“Interestelar” faz Batman parecer sutil

Salvador Nogueira

O badalado diretor Christopher Nolan está causando novamente, desta vez com o lançamento de seu épico cinematográfico espacial, “Interestelar”. Nem é preciso dizer que o Mensageiro Sideral foi correndo conferir. E agora chegou a hora de compartilhar minhas impressões sobre o filme, que ambiciona ser tão introspectivo quanto “2001”. Mas só ambiciona.

Em "Interestelar", astronautas voltam ao estrelato como a salvação da lavoura (literalmente).
Em “Interestelar”, astronautas voltam ao estrelato como a salvação da lavoura (literalmente).

A começar pelo óbvio: trata-se de um espetáculo visual de encher os olhos. Nunca antes na história da sétima arte se viu uma ópera espacial tão bonita, com uma sensibilidade hiperrealista e moderna que vai deixar os espectadores antes de mais nada embasbacados. É o tipo de filme que você poderia ver sem os diálogos, só com a linda trilha composta por Hans Zimmer, e sair plenamente satisfeito. (A experiência Imax, a propósito, é altamente recomendada.)

O problema é: quando os diálogos entram, fica bem pior. E confesso que isso me surpreendeu. Depois de aplaudir as coisas incríveis que Nolan fez com sua trilogia do Batman e “A Origem”, fiquei chocado em ver o diretor topar filmar o roteiro em seu estado final, quanto mais imaginá-lo co-escrevendo a peça com seu irmão, Jonathan.

Nem o elenco estelar (com o perdão do trocadilho) consegue torná-lo menos forçado, e eu acho que ele falha em diversos níveis. É grandiloquente, pretensioso e previsível.

A essa altura, você pode estar pensando: “esse é um cara que escreve sobre ciência; ele deve ter ficado irritado com as licenças poéticas que o filme tira com relação aos aspectos científicos e, por isso, está malhando sem dó”. Au contraire, mon ami. A ciência, para mim, com todas as falhas, foi uma das coisas mais divertidas do filme. (E já escrevi longamente sobre isso aqui, caso você não tenha visto.)

Meu problema é com a ficção mesmo. Explicarei em detalhes (e com alguns spoilers brutais!) a seguir, mas antes é hora de um intervalo comercial.

NA TV: Na coluna deste sábado (15) no Jornal das 10, na GloboNews, o Mensageiro Sideral pega carona em “Interestelar” para explorar o estranho mundo dos buracos negros. Quem são eles? Onde vivem? O que fazem com o tempo e o espaço? Não perca, a partir das 22h, na GloboNews!

Um buraco negro, você sabe, é um caminho sem volta. SPOILERS ADIANTE!
Um buraco negro, você sabe, é um caminho sem volta. SPOILERS ADIANTE!

SPOILERS BRUTAIS! HORIZONTE DOS EVENTOS AQUI!

Em “Interestelar”, fica muito claro desde o primeiro minuto que a história se presta a um objetivo filosófico: explorar a natureza humana, de nossas fraquezas egoístas a nossas nobres motivações, para responder a uma só pergunta. Merecemos sobreviver a nós mesmos?

Legal, né? Dá mesmo para fazer um épico com isso. Mas, para tanto, uma qualidade é indispensável: sutileza. Só que “Interestelar” é tão sutil quanto um estouro de mamutes.

E isso pode estragar as surpresas para um espectador mais atento à estrutura do filme. Exemplo cabal: se a história o tempo todo indica que se propõe a discutir a condição humana, quem você acha que pode ter colocado um buraco de minhoca nas vizinhanças de Saturno para salvar a humanidade? É só pensar um pouco. A mensagem deste filme nunca seria algo na linha: “o homem só pode ser salvo se ETs nos derem uma mão!” A julgar pelo próprio tom da história, só o homem poderia ajudar o homem. O buraco de minhoca tem de ser uma construção humana! Ainda se o tom de “pregação” do roteiro fosse mais sutil, sem nos induzir tão cedo a assumir a posição de decifrar a tal moral da história, essa “reviravolta” talvez tivesse me surpreendido. Não foi o caso.

O mesmo problema se aplica a outros pontos-chave da trama. Quem consegue ver este filme sem sacar relativamente depressa que Cooper se tornará o “fantasma” de Murph? E o exemplo mais gritante: quem não viu de cara que o idolatrado Dr. Mann (até o nome do personagem, quase literamente “man”, é sugestivo da mensagem que Nolan quer esfregar na nossa cara) seria enfim um vilão? Então temos de enfrentar o arquetípico egoísmo humano, personificado ali, para nos salvarmos? Que sutil.

Nenhuma dessas me pegou.

Como comparar isso a “2001”, como fazem alguns? Até hoje eu não entendi o filme de Kubrick, tão sutil e aberto ao mistério que ele é! Em “Interestelar”, em contraste, tudo é exaustivamente esclarecido. Em tela. Com diálogos. Longos e exaustivos. Nada resta do sabor do desconhecido ao fim do filme, e se você está prestando atenção, descobre tudo muito antes dos protagonistas — que, aliás, são tão profundos quanto uma cartolina. Esqueça todas aquelas nuances que Nolan introduziu nos personagens do mundo ficcional do Batman. “Interestelar” se parece mais com uma história em quadrinhos do que “O Cavaleiro das Trevas”. Nem gente do naipe de Michael Caine, Matthew McConaughey, Anne Hathaway e Matt Damon salva. (Menção honrosa para McConaughey por tirar leite de pedra, contudo).

