Apollo 11, edição remasterizada
O primeiro desembarque na Lua completa 45 anos neste domingo e agora você poderá assistir, em versão remasterizada, a todas as imagens dos astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin transmitidas ao vivo do solo lunar em 20 de julho de 1969. A Nasa acaba de divulgar o vídeo completo, que você pode checar aí embaixo.
Em 2009, na comemoração dos 40 anos da Apollo 11, a Nasa havia divulgado alguns trechos dessa remasterização, feita pela empresa americana Lowry Digital. Agora temos o material completo da caminhada, baseado nas melhores versões que se pôde encontrar espalhadas pelo mundo.
Foram essas imagens que chegaram aos televisores de cerca de 1 bilhão de telespectadores (dos 3 bilhões de habitantes que a Terra tinha naquela época) e eletrizaram o mundo com uma nova realidade — a partir dali, todos sabiam que seres humanos podiam visitar e explorar outros corpos celestes. E o mais importante: voltar para contar a história.
FITAS PERDIDAS
Também são essas imagens que estavam contidas nas famosas fitas perdidas pela Nasa. Quer entender a história? Foi assim. Essas transmissões ao vivo eram geradas por uma câmera de TV levada à Lua presa do lado externo da espaçonave. Pelas exigências técnicas de portabilidade e confiabilidade para funcionamento no ambiente lunar, elas produziam imagens em preto-e-branco de baixíssima resolução. Mas esse era o único meio de transmitir a missão ao vivo. (Para ter imagens melhores, a Nasa despachou com os astronautas também câmeras de 16 mm, que operavam com filme fotográfico. Mas esse material só poderia ser exibido depois que os astronautas trouxessem o filme de volta e o revelassem, como de fato aconteceu. Aqui você tem todas as imagens em filme 16 mm da Apollo 11.)
Certo, voltando à tosca câmera de TV (instalada do lado de fora do módulo lunar, para filmar os primeiros passos de Armstrong, e depois retirada dali pelos astronautas para fazer um enquadramento panorâmico), ela enviava seu sinal para o módulo lunar por cabo e dali, por rádio, para a Terra. O sinal era captado por poderosas antenas espalhadas pelo mundo e redirecionado para o controle da missão, em Houston. De lá, as imagens eram refilmadas (com uma câmera apontada para um monitor) e transmitidas para o resto do mundo, ao vivo — a função primordial delas era esta. Em paralelo, a Nasa gravava a transmissão em suas próprias fitas magnéticas — em tese a melhor cópia possível das ditas imagens.
Isso era procedimento padrão, feito com todas as missões. Mas, naturalmente, a Nasa não tinha por que guardar todos esses vídeos velhos e de baixa qualidade de todos os voos. Adotou, portanto, a política de reciclar as fitas menos importantes, para reutilizá-las nas missões dos ônibus espaciais, a partir da década de 1980. Claro que eles não queriam ter se desfeito de nenhuma fita da Apollo 11, por conta de sua importância histórica. Mas quem é da era dos videocassetes e nunca apagou acidentalmente um programa, sobrepondo a gravação anterior sem se tocar que a estava perdendo, que atire a primeira pedra! Incompetência e fatalidade, e lá se iam os minutos iniciais da épica caminhada lunar.
Seria imperdoável se não houvesse tantas e tantas cópias dessa mesma imagem! Para se redimir, a Nasa saiu pelo mundo procurando as melhores versões. Encontrou-as na Austrália e na Nova Zelândia — ao vivo, só lá elas haviam sido vistas. Remasterizadas com técnicas para obter o máximo da antiga transmissão, elas estão agora disponíveis para todo o mundo ver.
No vídeo de cerca de três horas, podemos acompanhar na íntegra a primeira caminhada lunar da história — e a única da missão Apollo 11. Há alguns dias, por conta dos 45 anos do evento, perguntaram ao Buzz Aldrin se ele gostaria de ter ficado na Lua mais tempo. Ele respondeu: “Foi o suficiente.” Bem, este é o homem que, ao descer do módulo lunar, descreveu o que viu como uma “magnífica desolação”. No vídeo, vemos o controle da missão apressando o retorno dele ao interior do módulo lunar, para manter uma margem de segurança com o suporte de vida do traje.
