Hubble faz 24 anos com berçário

Salvador Nogueira
Imagem em infravermelho obtida pelo Hubble para comemorar seus 24 anos
Imagem em infravermelho obtida pelo Hubble para comemorar seus 24 anos

O Telescópio Espacial Hubble está completando 24 anos no espaço. Lançado por um ônibus espacial em 1990 e atualizado periodicamente por missões tripuladas desde então, o venerável satélite volta e meia nos atordoa com imagens belíssimas que revelam todo o esplendor do cosmos. Dessa vez, não é diferente. A imagem da Nebulosa da Cabeça de Macaco, ou NGC 2174, é de cair o queixo.

Trata-se de um berçário estelar não muito longe daqui, a 6.400 anos-luz de distância. A imagem é em infravermelho, ou seja, em frequências de luz que nossos olhos não são capazes de enxergar. Elas revelam com clareza os casulos pontudos onde estão nascendo novas estrelas. A forma da nebulosa é ditada pelas poderosas emissões de ultravioleta das estrelas nascentes, que sopram o gás frio da nuvem.

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Comentários

  1. Salva
    uma coisa q não me entrou na cabeça ainda

    “A forma da nebulosa é ditada pelas poderosas emissões de ultravioleta das estrelas nascentes, que sopram o gás frio da nuvem.”

    O que quer dizer que o gás que a gente vê é composto do quê exatamente? Gás feito de ultravioleta, só?

    1. O gás é feito de hidrogênio e hélio. O ultravioleta age sobre o gás dando movimento aos átomos e moléculas, soprando-os para longe…

  2. Salvador, tudo bem> Tenho fascinação por livros, textos em geral e sites que falam do Universo e acho que realmente o ser humano é algo maravilhoso, especial e ao mesmo tempo tão “perdido” entre estes espaço, diríamos, infinito. Uma pergunta: você tem algum local de leitura que recomenda para eu poder entender melhor como funciona o que podemos ou não ver no Universo? Pergunta leiga, mas acho interessante vermos algo numa foto e ao mesmo tempo estar escrito que não poderíamos ver isto quando estivermos olhando diretamente para o objeto…. interessante.

  3. Salvador, sei que o assunto não tem a ver com o tema deste post, mas estou curioso: E o Yutu, ainda está vivo? Não encontrei mais nada a respeito deste assunto, e atualmente ele está na metade do “dia” lunar… está operando ainda?

    1. Tá vivo, mas tetraplégico. Não consegue se mexer… o que, para um rover, é uma péssima notícia. 😛

  4. Gostaria de lembrar que o hubble é visível a olho nú em muitos amanheceres e anoiteceres pois sua magnitude pode chegar a +1, só ainda não consegui sincronizar sua observação com um dia, tempo e locais adequados!

    Aproveitando o espaço, dia 20 tem ocultação de Saturno pela Lua podendo ser vista em quase todo Brasil. São Pedro podia dar uma colher de chá nesse caso!

    1. Alfredo, eu uso o ISS Detector, e comprei o pacote com todos os filtros (objetos especiais, cometas, etc). Vira e mexe consigo ver coisas legais com ele. Ainda não vi o Hubble, mas sempre vejo ele passando por aí, pelo aplicativo.

      😉

        1. Opa, obrigado pela dica, Alfredo.

          Tem também isso aqui, ó:

          http://www.space.com/25072-live-from-space-website-station-tracker.html

          Sem falar no Stellarium: http://www.stellarium.org/

          Que tem um monte de plug-ins interessantes:
          http://www.stellarium.org/wiki/index.php/Plugins

          Pra mim, a facilidade do ISS Detector é que além de ser mobile, os próprios sensores do celular indicam a direção e inclinação necessárias para poder enxergar o objeto, então fica mais “user friendly” para principiantes, como eu.

          😉

  5. Interpretações artísticas de um pedacinho do universo que não vêem e muito menos compreendem. Fantasmas coloridos por crianças.

      1. Tem gente não entende comentários poéticos. Não vou perder meu tempo aqui tentando explicar o quis dizer com a duas frases. Os jovens aqui que me replicaram são demasiadamente ‘duros’. Engatinham na arte da compreensão. Muita leitura técnica e pouca com-vivência. Chatos.

