DNA alienígena e o design inteligente

Salvador Nogueira

Não tem outro jeito de apresentar esta notícia: cientistas americanos criaram em laboratório uma bactéria que usa DNA “alienígena”. Em vez de ter quatro letrinhas genéticas, como as usadas por todas as formas de vida na Terra, esse pequeno ser vivo trabalha com seis letrinhas.

Cientistas persuadem bactéria a usar DNA alienígena, com seis letras genéticas
Cientistas persuadem bactéria a usar DNA “alienígena”, com seis letras genéticas

A ideia de que o DNA poderia não estar preso às quatro bases tradicionais (adenina, timina, citosina e guanina, as populares A, T, C e G) já é antiga, e faz mais de década que cientistas conseguiram criar e sintetizar letrinhas adicionais complementares e inseri-las no DNA. Mas o novo avanço é um marco, porque mostra que o maquinário celular contido nas formas de vida também pode se adaptar perfeitamente para usar esse alfabeto genético expandido, sem igual na biosfera terrestre (daí a tentação de chamá-lo de alienígena).

Fazendo alterações genéticas numa bactéria da espécie Escherichia coli, Floyd Romesberg, do Instituto Scripps de Pesquisa, em La Jolla, Califórnia, e seus colegas a “convenceram” de replicar DNA com seis letras — exatamente como ela faz com seu material genético original, baseado em quatro letras. Além de A, T, C e G, ela passou a usar também X e Y, que ninguém mais usa!

O que esse resultado incrível, publicado na última edição da “Nature”, significa? Puxa, várias coisas. A primeira é que DNA com quatro bases é só uma das opções possíveis. A vida, em tese, poderia perfeitamente ter resolvido trabalhar com seis, oito, dez, vinte bases. Mesmo que encontremos seres vivos em outros planetas que tenham DNA como molécula genética favorita, podemos esperar que esses seres usem um número de letrinhas diferente do nosso — ou pelo menos outras letrinhas que não sejam as manjadas A, T, C e G. O trabalho está aí para provar que isso não é uma impossibilidade. Em compensação, resta uma dúvida: por que a vida terrestre usa apenas quatro e justo essas?

Ninguém sabe exatamente o que levou a isso, mas o que já dá para desconfiar é que não tenha sido a escolha de um “designer inteligente”.

É CIÊNCIA OU NÃO?

Ao contrário do que pensam a maioria dos cientistas, eu não acho que a hipótese do “design inteligente” deva ser considerada anticientífica. Ela só dá toda pinta de estar errada. Seus defensores advogam a ideia de que a vida na Terra foi “engenheirada” por criaturas extraterrestres. Quem seriam esses seres misteriosos depende basicamente do gosto do freguês — há desde aqueles que preferem apontar o dedo para alienígenas superiores até aqueles que são mais chegados a dizer que o supremo designer é Deus.

Nem vale a pena seguir essa segunda vertente de design inteligente de origem divina, porque é esse pedaço que justamente desvirtua a discussão científica da ideia. Mas, se você levar em conta que (1) a vida parece ser um fenômeno químico viável no Universo há pelo menos 12 bilhões de anos, e (2) a Terra tem apenas 4,6 bilhões de anos, fica fácil concluir que não há nada de sobrenatural (ou anticientífico) na hipótese de que alienígenas tenham evoluído em outros mundos e depois decidido semear nosso planeta com vida, vida esta projetada especialmente para sobreviver por aqui, 3,8 bilhões de anos atrás.

Tanto isso não é absurdo que hoje estamos fazendo pesquisas em biologia sintética que apresentam a possibilidade de criar organismos adaptados para viver em ambientes extraterrestres (por exemplo, Marte). Se nós podemos ser os projetistas inteligentes de uma futura biosfera marciana, por que a biosfera terrestre não poderia ter sido fruto de um projetista alienígena?

PREDIÇÕES DO DESIGN INTELIGENTE

Pois bem, como testar se isso de fato aconteceu? A marca indelével de uma hipótese científica é que ela produz predições que podem ser testadas — e eventualmente permitem sua própria refutação. Em vista disso, a noção de “design inteligente” qualifica?

Dois minutos de reflexão sugerem que sim. Afinal de contas, qual é a marca mais básica de inteligência? Ela produz processos que são mais eficientes do que aqueles obtidos naturalmente num mesmo período de tempo. Certo? (Curiosamente, esse é o argumento básico dos defensores do design inteligente — eles dizem que combinações químicas aleatórias jamais poderiam produzir a complexidade da vida, e só intervenções de uma inteligência poderiam completar essa missão no tempo disponível. Peixe morre pela boca.)