Aliás, por falar em segurança, é interessante observar a cautela de Neil Armstrong ao descer do módulo, verificando primeiro a natureza do solo e o quanto o pé do módulo lunar afundou nele. Ao observar que o afundamento foi menor que o esperado, ele chega a descer até o pé do módulo e saltar de volta para o primeiro degrau. E se explica: queria ver se ele e Buzz teriam dificuldade de regressar ao interior da espaçonave. (Queria ver alguém dar um salto daqueles sob a gravidade terrestre, com ou sem câmera lenta!) Só então dá o “pequeno passo” e começa a trabalhar na superfície lunar. Ele observa o solo sob o módulo e também registra que o motor-foguete não produziu uma cratera sob si durante a descida.
Mais tarde, Buzz se junta a ele e os dois instalam quatro experimentos e colhem 23 kg de amostras. Não se afastam mais que 100 metros do módulo lunar em nenhum momento — para o caso de surgir uma emergência, nunca se sabe. Atendem a um telefonema do presidente americano, o infame Richard Nixon, e evitam a todo custo olhar diretamente para o Sol. Mas tudo transcorre com tranquilidade e os dois voltam à Terra cobertos de glória, após cumprir os objetivos dessa primeira missão.
REGISTRO
É um bocado de vídeo velho e de má qualidade, mas os entusiastas irão se deleitar com a versão completa. Como bônus, confira essa incrível sequência de fotos da preparação da missão. E não se esqueçam de aderir à campanha que Aldrin está promovendo nas redes sociais usando a hashtag #Apollo45.
Já aos conspiracionistas de plantão, eu sugiro que pulem direto para os 51 minutos, logo depois que Neil e Buzz, com muito esforço, conseguem fincar e ajustar a bandeira americana no solo lunar. Uma vez estabilizada, ela tremula? Não! Fica absolutamente estática. Aliás, fantasmagoricamente estática, com um engruvinhado na porção inferior do tecido que eu nunca vi acontecer em nenhum lugar onde eu tenha estado aqui na Terra. Se o incrédulo não se satisfizer com isso, tenho aqui cinco provas da veracidade das missões lunares, e aqui outras cinco. Divirta-se!
Como tremula essa bandeira (48:40 no video). Deve ser o vento solar…
A bandeira só tremula enquanto os astronautas a estão fincando. E aí não precisa de vento, né? Se você balança uma coisa com a mão, ela vai chacoalhar, com ou sem vento!
a Nasa adotou a política de reciclar as fitas menos importantes, como por exemplo o momento em que pela primeira vez na história a humanidade pisa na Lua.
E tem gente que acredita.
Note que essa fita não tinha grande valor documental. Era só a cópia da transmissão ao vivo — da qual inúmeras outras cópias foram feitas ao longo dos anos. Os filmes fotográficos, o verdadeiro registro histórico, foram todos muito bem preservados, e por isso temos imagens incríveis das missões lunares.
O vídeo a seguir mostra o cálculo da força gravitacional na Lua. É prova irrefutável que nem os mais imbecis conseguem negar.
https://www.youtube.com/watch?v=NxZMjpMhwNE
Gostaria de pedir encarecidamente ao pessoal que acha que é fraude que fala AS 06 FRAUDES DO SECULO , haja visto os americanos terem pousado com com sucesso (ou não) 06 vezes.
Eu acredito por fartas provas que o homem foi a lua e várias vezes.
A unica coisa que eu ainda não entendi é o processo de retorno.
A Lua tem também sua velocidade de escape, menor obviamente que a Terra, mas é bastante se comparado a um veiculo que deixou quase 80% do seu peso para trás, em formas de estágios de propulsão para vencer a força de escape da Terra e seguir adiante para entrar em orbita lunar.
Em outras palavras, como o módulo lunar decolou da lua se não há a infra estrutura de lançamento tenha visto que o modulo precisava acelerar a uma velocidade de 2,38Km/s ou quase 8000Km/h?
Onde ele achou energia para isso.
Novamente eu acredito que a humanidade foi para Lua, mas tenho esta questão comigo porque certamente estou ignorando alguma coisa.
Como o Salvador respondeu na outra postagem, o módulo de ascensão atingia 1,98 m/s devido a seus foguetes (combustíveis e foguetes podem ser encontrados nos links em pdf que postei alguns dias atrás). Lembrando que não era necessário que este módulo saísse do campo gravitacional da da Lua, mas sim que atingisse uma órbita Lunar (velocidade orbital de mais ou menos 1,5 km/s) para em seguida se acoplar com o CMS e daí sim, com um foguete maior (e o Módulo de Comando), escapar do campo gravitacional e se dirigir de volta à Terra.
