Índia agenda teste de nave tripulada

Salvador Nogueira
Concepção artística do Veículo Orbital indiano, que terá seu primeiro teste em 2014
Concepção artística do Veículo Orbital indiano, que terá seu primeiro teste em 2014.

Se alguém ainda duvidava que China e Índia estão em sua corrida espacial particular, agora não há mais por que questionar. A ISRO, a “Nasa” indiana, acaba de anunciar o primeiro voo de sua própria espaçonave destinada a colocar seres humanos em órbita.

O lançamento-teste da cápsula, construída pela empresa HAL (Hindustan Aeronautics Limited), deve acontecer entre abril e junho deste ano, embarcado num foguete GSLV Mark III, também desenvolvido pela Índia, e em fase de voos experimentais.

O custo do projeto até agora excedeu a marca de US$ 4 bilhões, em oito anos. Os estudos preliminares de design foram iniciados em 2006 — três anos depois que os chineses se tornaram o terceiro país a desenvolver a capacidade de colocar astronautas em órbita, igualando os feitos de russos (1961) e americanos (1962).

A primeira missão — naturalmente não-tripulada — testará sistemas de controle, navegação e pouso, num voo suborbital. Caso tudo dê certo, o próximo passo será testar o suporte de vida, controle ambiental e sistema de escape da tripulação (em caso de falha no lançamento). Só então eles poderão começar a cogitar o envio dos primeiros astronautas. Segundo analistas, é possível que isso só venha a acontecer por volta de 2020, em razão de dificuldades com o potente lançador, embora os planos originais previssem uma missão tripulada já em 2016.

Será a cápsula tripulada mais modesta em operação, mas ainda assim trata-se de um grande feito do programa espacial indiano, que vai bem além desse projeto. O país tem um programa robusto de exploração interplanetária. Sua primeira sonda lunar, Chandrayaan-1, foi lançada em 2008 e operou em órbita durante um ano. No ano passado, os indianos lançaram sua Mars Orbiter Mission (MOM), também chamada de Mangalyaan. A espaçonave está a caminho do planeta vermelho, e até agora tem sido um sucesso.

Em 2017, deve partir a Chandrayaan-2, que levará um jipe até a superfície da Lua. (Qualquer semelhança entre os passos chineses no espaço, cujo último grande feito foi levar o rover Yutu à superfície lunar no fim do ano passado, não é mera coincidência.)

VALE A PENA?

É natural que muitos se perguntem: num país com 1,2 bilhão de habitantes, a maioria mergulhada na pobreza, é indecente a Índia investir em exploração espacial? Não só não é nada vergonhoso, como é visionário.

Ao contrário do que se costuma pensar, a exploração espacial não consome recursos. Ela gera recursos. Estudos nos Estados Unidos mostraram que, para cada US$ 1 investido pelo governo americano em seu programa espacial, a indústria acaba gerando US$ 10 em produtos e serviços de alta tecnologia. Trata-se de um investimento nacional com potencial de 1000% de retorno!

Não é à toa que, dos gloriosos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), os supostos “donos da bola” na atual economia mundial, todos (menos nós) investem pesadamente em sua indústria espacial. Eles já sacaram que é assim que podem reduzir a pobreza em seus próprios países, além de projetar seu poderio tecnológico e dar a seus respectivos povos o direito de sonhar com a grandeza. Só aqui o governo ainda não se deu conta de que precisa despertar o “Gigante espacial”.

É verdade que três desses quatro países têm motivação bélica para desenvolver seus foguetes. A Índia vive uma eterna miniguerra fria com o vizinho Paquistão, a China tem ambições militaristas óbvias, e a Rússia está no negócio do armamentismo pesado desde a Segunda Guerra Mundial. Contudo, achar que isso explica tudo — e que portanto certo está o Brasil de não desenvolver essas tecnologias — é de uma miopia ímpar. Primeiro porque ter acesso próprio ao espaço, assim como os meios de explorá-lo, é questão de soberania, não de belicismo.

Exemplo: vemos nossa querida presidente estrilando sobre espionagem gringa e defendendo a construção de um Satélite Geoestacionário Brasileiro, para que nossas comunicações civis e militares possam ser feitas sem o uso de sistemas estrangeiros. E aí quem a Agência Espacial Brasileira contrata para construí-lo? A empresa europeia Thales Alenia Space, a um custo de R$ 1,3 bilhões. Depois, como reclamar?

É verdade que o acordo, assinado em dezembro do ano passado, inclui um contrato em separado com a companhia europeia voltado para transferência de tecnologia em telecomunicações. Mas é ingenuidade (ou malícia, como queira) de nossos governantes sugerir aos contribuintes que podemos “comprar” nosso caminho em meio às tecnologias espaciais de ponta. Não podemos. País nenhum entrega o ouro desse jeito, num setor estratégico. Enquanto isso, nossos engenheiros no IAE e no INPE vivem de recursos pingados a conta-gotas e de um plano de longo prazo que a cada cinco anos atrasa meia década.

Não acredita? Em 1980, o Brasil havia se determinado a realizar uma Missão Espacial Completa: lançar um satélite nacional, de um centro de lançamentos nacional, com um foguete nacional. Se esse plano tivesse sido executado com determinação e num prazo razoável, poderíamos hoje estar emparelhados com indianos e chineses. Os brasileiros teriam o direito de sonhar em explorar outros mundos e enviar astronautas por seus próprios meios ao espaço. Por que não tem na Agência Espacial Brasileira alguém, agora, neste exato momento, pensando num plano de exploração científica do Sistema Solar? Por que temos lideranças tão cegas?