No fim das contas, “Interestelar” tem o coração no lugar certo. Ele anseia por reafirmar a confiança que devemos ter no espírito humano, a despeito de nossas óbvias mazelas. Nós vamos sobreviver e vamos nos tornar uma civilização multiplanetária, sem a ajuda miraculosa de ninguém, exceto nós mesmos — e esse é o único caminho. É isso o que diz Nolan com seu filme, e eu não poderia concordar mais. Além disso, a crítica social embutida, destacando a desvalorização crescente da ciência e da curiosidade em nossa sociedade, é muito pertinente.

Contudo, com um “Deus Ex Machina” do tamanho de um bonde na história — um mecanismo narrativo arbitrário que permite corrigir todos os males, inclusive aqueles que já transcorreram — e caricaturas dramáticas, fica difícil colocar este filme no topo da lista dos maiores da ficção científica espacial, como talvez ambicionasse seu nada modesto diretor. “2001” segue imbatível pelo impenetrável que é, e até “Contato” faz melhor papel como drama humano. Em efeitos visuais, contudo, nenhum deles bate “Interestelar”.

Um último alerta: não considero nada do que eu disse acima motivo para que você não vá vê-lo nos cinemas. É assunto para mais de metro. Depois de tanto descascar o verbo, já estou até com vontade de ver de novo.

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Comentários

  1. Salvador, li sua matéria no UOL agora, muito boa, mas ela me levantou uma dúvida:

    Stephen Hawking recentemente disse que “buracos negros não existem”, ele mesmo negando anos de pesquisa em física teórica e indo contra o que vemos nos centros das galáxias.

    Era provocação dele, essa afirmativa é considerada séria por outros cientistas? Grato!

    1. A afirmação era séria, mas não muitos cientistas embarcaram nela e Hawking não substanciou a hipótese com os cálculos necessários.

  2. Como alguém disse, fiquei com a impressão que há uma certa influência heiggeriana no filme, o que é bem legal do ponto de vista da visão humana que ele colocou no filme.

    Mas, aí, alguns fatos vieram pra atrapalhar do ponto de vista científico.

    [Spoilers abaixo]

    Primeiro, a questão do buraco de minhoca:
    Eu admito que não havia previsto esta virada de mesa, mas ao meu ver ela não faz sentido, afinal se a humanidade evoluiu ao ponto de nos tornarmos seres de dimensões mais elevadas e que nem conseguem mais se comunicar com seres como nós e devido a isto foi preciso colocar um buraco de minhoca como maneira de nos ajudar a irmos para a nossa próxima morada, como chegamos lá da primeira vez? Como saímos da Terra da primeira vez sem que ninguém nos ajudasse?

    Segundo, o buraco-negro…
    Como Cooper e o robô entraram lá meu Deus do Céu??? Eles teriam que ter sido destroçados no horizonte de eventos. Não há como engolir esta parte. As forças gravitacionais envolvidas ali os teriam esmagado…E ainda por cima, ele se ejetou…dentro de um buraco negro…

    Terceiro, O Tesseract. Eu aceito a teoria das infinitas dimensões em um espaço finito e o Tessaract como sendo o ponto de convergência entre os infinitos espaços-temporais, mas quando o Tesseract foi dissolvido, Cooper teria que ter sido eviscerado pelo buraco negro e nunca enviado de volta para a órbita de Saturno…

    E sim, era óbvio que Copper era o “fantasma” da Murphy.

    De resto, é um bom filme e com ótimos efeitos especiais. Vale a pena ser assistido, mas longe de ser um 2001.

  3. O filme é longo e visa lucro, as chances de mais coisas darem errado é a Lei de. Mas não achei o file de um todo ruim, é uma ótima diversão.

  4. Talvez seja o único, mas ví o filme ontem, que os cults o achem cult, eu ví só filosofia de buteco. O ser humano ultrapassando as barreiras do espaço e do tempo por “amor”. Uma filha que vive sua vida inteira numa obssessão doentia e num ódio inexplicável pelo pai que se foi. Um clichê melodramático encadeado com outro. Tudo regado a uma suposta realidade pseudo científica onde um ser humano entra dentro de um buraco negro e depois aparece flutando no espaço na órbita de saturno, e uma nave “por milagre” o encontra desacordado quando faltavam cinco minutos de ar. Nossa é como Super Mouse e Gigi da década de 80. Agora, foi o supra sumo, ver uma nave espacial entrar dentro do horizonte de eventos de um buraco negro e escapar “acelerando” os motores, provavelmente asgardianos, ou de Dobra, como em StarTrek. Não aguentei, tive que rir dentro do cinema, enquanto outros batiam palmas. Não gosto de filmes que tentam convencer o espectador de um verdade distorcida, deturpada.