Seguindo essa linha de raciocínio, se vamos supor que um projetista inteligente colocou as primeiras formas de vida na Terra, temos de presumir que a inteligência do designer o levou a implantar seres vivos otimizados, ou seja, cuja engenharia fosse a melhor possível — ou algo muito próximo disso, caso eles ainda não fossem proficientes.

Uma das predições da hipótese do design inteligente, portanto, seria a de que o sistema básico de informação genética da vida terrestre já é tão bom (por ser artificial) que não poderia ser melhorado significativamente. Se seres inteligentes, com técnica e ciência avançadíssimas (ou pior, poderes divinos), decidiram que a vida terrestre deveria usar quatro bases nitrogenadas no DNA, é sinal de que não pode ficar muito melhor que isso. Tornando ainda mais claro: caso a hipótese do design inteligente estivesse correta, uma de suas decorrências mais básicas seria a de que qualquer tentativa de melhorar o desempenho do DNA como molécula portadora de informação num ser vivo está fadada ao fracasso. O designer naturalmente já teria feito a melhor escolha possível, certo?

O novo avanço é justamente a refutação dessa predição. Ao mostrarem que o DNA pode tomar formas mais complexas — logo mais eficientes, uma vez que podem codificar mais informação com moléculas menos extensas –, os cientistas americanos nos levam a concluir que os sistema de quatro bases adotado pela vida terrestre não foi otimizado. Seja lá quais tenham sido os processos que levaram à sua adoção, inteligência parece ter passado longe.

Essa é a má notícia que o trabalho traz para os entusiastas da hipótese do design inteligente. Ela pode até ser científica, mas as evidências sugerem que, com toda probabilidade, está errada. Como prêmio de consolação, ao menos na minha opinião, ela merece ir para o panteão das ideias equivocadas na história da ciência, junto com o estado estacionário de Fred Hoyle, a hipótese de Galileu para explicar as marés e a concepção que Aristóteles tinha dos elementos químicos e das leis que regem os movimentos. Não há vergonha em aceitar isso. A ciência é feita tanto de ideias certas como de erradas. Quem faz a arbitragem e leva aos avanços, preservando as teorias corretas e eliminando ideias equivocadas, é a experimentação e a observação.

Claro, você ainda pode optar por não aceitar que o design inteligente está morto. Basta supor que os gloriosos designers da biosfera terrestre entendiam menos de biologia que os humanos do século 21. Imagino que seja um pensamento particularmente constrangedor para aqueles que cogitam que o hipotético projetista da vida seja Deus. Mas aí já saímos do campo da ciência. Fora do âmbito científico, cada um acredita no que quiser. Uma coisa é certa: difícil acreditar num ser divino que seja mais ignorante que um bando de primatas morando num planeta vulgar em meio a um Universo infinito. Deus, para quem tem fé de verdade e ainda assim não abandonou a racionalidade, com certeza é melhor que isso.

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Comentários

  1. Ué, agora criar 2 bases nitrogenadas a partir de compostos JÁ EXISTENTES na natureza significa que Deus não existe? Se eu criar um clone em laboratório mais adaptado que espécies primitivas, significa que Deus não existe? Se conseguirmos criar 1 raça nova de cães em laboratório, significa que o Designer não existe? Que raciocínio interessante esse! Agora qualquer tipo de manipulação genética que dê melhores de condições aos seres significa que o projetista “não existe”. Bom, se for assim, engenheiros que criam carros novos em laboratório, muito mais otimizados, visto que criaram a partir de características de modelos JÁ EXISTENTES, significa que os carros antigos não existem. Quer dizer que elementos químicos sintéticos, como o seabórgio, criados a partir de átomos já existentes na natureza, significa que Deus também não existe! Bacana, agora vamos ver uma coisa: seus pais te geraram, você cresceu e criou novas coisas e descobriu novas coisas, se casou e foi morar longe. Você esqueceu dos seus pais ou eles não existem mais para você? “Interessante” esse raciocínio, sobre qualquer criação a partir de coisas ou modelos já existentes significa que o Designer não existe. Diga isso para a química e para os cristãos e deístas que criaram coisas NOVAS a partir de algo JÁ EXISTENTE. É a mesma coisa de falar que macacos e chimpanzés dirigem carros, constroem naves espaciais, viram médicos, professores, engenheiros, advogados, empresários, só porquê os seres humanos “vieram” destes, e portanto, a evolução ocorreu? Mas não temos os elos entre chimpanzés e humanos. E os primatas não realizam essas funções que realizamos, portanto, há uma diferença brutal entre um primata e o outro. Mas, para quem acredita que lagartixas viram papagaios e corujas viram baleias, por meio da aleatoriedade das coisa, como se fosse uma verdadeira megassena, só tenhamos pena. Quem sabe esses seres preferem se reproduzir entre si do que “evoluir cegamente” para outros totalmente diferentes, gasta-se menos tempo e menos energia do que virar um pokemón, não é mesmo? Um abraço e aguardo os milhões de ELOS PERDIDOS que temos(não temos nem 1 mísero elo).