Optamos, historicamente, pela letargia. Até hoje o plano elementar da Missão Espacial Completa não foi executado. Apenas três tentativas malogradas de levá-lo a termo, em 1997, 1999 e 2003. A última delas, você deve se recordar, foi catastrófica, com um incêndio que matou 21 técnicos e engenheiros em Alcântara. Na ocasião da tragédia, o então presidente Lula havia prometido um novo lançamento em 2006. Estamos em 2014, e nada. Não é à toa que, entre os BRICs, somos hoje os patinhos feios. E pensar que, meros cinco anos atrás, a comunidade internacional imaginava que pudéssemos ser a tábua de salvação do Ocidente em meio à crise econômica mundial…

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Comentários

  1. NEM KOM TRANSFERENCIAS TEM A HAVER TEM A HAVER KOM TEKNOLOGIA KOM O KNOW-HOW E SOBRETUDO KOM A BASE DE KALKER PAIS A EDUCAÇAO E ATE A SAUDE PORKE PARA TER EDUKAÇAO PRECISAMOS TODOS E DIGO PAISES E PESSOAS TER O ENSINO CERTO NESTE KASO PARA A INDUSTRIA ESPACIAL JA´É PRECISO TER INKUTIDO NO POVO EM GERAL UM SENTIDO DE INTERESSE NESTA AREA ULTRA DESENVOLVIDA K TEM K VIR DESDE O TEMPO ANTIGO POR ISSO K SO A YNDYA E A CHYNA TEEM SUCESSO MAIS NINGUEM POIS FORAM OS PRIMEIROS A USAR A ASTROLOGIA A MATEMATIKA E AS CIENCIAS BEM KOMO A LITERATURA KERO DIZER TUDO ISTO JA TEM DE VIR PLA LOGIKA NATURALMENTE E NACIONALMENTE DE UMA CIVILIZAÇAO MUITO ANTIGA K JA SABE E TUDO O K SE INVENTOU FOI ORIGEM NA YNDYA POR ISSO K A YNDYA ENKONTRA-SE NA FRENTE DA SHYNA TRATA-SE DA ORDEM NATURAL DAS KOISAS E A YNDYA É A MAIS ANTIGA CIVILIZAÇAO MAIS ANTIGA NO PLANETA DEPOIS A CHYNA POR ISSO K EUA OU BRAZIL JAPAO OU RUSSYA NUNKA TERAO SUCESSO KOMO NUNKA TIVERAM NEM TEEM

  2. Se perguntarmos numa sala de aula de pré-vestibulandos, quem quer ser professor primário, ninguém erguerá a mão.
    Como todos sabem, os(as) professores(as) dos níveis fundamental e médio das escolas públicas recebem um salário incompatível com a importância da profissão desempenhada por eles(as).
    Para receberem aumentos salariais precisam fazer greves de longa duração porque os governantes são intransigentes e não concordam com as reivindicações.
    Não há interesse dos políticos que o povo tenha discernimento, pois a maioria dos políticos mantem esta situação para conseguir votos.
    Basta vermos a tal bolsa-família que já foi chamada de bolsa-escola. Até a palavra escola tiraram do nome que este benefício tinha durante o governo FHC.
    Sem uma formação sólida na base torna-se impossível que os alunos tenham um rendimento equiparado aos países que dão prioridade à educação.

    Por que vocês acham que aconteceu o acidente catastrófico com o VLS-1 V03?

    Acessem o site abaixo e perceberão que a falta de conhecimento e treinamento no Brasil chegou a níveis inimagináveis:

    http://dallapiazza.wordpress.com/2013/10/01/analise-tecnica-do-relatorio-da-investigacao-do-acidente-ocorrido-com-o-vls-1-v03-em-22-de-agosto-de-2003-em-alcantara-maranhao/

  3. Hoje foram divulgados dados da OCDE onde os jovens brasileiros aparecem na posição 38 dos 44 avaliados.Esse resultado refere-se ao conhecimento de matemática entre jovens de aprox.15 anos de idade.
    Alguém aqui consegue ver alguma relação entre esses dados ( alarmantes) e o que se está discutindo neste blog?
    Não conseguiu ver relação alguma?
    Suba a tela e leia os primeiros posts.

  4. Excelente artigo. O mesmo tratamento é dado a nossa educação (talvez um pouquinho melhor, para não ficar tão ruim “na foto”). Se tivéssemos feito reformas sérias e objetivas a 20-30 anos, seriamos hoje outra nação.
    Entre governo, passa governo, e nada !

  5. Desculpem minha ignorância mas não consigo entender como se dão esses acordos de transferência de tecnologia? Como transferir uma tecnologia?
    Por exemplo: Uma empresa estrangeira transferirá? Uma empresa brasileira receberá? Isso não é um processo muito demorado?

    1. É isso. Uma empresa estrangeira mostra como faz determinado processo e envolve uma equipe da empresa brasileira para aprender. Mas, claro, isso no mais das vezes é conversa para boi dormir. As partes realmente difíceis e críticas dos processos não são ensinadas.

      1. Mas o governo pode escolher uma empresa privada para “receber” essa tecnologia? Se o governo escolher uma privada não estaria criando vantagens para essa empresa no cenário nacional? Parece injusto a meu ver.

          1. Entendi! Obrigado!
            Já queria te parabenizar pelo seu trabalho aqui na Folha! Eu descobri a pouco tempo e já virei um leitor assíduo. Os textos são muito bem escritos e a explicação torna claro assuntos difíceis!

  6. Prezados participantes.

    Qualquer pessoa interessada na prevenção de acidente com o VLS-1 V03 que acessasse uma página como esta do capítulo 9, disponível nesta Análise Técnica em URL:

    http://dallapiazza.wordpress.com/9-as-imagens-do-video-que-mostram-as-interferencias-e-a-ignicao-do-vls-1-v03-quadro-a-quadro/

    identificaria imediatamente as imagens que possuíssem a interferência que ocorreu no instante do acidente, pois estas imagens são mais claras e nítidas que as outras. Acessem e vejam como é fácil diferenciar e identificar o quadro 21 gerado às 13:26:00 dos anteriores e posteriores, bem como os quadros 27 e 28 gerados às 13:26:05 após a iniciação do detonador e a ignição do propulsor A ocorridas entre os quadros 26 e 27.

    Sensores ópticos redundantes de intensidade luminosa com tempo de resposta menor que 1 ms, instalados em frente ao centro do monitor de vídeo, teriam permitido disparar um alarme quando ocorresse algum aumento da luminosidade na imagem causada por uma interferência elétrica.

    Digo isto porque essas imagens foram filmadas entre 13:26:00 e 13:26:06, mas devem ter ocorrido muitas interferências nas imagens desde o primeiro dia de filmagem da montagem do VLS-1 V03 durante a Operação São Luís e se o monitoramento tivesse sido realizado por meio do aumento da claridade nas imagens do monitor de vídeo, então poderiam ter aplicado a norma regulamentadora NR3 e interditado ou embargado a montagem do VLS-1 V03 a fim de providenciar a implantação das medidas de segurança necessárias para a prevenção do acidente.