    1. Isto não é um interpretação artística, é uma foto representada em intensidades da luz infravermelha. Somente algumas espécies de animais conseguem ver o infravermelho diretamente e aquelas câmeras infravermelhas comerciais fazem o mesmo, só que com menos precisão do que o Hubble. Estas “crianças” brincam com orçamentos de bilhões de dólares, levam a ciência muito a sério e geram muitos empregos, circulação de moeda que move a economia, educação, tecnologia que pode ser usada em outras aplicações e mais ciência ainda. Outro dia, o blog do Reinaldo, “Darwin e Deus”, abordou o mesmo assunto e a miopia de alguns comentaristas foi chocante. Naquele caso era a miopia do raio-X, neste é a infravermelha.


  6. Salvador,
    O JWST vai ser um um instrumento “fixo” num determinado ponto (orbitazinha restrita) ou vai ter órbita ampla em torno da Terra? Se esta, onde haveria uma concepção artística a respeito?
    Abr.

    1. Ele vai estar no L2 Terra-Sol, se não me engano, a 1,5 milhão de km da Terra. Não poderá ser reparado ou atualizado por astronautas. Então reza aí pra tudo funcionar direito. rs


      1. Se 1,5 mi km é alííí… – olha o bico :-<
        ~ 3 x Lua.
        Lagrange é muita complexidade pro Tico e pro Teco.
        rsrsrs

  7. Realmente legal. E acho que isso poderia ser pensado pelo Brasil. Estamos muito atrás dos outros BRICs para sequer pensar em mandar alguma coisa para a lua. O Brasil poderia, pegar outras vias, para ganhar destaque no espaço. Explorar essas e outras opções não exploradas pelos outros, com exceção do U.S.A, Russia, Europa, Japão que exploram todos os flancos e tudo o que formos fazer já fizeram há muito, muito tempo atrás. Isso ia dar um upgrade. E temos tecnologia em satélites. Assim, um telescópio espacial não seria um passo pequeno para o Brasil, não importa quem coloque no espaço. Óbvio que não ia pegar um James Webb, mas enfim… se chegasse perto do Hubble já ia tá bom por ora. É o Brasil, né.

    1. Samuel o quê vou escrever a seguir nada tem a ver com ser patriota ou não ou ainda um brasileiro que não consegue ver o que podemos realizar, mas se você lê diariamente nos jornais e principalmente nas páginas de economia, você verá que vivemos um processo de desindustrialização e “male má” exportamos commodities para importar produtos acabados, portanto, ainda que tenhamos “tecnologia” a verdade é que 110% de todas as parte e peças para montar satélites teriam que ser importadas, portanto, não seria mais lógico que o governo firmasse acordos sérios e com pagamentos em dia com agências de outros países?

      Você deve conhecer as nossas burocracias, então imagine que o pessoal do INPE necessite com alguma urgência de uma determinada parte ou peças e aqui, urgência precisa ser entendida como no máximo dois dias; por isso, já é perfeitamente possível entender porque não realizamos ciências. Em 2006 o governo Lula preferiu pagar US$ 25 milhões de dólares para os russos para enviar o ex-major da FAB para a Estação Orbital Internacional (para fazer turismo espacial) para comemorar o vôo do 14 Bis porque, do acordo inicial onde estava previsto que o Brasil produziria e entregaria algumas partes dentro de um cronograma, ficou nas mesmas promessas iguais as das operadoras de telefonia, TV por assinatura, bancos e outras instituições que provocam “dias de fúria” para qualquer usuário. Simplificando, não temos credibilidade, mas não faltam convites para participar como no observatório de Atacama – Chile ou no grande Colisor Hadron. Queremos acessos a tecnologias e outros benefícios de “mão beijada” imaginando que os países que as possuem sejam tontos ou que tenham dó de nós que “somos pobres, mas limpinhos”.

      Usando uma frase famosa de Martin Luther King – “I have a dream”, eu sonho que um dia o Brasil será um país confiável dentro da comunidade internacional realizando obras surpreendentes, que sejamos visto como um país seguro e um paraíso para aposentados, mas o autor da frase foi assassinado e eu, talvez necessite de algumas reencarnações para ver o Brasil do meu sonho. Temos e podemos mudar o futuro deste país e para tanto votando com a cabeça e não pelo coração caindo nos cantos “dos sereias”.

