Vivemos no país do Plunct-Plact-Zum
Em 28 de dezembro de 2010, o então ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Sergio Rezende, assinou, em nome do governo brasileiro, o acordo para que o país fizesse parte do ESO (Observatório Europeu do Sul), a maior organização de pesquisa astronômica do mundo.
De imediato, os europeus concederam os privilégios de membro ao Brasil, e cientistas brasileiros puderam requisitar tempo nos telescópios já construídos nas mesmas condições dos astrônomos dos outros países-membros.
Para que o Brasil pudesse cumprir sua parte no acerto, contudo, era preciso que o Congresso Nacional aprovasse o acordo assinado pelo Executivo. Passou 2011. 2012. 2013. Estamos às vésperas da eleição em 2014. E o documento ainda não recebeu o selo do Legislativo para poder entrar em vigor.
Os europeus contavam com esses recursos para dar continuidade a seu plano de construir um telescópio de próxima geração, o E-ELT, de 38 metros de diâmetro. O plano está se atrasando por conta da clássica inércia do Brasil, o país do Plunct-Plact-Zum: aquele que nunca vai a lugar nenhum.
Durante esse período, Dilma Rousseff teve três ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação: Aloizio Mercadante (só esquentando a cadeira até ser alçado à mais prestigiosa pasta da Educação), Marco Antônio Raupp e Clelio Campolina Diniz. Nenhum deles fez força para buscar apoio no Congresso para o acordo. Os europeus esperam pacientemente, mas cada vez menos pacientemente. Já discutem internamente excluir o Brasil, que recebeu tudo a que tinha direito até agora, mas propiciou um calote camuflado, escondido sob a clássica (e conveniente) morosidade do Congresso (“sabe como é, teve o carnaval, depois veio a Copa e agora já estamos em ritmo de eleição, etc.”).
A verdade é que não há interesse político em empurrar o acordo. Por quê? Porque isso não gera votos. É preciso espírito de estadista para levar adiante projetos cujo objetivo imediato não é cativar corações e mentes dos eleitores, mas meramente alavancar o potencial de uma comunidade de cientistas particularmente pequena.
Muito se discutiu sobre as vantagens de o Brasil fazer parte do ESO. Há quem diga que o custo é alto demais para o tamanho da nossa comunidade astronômica e que, da forma como está posto, o país pagará sem garantia de acesso aos telescópios (os projetos de observação são julgados pelo mérito por uma comissão). Seria essa a razão dos atrasos? Falta convicção por parte do governo de uma decisão tomada na gestão anterior?
A essas perguntas se sobrepõe outra: quanto vale uma assinatura do governo brasileiro num acordo internacional? Por ora, ele está assinado. Se a atual gestão julga que ele não tem mérito, que comunique ao ESO sua desistência, e vida que segue. Empurrar com a barriga e ver no que dá, apesar de ser o clássico modus operandi da política brasileira, só coloca o nome do país na berlinda em termos internacionais. Parceiro absolutamente não confiável.
OUTROS CASOS DE PLUNCT-PLACT-ZUM
Não é novidade. Em 1998, o Brasil assinou um acordo para fazer parte da Estação Espacial Internacional. Produziria peças para o complexo orbital em troca da certificação para se tornar fornecedor em projetos espaciais da Nasa, ter tempo de uso na estação e o treinamento de um astronauta brasileiro. Documento assinado entre dois presidentes, Fernando Henrique Cardoso e Bill Clinton.
Mas quem se importa com isso? Em 2001, o Brasil sinalizou à Nasa que o custo das peças era superior ao que se podia gastar. Até aí, tudo bem, a postura foi de transparência, buscando renegociar os termos do acordo original. A partir de 2003, contudo, mudou o governo. Saiu FHC, entrou Lula. Aí, tudo que existia antes automaticamente não prestava — a hilária “herança maldita”. Em vez de comunicar à Nasa a desistência da participação, o governo foi empurrando com a barriga. Os americanos cumpriram sua parte e treinaram o astronauta brasileiro, mesmo sem ver a cor das peças. E ficaram sem ver mesmo. Em 2006, não dava mais para a Nasa esperar. O Brasil acabou expulso da estação espacial.
Quer outro caso? Em 2003, um acidente terrível mata 21 técnicos e engenheiros em Alcântara, durante a terceira tentativa de lançar o VLS-1 — o Veículo Lançador de Satélites, foguete capaz de nos dar autonomia de acesso ao espaço. Duas tentativas anteriores de lançá-lo haviam sido feitas, em 1997 e 1999. Em seguida à tragédia, o presidente Lula prometeu que uma nova tentativa seria feita até o fim de seu mandado — 2006, portanto. Passou 2006 e nada. Mas Lula foi reeleito, ganhando nova chance de cumprir o prometido. Então veio 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014… e você acredita que esse foguete sai em 2015?
Quer mais um? No mesmo ano do acidente do VLS, 2003, o governo brasileiro assinou um acordo com a Ucrânia para lançar de Alcântara os foguetes Cyclone-4. Previsão de primeiro lançamento: 2006. Atualmente, está marcado para o segundo semestre de 2015. Será que sai?
Note que não estou debatendo a questão do mérito de todos esses planos e acordos. O cerne, para mim, é: o governo brasileiro tem o péssimo hábito de assinar papéis com parceiros internacionais e não honrar o combinado.
ENTRE MORTOS E FERIDOS
O problema desses atrasos e tropeços é que perdemos janelas de oportunidade. No caso da ISS, a desistência não comunicada do governo resultou na nossa vergonhosa expulsão, e tudo que se pôde salvar foi o voo do astronauta, contratado à parte dos russos. Mas a possibilidade de se tornar fornecedor internacional da indústria aeroespacial, assim como a perspectiva de manter um programa forte de microgravidade e voos tripulados, virou pó.
No caso dos lançadores, o Brasil perde mercado e acaba com projetos obsoletos diante de tantos atrasos. (O VLS-1, por exemplo, foi projetado na década de 1970.)
No impasse do ESO, o Brasil poderia ficar órfão da próxima geração de telescópios, tirando a competitividade da comunidade astronômica nacional. Há três projetos independentes que trabalham hoje para desenvolver telescópios gigantes. Um deles é o do ESO, o ELT (Extremely Large Telescope). Mas há outros dois consórcios internacionais, o do GMT (Giant Magellan Telescope) e o do TMT (Thirty-Meter Telescope).