    Obviamente, procedendo desta forma não teriam dado a oportunidade para que fossem realizadas desnecessariamente as medições da resistência do aterramento na presença de propelentes, explosivos e detonadores, bem como teria sido evitada a conexão antecipada dos quatro detonadores na presença de tantas descargas eletrostáticas sendo geradas no Meio Ambiente de Trabalho da Torre Móvel de Integração.

    Fonte:

    http://dallapiazza.wordpress.com/2013/10/01/analise-tecnica-do-relatorio-da-investigacao-do-acidente-ocorrido-com-o-vls-1-v03-em-22-de-agosto-de-2003-em-alcantara-maranhao/

    Saudações iteanas

    Emiliano T77

  7. Prezados participantes

    Recomendo aos interessados que sejam lidos os dois artigos abaixo, de autoria de Petrônio Noronha de Souza e publicado no Jornal da Ciência da SBPC em 14 de março de 2014:

    Síntese do ‘Relatório de Investigação do Acidente ocorrido com o VLS-1 V03: O acidente, as investigações e as suas possíveis causas’, artigo de Petrônio Noronha de Souza

    http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.php?id=17017

    e

    http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.php?id=17018

    Abs
    Emiliano

  8. Prezados participantes

    Recomendo aos interessados que sejam lidos os dois artigos abaixo, de autoria de Petrônio Noronha de Souza e publicado no Jornal da Ciência da SBPC em 14 de março de 2014:

    Síntese do ‘Relatório de Investigação do Acidente ocorrido com o VLS-1 V03: O acidente, as investigações e as suas possíveis causas’, artigo de Petrônio Noronha de Souza

    Disponível em .

    Síntese do ‘Relatório de Investigação do Acidente Ocorrido com o VLS-1 V03: As recomendações da Comissão Técnica de Investigação e as perspectivas para sua implementação’, artigo de Petrônio Noronha de Souza

    Disponível em .

    Abs
    Emiliano

  9. Agora somos os dominantes da alta tecnologia de construção de maracutaias em estádios de futebol. Para que escola? Para que hospital? Para que saneamento básico? Para que ciência e tecnologia?
    E tudo está se encaminhando para a perpetuação do mesmo grupo no poder. Estamos perdendo a chance histórica de dar um salto de qualidade nesse pais. O valor gasto nos estádios supera os 30 bilhões e enquanto isso o professor do ensino fundamental recebe um salário de fome……

    1. Henrique,

      Este material apontado por você mostra bem como nós trabalhamos no Brasil. Isso não acontece apenas em tecnologias sensíveis como a do VLS mas, de modo geral, nós negligenciamos e muitas vezes desconhecemos normas de segurança e de qualidade. O acidente foi causado por falhas críticas de engenharia, agravado pelo uso do combustível sólido. Este é usado apenas em boosters em outros centros de lançamento e para isto, todas as normas de segurança devem ser rigorosamente seguidas.

      1. Paulo,

        Concordo com a sua observação e devemos lembrar que o Brasil já foi campeão em acidentes do trabalho de um modo geral. Muita coisa mudou, mas o comportamento de muitas empresas e trabalhadores diante do perigo ainda continua sendo improvisar soluções.

        É um problema cultural e falta de prioridade dentro das organizações. O correto seria que todos os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho-SESMT fossem subordinados diretamente à Direção das empresas.

        No caso do VLS-1 V03, não existia nem CIPA no IAE e muito menos SESMT. Nem técnico de segurança do trabalho existia. Quando eu fui conversar com o vice-diretor do IAE logo após o acidente, ele pediu para que eu o ajudasse a criar uma CIPA. Porém, como me aposentaram em 1998 e eu tinha interesse na investigação independente do acidente como voluntário, eu o orientei para contratar engenheiro(s) e técnicos de segurança do trabalho para cumprir a legislação existente, mesmo porque me aposentaram por invalidez permanente decorrente da minha personalidade ser do tipo anancástica e eu ser obsessivo por segurança no trabalho, o que foi um absurdo total, pois eu já era pós-graduado em engenharia de segurança do trabalho (FEI dez-95) e possuía especialização em administração da saúde e segurança do trabalho (FGV jul-97) e poderia ter desenvolvido muitos trabalhos para o lançamento seguro do VLS-1 V03 entre dez-1995 e ago-2003 (7 anos e 4 meses).

        O que sobrou pra mim foi investigar sozinho o acidente e passar as informações obtidas para o representante das famílias das vítimas na Comissão de Investigação.

        Portanto, além do IAE eliminar os Dispositivos Mecânicos de Segurança dos quatro propulsores do primeiro estágio, após a primeira tentativa fracassada de lançamento do VLS-1, me aposentaram com a habilitação e qualificações acima citadas e aquelas descritas em URL:

        http://dallapiazza.wordpress.com

        Abs
        Emiliano ITA T77

  10. Existe muita politicagem, bairrismo, inveja e desvio de verbas na ciência brasileira. Cada centro de pesquisas no Brasil quer puxar a “brasa para a sua sardinha” e quando vão fazer um trabalho em conjunto na mesma área ficam tentando sabotar os “concorrentes” como se eles fossem de outro país. Quando colocam todo esforço num centro de pesquisas somente, as verbas vem a conta-gotas e quando vão fazer qualquer corte de verbas no orçamento, as verbas para as pesquisas são as primeiras a ser cortadas. E quando alguém vem com um projeto sério para melhorar a educação no Brasil e aproveitar melhor a enorme verba para a educação, os políticos e outros interessados na miséria como forma de dominação política, vem todos chiarem ao governo que isto pode fazer o povo ficar mais crítico e prejudicar seus projetos maléficos e suas carreiras assentadas na corrupção. A cada “quando” a paciência da gente diminui cada vez mais, junto como o nojo que temos deste pessoal que se diz “governante” ou “autoridade”. Este pessoal está apenas brincando de ser governo, como tem muito “pesquisador” por ai que está apenas brincando de fazer pesquisa, mas na verdade esta de olho é na política. Gente séria e competente fica meio afastada da política porque ela esta infestada de gafanhotos que comem outro tipo de “verdinhas” e que não querem saber que ninguém interfira nas suas “refeições”.