    1. Não significa que Deus não existe. Nunca disse que Deus não existe. Só disse que Deus não criou em laboratório o DNA de quatro bases. Só isso.

  2. Lembremos que o ADN passou a ser estudado e decifrado a partir de 1953; muito mais do que o que já se descobriu é o que ainda não se conhece de sua função; daí temerário dizer possível melhorar-lhe o desempenho com o aumento de bases: quatro parece o ideal para dar origem a criaturas não extraordinárias propensas a evoluir.

    Mas ficou uma dúvida na leitura: doze bilhões de anos ? ou doze mil milhões de anos ? quatro bilhões de anos ? ou quatro mil milhões de anos ? Será que não se está empregando aí no artigo o bilhão popular ? Afinal o bilhão real, matemático, é um milhão de milhão, ou seja duas vezes o milhão; não é mil milhões.

    1. Seabra, só conhecia essa distinção entre o inglês britânico e o inglês americano. Nunca vi bilhão ser aplicado como milhão de milhão em português. Nem nunca vi ninguém escrever mil milhões, nem no ambiente acadêmico, nem fora dele. De toda forma, bilhão nos meus textos é 10^9.

      1. Salvador, os norte-americanos indicam exageradamente como “um bilhão” o que matematicamente é “mil milhões ” (1.000.000.000); os britânicos usam o bilhão correto, matemático (1.000.000.000.000). Entre nós costuma-se usar o bilhão popular dos Estados Unidos; mas o correto – e oficial para o Brasil – é somente o bilhão verdadeiro matemático usado na Europa (1.000.000.000.000). Daí por exemplo pode-se dizer correta e matematicamente ter o planeta cerca de quatro mil milhões de anos, mas nunca cerca de quatro bilhões nem de um bilhão nem sequer de algo próximo a essa cifra.

        1. Como os livros, inclusive científicos, usam o bilhão popular, se me permite, continuarei a usar. 🙂

  3. Bem.
    Se eu fosse projetar outro ser, para povoar algum lugar (sei lá por que razão) eu provavelmente faria um ser… inferior.

    Usaria menos monéculas – o minímo necessário, para que não corresse o risto dele me “passar” no futuro.

    Bem, é só uma idéia.

    Argumentos filósificos no seu texto para conversar com teoria científica. Mas aí tem o problema: qual o propósito, a “cultura”, a percepção de biologia e ecossistema dos seres “projetistas”?

    Talvez, o MELHOR na hora de se criar um DNA com 4, 5,6, ou 20 “letrinhas”, na outra cultura extraterrestre, fosse muito diferente da sua e minha percepção. Vai que na época que nos fizeram, não foi um concurso de “menos é mais”? Ganha aquele que conseguir povoar um planeta de forma mais simples?

  4. Meu caro, concordo com você que não dá para aceitar um Deus que sabe menos que nós. Apesar de ter formação em Física, pesquiso durante 45 anos os fenômenos espirituais e posso garantir que a evolução é uma maravilhosa realidade e muto maior que somente a evolução da matéria física. Eu não creio em Deus, porque tenho a certeza de sua existência. E o que determina nossas características, são nossas necessidades evolutivas, desde a primitiva bactéria, até o espirito mais perfeito que possa existir.
    Assim, nosso DNA é sim o melhor possível para nossas condições, o que não quer dizer que na infinita criação de Deus, infinitas outras possibilidades não existam. O que não dá mais, é ficar olhando para Deus, como um barbudo carrancudo e terrorista sempre pronto a nos atirar um raio e menos ainda nessa coisa mitológica de Santíssima Trindade.
    Mas também não dá mais para aceitar essa coisa de ficar negando a realidade da existência de Deus, só porque é chique. Meu caro, sigo todas as descobertas tanto da Astrofísica, como da Cosmologia, e posso garantir que mais de uma vez o ciência já demonstrou a necessidade de uma inimaginável inteligência agindo sobre tudo isto.