Diante da letargia federal na adesão ao ESO, o governo paulista, em questão de um ano, articulou sua entrada no GMT — telescópio rival do ELT que deve começar a operar, com infraestrutura parcial, em 2021. A participação paulista, bancada pela Fapesp, será de US$ 40 milhões. A ideia da agência de fomento é dividir esse custo mais adiante com o governo federal, em troca de acesso ao telescópio para pesquisadores de fora de São Paulo. É um acordo mais modesto que o do ESO, que envolve US$ 371 milhões em onze anos e permitiu acesso imediato às instalações já existentes, além do futuro uso do ELT, que deve ficar pronto só em 2024.
Com a iniciativa paulista, pelo menos sem acesso à próxima geração de telescópios os astrônomos brasileiros não ficarão. Mas é assumidamente uma conquista muito mais modesta do que as ambições que poderíamos ter com o ESO. Até quando ainda teremos de viver no país do Plunct-Plact-Zum?
Puxa vida nem me fala de dor nas costas, passei por momentos bem dif
Salvador,
Se nem num blog dedicado a ciências conseguimos observar um mínimo de convergência em relação à importância do desenvolvimento científico, imagina colocar em discussão num grupo tão disperso quanto o congresso nacional. Obviamente a centralização política de algumas decisões vai contra a rapidez necessária ao desenvolvimento científico do pais.
Permita-me parabeniza-lo, caro Salvador Nogueira. Finalmente alguém teve a coragem de dizer tudo o que tinha que ser dito sobre os governos brasileiros e seus respectivos “interesses” em ciência, ou seja, interesse algum…
O Melhor post que vi em tempos.
Por favor, continue.
Quem sabe saímos dessa “inércia”.
Na verdade eu queria dizer um monte de coisas sobre esse assunto, mas, como tudo o que eu diria são palavras de “baixo escalão”, me dou por satisfeito com sua publicação coerente e verdadeira.
Me perdoe o pequeno “desabafo” e, mais uma vez, parabéns!
Valeu, Marco!
Concordo,
E já havia sugerido ao Salvador, que tem visibilidade e tráfego neste meio que divulga, que “cutucasse” mais as autoridades e os envolvidos com ciências no Brasil. É muito provável que colhamos benefícios disto.
Esse (des)governo empurra tudo que é prioridade (saúde, educação, infraestrutura) com a barriga há doze anos, imagina ciência, algo que o “barba” mal sabe o que é (ele mesmo já admitiu que não tem saco para ler…). E, aos demagogos que preferem investir dinheiro em outras áreas “prioritárias” em detrimento à ciência, gastar uma fração do que custaram os estádios da Copa em investimentos científicos pode gerar conhecimento aplicável à melhoria da sociedade brasileira. Mas, nestes tempos nebulosos para a inteligência, obviedades como essa são difíceis de se explicar. Talvez desenhando…
No episódio do protesto do Brasil, quanto à intervenção de Israel em Gaza, a Chancelaria de Isarael resumiu como se vê nosso País aí por fora:
“(…)o Brasil está escolhendo ser parte do problema, em vez de integrar a solução”. “Seu comportamento nesta questão ilustra a razão por que esse gigante econômico e cultural permanece politicamente irrelevante.”
Não que o seu comentário tenha muito a ver com o artigo em questão, mas não posso deixar de observar um ponto que achei super interessante na frase: “(…)o Brasil está escolhendo ser parte do problema, em vez de integrar a solução”, para ser parte da solução deveríamos agir que nem as famosos Três Macacos Sábios?
Quanto mais velho eu fico mais sou forçado a aceitar a máxima de que todo povo tem o governo que merece… tudo começa em casa e nos anseios de cada um… num país onde o ambiente familiar em muitos casos é, para dizer o mínimo, sofrível; num país onde os principais anseios são, trabalhar menos e ganhar mais, estudar menos e festejar mais, virar a próxima estrela do futebol, da TV medíocre ou dos tchê-re-re-tchê-tchês da vida; o que mais se pode esperar?
Boa noite Salvador,
Mas quem nossa presidANTA é a maior estadista que este país ja teve! É só conferir a quantidade de estádios que foram construídos para a Copa!
Caro Salvador
Não sei se é comovente ou odiosa a tua ingenuidade! No Brasil as pessoas estão morrendo na porta dos hospitais. No Brasil milhares de pessoas tiram sua subsistência dos lixões (crianças inclusive). No Brasil milhões de pessoas (crianças inclusas) vivem com o esgoto correndo na frente de suas, vá lá, casas. E aí? Dinheiro para a ciência? Só pode ser um deboche da tua parte. Sabes de onde vem a expressão “prá inglês ver”? Pois é. Aqui a coisa só vai prá frente se os grupos que mandam levarem o seu. E daí se foi assinado? Não rolou o “deles”? Então deixa quieto. Acorda, Salvador e bem vindo ao Brasil real.
O Brasil real, não sei se você reparou, gastou R$ 8 bilhões com os estádios para a Copa do Mundo. Nessa hora, não me consta que o governo tenha olhado para as crianças nos lixões. E digo mais: as crianças continuarão nos lixões se não tiverem oportunidade e motivação para estudar. E ninguém tem motivação para estudar num país que não valoriza o estudo. Sem ciência e tecnologia, não há desenvolvimento. Até eu, na minha ingenuidade, percebo isso.
Ótima resposta, Salvador.
Com certeza, ótima resposta Salvador!
Investir na ciência é investir no futuro das novas e futuras gerações.
Pode-se fazer ambas as coisas ao mesmo tempo, só que infelizmente, lamentavelmente é como o Salvador escreveu, o que dá votos aos políticos?
Os governos corruptos não visão crescimento a longo prazo, são imediatistas em superfaturar obras, etc… etc… para ganhar o deles. O que já estamos cansados de ver.
O que é mais lamentável ainda é ver que tem pessoas que acham que não se deve investir na ciência e tecnologia, citando sempre a mesmas frases prontas como: Existe fome nesse país! Crianças desnutridas, que investir em ciência? A saúde está um caos! Etc… etc.. etc…
Não é deixando de investir em ciência que resolveremos os velhos problemas de sempre.
Como eu disse há dinheiro para ambos, basta a corrupção acabar e moral para ser respeitado lá fora, só que não! Não creio que sejamos.