    1. Geraldo,

      Quem são eles??? Esta cara impessoal dos controladores de verba tem de acabar. Quando uma agência fomentadora atrapalhar um trabalho de qualidade isto tem de ser jogado no ventilador. O problema é que tá todo mundo com o rabo preso. Se criticar vai certamente perder a renovação do financiamento. O problema é que quem tem a chave do cofre, decide o que é importante pesquisar ou não. E tudo isso está atrelado a apadrinhamentos escusos. Mas se as cabeças pensantes do Brasil não começarem a mudar este jogo a coisa vai se perpetuar para sempre. Nos EUA é comum os senadores cortarem as asinhas da NASA. Mas tudo depende de apresentação. Da forma que a coisa é apresentada. Se não convence ou se não se justifica eles cortam mesmo. Aqui não se faz esta discussão ampla. A AEB ou os órgãos ligados à pesquisa espacial já dão graças a Deus se garantirem a grana dos salários. Fica realmente difícil assim. Não tem gente no Programa Espacial Brasileiro com culhão suficiente para bancar esta briga. Tudo tem de começar com planejamento sério mostrando as vantagens de um programa bem sucedido em 10 anos. Mas cadê o cara?. Outra coisa: a comunidade científica deveria decidir onde investir em pesquisa. O governo deveria participar. Mas quem decide deveria ser os envolvidos diretamente.

  11. Salvador, o que mais me intriga é que a India é um pais muito mais religioso e “espiritual” que o Brasil, e mesmo assim a Ciência prospera….

      1. Salvador, mais um excelente post.

        Concordo com vc sobre os fundamentalistas.

        Comentei poucas vezes aqui… em nenhuma delas toquei em assunto religioso, apesar de ser cristão “convicto”.

        Não vejo qualquer incompatibilidade entre ciência e religião, seja ela qual for, até pq baseadas em premissas diferentes (a religião é fé, enquanto a ciência é, na base, empírica)… evidentemente percebo que para a ciência avançar, não pode partir de premissas da religião (fé).

        Bom, concluindo esta ideia, acho que ficar postando em blogs de ciência asneiras que tentam combater a ciência por razões religiosas é, como vc falou, fundamentalismo (e é preocupante o crescimento desta galera).

        E é fundamentalismo simplesmente porque ciência e religião partem de premissas diferentes, apesar de, repito, não serem necessariamente conflitantes, ao menos na minha opinião. Da mesma forma que acho fundamentalista aqueles que teimam em usar preceitos científicos para negar qualquer religião de forma cega, com afirmações do tipo “a ciência já provou que não existe nada” etc. (nada contra os ateus, juro… até pq, no meu ver, os verdadeiros ateus não pensam de forma tão simplista, apenas não tem fé em divindades… hehehe)

        Agora, o principal motivo de meu comentário… hehehe: sei que vc reluta em fazer um artigo sobre o programa espacial brasileiro (vc já falou isso em outros posts)… mas este teu post sobre o indiano deixou a galera com mais vontade de ver um sobre o programa brazuca… não vale a pena tentar falar sobre o assunto?

        Acho que seria bom ver a opinião de alguém que escreve da forma como vc escreve, ou seja, assuntos com boa carga técnica, mas entendíveis para leigos como eu e, além de tudo, fala o que realmente pensa… 🙂

        Ps: não sei alguém já não pediu isso nos comentários (cheguei agora e não tive tempo de ler todos)… se alguém já falou nisso, peço desculpas pela repetição… 🙂

        Abs

  12. Concordo, Salvador. A exploração espacial assim como a robótica, a engenharia genética, a física quântica, a inteligência artificial e a macroeconomia, são os assuntos que vão ferver nesse século e definir quem vai mandar no século XXII. É lamentável que este país seja tocado com remendos maltrapilhos só para eleger uns e outros. Nosso aço tá indo embora, a preço de banana. E quando acabar não vai ter mais como pagar carnaval para ninguém. E pelo menos a nível de identidade nacional, vai demorar para a humanidade atingir o status de aldeia global. Com todo nosso tamanho, com todo nosso potencial, vamos passar de pária dos outros países. E é possível que os bisnetos dos nossos netos infelizmente paguem (cada vez mais) caro por esse descaso. O que mais chateia é a arrogância de quem ainda insiste em querer viver nas nuvens. Já estamos sendo motivo de piada, vide a exemplo a resposta da Angela Merkel ao comentário da Dilma feito recentemente. A historinha do coitadinho não engana mais ninguém. A globalização tecnológica eliminou as distâncias visuais. Fora a identidade nacional, foram uniformizadas muitas posturas. Hoje o alemão é nosso vizinho e enxerga nosso quintal. Todo mundo vê que a cuba ideal não existe, a não ser na cabeça de seus lideres e dos que aqui não querem ver, não dá para esconder a ilha da internet. Se queremos jogar o jogo do mundo temos que parar de chorar e fazer nossa parte. O mundo tá deixando claro que não vai levar o Brasil nas costas. Aliás é vergonhoso com todo nosso tamanho.
    Na minha opinião nos anos 80 tinhamos que ter feito. Para correr atrás, agora não vai ser foguetinho que vai resolver, vamos ter que arregaçar a manga. Mas o espaço é a última prioridade desse povo tão feliz e festivo…

  13. Caros participantes

    O atentado às possibilidades lógicas da organização e do desenvolvimento dos trabalhos de montagem do VLS-1 V03 é clara evidência do despreparo e da falta de coordenação e controle sobre os mesmos por parte dos coordenadores da operação São Luís.

    A propósito, não existe responsabilidade alguma do CLA neste episódio, pois não houve submissão do CTA aos regulamentos de segurança do CLA porque a patente de Maj Brig do coordenador da operação São Luís se sobrepôs à patente de Coronel do Diretor do CLA e as normas de segurança e procedimento do CLA foram ignoradas pelo CTA.

    Também existiam muitas autoridades dando ordens ao mesmo tempo. Não houve nem a preocupação com o limite do número de trabalhadores que são permitidos trabalharem dentro da Torre Móvel de Integração. Tudo indica que existia pressa e sobrecarga de trabalho para a montagem do VLS-1 V03.

    A cronologia das atividades de montagem de um Lançador de Satélites não são passíveis de serem decididas por autoridades ou democraticamente pelos trabalhadores, como o fez o coordenador da missão em reunião com os trabalhadores, talvez numa tentativa de “lavar as mãos” diante de uma situação que estava fora do controle dos coordenadores da missão, que naturalmente demonstraram com isto quererem dividir a responsabilidade com os trabalhadores, desconsiderando e infringindo as normas que regem o lançamento do VLS-1.

