento. Só de como ele evoluiu depois. E disso as evidências observacionais são incontestáveis. Abraço!
Salvador, muito legal o texto! Eu concordo com o Geraldo, por mais que a maioria da comunidade científica aceita a teoria do Big Bang, dá pra contestar as evidências observacionais sim. O prof. Domingos Soares, da UFMG, tem uma página de divulgação de cosmologia em que ele sempre mostra possíveis teorias alternativas ao Big Bang, que ele prefere chamar de Estrondão.
O momento t=0 pode ser também uma idealização baseada em observações incompletas, pois se algum dia o deslocamento para o vermelho deixar de ser observado, ocorrendo o oposto, os possíveis físicos da época vão criar qual tipo de teoria, a do Big Crunch? E se depois de um longo tempo uma outra civilização observasse o deslocamento para o vermelho novamente, criando por si a mesma teoria que nós temos hoje? Um Universo oscilatório, mas sem aquilo que chamam de partícula primordial não é improvável.
E eu desconfio muito destas explicações que incluem coisas que não podem ser ou que ainda não foram observadas na natureza, ainda mais que estamos escrevendo sobre enormes períodos de tempo e distâncias incomensuráveis que a cada desenvolvimento dos observatórios se expande cada vez mais sem dar mostras que um dia esta expansão termine e visualizemos algo como o “limite do Universo”, o que pode ser outra idealização baseada em nossos conceitos ainda primitivos. Para se tentar encontrar uma solução para um problema as vezes temos que abandonar preconceitos, teorias prontas e a zona de conforto, tentando imaginar outras soluções que se encaixem no problema e é por este motivo que a ciência é excitante. A teoria do Big Bang pode até ser elegante, mas é muito estranha em sua essência.
Se esse big bang existisse não daria 1 ponto de audiência e nem teria repercussão na internet (pessoalzinho que defende tanta cultura).
Também acho. Sem falar no trabalho que teríamos para ressuscitar um monte de gente para a produção.
Todo dia visito um site de educação cientifica para aprender mais sobre o Universo, o site é muito rico em informação, com educadores capacitados e anti conspiracionistas.
O que mata no site, é a P…. do humor demonstrado pelo educador principal do site. O cara é inteligentíssimo, já foi até premiado pela ESA. Mais se você estiver aprendendo (como eu) e fizer uma pergunta inocente ou discordar de alguma coisa… Vishsh… Vem aquela resposta seca, política demais, e com um ar de superiodade filadamãe.
Dei minha opinião sobre o rebaixamento de plutão (não concordo) para planeta anão, aí… perguntei para ele se tivesse habitantes em Júpiter, como os jovianos classificariam a Terra?
Nem te conto a resposta, quase dormi ao ler o livro que ele escreveu. Muito chato!
Esse tipo de ensino (muito comum por sinal) faz com que algumas pessoas percam o interesse pela ciência, não contagia ninguém, mesmo sendo rico em conteúdo.
Ciência não precisa ser chata!
Para aprender ciência, não precisa ter cara de loko e ser ruim de futebol!
Abraxxx…
Muito legal Salvador, em especial porque já se tornou comum classificar as pessoas em dois tipos “as que assistem BBB são ignorantes” “ as que não assistem BBB são intelectuais”. Nem tanto nem tão pouco, é irreal que um ser humano conviva só com ignorantes e por isso alguns assistem BBB no seu círculo de amizades e vice-versa. Não estamos livres do BBB mesmo que ninguém assista a Globo em todos os cantos da mídia sempre tem alguém comentando e as pessoas acabam sabendo alguma coisa, até comentando que “não assiste BBB” precisa citar o nome do programa rs. Guardei de um sábio professor de Português na 5ª série, a máxima de que tudo deveria buscar conhecer, SOBRE TUDO e TODOS deveria ler, pois somente assim poderei comentar se gostei ou não e aprender mais.