Caro Salvador
Podes não ter reparado mas estamos no mesmo lado. Se houvesse mais ciência e menos hipocrisia, estaríamos melhor. Manos gente nos lixões, menos gente morrendo na frente dos hospitais, enfim, um país um pouquinho melhor. Basta ver que estamos brigando com a seca no nordeste desde quando? Israel recebeu um pedaço de deserto e em menos de 50 anos exportavam frutas de alta qualidade. Quer dizer, solução há! Só tem que aplicar. Para resumir, acho que teremos todos de nascer três vezes antes de ver o Brasil melhorar. O pior é que a culpa é nossa que votamos nestes … Deixa prá lá.
Se esta é tua opinião, não foi feliz no primeiro post.
Não faltam recursos para o poder público. O que falta é gestão (ou se considerar desse modo, temos má gestão da coisa pública). Infelizmente temos dois problemas:
1 – temos muito poucos políticos com habilidades de gerenciais e
2 – o brasileiro não tem consciência da necessidade de identificar os poucos que existem e os eleger.
Eu poderia falar mais a respeito, mas só quero deixar uma mensagem breve e sem apontar para A ou B. Necessitamos ter espirito crítico e fazer escolhas conscientes nessas próximas eleições apesar de todos os problemas ou falta de opções que alguns podem apontar. Pode não parecer mas estamos vivendo um momento importante em nosso país que terá desdobramentos que podem durar gerações para serem corrigidos! Bom, é melhor parar por aqui se não o moderador pode não permitir a publicação desta mensagem!! 🙂
Odiosa é sua visão truncada do assunto. Não são os investimentos pífios que o Brasil faz em ciências que causam todas estas mazelas apontadas por você. Muito ao contrário, são os poucos avanços científicos nas áreas médica, de saneamento e sociais que promoveram um aumento real da qualidade de vida do Brasileiro. Ou você acha que melhoramento do saneamento público não passa por pesquisa científica? Empresas como a Embrapa, por exemplo, dobraram a produção de alimentos no Brasil com avanço de apenas 30% na área agrícola. Isto é pesquisa meu caro.
Marcos Pontes pra mim é o melhor candidato dessa eleição, ele pode ser o primeiro passo na mudança, mas o Brasil só será diferente quando a mentalidade das pessoas for diferente, pois brasileiro está mais preocupado em sacar o dinheiro da bolsa família, do que o descaso que o governo tem com a tecnologia.
Esse só quer continuar na boquinha que arrumou. Ele quer uma teta pra mamar igual à todo mundo neste país…
Cansou de vender travesseiro e agora quer algo que dê mais dinheiro.
É revoltante a atual situação; estamos prejudicando não apenas os pesquisadores brasileiros mas também à comunidade científica internacional, atrasando a construção pelo ESO do maior telescópio do mundo. Ainda bem que a entrada ao GMT foi aprovada rapidamente pela FAPESP, mas o GMT é muito menor que o ELT do ESO, e a entrada ao ESO envolve acesso a muitos outros telescópios, que podem ser usados desde já pela comunidade, sem ter que esperar até 2022+.
Para licitações direcionadas de interesses coorporativistas não falta R$ nem esforços para execução do que foi previsto.
Boa tarde Salvador!
O povo mais culto e educado não é vítima fácil para a horda de políticos que temos no Brasil, daí escolas, se, é que podemos chamar choupanas ou barracos de escolas, nem pensar. Astronomia, física, física nuclear, biotecnologia, nanotecnologia e outras ciências, segundo os que têm as chaves dos cofres, eu creio, que pensam ser atividades para loiros de olhos azuis, amarelos de olhos rasgados ou ainda os pardos como os hindus, não nós, que já fomos os melhores do futebol do mundo. Morei durante sete anos no Japão e ao lado de um colégio de ensino médio e, com toda sinceridade nem os melhores colégios particulares de SP, RJ ou BH, chegam aos pés daquela escola, pois num país onde o metro quadrado custa uma fortuna, escolas desfrutam de dimensões colossais, entre 15 e 20 mil metros quadrados; não vou detalhar as facilidades existentes e disponíveis, pois, seria muito cansativo (para eu escrever e para os leitores). Olhando para a América Latina a Argentina possui quatro laureados com o Nobel, o México com três, o Chile com dois, o Peru, Colômbia e Costa Rica com um laureado respectivamente; a título de comparação e para a nossa indignação, os EUA tem 242 premiados. E nós?
Voltando aos acordos assinados, porém nunca ratificados pelos governos brasileiros, acho que faltou você falar sobre o grande colisor de Hádrons. Eu fico um tanto constrangido quando cientistas brasileiros obtêm êxitos nas ciências em instituições estrangeiras e a mídia hipócrita nacional anuncia com um ufanismo como se as facilidades usufruídas pelo brasileiro não contassem. Tenho por hábito dizer que os brasileiros gostam mesmo é dos 0800, serem penetras em eventos alheios, que foi muito bem demonstrado numa antiga novela da TV Globo, onde o ator Luiz Gustavo interpretava o Beto Rockfeller. Não estou generalizando os hábitos para todos os brasileiros, mas creio que me faço entender.
Na recente vinda do primeiro ministro chinês a presidente falou com orgulho sobre a Embraer como se fossem um mérito fantástico, mas bastaria o Departamento de Estado americano enviasse normas instrutivas para as empresas que fornecem os aviônicos e adeus vendas como ocorreu com os Super Tucanos que seriam vendidos para a Venezuela.
Ao tecer críticas, eu não me julgo um mal brasileiro e pelo contrário, as críticas são apenas um lamento de um brasileiro que vê os anos passar e os mundos desenvolvidos se distanciarem a ponto de exportamos apenas bens primários e importarmos produtos acabados; numa próxima vez que for ao supermercado veja quantos itens Made in China, France, USA, Peru, Coeria estão nas gôndolas.
Assumindo o PIB brasileiro em R$ 3 trilhões ou algo equivalente a 1,5 trilhões de dólares, eu fico possesso ao não ver qualquer retorno em qualquer forma de benefícios para a população e, nem temos desculpas de que “x” por cento do orçamento é consumido por armamentos. Concordo com você, mas exagerando, eu acredito que ainda teremos de viver no país do Plunct-Plact-Zum pelos próximos quatro ou cinco séculos quando talvez nos igualaremos aos países desenvolvidos de hoje.
Espero que todos caiam na real. Socialistas, comunistas e seus derivados sociopatas NÂO querem um povo inteligente, bestas são melhores de serem controladas na ignorância. Porque o marco na internet? por que internautas são pessoas esclarecidas com uma fonte de cultura inesgotável, os eleitores do pt são compostos na maioria por idiótas úteis. Então achar que vai sair algo de inteligente desse governo é uma utopia.