    Para aqueles que tiverem interesse em conhecer as normas, eu disponibilizei um trabalho sobre Métodos e Procedimentos de Segurança em Centros de Lançamentos de Foguetes na página da Internet disponível em .

    Saudações iteanas
    Eng Emiliano

    1. Eu acho que a última palavra deveria ser do CLA (centro de lançamento de Alcântara) porque eram eles que estavam trabalhando em campo, a etapa mais crítica e importante do projeto. As últimas medidas e observações realizadas eram de crucial importância, que decidiriam se o lançamento deveria ser ou não lançado naquela data.

      Num projeto desse porte não cabe nenhuma pressão sobre os trabalhadores (engenheiros, técnicos, etc.) e muito menos vários gerenciamentos.

      Eu suponho que faltou outorgar e respeitar a autonomia técnica do CLA.

      O endereço sugerido não saiu.

      Saudações.

      1. Ah, agora que eu vi que você é o mesmo lá de cima. Se quiser pode apagar as duas, Salvador.

    2. Emiliano, li parte do seu relatório e achei muito interessante. O problema é que ele é muito extenso e em alguns pontos bastante técnico para a maioria de nós acompanhar.

      Quando você acha que finalizará o trabalho?

      As perguntas sobre os responsáveis por realizar os procedimentos “não autorizados” serão respondidas? Quem são eles e porque agiram de tal forma.

      Qual a sua opinião pessoal? Falo de sentimento, e não totalmente técnica.

      Quando finalizar o trabalho você poderia fazer um posto com um resumo, mostrando apenas os pontos chave.

      Abraços,

      1. Cassio

        Para simplificar ao máximo eu diria que a ausência dos Dispositivos Mecânicos de Segurança foi o principal fator técnico, pois cedo ou tarde acabaria ocorrendo um acidente sem ele.
        Tem outro detalhe, os responsáveis pela Operação São Luís não protegeram o circuito de segurança e atuação (linha de fogo) do vLS-1 V03 como manda as normas.
        Enfim, não existiam proteções para as causas de acidente previsíveis e imprevisíveis.

        Um abraço
        Emiliano

        1. Cassio e demais participantes

          A conexão antecipada dos detonadores dos propulsores A e D foi uma causa imprevisível para todos aqueles trabalhadores que morreram, pois eles não foram retirados do local e nem avisados da conexão desastrosa desses detonadores que na minha opinião foi a segunda principal causa do acidente, só perdendo para a ausência dos Dispositivos Mecânicos de Segurança.

          Abs
          Emiliano

  14. É isso mesmo, Salvador! Alguns reclamam que os EUA gastaram bilhões de dólares no Projeto Apollo, mas nenhum desses dólares deixou os EUA ou a Terra, para o espaço foram máquinas e pessoas. Os bilhões foram gastos em desenvolvimento das tecnologias e dos processos industriais, cujo conhecimento também ficou nos EUA. Sorte deles e, por tabela, sorte nossa! Em comparação, os mesmos EUA gastaram um trilhão de dólares na guerra do Iraque…

  15. Se o post fosse só sobre a India e seus feitos espaciais eu até comentaria mais, porém falar do Brasil e suas mazelas já torrou minha paciência, aliás vc falou tudo Salvador.

  16. O envio de satélites, no equador, economiza 30% de combustível. Temos até essa economia de quebra na exploração espacial. Mas o nosso governo, é tão míope, que prefere financiar porto em Cuba! Até parece que não temos problemas demais para resolver por aqui > a nossa safra de grãos pára nos portos por falta de infraestrutura…

  17. Neil Armstrong, vendo isso diria:
    “Uma pequena cápsula para os homens, um grande passo para a Índia”. 🙂

  18. Qualquer empresário, mesmo iniciante, sabe muito bem o quão importante é PLANEJAR. Somos muito mais que uma empresa, somos uma NAÇÂO e não planejamos nada. Qual será nossa expectativa de futuro, visto que não temos siquer um mísero plano de desenvolvimento, que cubra nossos anseios nas áreas de educação, saúde, tecnologia, segurança, defesa, etc, etc, etc?
    Como foi dito, enquanto políticos só estiverem preocupados em manutenção e herança de poder, nunca deixaremos de patinar no passado, por não sermos capazes de visualizar o futuro, nem mesmo o futuro próximo, imaginem pensar em 10, 20, 30 anos a frente.
    Nem mesmo as promessas de copa do mundo foram cumpridas, por que não há comprometimento político e executivo. Afinal promessas não são metas, são promessas, ora.
    Todos somos, pelo menos em parte, culpados deste estado de coisas.

  19. É que não temos dinheiro suficiente para investir em programa espacial e ao mesmo tempo encher os bolsos dos nossos queridos políticos tão trabalhadores!

  20. Prezado Salvador,

    Nós pertencemos aos BRICs apenas por uma questão de PIB. Em relação aos assuntos “Conhecimento Científico” e “Tecnologia”, o nosso nível se iguala aos verdadeiros “índios” daqui. É uma pena que educação no Brasil seja uma triste e verdadeira piada. Somos totalmente analfabetos em conhecimento científico.

    Grande abraço.

    1. Pois é, Vulmar. O que só nos enche de vergonha porque, segundo diz o nosso PIB, podíamos ser bem mais. Mas uma minoria opta por manter a maioria escravizada, na base do Pão e Circo. Essa história de Copa do Mundo e Bolsa Família já se via lá na Roma Antiga…

  21. Você lembra das Leis de libertação de escravos no Brasil. Se lembra, então você entende porque somos os REIS absolutos do adiamento dos projetos nesta Nação de políticos fracos e omissos. A única agencia de governo que funciona no Brasil é a do LEÃO e do desvio de verbas públicas.

    1. Enquanto o Brasil continua sendo o país do futuro, os outros integrantes do BRICS já são países do presente.

  22. Vindo da Índia, um país em que existem mais desigualdades que o Brasil, favelas de pobrezas assustadora, gastar esse dinheiro todo para mandar um pedaço de latão pro espaço, sendo que já existem satélites demais e empresas fornecendo esse serviço, não me admira eles estarem no “terceiro mundo” também. Igualzinho um país conhecido.