Hoje como professora do ensino médio e lendo sua postagem, posso afirmar se nunca lesse sobre BBB (ou tivesse assistido nem que fosse um dia do programa nestes 14 anos) como por exemplo, citaria seu excelente trabalho que poderá ajuda-los a compreender melhor a teoria do BBB (esta sim importante) como cultura geral e conhecimento? Parabéns a você pela gentileza em retomar o discurso e permitir que agora alguns intelectuais se permitam dizer só assisto ou sei o que é BBB porque li um determinado artigo científico… Em tempo… Não assisto BBB, mas tb não odeio, acho apenas que é uma perda de tempo televisivo algo que não acrescenta nada a ninguém, mas não vou negar as vezes estou em casa e não mudo o canal e não é por gostar ou desgostar mas sim porque sou um ser humano comum, nem ignorante, nem intelectual, apenas eu mesma que não se envergonha nem se acha melhor ou pior por ler quadrinhos da Disney, a Bíblia, Nietzsche, Romances Sabrina, Jorge Amado, Bial, Freire, Julio Verne, Diário do Centro do Mundo, Kafka, Cecília Meireles…não necessariamente nesta ordem rs. … Ah e agora acrescento você a minha lista, confesso não conhecia seus livros, se não fosse o “famigerado BBB” talvez demorasse algum tempo para conhecer, li a resenha do Rumo ao Infinito e fiquei curiosa, esta sim minha maior característica humana. Abraços.
Marjorie, obrigado pela leitura e pela opinião equilibrada! Se por acaso tropeçar no Rumo ao infinito, depois me diga o que achou! Abraço!
Salvador, só tomei conhecimento deste texto agora, e só posso dizer uma coisa: SENSACIONAL!
Deveria, em minha modesta opinião, ser incluído em todos os currículos escolares, pois bem sabemos como estudar certos assuntos é para muitos “um saco”. Quem na época criticou o fez por pura ignorância.
Um adendo quanto a gostar ou não do Big Brother, me relacionei durante anos com uma pessoa, pesquisadora numa universidade conhecida, q adorava o programa, a ponto de, quando viajava para convenções fora do Brasil, me pedir para gravar os episódios para q pudesse assistir ao voltar!
Como pode ver, gosto não se discute mesmo. rsrsrs
Parabéns por sintetizar de forma tão singela, essa questão do surgimento do universo, sugestão para as próximas etapas abordar a teoria das cordas quem também é um assunto muito delicado.
Concordo. Seria muito legal, pois teoria das cordas é muito fácil deixar o assunto chato.
Parabéns, Salva.
E quem criticou, é recalcado.
😉
Ih, meu. Ainda hoje tropeço com esses. Deviam abrir uma associação. Recalcados Anônimos.
Excelente texto, caro Salvador. Claro e didático. Sou professor de matemática mas também leio bastante sobre a história do mundo e do universo. Para ampliar os conhecimentos, sugiro a leitura das obras, “Uma Breve História do Tempo” de Stephen W. Hawking, “O que sabemos do universo” de Richard Morris e “Passeio aleatório pela ciência” de Nuno Crato. Parabéns mais uma vez.
Acrescento “A Evolução da Física” de Leopold Infeld e (Adivinhem…) Albert Einstein.
Salvador, parabéns pelo texto e pelo reconhecimento. Muito bem feito!
Valeu!
Salvador, muito criativo e interessante o seu texto. Parabéns
—
Muito lôôôôôko, meuuuu !!!
Um verdadeiro alquimista… Transformando merda em metal precioso.
Ehhh, Lavoisier…
“Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.”
rsrsrs
—
Hehehe!
Muito Bom Salvador. Você poderia desenvolver um texto desses para a Batalha das Correntes (alternada x contínua) entre o George Westinghouse e Thomas Edison.
Parabéns pela criatividade (tão escassa nos últimos tempos)
Opa! Tesla teria que figurar também! 🙂
Sim com certeza Nikola Tesla…..poderia incluir também JP Morgan….hehehe
Parabéns pelo texto. Sou professor de ciências e matemática, e mesmo tendo dificudades com física, achei o texto bastante esclarecedor, numa didática muito interessante. Não conhecia esse texto, mas gostei muito.
Valeu, Willians!
Muito interessante. Ótima “brincadeira”.
“Se a vida lhe der um limão (Big Brother Brasil), faça uma limonada (Big Bang Brasil)”. Para alguma coisa útil serviu o lixo cultural. Parabéns!
Quem se candidata a fazer a versão sobre evolução com Darwin, criacionistas, Lamark etc. (Acho que o criacionista não admitiria a derrota, inventaria o criacionismo científico (mais uma falsa ciência) e teria que ser retirado quase que à força, e mesmo assim ficaria tentando invadir a casa.)
E poderia ter a da teria do heliocentrismo versus o geocentrismo.
Rapaz, a versão evolucionismo x criacionismo estaria em boas mãos com meu amigo Reinaldo José Lopes, meu vizinho de blog (Darwin e Deus). Já copiei seu comentário pra ele… 😉
Pena que ele abandonou o blog, e virou mais local religioso do que de discussões de evolução, fora o sistema de comentários que é péssimo.
Parabéns pelo texto
Muito obrigado.