Hoje o que mais se fala neste país, graças ao site UOL é a atuação do pseudo ator-cantor Chay Suede.Lamentável, infelizmente.
Só uma pergunta: Todos que reclamam dos governos, tem no minimo uma oportunidade de mudar a cada quatro anos, então “POR QUE NÃO ANULAM SEUS VOTOS” ??
Deixem de ser chorões, reclamões e no mínimo assumam a sua própria incompetência; anulem os votos, tentem pelo menos forçar a mudança do que está ai; tirem de suas mentes que este país um dia vai mudar; quem tem a obrigação de mudar é o resultado das urnas através dos votantes e não os políticos
Banânia nunca foi um país sério, claro, mas depois que o partido dos t*r*a*mb*i*queiros subiu ao poder, a coisa esculhambou de vez. Calote e incompetência em doses astronômicas (sem trocadilho com o texto…).
Enquanto tivermos um povo que acha futebol, carnaval, samba, jeitinho brasileiro e tantas outras coisas mais, vamos andar na contramão da história!!!
Não tem nenhum problema gostar de carnaval ou futebol….Isto não afeta o desenvolvimento científico. Os problemas no desenvolvimento de ciências no Brasil está na própria comunidade científica e sua relação com o governo.
EU FALO PRA VOCES O PROBLEMA DO BRASIL FOI SER: COLONIA DE LATINOS,, TIPO,PORTUGAL,ESPANHA ETC,ETC,,SAO POVOS DE MENTE PEQUENA QUE NUNCA IRAO CHEGAR A LUGAR A NENHUM ,SERAO ETERNAMENTE TERCEIRO MUNDO ,COMO SEUS CRIADORES.
Para o Regis: Sim, você tem razão. O Suriname, mesmo, é uma potência.
Depois que eu li aquela quantidade enorme de gente que não acredita que o homem foi a Lua, eu acho que o Governo deveria gastar essa grana não no espaço, mas aqui mesmo na terra, demonstrando que um ovo pode ficar em pé, porque supostamente uma maça caiu sobre Newton, que Galileu negou o que disse só pra não ir pra fogueira e pra montar um time que não perca de 7 x 1 (mas é bom deixar uns trocados para ensinar a eles como identificar uma ironia) hauhauhaua
Mais um comentário muito feliz de sua parte,
nosso país é o país da incomPTência.
Boa tarde, Salvador.
Acredito que um dos principais obstáculos para o desenvolvimento do Brasil deva-se, em grande parte, ao fato de que as principais lideranças se dão por conta de indicações política e não pela competência, ou seja, pelos conhecimentos, habilidades, atitudes e julgamentos de pessoa que ocupa o cargo de liderança ministerial.
Por exemplo, o ministro de Minas e Energia dos EUA é um ganhador do prêmio nobel de física por ter desenvolvido pesquisas relacionadas à área de obtenção de energia.
Já no Brasil…Temos o Lobão.
O fato é que estamos perdendo a oportunidade de participar de um segmento de mercado cujo valor agregado e muito grande, pois proporcionando o desenvolvimento tecnológico de um país, além de o mercado aéreo-espacial girar em torno de 16 bilhões/ano (se não me engano)
Acho que sim. Por outro lado, quando vemos um especialista se candidatando a deputado, caso do astronauta Marcos Pontes, muita gente acha ruim. Como se bom mesmo fosse continuar com os mesmos políticos de sempre…
Pois é, meu caro.
Se fosse para Cuba a Dilma já teria aprovado o pagammento, com uma canetada só; como fez há pouco.
Tem fundamento a noticia que teria sido noticiada pela Folha que em escala mundial o Brasil tem o quinto maior numero de cientistas por habitante?
Quem souber PF nos informe
Obrigado
Não vi essa notícia e não acredito que proceda. A média do Brasil é menor que a média do estado de São Paulo, que por sua vez é menor que a da Argentina. Dados de 2003 apontavam o Brasil atrás de bastante gente. Está atrás da maioria dos países europeus, Estados Unidos, Austrália…
Me desculpem aí mas temos que cair na real!
Projetos de ciência pura não têm breakeven, turnover, e o escambau mensuráveis à curto/médio prazo.
As duas únicas integrações da iniciativa privada com a academia de sucesso no Brasil são Monsanto x Embrapa e a Petrobrás x Cenpes/UFRJ.
Por quê?
Porque são as únicas que dão retorno!!!
E são >50% do PIB e dos financiamentos da campanha !!!
O Brasil é uma republiqueta. Digna de livros do Garcia Marquez, vamos patinar, patinar, patinar na lama do modus operanti político!
E lembrando Russeau entre outros franceses; que incentivo um aborígine tropical tem de desenvolvimento cultural e pessoal se onde ele vive “em se plantando tudo dá” e não neva na metade do ano!?!
Foi 7 x 1 …e foi pouco!!!
( A solução eu não tenho, a única que vislumbro é a chegada dos Senhores Supremos do livro “O fim da infância” ha ha ha)
Pronto, desabafei também!
S.A.
E o pessoal ainda acha que o 7X1 é motivo de vergonha nacional….
Agora, com os vermelhos no poder essa coisa de “Siensia” é para as zelites brancas. O negócio e ler o Granma e o resto que se exploda!
POR QUE A TUCANALHADA, QUE TIRA OS SAPATOS E FICAM DE QUATRO PARA OS EUA, NÃO DISCUTEM AS CIRCUNSTÂNCIAS DA DESTRUIÇÃO – EXPLOSÃO, NA BASE DO MARANHÃO A MAIS DE 10 ANOS. A BLOGOSFERA ESTA AQUI PARA DESMISTIFICAR A OPINIÃO DE MAMULENGUINHOS FACISTINHAS.
Olha, se você acha que foi sabotagem, saiba que foi mesmo. Mas auto-sabotagem. Esse é um caso que acompanhei bem de perto, fazendo a cobertura para a Folha. Houve completo descaso com problemas de segurança na preparação do foguete. Eletricidade estática corria pelo corpo do lançador e chegava a dar choque nos técnicos! Pior: no momento crítico da operação, não poderia haver tanta gente na torre de integração quanto havia. O problema é que deixaram a empolgação — e os envolvidos com o programa espacial brasileiro são apaixonados e abnegados mesmo — se sobrepôr à segurança, com medo de que uma falha significasse o fim do programa VLS. O comandante da operação reuniu a equipe e disse: “Se vocês virem algum problema, algum risco, devem comunicá-lo. Mas saibam que será o fim do programa.” Você acha que isso é encorajar a comunicação de problemas potencialmente fatais? Quem precisa de sabotagem externa trabalhando desse jeito com um tubo com 40 toneladas de combustível que, uma vez aceso, não para de queimar até se esgotar?
