Uma mancha solar gigante

Salvador Nogueira

A chuva pode estar rara no Sudeste brasileiro, mas o clima espacial anda prodigioso em tempestades solares, com o aparecimento da maior mancha solar já vista nos últimos 24 anos. Ela é do tamanho do planeta Júpiter!

Mancha solar com 125 mil km de diâmetro, fotografada pelo satélite Solar Dynamics Observatory, da Nasa.
Mancha solar com 125 mil km de diâmetro, fotografada pelo satélite Solar Dynamics Observatory, da Nasa.

É bem verdade que estamos na época de pico de atividade do Sol em seu ciclo de 11 anos — o chamado máximo solar. Mas ainda assim a mancha impressiona. Entre os dias 18 e 27 de outubro, ela produziu nada menos que sete erupções solares da classe X — as mais poderosas –, além de outras menores. Viu-se atividade similar em outra mancha de mesmo porte, um pouco menor, em 2003.

As manchas são produzidas por verdadeiros frenesis magnéticos que ocorrem na superfície do Sol, levando à ejeção de grandes quantidades de matéria solar na direção para onde apontam. Conforme o Sol gira, ele pode muito bem disparar essas rajadas de partículas na nossa direção. O que não é bom.

Embora não sejam ameaça direta à vida, essas tempestades solares podem danificar satélites e até mesmo prejudicar o funcionamento de nossas redes elétricas. Dependendo do tamanho, elas poderiam muito bem causar um blecaute global.

É isso aí, o negócio é perigoso. Uma tempestade solar capaz de causar exatamente isso atingiu a Terra em 1o de setembro de 1859 e foi registrada pelo astrônomo Richard Carrington. Na época já foi um negócio assustador. Auroras boreais chegaram a ser vistas em Cuba e no Havaí, regiões próximas ao equador. Operadores de telégrafo levaram choques, e alguns sistemas continuaram a funcionar mesmo depois de desconectados de suas fontes de energia.

Se acontecesse hoje, um novo evento Carrington seria ainda mais dramático, pois somos muito mais dependentes de sistemas elétricos do que éramos em 1859. Uma estimativa recente prevê um prejuízo de mais de US$ 1 trilhão, só nos Estados Unidos.

E pode acontecer. Uma tempestade similar à do evento Carrington foi vista deixando o Sol em 2012. Felizmente, “errou” a Terra. Mas estima-se que a probabilidade de vermos o fenômeno se repetir até 2022 e efetivamente nos atingir é de 12% — nada negligenciável.

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Uma coisa curiosa, contudo, é que a mancha associada à tempestade de 1859 era de porte médio, bem menor que a atual. O que mostra que não é preciso uma supermancha para ter uma supertempestade.

De toda forma, não custa permanecermos ligados no que rola no Sol até a atual mancha se dissipar. Vai que, né?

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Comentários

  1. olá, o que acho mais engraçado é que o HOMEM quer dar resposta pra tudo, mas nem ele mesmo tem certeza do que esta falando, achamos que sabemos algo, mas não sabemos de nada, a melhor opção é vivermos da melhor maneira, ajudar as pessoas que necessitam, ser correto (a), assumir nossas responsabilidades todas, seja ela qual for. cuidarmos do planeta, ele sim merece nosso respeito, pois nos acolheu com todo seu amor, e tudo que havia nele. e o restante um dia descobriremos, em um outro lugar… AMAR nesta vida é muito importante, mas não o amor do homem, é o amor verdadeiro, aquele que ninguém nunca experimentou. Quando o homem for capaz de se colocar no lugar do próximo, neste dia ele terá explicação para tudo…

    1. Perfeitamente correto seu pensamento. Se olharmos o universo e conhecer ou sentir toda sua complexidade, veremos que nada somos. Mas olha o curioso: Temos em nossas mãos a maior riqueza de todo o universo e nem sabemos disso, por isso a distratamos…foi nos outorgado a “Vida” e com dever de cumpri-la com boa vontade em todos os sentidos, e com um sentimento único: O Amor. Pobre “ser humano”, não conhece a sua própria grandiosidade.

  2. Salvador Nogueira, gosto muito de astronomia, porem tem uma pergunta que sempre bate na minha cabeça sem intendimento, como já dizia meu mestre Beakman “Tudo vai para algum lugar!!!” invertendo as ordens então quer dizer que tudo vem de algum lugar também…eis a pergunta..
    Já sabemos que temos o calor que vem das estrelas devidos as reações nucleares que aquecem os gases e bla bla bla… a pergunta é… de onde vem o frio? eu sei que o frio é a ausencia do calor tals… mais da onde ele vem? porque existe? uma vez que na real é ele quem manda no universo, pois qualquer coisa que esteja distante de uma estrela…é gelo, e gelo, e mais gelo.
    Aguardo!

    1. Você já respondeu! É a ausência de calor. Tanto que existe um zero absoluto, além do qual não dá para ficar mais frio. Temperatura é resultado da agitação de partículas. Partículas com pouca energia se movimentam mais devagar. Estão mais frias.

    1. Hmmm, não, não é. É só um fenômeno natural que já aconteceu muitas vezes antes, inclusive em tempos históricos.

  3. Salvador
    dia 29/10/2014 as 7:45 PM avistei um cometa estou ficando doido pq ja pesquisei e nao achei nada a respeito sobre algum cometa nessa data.

  4. Recentemente uma estrela menor que o nosso Sol produziu uma tempestade centenas de vezes mais forte que as piores que conhecemos, o que significa que a nossa pode muito bem produzir uma igual…

  5. Como se adiantasse ficar olhando ou atento ao sol, isso vai mudar alguma coisa? O homem não perde a arrogância mesmo, acredita que pode dominar tudo e todos, se acha o DONO DO MUNDO. Agora o que temos a fazer é arcar com as nossas consequências, afinal quem esta destruindo o planeta somos nós os TODOS PODEROSOS.

    1. O melhor é tapar os olhos e viver na ignorância, né? Tipo avestruz, enfia a cabeça na terra e espera que nada aconteça.

      Arrã.

  6. Grande Salvador,

    Por falar em sol, gostaria de saber se um cidadão que vê dois sóis está com algum problema de visão ou está louco mesmo.

    Existe alguma explicação para o fenômeno??

    1. Se ele vê dois sóis numa foto, é flare. Se ele vê dois sóis com os olhos, problema de visão ou louco mesmo. 😛

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