  5. E se alguém não quiz que os seres fossem mais resistentes e vivessem mais? pois cumpririam a finalidade de servir trabalhando
    e passar para a outra geração ou dizendo melhor: um ditador vivendo mais tempo – o mundo seria bem diferente.

  6. Criar um DNA com 6 bases fundamentais é mais eficiente, evoluído, inteligente e burro!

    Esse me parece o segredo para a auto destruição da espécie.

    Talvez o design inteligente tenha pensado em criar um brinquedo e não uma arma contra si próprio!

    **Peixe morre pela boca.

  7. Os cientistas tem tentado comprovar a evolução através das mutações, mas tem se frustrado, visto que as mutações causam perda nas informações, criam organismos mais deficientes em relação ao original. A existência do ser humano com as quatro bases é o razoável, o que nos garante sermos o que somos. Assim fomos criados. Essa presunção de acréscimo de mais duas bases não terá sucesso. Não conseguirá gerar um ser humano com a perfeição física natural. No máximo gerará uma aberração da natureza, sem raciocínio, sem os sentimentos naturais. Isso tudo veremos, se essas experiências exdrúxulas forem adiante. Fomos criados por um Deus amoroso, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Deus tem dado bastantes oportunidades para o arrependimento. Ele quer que todos se salvem. Aquele que está em Cristo está salvo, já passou da morte para a vida. Quem Crer em Cristo Jesus ainda que esteja morto viverá.

    1. Rogério, você está mal informado pra caramba. Como os lobos viraram cães, diante dos olhos da humanidade, se as mutações são instáveis? rs

  8. A questão toda é se bases de 6 letras (ou mais) seriam estáveis o suficiente para se replicar e gerar o número suficiente de indivíduos para permitir a evolução. Não dá para afirmar que base 6 seria melhor que base 4. Eu acredito que base 4 é a situação atual decorrente da evolução. Devemos ter chegado a este número em função da complexidade do processo evolutivo e hoje ele seria o mais estável. Na analogia do computador quântico sugerido mais acima, ele tem potencial muito maior que os computadores binários atuais, mas a complexidade os faz ainda muito distantes. Imaginemos agora que queiramos plantar vida em Marte. Temos duas opções: alteramos o ambiente marciano para receber seres semelhantes aos da Terra ou criamos bactérias próprias para o ambiente atual marciano e aguardamos alguns bilhões de anos para ver o que acontece.

    Eu penso que o patrimônio genético é o bem maior da humanidade. Nós vamos morrer mas se estatisticamente a natureza nos permitiu estar conscientes aqui agora, esta estatística vai se repetir (em 1 milhão ou em 1 bilhão de anos) e eu (não estou falando de você Eu) ou qualquer um de nós, vai estar consciente novamente em algum lugar. Mas a consciência humana é um fenômeno biológico e precisa de um substrato biológico (corpo) para se manifestar. Então para nós é muito importante preservar este patrimônio genético e até difundi-lo pelo espaço, pois daqui a 4 bilhões de anos este patrimônio localizado na Terra estará extinto mas outros por ai poderão estar em ponto de bala para receber a consciência do tipo humana.

    Por algum motivo o universo busca a consciência e nós fazemos parte deste processo. Nada faz sentido se não há consciência. E o Universo de alguma forma trabalha para atingir uma certa consciência.

    1. É interessante como se admite a evolução, sendo ela uma teoria tão precária, no que pertine ao surgimento da vida. A ciência não consegue comprovar a existência de organelas celulares de per si, ou seja, o que se consegue comprovar é a existência da célula como ela é, com todas as suas organelas: mitocôndrias, complexo de Golgi, etc. Em outras palavras não se comprova a evolução até chegar à célula, nem da célula até os seres vivos completos. A teoria da evolução é precária. O que podemos admitir racionalmente é a ideia do design inteligente, e sem ter se comprovado a existência de ETS já há quem atribua a esses o design inteligente. O que podemos acreditar racionalmente é que o Criador é o Deus descrito na Bíblia. É necessário humildade, é verdade, para essa admissão. Toda glória seja a Deus, o Pai, ao Deus Filho e ao Espírito Santo.