É isso ai…..
Então quer dizer que teve pressão política para apressar o lançamento do VLS somente para mostrar aos ucranianos que nós tínhamos a capacidade de fazer lançar foguetes ao espaço? Se eu não estou enganado, quando o VLS explodiu havia uma comissão de ucranianos visitando o Brasil, não havia? Se for isto, então o pessoal de Alcântara foi muito irresponsável e tentou seguir as ordens de cima pagando com a vida. Mas como o projeto já vinha de anos antes, quem será que apressou as coisas e indiretamente foi responsável pela tragédia? Os militares ou os ministros do governo Lula? Mas assumir um erro ninguém assume, não é?
Que eu saiba, não foi pressão política. Foi pressão institucional, de dentro do próprio CTA.
Então quer dizer que os militares do CTA nunca vão admitir que erraram feio, da mesma forma que não admitiram o erro no incêndio da base da Antártida.
Teve um relatório da investigação do acidente que apontou os problemas. Já está tudo devidamente admitido, embora talvez não com a mesma escolha de palavras fortes que estamos usando.
Ô da língua ferina…
Esse flerte com a quebra de contratos é mesmo coisa de bolivariano. Não assinar esses convênios, não cumprir as promessas e compromissos é “lindo” aos olhos vermelhinhos. Meta o pau nos EUA, nos Saxões, nos “imperialistas orientais”. Faz parte do show bolivariano lulopetista.
Mas eles cumprem contratos. Nós, não.
Outra coisa… sem Caps Lock, por favor (ou, como diria o barbudo, “capislúqui”).
Com Aécio na presidência todas estas pendências serão resolvidas.
Seja Dilma seja Aécio,
tanto faz p’ra nossa Ciência
a Física não sairá da Inércia
e o povo que tenha paciência!
Não rimou…. 🙂
Hahahahahahahahahaha – pausa pra respirar – hahahahahahahahaha
LIXO.
Como alguém pode ser tão escatológico?????
Estou espantado.
Terei que pesquisar esta palavra…
Excelente análise neste texto. Mais uma prova que nossos governantes não tem a menor capacidade. São todos apenas pedras nas costas do povo e o único movimento que fazem é para continuar iludindo a massa votante para garantir mais 4 aninhos e outra aposentadoria.
A cultura da preguiça tem terreno fértil por aqui.
Não podemos destinar parte dos nossos recursos e investir na ciência e tecnologia, mas gastar 8 bilhões em uma copa do mundo podemos????
Só um país que é regido por uma estrutura política BURRA age dessa forma! Mas é como você colocou Salvador, isso não garante votos, investir nessa área exige primeiro pessoas de alta competência, o que está ligado a um sistema educacional eficiente, o que óbviamente não temos no Brasil pois pessoas com baixo nível de escolaridade são muito mais fáceis de ser manipuladas! Segundo que não existe visão de longo prazo, não se enxerga os frutos que o investimento em ciência e tecnologia trazem para um país.
Este é o nosso Brasil, um país sem seriedade no qual um jogador de futebol é muito mais valorizado do que um professor, um engenheiro ou um cientista, um país onde a ignorância e a corrupção imperam!
Sempre seremos terceiro mundo, e eu tenho muita vergonha de ser brasileiro!
Ótima matéria, Salvador. E devo confessar: fiquei com vergonha do Brasil.
Isto tudo é LASTIMÁVEL! VERGONHA, VERGONHA, VERGONHA!!!
Astronauta, so ter vergonha e não reagir, nada significa. O salvador é capaz de escrever mais um livro e faturar mais uns trocados com os Cientolouquistas apaixonados, ponto para ele.
Enquanto a gente não sair do imobilismo nada acontecerá de evolução no B de brasil….em nenhum campo!
Quem ja tirou um voto do PTDilma hoje?
Não é vergonha de ser brasileiro, não se deve ter vergonha disso. É vergonha de não votar corretamente e colocar gente decente guiando nossa nação ao futuro. Mas nunca é tarde demais quando se aprende com o erro, é só criarmos consciência política, civil, e escolher melhor. É fácil de falar, um pouco complicado no agir, mas extremamente gratificante no decorrer dos anos.
É triste, mas o problema ai a meu ver é visão de longo prazo, de causa e efeito. Muitas das tecnologias que usamos hoje em dia foram criadas diretamente ou indiretamente pelo governo americano, principalmente no campo da informática. Seja por necessidade militar (computadores para, entre outras coisas, calcular a trajetória de foguetes, por exemplo), seja pelo programa da NASA (quem nunca viu a propaganda do travesseiro da NASA???), coisas simples (o travesseiro já citado) ou coisas mais complexas (o GPS), o importante é que quando temos programas de pesquisa e desenvolvimento de qualquer coisa, isto sempre poderá gerar novas tecnologias. E não precisa estar ligado diretamente ao projeto, o importante é a geração do conhecimento.
Como o articulista disse, a questão não se é se os programas são bons ou ruins (que se avaliasse isto antes de assinar o acordo) a questão é cumprir os acordos assinados. Eu vou mais longe… a questão é que o Brasil, como nação na figura de seus representantes, não valoriza a ciência, não valoriza a tecnologia e, consequentemente, não valoriza o conhecimento produzido por estas iniciativas. Infelizmente.
Nosso Salvador, qualquer projeto que envolva ciências e conhecimento no Brasil não vai pra frente não só por não ter apoio politico. “não dá votos” justamente porque nesta terra tupiniquim a população não valoriza o conhecimento. Aqui quem estuda é “nerd”, ridicularizado. Veja os comentários do blog. Um bando de apedeuta. Aqui estão preocupados com o 7×1 no futebol; ninguém se preocupa com o vexame de 103 Nobel da Alemanha contra ZERO do Brasil. A Argentina tem 5! Bangladesh tem 2!!!
Os políticos nada mais são do que a cara do povo. Uma árvore podre não pode dar frutos bons.
Como já disse uma outra vez: deixe isso para países sérios. Aqui não tem mais jeito. Quem tiver interesse é melhor se mudar pra esses locais como já fazem hoje em dia.