    1. Você não está entendendo. Eles vão *vender* os latões, e outras tecnologias derivadas, e diminuir a pobreza em seu país. Bem diferente de um país que conhecemos tão bem.

    2. Mister X, antes de falar em “um país em que existem mais desigualdades que o Brasil, favelas de pobrezas assustadora…” procure saber de quais países os laboratórios farmacêuticos brasileiros importam insumos.

      Não se exalte à toa, procure mais informações do contrário, você é um daqueles que mantém o Brasil no atraso secular.

    1. Henrique Emilianos Leite, o quê foi aprendido com a triste experiência? Talvez a base na Antártida.?!!!!

  23. Concordo totalmente, não consigo entender como as pessoas não conseguem entender a importância da exploração espacial, e a tecnologia que advém dela. Sem tecnologia sempre seremos subalternos, sempre a margem da decisão.

    1. A sabedoria popular já dizia: “quem nasceu para tostão jamais chegará a milhão”… 🙂

  24. O Brasil só é líder de ranking em coisas ruins! Agora por exemplo, estamos liderando o consumo mundial de cocaína que antes era dos EUA!
    Aqui se diz que temos coisas mais importantes para gastar dinheiro como: saúde e fome. Só que nada disso é combatido pra valer desde a raiz do problema e com isso, deixamos de desenvolver nosso potencial militar e espacial por causa desse burocratas podres que temos no poder!
    O Brasil está fazendo de tudo, mas tudo mesmo, para ser invadido daqui uns tempos. Não temos armas nem tecnologia à altura da grandeza desse país!
    É uma vergonha ser brasileiro!

    1. Micky Oliver a sua frase “É uma vergonha ser brasileiro!” é até compreensível, mas que tal pensar que o Brasil é maior que a estrutura podre instalada nos governos?

      Que tal nos desarmarmos de paixões eleitoreiras e sem imposições, conversarmos com parentes e amigos sobre o significado de uma eleição?

          1. Cassio, é o mesmo que dizer que o Brasil, sozinho, não é a América do Sul. É claro!

            Mas em termos de representatividade, e extensão territorial, a conversa é outra. E existem outras matérias, tão sérias quanto esta, que mostram que sim, em termos de consumo de cocaína, já superamos os EUA. Só não caberia ficar mencionando várias aqui, pois pareceria propaganda, e fugiria do tema do post.

        1. Não vamos ENGOLIR as notícias sem mastigá-las…

          Mastigando…
          Em 2005:
          População total = 184.204.805
          Consumidores (0,7%) = 1.289.686
          Em 2011
          População total = 197.558.774
          Consumidores (1,75%) = 3.457.279

          EUA em 2011
          População total = 313.847.465
          Consumidores (1,5%) = 4.707.712

          Parece que o consumo nso EUA é muito maior que no Brasil. Embora esse seja apenas o número de consumidores. CONSUMO é a quantidade total cnsumida. Esse número não está na reportagem, e pelo desequilíbrio no poder aquisitivo, acredito que o CONSUMO nos EUA seja 5 vezes maior que no Brasil.

          Para ser perfeito na análise, o que temos na reportagem, é que o nosso índice de viciados seria maior que o índice de viciados dos EUA.

          Outra coisa a se notar, seria a quantidade de viciados no Brasil, que teria quase triplicado em apenas 6 anos. Isso não combina com a percepção de quem vive aqui. Não consegui perceber esse aumento no número de viciados em cocaína.

          O erro estaria em minha percepção, ou no processo de estimativa da ONU ? Ou em ambos ?

          A reportagem:
          ” Em 2005, a entidade apontava que 0,7% da população entre 12 e 65 anos consumia cocaína no Brasil. Ao fim de 2011, a taxa chegou a 1,75%. De acordo com os dados da ONU, o consumo brasileiro é bem superior à média mundial, de 0,4% da população. A média brasileira também supera a da América do Sul, com 1,3%, e é mesmo superior à da América do Norte, com 1,5%. ”

          Ps: Fiz todas as contas, usando a população total, e não a parcela entre 12 e 65 anos, conforme a reportagem. Vai ser difícil conseguir esses números. Vou deixar assim mesmo. Dêem um desconto aí para as crianças e para os velhinhos…

          1. Anibal, se vc. não conseguiu percebeu o aumento – assustador – no número de “dependentes químicos” (nome mais politicamente correto e menos pejorativo do que “viciado”), então está meio descolado da nossa realidade.

            Como alguém que milita na área do direito, posso dizer que hoje, de um modo geral, o problema das drogas, e suas ramificações, perde apenas para o furto patrimonial. E muitos desses são motivados pela necessidade de se comprar mais drogas.

            Claro, se considerarmos que o dependente é questão de saúde pública, não de polícia, até podemos dar uma melhorada no quadro geral. Mas o número de traficantes também não pára de crescer.

            Agora, se colocarmos na mesma planilha o aumento das apreensões (batendo recordes praticamente mensais); o aumento no tráfico, decorrência direta do aumento da demanda (consumo) então, sim, nesse contexto, que me aprece ser o que mais de aproxima do tema da matéria que referi, sim, já superamos os EUA.

            Claro, discrepâncias pontuais existem, mas na essência, é isso mesmo, infelizmente.

          2. Em tempo: nesses cálculos, costumam entrar a coca e seus derivados, como “merla” e “crack”, mais baratos, e mais acessíveis. Mas com o mesmo componente químico ativo, logo, cocaína também.

  25. Reportagem e diagnostico perfeitos. Se me permite complementar, infelizmente nossos governantes pensam só na proxima eleição e não na proxima geração, pois investir em tecnologia de ponta, é investimento a fundo perdido por um tempo, demora decadas até ter resultado. Quantos foguetes os americanos explodiram até conseguirem lançar o primeiro com sucesso ? isso faz parte do investimento nessa tecnologia. Deve-ser ter previsão orçamentária para vários foguetes sem ter expectativa de dar certo nos primeiros. Uma hora acaba chegando lá. Mas com conta gotas, nunca vamos chegar.