      1. A teoria da evolução não é precária sobre o surgimento da vida. Ela NÃO VERSA sobre a origem da vida. Seu tema é a origem das espécies, ou seja, como surgiu a biodiversidade terrestre a partir de um ancestral comum e primordial. E para isso há confirmações incontestáveis. A origem da vida não tem nada a ver com a teoria da evolução. Darwin nada fala em seu clássico livro sobre a origem da vida em si. E o livro se chama “A Origem DAS ESPÉCIES”. 😉

  9. É permitido cogitar que Deus ou o Designer Inteligente gostariam de criações com limitações orgânicas? Ou será que isso sequer foi cogitado; Não podemos descartar nada quando discutimos algo complexo e que envolve 7 bilhões de opiniões diferentes.

    1. Tudo é permitido cogitar. Mas se você se permitir cogitar tudo, descobrirá que não há meio de testar a teoria do Design Inteligente e então vai cair no lugar-comum do DI como pseudociência.

      1. O DNA e o cérebro humanos são exemplos simples, mas sólidos de inteligência intencional criativa.

        Ou achas que tais complexidades ainda desconhecidas, porém mais poderosos e sofisticados que qualquer computador projetado por designer humanos, surgiu de forma não intencional, não dirigida, não inteligente, e acidentalmente de forças caóticas??????

        1. O cérebro é tão claramente uma criação evolutiva que dá pena. rs
          Ou você não reparou num trabalho recente que mostra que chimpanzés conseguem fazer somas simples e contar até 40?

          1. Ótimo! peça para alguns vir aqui debater, tomar café, tocar violão, cantar, usar teclado, escrever textos e ler artigos…

          2. Acho que você não entendeu a parte da gradação. Ou não quis entender. Faz muito bem. A verdade incomoda pra caramba quem vive por dogmas.

  10. Salvador Nogueira escreveu
    “Seguindo essa linha de raciocínio, se vamos supor que um projetista inteligente colocou as primeiras formas de vida na Terra, temos de presumir que a inteligência do designer o levou a implantar seres vivos otimizados, ou seja, cuja engenharia fosse a melhor possível — ou algo muito próximo disso, caso eles ainda não fossem proficientes.”
    Nota-se uma deficiência no raciocínio quando o autor presumi que as primeiras formas de vidas otimizadas ou com a melhor engenharia não pudessem ser melhoradas por causa disto. Podemos defender a intervenção inteligente supondo que o processo evolutivo já tivesse a hipótese de melhoramento desde o início realizado pela inteligência humana, desta maneira, o Grande Autor, (aliens ou Deus) interviu nos primeiros processos biológicos ou químicos de maneira que o Homem pudesse no futuro melhorar a natureza. A hipótese do desin inteliglente fica portanto ainda mais forte.

    1. Nossa, então eles fizeram um negócio tosco na esperança de que a evolução produzisse criaturas capazes de fazer melhoramento artificial em sua própria estrutura genética? É isso? A troco de quê?

      1. Salvador Nogueira escreveu:
        “Nossa, então eles fizeram um negócio tosco na esperança de que a evolução produzisse criaturas capazes de fazer melhoramento artificial em sua própria estrutura genética? É isso? A troco de quê?”
        A resposta é simples: para que houvesse avanço intelecutal, ora, imaginou se não houvessem as doenças por exemplo? nós humanos não quebraríamos a cabeça para pesquisar e consequentemente ter um maior domínio sobre natureza. O Homem querendo melhorar-se geneticamente tem que estudar, trabalhar, desvendar as leis da naturaza esse parece ser o objetivo. Além do mais não saber ao certo o porque ou a finalidade de uma coisa não implica necessariamente que ela não possa existir então a questão: “a troco de que?” não invalida o desin inteligente.

        1. Fausto, mesmo sem a doença, haveria desafios para o avanço. O fogo não foi uma tecnologia medicinal, nem a roda, tampouco as pedras lascadas.