É mais do que vontade política ou “não dar votos” que faz essas iniciativas científicas afundarem. O real problema é a falta de educação da população, que acaba contaminando toda a visão de mundo do brasileiro.
Não se investe em pesquisa científica porque na visão do brasileiro isso é “desperdício de dinheiro”. “Precisamos primeiro cuidar da pobreza”. “É mais rápido fazer do modo que já fazemos do que investir por anos para mudar”. “Os objetivos (imediatos) podem ser alcançados investindo menos”.
O brasileiro tem a dificuldade de entender que investir no futuro exige esforço e que os resultados só vêm com o tempo. Queremos resultados imediatos, qualquer coisa que não nos dá o resultado rápido é “desperdício”.
Ricardo, primeiro quero agradecer por aumentar meu conhecimento, nunca tinha ouvido falar em “apedeuta”, achei demais. Por outro lado, fiquei decepcionada ao ver uma pessoa que usa uma palavra tão interessante resvalar para a ignorância, dizendo que nosso pais não tem mais jeito. Tem sim Ricardo. E só depende de nós. Do jeito que eu educo meu filho, mostrando uma estrela no céu, observando regras de etigueta e moral, dizendo o que é certo ou errado, dando corda para sua liberdade de expressão mas freando quando passa dos limites e explicando porquê. Esta muito dificil sim, a curto prazo não veremos muita mudança, mas se nos esforçarmos, se nossos filhos crescerem com noções de civilidade, educação, curiosidade e vontade de corrigir, este pais vai longe. A gente pode não estar lá pra ver, mas os primeiros passos estão aqui, diante de nós. Acredite. A gente consegue.
Para deputado: ASTRONAUTA MARCOS PONTES 4077
Ele é Nibirutiano tambem?
Cansou de vender travesseiro e agora quer emprego de vida facil.
Esperar o quê, de governos que consideram que “a Universidade não ensina as pessoas a serem humanas”?
Creio que apenas dois governantes se dedicaram, com os recursos possíveis à época, ao aprimoramento das ciências no Brasil: D. Pedro II e Fernando Henrique Cardoso. Os dois são execrados pela população.
Há um desdém enorme pela ciência e desenvolvimento tecnológico entre os brasileiros. Trabalho em empresa pública, e o que posso dizer é que a gestão não é baseada em racionalidade, análise de relatórios, tendências e números, busca por melhorias técnicas e tecnológicas… ao invés disso, se baseia no achismo, em delegação de funções gerenciais a instância sem poder executivo, no que está na moda e em continuar a fazer as coisas do jeito que sempre foram feitas “porque já está comprovado que dá certo”. Inovação? Hahahaha
Se eu disser que a Caixa Econômica Federal (onde trabalho) não tem um sistema para controlar e monitorar os empreendimentos e beneficiados do Minha Casa Minha Vida, você acredita? Pois é. Não temos. O controle é feito em montanhas de papel, planilhas de Excel e bancos de dados Access espalhados pelas diversas gerências regionais, sem comunicação entre si. Se a matriz precisa de informação, ela não tem como olhar num sistema; precisa ligar lá na gerência regional, que então aciona seus empregados para caçar as informações desencontradas e juntar para mandar à Matriz. Toma horas ou dias o que poderia tomar alguns segundos.
Esse é o Brasil.
Thiago, já tem outro emprego em vista??? rsrsrsr.
O combustível inicial de qualquer projeto no Brasil em qualquer área e para beneficiar qualquer coisa é a propina. Abasteceu com propina, o foguete vai longe. Não deveria ser assim, mas este tipo de combustível é o único outro que move os políticos tradicionais além do voto.
Quanto gastamos com os estádios da Copa? 8 Bilhões (só nos estádios). E não podemos gastar 1 décimo disso em pesquisa. Somos um país que se preocupa mais com futebol do que com desenvolvimento científico. Não dá um desânimo?
VOTEM NOVAMENTE NA DILMA E ELA PROMETERÁ VERBA PARA O DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO ESPACIAL DE NOSSO PAIS !
ACREDITE !
PEGADINHA DO MALANDRO … GLU GLU GLU …..
E viva Raulzito Rock Seixas , um visionário !
A solução é alugar o Brasil !!!
Isso vai continuar, especialmente se esse governo marqueteiro for reeleito. O negócio deles é fazer anúncios bombásticos e não executar nada. Eles só pensam nas eleições, vide o estado do SUS e o programa Mais Médicos, apenas um exemplo de incompetência e de politicagem, entre muitos!
Confesso que estava esperando um desfile de imbecilidades ao estilo do discurso vazio “PTralhas vs TuCanalhas”. Parabéns Salvador, você conseguiu! Audiência qualificada!
Quanto ao teu artigo, não me surpreendo. Desde a muito tempo, talvez desde Getulio Vargas, o Brasil não passa de um ‘puppet’, um fantoche, das potências americanas e europeias (inclusive estas já também se comportam como tal em relação aos americanos).
Simplesmente não é interesse deles que tenhamos acesso a qualquer tecnologia de ponta. TODOS os governos recentes e TODOS os candidatos atuais são comprometidos com esta agenda entreguista, servil e anti-soberana.
Não temos presidentes. Temos tutores, gerentes, capitães, etc. Escolha o nome.
Minha posição política atualmente não é mais pelo voto nulo/branco. Isso é uma ilusão inútil tanto quanto acreditar na velha máxima “a resposta tem que ser nas urnas”. Balela! O voto obrigatório nada mais é que a obrigatoriedade de transferir o poder político individual a um terceiro. Usurpação, roubo! Ninguém tem o direito de reter seu poder político.
Quer mudar algo? Comece por não comparecer para votar. Para quem não conhece a alternativa, procure se informar sobre Democracia Líquida.
E em quê não votar vai ajudar? Política é um jogo, e ele tem regras. Não é fugindo do jogo que você o vence. Temos sim é que olhar as cartas que temos nas mãos e usá-las com sabedoria.
Essa visão “PT vs PSDB” foi algo criado pelo próprio PT para criar um lado oposto em que tudo é negativo, desta forma usurpando para si tudo o que é positivo.
Temos que nos livrar dessa visão e passar a analisar com racionalidade nossas opções. Nenhum candidato é totalmente confiável. Verdade. Mas ainda assim, cada um tem seu discurso, suas qualidades e defeitos, e devemos pesar com qual candidato nos identificamos mais, qual discurso é o mais realista, e qual pode nos proporcionar mais progresso, bem como quais perdas teremos com esse progresso e se elas são aceitáveis.