  26. o governo do brasil e tao corrupto que se aprovar uma verba por exemplo de 100 milhões de reais para fabricar uma sonda ou nave, sabe o que vai restar pra ser lançado? so uma pipa, porque os governantes vao desviar todos os recursos para seus próprios bolsos. te dar um exemplo, aqui nos estados unidos, o asfalto e feito de ums 3 a 4 palmos de espessura no brasil eu lembro isso e feito com ums 3 centímetros e para onde foi a diferença ?

    1. João, creio que três a quatro palmos de espessura é exagero. Mesmo não sendo expert na área, e considerando um palmo médio como medindo cerca de 20 cm, não tenho conhecimento de alguma camada de asfalto chegar a ter mais de meio metro de espessura!

      Se estiver enganado, ficam minhas desculpas, mas nunca soube de algo parecido!

  27. “…dar a seus respectivos povos o direito de sonhar com a grandeza…”
    Só que você esqueceu de citar o complexo de vira-lata do povo brasileiro: estamos investindo uma NINHARIA numa copa do mundo, que está trazendo BENEFÍCIOS imediatos a dezenas de milhares de famílias e também “benefícios” imediatos a dezenas de milhões de pessoas e está essa choradeira toda com tanto “desperdício” de dinheiro, imagina se o governo cismasse de gastar bilhões para investigar se a lua é redonda ou se Marte é frio ou quente…

    1. Carlos Eduardo, as últimas Copas trouxeram zero benefício para seus países-sede. Veja o “legado” da África do Sul, sede de 2010…

    2. Sua comparação é de uma falta de conhecimento que assusta. Acho que vc. entrou na matéria errada. Sua praia é futebol.
      Mas enfim, já que entrou me permita uma pergunta: O que fazer com os seguintes estádios após a copa? Manaus, Cuiabá, Natal, Fortaleza e BRasília.
      Qual o retorno que esses e os outros estádios, todos financiados com recursos absolutamente públicos vão trazer ao país como um todo. VC. PENSA PEQUENO. Deve ser eleitor desses que estão aí.

      1. Sergio, minha comparação é apenas uma analogia, uma forma de demonstrar como o brasileiro pensa pequeno. Se os milhares e milhares de empregos diretos e indiretos criados, se as dezenas de obras de locomoção urbana (que não existiriam sem a Copa), se a divulgação do Brasil no exterior, se o otimismo que transformou o Brasil num canteiro de obras civis, etc, etc, se isso tudo não é importante, por que se preocupar em saber “a quantos milhões de anos luz” está determinada estrela ou planeta? É isso que os brasileiros que pensam pequeno argumentariam. Não pensariam que isso favoreceria o envio de satélites, etc. Questionariam esse “desperdício de dinheiro” tal como você está fazendo, ao citar supostos prejuízos em estádios privados, construídos/reformados pelo Brasil afora. “Desperdícios” esses já compensados pela elevação do pensamento de muitos brasileiros. Mas infelizmente muitos vão querer, por birra, continuar pensando pequeno.

      2. E outras: não dou a mínima para futebol de seleção; nem mesmo para o clube que torço estou ligando mais; e também não voto em ninguém, seja um partido ou outro, um político ou outro. E mais ainda: se desejar e apoiar a realização de um evento esportivo do porte da Copa e das Olimpíadas no Brasil seja pensar pequeno, estou muito satisfeito, pois estou do lado que quem pensa grande, como Estados Unidos, Rússia, Japão, Inglaterra, Catar, etc, etc.

        1. Concordo com você que o Brasil deveria pensar grande e deveria sim receber grandes eventos esportivos, que projetam a imagem do país. Mas precisa fazer isso direito, não como foi. A FIFA queria 8 sedes. Por que empurramos 12, multiplicando o custo e aumentando os elefantes brancos? Por que construir um estádio novo em São Paulo com outro em condições para uma reforma mais barata? Por que ceder a todos os caprichos da FIFA? Por que priorizar os estádios e não o legado de infraestrutura, que é o que fica para a população? Esta Copa, do jeito que foi, é uma catástrofe para o país. E vai refletir adequadamente o nosso despreparo no exterior. Aliás, já está refletindo.

          1. Não precisa nem esperar a copa..

            http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2014/02/sp-flagra-mostra-paciente-atendido-com-luz-de-celular-em-pronto-socorro.html

            “Isso aconteceu sábado, em um pronto-socorro em Osasco, na Grande São Paulo. Ao mesmo tempo, vizinho ao pronto-socorro, o estádio municipal esbanjava luz com um sistema de iluminação novinho. “Você olha pra estrutura do pronto-socorro, cheio de baldes, porque tinha, tinha chovido, então tinha um monte de balde com as goteiras caindo, o banheiro, você vê quebrado. Você vê toda a falta de estrutura e olha para um estádio perfeito”, lamenta.”

    3. Carlos Eduardo você deve usufruir de muito dinheiro para afirmar que “estamos investindo uma NINHARIA numa copa do mundo, que está trazendo BENEFÍCIOS imediatos a dezenas de milhares de famílias”. Depois das contas auditadas com precisão de 80% você verá que foram gastos, digo empenhados mas não efetivamente gastos, algo entre R$ 30 a R$ 100 bilhões afinal das contas, temos eleições este ano e as campanhas “custam” fortunas “astronômicas”!

    4. Pessoal, ponham uma coisa na cabeça: se esses eventos esportivos não estivessem para ser realizados no Brasil, o dinheiro que foi e ainda será gasto não teria sido aplicado em educação, saúde, nada disso. Teria sumido, como sempre sumiu. Não veríamos Copa nem melhorias em outras áreas, simples assim.
      É como se algum de nós resolvesse comprar um bem que custa 20, 30 vezes nosso salário. Se comprássemos e fôssemos responsáveis com as parcelas após algum tempo o bem estaria pago e o teríamos pra sempre (dependendo do caso); se não o comprássemos o tempo passaria e não teríamos nem dinheiro e nem o bem.
      Quanto ao assunto do texto, penso da mesma forma; deveríamos sim, investir em tecnologia espacial, principalmente para construção e envio de satélites, essas coisas.
      Não falta dinheiro, falta competência, falta vontade política, como, por milagre, não ocorreu nos casos dos eventos esportivos. Ou seja, não deveríamos estar criticando esse ou aquele investimento feito pelo governo, todos são bons para o país, são necessários; deveríamos nos restringir a criticar a não realização daquele outro.