          1. Você escreveu: “Fausto, mesmo sem a doença, haveria desafios para o avanço. O fogo não foi uma tecnologia medicinal, nem a roda, tampouco as pedras lascadas”
            Mas foi preciso dominar o fogo, inventar a roda e trabalhar com as pedras antes de ter inteligência suficiente para lidar com as doenças como nós lidamos hoje. Parece existir uma gradação obvia do menor conhecimento para um maior conhecimento sobre a realidade, pensamento favorável ao desin inteligente.
            Ora, do mesmo modo que as crianças de um bom jardim de infância desenvolvem suas atividades sem terem consciência que suas brincadeiras e estudos estão dentro de um PLANO pedagógico feitos por adultos(desin inteligente), posso pensar que com a humanidade ocorra coisa parecida. Criar bactérias genticamente modificadas, ou organismos do nosso ponto de vista melhorados nada mais é que a consequência natural do progresso intelectual humano desde que inventou o fogo por exemplo. Este progresso ou domínio sobre as leis naturais portanto não invalidam o desin inteligente pelo contrário o confirmam se pensarmos que tudo já era previsto. O que quero dizer que o seu argumento no texto em questão é interessante mas é fraco (com todo o respeito) já que parte de uma hipótese que se natureza foi melhorada pelo homem isto excluiria necessariamente o desin inteligente o que não precisa ser verdade.

  11. “Uma coisa é certa: difícil acreditar num ser divino que seja mais ignorante que um bando de primatas morando num planeta vulgar em meio a um Universo infinito. Deus, para quem tem fé de verdade e ainda assim não abandonou a racionalidade, com certeza é melhor que isso.”

    Perfeita esta definição de como seria/deveria ser a definição de uma divindade onipotente o suficiente para criar tudo.

    1. “Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?” – Romanos 9:20.

      1. Aí o problema foi que a evolução nos deu cérebro desenvolto e consciência. Mas se você acha que devemos ter postura similar à das rochas, tudo bem…

        1. E por que a evolução brindaria só os humanos com consciência e cognição. Acaso ela é assim também?? com poder decisório e moral??

          Jesus disse que até as rochas clamariam se os discípulos se calassem!

          1. De onde você tirou que só os humanos têm consciência e cognição? Os chimpanzés também se comunicam de forma rudimentar por linguagem de sinais (cognição) e muitos animais reconhecem-se a si mesmos no espelho (consciência). O que vemos é uma gradação no reino animal, dos menos conscientes e inteligentes aos mais conscientes e inteligentes. Claro, alguém tinha que ser o mais inteligente, assim como alguém acabaria sendo o mais forte, alguém seria o mais alto, outro seria o melhor nadador, e assim por diante. Mas essa gradação casa muito bem com a evolução. E pessimamente com a ideia de uma criação divina que separasse humanos do resto do reino animal. Durma-se com um barulho desses.

          2. Ora, a evolução não seria para todos? então por que os símios não falam? não são nossos irmãos?
            Essa é mais uma dentre tantas diferenças entre nós e eles, confirmando que humanos e símios são espécies bem diferentes. Haveriam outras diferenças gritantes.

            Considerando ainda, que a fala humana expressa altíssima atividade cognitiva do intelecto, inexistente em símios. Macacos nem sabem que são macacos no reino animal, e muito menos sobre outros seres, não tem pensamento reflexivo de si e do mundo. O reconhecimento é meramente físico no espelho, mas não intelectual, moral, distintivo.

            Ainda são meros animais irracionais, agindo por instintos.

            Quantos a nós, somos sim a cereja do bolo do universo. A obra-prima do Criador; nenhum ser vivo até hoje tem pensamentos e atitudes em relação a este Criador como nós.

          3. Cícero, você realmente não entendeu a evolução. Ela seleciona os mais aptos, não os mais falantes. Os símios evoluíram para sobreviver com sucesso graças a outras habilidades. Se o homem é o ápice de tudo, e os outros não teriam evoluído, poste um vídeo de você pulando de galho em galho melhor que um mico-leão. Adoraria ver seu corpo superdotado em ação. Depois, aposte uma corrida com um leão faminto. E, se sobreviver, entenda que TODOS os seres vivos evoluíram. Os símios evoluíram para sobreviver em seu ambiente, os leões no seu, e os humanos no seu. Só adotaram estratégias evolutivas diferentes.

  12. sobre a pesquisa, mais uma bela descoberta! Realmente há muitas possibilidades de se chegar ao resultado como alguns perceberam, podemos simplificar a cosa desta forma:

    2+2 = 4 -bem mais simples.
    1+1+1+1 = 4-feito pela natureza.

    no primeiro caso, fiz menos esforço e consumi menos energia para chegar no mesmo resultado, houve maior eficiência e eficácia e ainda haveria efetividade ao se evoluir a espécie mais rapidamente. Obviamente a descoberta mostra que, para criadores divinos ou extraterrenos, seria melhor ampliar a base, para se ter um maior número de probabilidades e acelerar o processo de evolução.

    mas como não há um gestor divino ou extraterreno, a natureza fez conforme deu “certo”, ou seja, surgiu vida? blz, se vira agora. Tanto é que o DNA não é coisa curta, tem até o que chamam de DNA lixo, um monte de informação que se usou com cara de tentativa e erro, onde está o divino para guiar a criação e evitar tanto lixo no DNA?