Adorei o Big Bang Brasil, e é modelo que pode ser usado em outras discussões.
Parabéns,
Muito bom, pena que para cada uma pessoa que leu esse texto, 500 leram sobre futebol, o beijo gay e o BBB verdadeiro.
Mas não desanime.
Sensacional!!! Ameeeeii!
muito criativo, parabéns a todos… fiquei intrigado a primeira vez que pude estudar a evolução do pensamento cientifico em torno da origem do universo e ver que toda a caminhada foi direta ou indireamente uma corrida armamentista contra a teoria padrão, que baseado nas solidas evidencias e calculos está ainda longe de ser refutada, será que tudo foi e continua sendo por medo das implicações metafísicas? Parabéns pelo sempre excelente trabalho S. Nogueira…
Sou professora de Ciências e já estou montando uma sequência didática com o seu maravilhoso texto, irei usa-lo com as minhas turmas de 9º anos.
Muito legal, Mirtes! Fico muito gratificado! 🙂
Muito criativo, Parabéns Salvador!
Alguns educadores pecam ao deixar o ambiente de aula muito sistemático,acaba afastando alguns alunos da ciência.Esse material foge a regra.
Ja pensou em ser educador ciêtifico salvador? 🙂
Cara, eu flerto com isso, mas não vou tirar uma carreira daí. Fiz coisas de que me orgulho, como escrever dois volumes para o MEC sugerindo formas de incluir astronomia e astronáutica em aulas de ciência do ensino fundamental e médio, e fui surpreendido por essa história do BBB. Mas acho que a frente de batalha mais aguerrida, no momento, é entre os que já estão passando da idade escolar em diante. Mas sou eclético. Jogo de goleiro e de centro-avante. 😛
Fantástico! Incrivelmente criativo 🙂
Boa Salvador! Caraca que legal! muito bom o texto! KKKKKK
Aguardando ansiosamente os comentários dos Criacionistas! KKKKKK
Legal! Gosto de ler divulgação científica, é resumão muito bom!! Parabéns aos criadores (do texto, não do universo, eheh).
Ops, desculpe, Salvador, “ao criador”.
Parabéns pelo texto. Excelente maneira de explicar algo tão complexo para plateias que nem sempre se interessam por este assunto.
Grande iniciativa, parabéns a todos.
Parabéns pelo texto. É ,além de belo ,muito instrutivo.
Conseguiu mostrar de maneira clara e simplificada esse problemão que é a origem do universo.Isso ,feito com imparcialidade.
Pergunta: E de onde veio ou surgiu esse ponto denso e quente e que se expandiu e deu origem ao universo?
Na minha humilde opinião, a ciência não conseguiu responder a origem de tudo.
De fato, há hipóteses, mas ninguém sabe ao certo.
Salvador, você poderia explicar essas hipóteses? Se for preciso, em um tópico próprio no futuro, mais detalhadamente?
Parabéns pelo texto. Muito bacana mesmo.
Estou ansioso por novidades sobre a Rosetta, mas ainda vai demorar.
Também espero que o Jipe lunar chinês “sobreviva” a noite lunar.
Abraço!
NOTA DEEEEEZ !!!!
Não conhecia o texto… Nem nunca ouvì falar… È uma pena, pois é muito bom. Costumo ver uma série na SKY,
” Teoria do Big bang “. Você poderia escrever uma série
Parecida, e mandar para O Boni colocar no lugar da novela das oito. Teria muito mais sabores, como os quarks.
Parabéns! Afinal, um cientista deve ter a mente aberta
Uma pergunta…. Você assiste ao BBB??? He he he….
Evaldo, não assisto. Aliás, uma das motivações para o texto, lá em 2007, foi o frenesi que tomou conta da redação por conta desse programa idiota. Odeio BBB. 😛
Salvador, genial seu texto! Parabéns! Quanto ao infame “programa” global, jamais assisti: apenas pelos relances das notícias na mídia a respeito, é possível se ter uma ideia do objetivo de bestificar o telespectador. Que programa IDIOTA!
Só para comparar, a BBC tem os melhores documentários do mundo graças entre outras coisas a ter há 60 anos investido nos programas científicos de Sir David Attenborough, que influenciou gerações de crianças e jovens para estudar. Vi depoimentos desses atuais produtores que viraram pesquisadores por causa desses programas. Pena que aqui isso seja impensável. Quando os próprios pais que deveriam querer estimular os filhos em ciências, são os mesmos que entram aqui pra comentar que pesquisa espacial é disperdício de dinheiro quando “tanta gente passa fome”…
Exemplo para jovens aqui só mesmo funk ostentação.