Votar branco ou nulo ou não votar? É perpetuar a política atual. Os políticos são vendedores, vendem aquilo que queremos comprar. Se começarmos a exigir qualidade, é isso que começarão a oferecer. O problema é que não exigimos nada realista: exigimos um salvador da pátria, um herói que vai consertar tudo num mandato, e é isso que os partidos tentam vender para nós. Falar a verdade não dá votos no Brasil.
E discordo de você quanto a Getúlio. Getúlio (e Juscelino) são figuras mistificadas. Getúlio foi um ditador sanguinário, que ganhou a simpatia das esquerdas por que no fim de seu governo ditatorial passou a tomar atitudes populistas, como as leis trabalhistas, e virou o “pai dos pobres”.
Penso em Fernando Henrique Cardoso como um grande governante, tanto pelo que ele fez como pelo que é. Ele foi e é um acadêmico, um professor. Seu governo não foi dos mais populares, mas foi um dos mais racionais, e se não fez coisas melhores é porque teve que enfrentar toda a visão retrógrada da política e da população brasileira. Elogio o homem que é FHC.
Outro grande brasileiro, esse sim que deveríamos idolatrar, é D. Pedro II. Um homem das ciências, que mais se importava em aprender do que governar, que apontava pessoas competentes para gerir seu governo. Ele trouxe o telefone e as ferrovias ao Brasil. Ele foi deposto pelo que temos de pior na política, coroneis e donos de terra, devido a seu foco na indústria, na urbanização e nos direitos humanos. O fim da escravidão foi a gota d’água. Quando foi deposto, apesar de ter o apoio do povo e do exército, preferiu o exílio por não querer derramar sangue e considerar o poder um fardo. Morreu pobre, recusando ser indenizado pois estaria tirando o dinheiro do Brasil.
D. Pedro II foi o maior brasileiro de todos os tempos. Mas ao invés de tê-lo como um exemplo, nós o relegamos ao esquecimento. Esse é o Brasil.
Porém, existem cientistas brasileiros, como João Steiner da USP, que criticavam sem parar a cooperação entre Brasil e Europa para o ESO. Ele afirmava que era uma maneira indireta de subsidiar a Ciência européia. Além disso, uma matéria do “The Telegraph” afirma que a UE financia grupos ambientalistas a fazer campanha contra ela própria! A idéia é fingir que esses grupos “representam a sociedade” e usar isso para aprovar leis e recomendações revolucionárias na questão ambiental. O método é parecido com o do MST aqui do Brasil. Como se vê, o pessoal do lado de lá também não é de muita confiança…
Aurélio, não entrando em discussão em relação aos jogos de bastidores, que se envolve dinheiro, sempre serão nebulosos, aqui ou acolá, concordo que o investimento no ESO é um luxo. É muito dinheiro que poderia ser melhor aproveitado em projetos astronômicos próprios. O problema todo é esta postura não confiável que o Brasil insiste em adotar. Em breve vão exigir que o Brasil pague primeiro e depois assine.
*A verdade é que não há interesse político em empurrar o acordo. Por quê? Porque isso não gera votos.*
Essa sempre foi a minha opinião em relação ao nojento programa espacial brasileiro.
Não gera votos!
Parece-me que o programa espacial brasileiro existi só pra falar que tem. Sem investimento por falta de interesse político, não gera votos como uma copa ou uma olimpíada e por isso temos que passar vergonha com esses calotes que parecem não ter fim.
Ah.. Mas conseguimos colocar o primeiro astronauta brasileiro no espaço, não é? Claro que, sim! Isso sim gera votos, porque ele foi o primeiro e esteve em todas as mídias. Obviamente que nosso presidente se aproveitou do sucesso (em termos de mídia), para subir no palanque e vomitar suas mentiras.
Lembro que há alguns anos atrás, um astronauta costa-riquenho ao se aposentar montou uma empresa para desenvolver tecnologia de propulsão a íons, já o nosso astronauta quer ser deputado. Desculpe-me, mas eu vou estudando tudo que ocorreu nos últimos anos e me parece que foi tudo planejado. Talvez sim, talvez não, ou talvez eu seja burro mesmo. 😀
Projetos de grande porte em áreas tecnológicas não podem depender de governos. Levam-se décadas para se atingir excelência na área espacial, por exemplo. Quando depende de dirigentes políticos, tipo só assina se o congresso autorizar, corre o risco de não chegar a lugar nenhum, como realmente não está chegando.
Parabéns pelo excelente texto! Somos assim mesmo. Aqui tudo tem que ser selado, registrado, carimbado, avaliado, rotulado se quiser voar… mas não vai a lugar nenhum. Na ciência então… Dá vontade de chorar.
Sim,
o Salvador foi muito feliz no paralelo com Raul….
E só para lembrar……de quando é esta letra?…….nada mudou…..
Bom dia, Salvador!
Para responder a sua pergunta: Basta rejeitarmos qualquer governo populista. Rejeitarmos governos do “nós contra eles”.
Criar leis que obriguem os atuais gestores darem prosseguimento aos programas assumidos em gestões anteriores. Responsabilizar todos os gestores, atuais e passados, sobre má gestão de verbas.
Entre muitas outras ações, em todas as áreas.
abs,
E também cobrar que os responsáveis por fazer ciências a deixar a zona de conforto e realmente passar a entregar resultados. O processo de se “criar” um cientista no Brasil pouco tem haver com talento e vocação. Tem mais haver com oportunidades que apareceram e acabam se tornando alternativas para alguns.
Realmente é vergonhoso assistirmos de camarote toda a política de má-fé existente em nosso país, e mais triste ainda saber que a cada eleição nosso povo continua a votar nos mesmos corruptos. É incrível a disparidade de evolução de outros países as vezes minúsculos comparados ao nosso. Muitas vezes faço pesquisas sobre novas tecnologias e nunca encontro algo produzido pelo Brasil de notoriedade mundial. Mas como se diz a esperança é a ultima que morre. Façamos algo, votem nulo para esses corruptos e assim o buraco da consciência talvez apareça nos noticiários.
Notoriedade em arrumar teta pra mamar na Viúva.
Aqui, desde o topo até o mais baixo na economia quer uma mamata. O sonho do brasileiro é “entrar na caixa”, “botar a firma no pau”, depois reclamam de politico que faz o mesmo de forma profissional.