    Parabéns pela reportagem, sr. Salvador! Muito bom 🙂
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    então, Deus disse:

    eis o maior medo dos “tementes” de divindades: a ciência e sua lógica demonstrando e abrindo os olhos para os fatos concretos e irrefutáveis.

    mas falastrões preferem o mágico e mentiroso, falam até que árvore chora e isso é coisa de anjo, mas vem o biólogo e diz que é esperma de inseto (cigarras), mas o povo sem estudo algum vai lá e bebe do “choro” divino do esperma, digo, anjo, mas anjinho não tem chekichu… mas… ninguém quer ouvir o que o biólogo diz em “esse líquido não faz bem à saúde, não bebam”. Daí, vem o pastor das ovelhinhas e fala “bebam, comam e se lambuzem na maior M* divina feita pelos anjinhos”.

    o melhor é quando ficam irritados, querem até degolar quem está demonstrando a verdade, tanto ódio no coração, mas suas maldades, falsos profetas, seu deus está de olho, viu? Não são vocês que dizem para os outros não pecarem? E por que está pecando agora? Acha que um divino vai ser burro e não enxergar seu ódio? Se acha que um divino existe, mas age como se não existisse, porque a vontade realizada é a sua, como ficar postando besteira, se nem seu divino vai perder tempo com isso, melhor rechear a sua lista de maldades terrenas, não é mesmo? Ah, e não espere ir ao reino do céu com uma lista de malcriação tão ampla, reflitam.

    cada vez mais pesquisas demonstram nossa ingenuidade, o estudo é extremamente importante para nos adaptarmos aos novos tempos e esta pesquisa pode nos ajudar no futuro.

    sem querer a ciência arregala os olhos até dos “crédulos” e espero que um dia, ao invés de fazerem o papel de serpente, reflitam melhor suas ações e tenham maior respeito ao próximo, coisa difícil para uns.

    Se Deus existe, ele vê suas intenções mais íntimas e as reprova.

    1. José – Tanto é que o DNA não é coisa curta, tem até o que chamam de DNA lixo, um monte de informação que se usou com cara de tentativa e erro, onde está o divino para guiar a criação e evitar tanto lixo no DNA?

      Cara, essa questão do DNA LIXO já caiu faz algum tempo. Atualize-se. Só porque os cientistas não descobriram ainda todas as funções de partes do Genoma não podem arrogantemente chamar de “lixo”.

      “Eu diria que o termo ‘DNA lixo’ pode ser definitivamente jogado no lixo. O genoma humano é muito mais complexo do que imaginávamos”.
      Mayana Zatz, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano da Universidade de São Paulo (USP).

      eis o maior medo dos “tementes” de divindades: a ciência e sua lógica demonstrando e abrindo os olhos para os fatos concretos e irrefutáveis.

      Grandes cientistas da história foram e são cristãos incrementando o progresso da ciência e da humanidade. A lista é grande eu poderia citar. Assim como a maioria das assistências sociais do mundo são cristãs. E várias áreas das ciências confirmam muitos eventos bíblicos.

      Daí, vem o pastor das ovelhinhas e fala “bebam, comam e se lambuzem na maior M* divina feita pelos anjinhos”.

      Fontes por favor…

      sem querer a ciência arregala os olhos até dos “crédulos” e espero que um dia, ao invés de fazerem o papel de serpente, reflitam melhor suas ações e tenham maior respeito ao próximo, coisa difícil para uns.

      O papel da serpente foi do diabo. O maior exemplo de respeito e humanidade foi de Jesus – o Homem-Deus “em quem estão escondidos todos os tesouros da ciência e do conhecimento”.

      Se Deus existe, ele vê suas intenções mais íntimas e as reprova.

      Depende a intenção.

  13. Para termos mais base de comparações de que o DNA da Terra poderia ser produto de inteligência avançada e não de processos puramente naturais ou aleatórios, precisaríamos conhecer outros tipos de vida fora da Terra.
    Fora isso vai ser sempre esta discussão infindável sobre panspermia, criacionismo, deuses astronautas…
    Num exercício de imaginação eu me pergunto sobre o ser humano especificamente: se o DNA poderia ter sido otimizado ou melhorado, como saber qual o objetivo de termos esse DNA? produzir apenas algo a imagem e semelhança, algo mais limitado propositadamente (admitindo que o deles seja diferente) ou será que tinham tanto conhecimento em genética assim?