      1. Carlos, pelo menos teriam que se esforçar um pouco para encontrar outras “desculpas”. A copa tá justificando tudo.

        Além do mais, quero ver como bancarão a manutenção dos elefants brancos pomposamente chamados de “arenas” (deve ser para montar o circo, depois), ou deixaram que o tempo e a natureza dêem cabo deles.

        O turismo, a melhoria na infraestrutura (ainda que não seja como um tido, vide o caso acima, do atendimento no pronto-socorreo com luz de celular), e a geração de empregos, mesmo que temporários, são pontos positivos.

        Mas na hora de fechar a conta, os pontos negativos vão ganhar de lavada, a começar pelo superfaturamento causado pelo atraso, intencional, diga-se de passagem, nas obras, para “justificar” a necessidade de aporte de mais grana, e de contratações irregulares.

        O prejuízo final será maior do que qualquer benefício. Só será anestesiado junto ao povão, se der a zebra do povinho gritar “que nóiz é ékiça”…

  28. a Índia e a China logo estarão como os EUA , CADA DOLAR GASTO NESSE PROJETO , volta para população dezenas de vezes mais ,com descoberta de novas tecnologia ,em todas as áreas

  29. Prezado Salvador,

    E tem algo que vc. esqueceu por completo de citar. A nossa exclusão do grupo de países sócios na ISS. Por que fomos excluídos? Simplesmente não cumprimos nenhum contrato acordado até que a Nasa chegou a um ponto que nossa participação já não era necessária por que não havia mais sentido renovar contratos não cumpridos mais vezes. Veja só a janela de oportunidades que perdemos; Americanos, ingleses, franceses, alemães, japoneses, russos, espanhois, canadenses, italianos e outros países.
    E pasmem, não pedimos para entrar, fomos convidados a participar como fornecedor de partes da ISS e ainda assim deixamos a oportunidade do conhecimento escapar. A Embraer seria beneficiada, o INPA, o ITA, enfim…O país. SIMPLESMENTE DEMOS O CALOTE NA BOEING E NA EMBRAER…resultado…FICAMOS DE FORA.

    1. Esse é um dos muitos episódios vergonhosos da nossa trajetória de cooperação internacional. O próximo, muito parecido, já está se desenhando: a entrada do Brasil no ESO.

    2. Sim,

      O Brasil nas cooperações científicas internacionais mostra bem a sua cara…..

    3. Depois de muito atraso e de nós termos dado calote financeiro na participação da construção da ISS, os EUA resolveram ajudar e reduziram a participação do Brasil à usinagem de algumas placas a serem utilizadas no acoplamento das naves à ISS. Eles mandaram os desenhos e toda especificação técnica do material. A empreitada ficou a cargo do Senai. Mas mesmo assim a coisa não vigou. Ai não teve jeito….eles apagaram a bandeira brasileira da faixa dos países que participaram da construção…..E o caso do ESO realmente vai no mesmo caminho. Mas neste caso a grana envolvida é bem maior…..

  30. Parabéns pela reportagem. Isso nos faz refletir quanto somos tão pequenos em relação aos BRICS.

    1. Wellington não pretendo rogar pragas, mas acredito que num futuro breve as mídias estarão falando dos RICS ou depois das confusões na Ucrânia, serão apenas ICS.

  31. Excelente texto, Salvador!

    Já se antecipou e respondeu no próprio texto uma avalanche de perguntas que seriam feitas pelos críticos.
    – Porque não investir todo esse dinheiro no combate a fome? Hospitais? Segurança? E, blá,blá,blá…
    *Trata-se de um investimento nacional com potencial de 1000% de retorno!

    Perfeito!

    Só um recado, Salvador. Estão perguntando no post anterior como sabem que o meteorito é de Marte? Kkkkkk 🙂

    1. Huahuahua, gargalhei aqui. Pior que estão mesmo. Não quer me dar uma força lá? 😛

      1. To fora! Kkk

        Não agüento mais ler a mesma pergunta. kkk
        A galera quer interagir mais tem preguiça de ler os comentários. 🙁

      2. Perguntei no post anterior como se sabe que o meteorito é de Marte porque é uma dúvida que tinha há tempo, e perguntei aqui pelo respeito que o blog me inspira. Lamento ter causado incômodo a ponto de ser objeto de deboche e não ter percebido que a questão já havia sido respondida; há mais de 400 comentários e, obviamente, não leio todos. Peço desculpas e asseguro que tal fato não se repetirá.

        1. Caríssimo, não se sinta ofendido, porque a piada não foi com você, e sim com o “conjunto da obra”. Eu respondi essa pergunta pelo menos uma dúzia de vezes nos comentários do outro post, o que obviamente denota uma falha minha (de não incluir a informação no texto), e não dos leitores, que me fizeram essa pergunta. Então, aqui vai, mais uma vez: os meteoritos contêm pequeninas bolhas de ar no interior deles. Ao analisar a composição, ela bate com a atmosfera marciana. Por isso se pode identificar a origem.

          Espero sinceramente que você não se sinta ofendido com os gracejos. A piada, aliás, já vem do post anterior, em que ficaram dizendo que eu usei “copy+paste” para responder a todos os leitores que me perguntaram isso. Não foi disparada pelo seu comentário em particular. Abraço!

        2. Peço desculpas José Carlos, pois também brinquei muito com essa seqüência de perguntas com o Salvador e a galera do post. Não se sinta ofendido, não é a intenção do Salvador e leitores assíduos deste blog ofender pessoas inteligentes que buscam o conhecimento. Além do mais, a pergunta é de fato inteligente. 😉 Ela só foi repetitiva, por esse motivo, acabou dando corda para leitores engraçadinhos (COMO EU 🙂 ) fazer piadinhas. Ninguém é obrigado a ler todos os comentários, até porque, tem uma galerinha que comenta umas bobagens que não acrescentam em nada.

          Reforço aqui minhas desculpas, pois sou leigo no assunto, e só quero aprender um pouco mais assim como você.
          Jamais deixe de perguntar, e se quiser fazer uma piadinha também fique a vontade. Aprender com humor é ainda mais saudável e divertido! 🙂

          Abraxxx…

          1. OK. Rodrigo, tanto o teu texto como o do Salvador foram bem claros. Agradeço a ambos pela atenção. Realmente fico satisfeito em ver que ainda há pessoas que levam a Ciência e o conhecimento a sério, enquanto outros há que preferem se manter no obscurantismo.

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