Aqui temos alguns cálculos bem interessantes:
http://www.braeunig.us/apollo/LM-ascent.htm
Abraços
*onde se lê m/s entenda Km/s
Certo que existe uma complexidade considerável levar seres humanos e trazê-los de volta da Lua com segurança (o que seria bem mais simples se fossem apenas sondas)
Mesmo assim, não é algo tão impeditivo como, por exemplo, fazer uma nave intraestelar, cuja engenharia ainda não chegou a seu desenvolvimento para tal feito.
Não consigo entender porque existem tantas pessoas tem dificuldade em acreditar que o homem sim foi à Lua.
Divergência de opiniões, tudo bem, afinal ninguém precisa acreditar em nada, mas é quase um consenso dividido das pessoas que tem por certo a ida do homem à Lua e outras que tem isso por uma ficção.
Salva:
http://gizmodo.uol.com.br/cancao-coracao-neil-armstrong-lua/
e
http://gizmodo.uol.com.br/buzz-aldrin-o-segundo-homem-a-pisar-na-lua-mas-o-primeiro-a-tirar-uma-selfie-no-espaco/
Tem mais:
http://gizmodo.uol.com.br/neil-armstrong-primeiro-passo-lua/
e
http://gizmodo.uol.com.br/plano-voo-apollo-11/
Links sensacionais.. 🙂
Mais um!
http://meiobit.com/76058/apollo/
🙂
Ps.: Esse tá MUITO foda. Um dos melhores textos do Cardoso. Sem falar que explica exatamente uma das maiores dúvidas, que é com relação ao poder computacional da época.
Vale cada segundo da leitura.
Gizmodo is on fire!
http://gizmodo.uol.com.br/todo-homem-na-lua/
🙂
Nossa, a NASA gravou por cima das mídias originais… e o que sobrou pelo mundo das “primeiras imagens” são cópia da cópia.. de acervos não oficiais (na sua grande maioria emissoras de tv). Me admira um órgão tão competente que obteve êxito total na primeira tentativa de levar o homem até a Lua e trazer com segurança… cometer tamanha falha. Vai ver eles estavam sem recursos para adquirir mídias virgens.
Eudo, enganos acontecem. Erros muito mais graves que esse mataram 17 astronautas americanos em três acidentes. A Nasa não é à prova de falha, e nunca escondeu isso. Pense um pouco: se a Nasa fosse desonesta, por que revelaria a perda das fitas? Se fosse desonesta, faria de uma das cópias a original e pronto. Há de se aplaudir a abertura deles em admitir falhas.
Meu caro Salvador, os homens da caverna deixaram pintura rupestres, os egipcios as piramides , os hieroglifos, existem imagens em cores da 2 guerra, vc não acha que é um pouco demais aceditar que houve uma falha e apagaram fitas que estavam especialmente separadas. Me diz, não havia sequer um papel na fita escrito, pouso lunar….hahahahahaahhahah, boa noite
Pablo, há muitos documentos remanescentes da viagem da Apollo 11. E, fosse fraude, a Nasa jamais confessaria a perda, tendo cópias.
Quem quer que tenha trabalhado em grandes empresas/organizações sabe que coisas assim são perfeitamente possíveis de acontecer em processos não vitais como arquivos. Além disso, fitas magnéticas são suscetíveis a degradação (tenta assistir um VHS de casamento dez anos depois…)
Salvador, resolvi fazer uma pesquisa, sobre OVNIs no filme colorido acima, e para surpresa minha, achei um voando em alta velocidade, nos 50 minutos e 45 segundos. Aparece no canto inferior e se dirige ao canto superior da imagem, sobrevoando à Lua, a uns 100 km do módulo Eagle que estava retornando para a órbita. Muito legal. As melhores imagens de ONVIs são feitas pela NASA, Mas esperava que eles tivessem editado e omitido as eventuais observações. Valeu pela dica. Mais um OVNI pra coleção!
Salvador, adoro ler suas matérias. Sinto muito que a ignorância das pessoas (em pleno século XXI) ainda esteja nos mesmos limites da idade média, e que ainda haja tantos que creem fielmente no Planeta Nibiru, e no entanto duvidem da ida do homem à lua. Enfim, também duvidaram das viagens de Colombo, Vasco da Gama e tantos outros…
Salvador Nogueira. Sensacional esta compilação.
Obrigado por mais essa ótima reportagem Salvador. Curiosamente não apareceu ninguém da “conspiração alienígena” para comentar, nem mesmo aquele finalzinho do vídeo, hehehe…