  14. Bom dia, Salvador!

    É a primeira vez que publico um comentário em seu blog, que tornou-se leitura diária.

    Bem, faço isso com um assunto não tão pertinente. Queria saber mais sobre a sonda New Horizons. Ela viaja para Plutão em um estado de hibernação, certo? É por isso que não temos fotos dos planetas exteriores? Ou também por conta da trajetória de cada um deles?

    Chega de perguntas e, mais uma vez, parabéns pelo seu trabalho! Abraço!

    1. Henrique, valeu pelo comentário. A New Horizons passou por Júpiter (e tirou fotos dele), mas esse foi o único planeta no caminho até Plutão. E, sim, ela passou a viagem em hibernação.

  15. Então vc conseguiu produzir uma bactéria que julga ser mais avançada das que existem na netureza e por isso deduziu pretenciosamente que Deus não existe? Parece uma conclusão muito boa para um jornalista, mas não para quem quer produzir ciência. Um cientista de verdade não emite pareceres sobre Deus por se saber incompetente para avaliar tal hipótese

    1. Eu não concluí que Deus não existe. Onde você leu isso? Eu acho que a ciência não pode tirar qualquer conclusão a respeito de Deus, nem contra, nem a favor. O que eu escrevi, e você não entendeu, é que a vida na Terra provavelmente não teve um designer, porque o DNA não foi otimizado. Só isso.

      1. Salvador,
        “otimizado” é relativo. Mas sem estender essa polêmica, quem disse que o designer já sabia que 6 bases eram possíveis?
        Imagine ainda anteontem, quando lançamos as Voyager, qualquer material genético que tivéssemos colocado na lancheira também teria apenas 4 bases. Mas teria sido lançado pelo tal designer inteligente! Terreno e limitado no seu conhecimento! Nenhum super designer conhecedor de todos segredos do Universo, ainda assim inteligente e otimizado para seus padrões!

        1. É uqe o designer em questão precisava estar tecnologicamente muito mais avançado para ter capacidade de voo interestelar.

          1. Mas quem disse que como as Voyager, um simples projeto pioneiro, nos primórdios da vida inteligente de outro planeta, o DNA não viajou por milhões de anos a bordo de alguma engenhoca a muito inativa e caiu aqui por mero acaso, com uma simples “bactéria clandestina”, cujo DNA, ou partes dele, se manteve intacto, e iniciou a vida por aqui?

          2. Se ela chegou aqui à deriva, lá se vai o “inteligente” do designer… rs

  16. Salvador, voce está enganado em achar que código genético maior, de mais inclusões, seja melhor. A natureza pode ter descartado isso. Nem sempre o maior é melhor. Um exemplo entre muitos, é da cadeia de carbonos da gasolina muito menor que a do diesel e tem poder calorífero muito maior, mais agil e leve. Isso falando-se em energia sem falar nos demais aspectos bio-quimicos, entre outros.

    1. Eduardo, o DNA é um portador de informação. Nesse caso em particular, quanto maior o alfabeto, melhor.

      1. Salvador, do ponto de eficiência não. Porque ter 100 letras se podemos nos expressar com 25? Chineses não se comunicam de modo mais eficaz por terem mais letras no alfabeto, e não creio que a inserção de mais letras tornaria o português melhor. Só criaria ainda mais analfas.

        1. Claro, existe um tamanho ótimo. No caso do DNA, não parece ser 4. Ele é usado para codificar 20 aminoácidos. Se usasse 20 bases, podia ter uma base por aminoácido, em vez do atual códon com 3. Se tivesse 6 bases, já poderia reduzir o códon de 3 para 2 bases. Então, claro, tem um limite para o quanto o aumento de bases aumentaria a eficiência, mas 4 certamente não era a melhor opção.

  17. Gostei muito, mas para não deixar sem um “mas”. Porque a natureza neste caso foi tão seletiva, não permitindo outras opções melhores ou piores?
    Outra questão é que se um dia os humanos resolver introduzir uma Escherichia coli em planeta qualquer similar ao nosso, nunca usaremos uma com DNA com esta tal base XY, ou outra qualquer, tanto por orgulho próprio, como para deixar trilha histórica ou até mesmo por que sabemos que a nossa estrutura de DNA, uma opção vencedora.

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