Todo esse pouco caso e falta de consideração dos políticos brasileiros com a ciência é reflexo de pessoas que fazem política com fisiologismo pensando sempre nas próximas eleições e jamais pesando o futuro do Brasil , seus interesses particulares , permanência no poder está acima de tudo . Para que dar importância nas questões das ciências , aliás, nunca vi candidatos serem questionados sobre assunto e muito menos vamos ver políticos oferecerem projetos , se o que lhes rendem votos são Bolsa Família, entre outros programas populistas .
Luiz,
O buraco é mais embaixo. Se analisarmos detalhadamente os gastos em ciências vamos descobrir que o montante brasileiro nem é tão ruim assim. O problema que grande parte se perde em pesquisas sem qualquer valor e que não chegam a resultado prático nenhum. Como convencer os responsáveis a investir no VLS depois da série de fracassos? Eu penso que o investimento no ESO é um luxo que não condiz com as atitudes na área científica nacional. Hoje, por exemplo, não temos um equipamento de primeira linha para observação dentro do território nacional. Mas a questão mesmo é empenhar a palavra (a minha, a sua, a do Brasil) e depois ficar nesta palhaçada.
O Brasil não tem equipamentos instalados no território nacional porque nossas condições climáticas são totalmente inadequadas. Temos parte no GEMINI (telescópios de 8m no Havaí e Chile) e somos o principal sócio do SOAR (4,2m no Chile). Astronomia sempre será de alguma forma um luxo. Mas o que exatamente de valor cultural não é? A entrada no ESO é um pacote que envolve muitos instrumentos de muitas áreas e a possibilidade (concreta) de desenvolvimento instrumental de primeira linha no Brasil. Note que já temos no LNA/MCTI certa primazia mundial no desenvolvimento de projetos que envolvam fibras óticas, ganhando concorrências internacionais para realizá-los (um exemplo). Então, a entrada no ESO alavancaria a pesquisa astronômica no Brasil mas também nosso desenvolvimento instrumental (e teria sobrado para a industria nacional também). Nenhum país faz instrumentos de porte de telescópios gigantes sozinho. Nem mesmo os Estados Unidos, como a FAPESP está demonstrando. Quanto a questão dita por alguém quem estaríamos ajudando os europeus é de uma imbecilidade (me desculpe a palavra, mas não encontro outra) sem par. O mesmo sujeito não protestou agora, quando estaríamos financiando os Estados Unidos. Existe mau caratismo em toda parte. Quanto a bobagem da questão política de PT x PSDB – o governo Lula (PT) propôs (na verdade assinou) a entrada do Brasil no ESO e foi o péssimo governo da Dilma (PT) que não fez nada. A FAPESP é do estado de SP, administrado pelo PSDB. Ou seja, o que faz a diferença é a incompetência do atual governo, independente do seu partido, e o baixo nível do nosso parlamento. Todos eleitos…
Concordo Carlos e sei que não temos locais para instalação de telescópios como o Chile tem, por exemplo. O problema é contarmos apenas com um telescópio antigo de 1,6m de abertura e praticamente nada mais. Não estou falando também em verticalizar a tecnologia e desenvolver desde o parafuso até o espelho. Mas em utilizar este recurso para dar alguma estrutura à astronomia no Brasil, onde não reformamos ou instalamos algo novo nos últimos 30 anos. Sei que seu instituto já trabalha em desenvolvimento de instrumentação e acho que este tipo de atividade deveria ser incentivada. O valor empenhado no ESO me parece muito alto para os padrões brasileiros. Cito ainda aquele grupo amador de Minas que com poucos recursos fez algo inédito em termos de astronomia no Brasil. Imagina se conseguissem incentivo oficial para dar vazão aos diversos projetos que certamente eles tem? Estou falando desta melhor utilização de recursos.
Concluindo,
Falta ainda divulgar o lado bom de tudo isto. Eu, por exemplo, não estou por dentro de todas estas parcerias boas que o Brasil já firmou. Veja que se divulga muito pouco dos bons resultados no Brasil. Seria legal divulgar estes desenvolvimentos feitos no LNA ou a parceria do SOAR.
É o preço que se paga em se colocar políticos nos cargos de ministros. Não sabem, não querem saber e tem raiva de quem sabe !
Mas já colocaram cientistas renomados também e não deu em nada. Como se diz: uma andorinha não faz verão….É toda uma estrutura que tem de ser repensada.
Pois é, Salvador. Após a Copa do Mundo o que mais se ouviu falar foi o fato de termos de copiar os impressionantes métodos de preparação e treinamento dos alemães. Nada contra, claro. Mas seria muito mais útil se estivéssemos discutindo como melhorar nosso sistema de educação. Sonho meu….
Salvador… cuidado… se aquele pessoal que adora se digladiar pela internet, defendendo a direita(?) e esquerda(?) descobre esse seu post com certeza irão te acusar de tucano e comunista!
Abçs!
A situação é de absoluto desrespeito à ciências brasileira. Aliás, quem já teve a oportunidade de ter contatos com o exterior na área de tecnologia sabe muito bem a postura que os centros mais desenvolvidos tem conosco. Nos tratam com os brasileiros simpáticos, bons de bola, mas que não levam nada a sério. Carnaval, caipirinha e belas praias são nosso cartão de visitas, mas em se tratando de trabalho sério e planejado, não somos levados a sério. Ai ficam reclamando da dificuldade do Brasil de conquistar novos mercados e ser o eterno exportador de commodities. Eu acho que o valor empenhado no ESO é bem elevado sim e seria melhor empregado, desenvolvendo tecnologia por aqui. Mas se assinou tem de honrar. O Mercadante, por exemplo, o máximo que fez foi lançar um site oficial do MCT com o objetivo de democratizar as decisões na área científica e permitir a divulgação. O site ficou no ar 1 ano, virou plataforma política com alguns ratos de plantão e agora nem acessa mais.
Excelentes questionamentos! O pior de tudo é quando comparamos projetos de empresas privadas (como por exemplo os da SpaceX). Uma companhia surgida há menos de 20 anos possui mais capacidade que toda uma nação.
Pelo andar da carruagem (e aqui no Brasil, é uma carruagem mesmo!), quando finalmente o Congresso conseguir aprovar a participação brasileira na construção de um telescópio, a SpaceX já terá enviado uma tripulação para fora do sistema solar…
O pior é assinar um papel e depois não cumprir, como foi o caso da ISS. Depois de todos estes calotes e abandonos como querer participar de projetos de ponta? Se existe o questionamento sobre valores ou se é o melhor investimento, então não assina…..verifica primeiro….