      1. Tetsuo, perfeito teu comentário.
        Queria só acrescentar outro ponto. No Brasil não existe realmente uma cultura ou predisposição das pessoas com relação à educação e menos ainda à ciências. Aqui, apesar de ser discurso de propaganda, a educação não é bem vista. A população não reconhece que alguém que estude ou se interesse por ciências seja importante. Pais que não estudam e não dão esse valor geram filhos desinteressados. Vide o nível dos comentarios neste blog. Toda hora com o papo de que é disperdicio do dinheiro tal pesquisa, ou que tal coisa é besteira e mentira… Preferem ir pra igrejas e pagode…
        São exporádicos os casos de sucesso científico brasileiros e todos vem de familias muito bem estruturadas.
        Estamos na periferia cientifica do mundo e nada aponta para uma saida nem a longo prazo.

        1. Ricardo,

          Apesar de concordar com você, sou menos pessimista. Tomamos conhecimento, esporadicamente é verdade, de experiências bem sucedidas em educação, onde nunca esperaríamos tais resultados. Em 100% destes casos, o responsável pelo sucesso é uma pessoa ou grupo realmente comprometidos com a causa da educação. São estes exemplos que dão esperança de que as coisas podem mudar sim. Neste fim de semana, numa entrevista ao Fantástico, uma educadora do Piauí resumiu bem a coisa. ” Não tem milagre. Basta cada um de nós realizar bem seu próprio trabalho”. O Governo faz a parte dele, os empresários fazem a parte deles, os cientistas, os engenheiros, os médicos etc. É utopia? Em outros países funciona. O grande problema do Brasil é a falta de comprometimento e se querer primeiro os louros, antes dos resultados.

    2. Pra quem atua na indústria sabe o quanto tudo isso procede, vai desde a falta de ligas especiais à burocracia e corrupção duaneiras. Se fosse pra fazer no Brasil os componentes seriam todos importados de qualquer modo.
      Políticos sem senso de empreendedorismo e visão curta, empresários receosos de investir com a instabilidade politico/econômica/fiscal do Brasil, poucas oportunidades para talentos desenvolverem seus conhecimentos, falta de cultura e reconhecimento a inovação. A lista vai longe. Exportamos minério, soja e frango…

  8. Salvador, tenho uma dúvida me intriga a muito tempo sobre essas imagens – belas e de tirar o fôlego por sinal – geradas a partir de observações de telescópios – entendo que tais telescópios possuem instrumentos que “enxergam” o que nossos olhos humanos não são capaz (como o infravermelho e ultra-violeta).

    Tomando a imagem que abre o artigo como referência. Se algum dia eu pudesse estar próximo a Nebulosa Cabeça de Macaco para contemplá-la com meus próprios olhos, seria essa (ou muito próxima) visão paradisíaca que eu teria? Ou um escuro absoluto com pontinhos brancos? (Já que imagem acima é em infravermelho, logo, inclui elementos que não seriam visíveis ao olho humano).

    Abraço e parabéns pelo blog. Acompanho há anos periodicamente 😀

    1. Seria parecida, mas não como essa. Como você notou, aí há comprimentos de onda que não podemos ver.

  9. Provavelmente com o Telescópio Espacial_James Webb que será lançado talvez em 2018 nos trará imagens mais espetaculares.
    É aguardar.

  10. Salvador, sempre me pergunto como interpretar essas imagens (maravilhosas!).
    Peguemos por exemplo essa estrela mais brilhante à esquerda como referência. Ela está lá no meio da nuvem, ou estaria em primeiro plano e a nuvem muito, mas muito mais distante no segundo plano? Tipo um vagalume na varanda e ao fundo uma grande tempestade se formando. Quando “foco” a segunda opção chega a dar tontura imaginar o tamanho disso tudo…

  11. Sem deixar de dar o devido valor para os satélites que precederam ao Hubble, mas a visão do espaço obtidas com ele nos deixa encantados e nos levam a querer conhecer novos “horizontes”. Fico a imaginar sobre as fotos e dados que a humanidade obterá nos próximos 20 anos.

    Sensacional Salvador! Obrigado por nos brindar com tantas notícias e imagens.

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