  5. Oi, Salvador! Concordo em parte com o que você escreveu… Ao assistir o filme no domingo passado, eu imaginei, como você, que o tal “fantasma” fosse alguma mensagem vinda do futuro, mas a traição do Dr. Mann me surpreendeu e chocou, apesar de eu ter achado que estavam escolhendo o planeta errado.

    O final foi comum, não vi nada de especial nele, ao contrário, óbvio como num filme comédia romântica, mas coerente com o resto.

    Com certeza 2001 é muito superior em inovação e em mistério. Quando ele passou aqui em 1968 eu já tinha 17 anos e fui assistir no Cinerama, na R. Augusta, em São Paulo. Na entrada era distribuído um folheto que explicava o filme e, mesmo assim, e mesmo depois de muitas reprises, continua a ter o mesmo tom de mistério, a causar a mesma sensação de deslumbramento que provocou na primeira vez. As novas gerações, que viram o filme pela TV depois de Stars Wars e outros que seguiram a 2001, não devem sentir esse deslumbramento.

    Finalizando, ainda acho esse filme ótimo e de nível elevado de ficção científica, equiparo-o a Gravidade. Já cansou essa história de mutantes com superpoderes, alienígenas monstruosos… Não causa o deslumbramento de 2001 (e que Avatar, apesar de ser uma história rasa, causou pelos seus efeitos visuais).

    Abraços!

  6. esse pessoal falando que só cineasta pode escrever crítica de cinema somente é frustado ou mais alguma coisa?

  7. Salvador, sobre teu comentários: “Merecemos sobreviver a nós mesmos?”, concordei plenamente num artigo aqui de Marcelo Gleiser (meu ocultado esse ponto) de que a vida é algo de forma impensada sua existência na física, de algo raro no universo, talvez só existente na Terra. Ele não quiz adentrar muito no assunto, pois mais de 90% da população acredita em vida lá fora, bem como radicaliza e banaliza que escreve e pensa contra. As reações são desagradáveis, tais quais gente que critica alguma religião ou nega a divinidade e ate mesmo os textos bíblicos. O fanatismo ainda está vivo e fervendo. Tenhamos cuidado. Eu mesmo duvido de forma drástica a vida lá fora e acredito em existência única por aqui, como lí em textos internacionais uma vez, que a vida foi um fato único, um erro da natureza que aconteceria uma vez a cada trilhões de anos, muitos big bangs. E noutro texto lido ví que esse erro, a vida, nada mais é que um virus daninho que vai contra a belíssima natureza do universo, tudo feito e visto sem vida alguma, em que nada lhe faz falta (comprove voce mesmo nas imagens da Nasa e Hubble). Ou seja, cientificamente a vida é algo pernicioso a natureza, diga-se aqui na Terra o mar, cor do céu, montanhas, paissagens, aurora, ceu estrelado, rios e lagos, artico, etc. Procure por todos estes vistas sem vida e verá a beleza. Só nós vemos os passaros ou arvores como belos. Infelizmente somos uma praga e nada acrescentamos ao planeta e universo. Com sorte somos os únicos e logo nos extingiremos. Essa é a resposta perguntada acima. De virus a virus (ou bactéria a bactéria), abç.

  8. Salvador, realmente pra quem é cientista ou expert no assunto de astronomia, deve estar achando que o filme deixou muito a desejar e que era desnecessário tanta explicação. Mas, para mim, e para muitos outros leigos no assunto, o diálogo “óbvio” foi muito bem-vindo!
    Na verdade, algumas partes até preferiria que houvesse mais explicações práticas por que tive a sensação de ter sido mutilada por termos técnicos numa velocidade absurda sem ter nem tempo de parar para pensar e achar algum nexo.. hahaha
    Até porque filme não é só efeitos visuais milionários com atores hollywoodianos..

  9. Caro Salvador,

    Concordo com quase tudo o q vc disse sobre o filme. Não vi todos os de Nolan, não vou opinar sobre o conjunto da obra.

    Mas tenho de discordar de vc qto aos efeitos visuais. Os de 2001 são muito melhores, diria até q são quase insuperáveis.

    A tecnologia digital permite aos realizadores de hoje fazer quase qualquer coisa. Até os anos 90, adaptações para o cinema como as da obra de Tolkien, para ficar em um exemplo, eram inimagináveis, pelos menos com a riqueza visual dos filmes de Peter Jackson (não vou entrar no mérito da qualidade dos filmes em si). Mesmo quem tentou fazer em desenho animado, como o Ralph Bakshi, acabou desistindo.

    Dei essa volta toda para esclarecer meu ponto: com a tecnologia de hoje, efeitos visuais estonteantes são obrigatórios. Difícil mesmo é criar um visual muito convincente apenas com maquetes, tela preta, refletores e câmeras ópticas. Até hoje a sequência do pouso da nave na base lunar me impressiona, e muito…

    2001 foi um marco também na produção de efeitos visuais. Um outro clássico do gênero ficção científica, Star Wars, feito quase dez anos depois, ainda usou os mesmos recursos tecnológicos básicos.

    Agora, se vc não acha q o visual de 2001 seja convincente, gostaria de saber por quê. Não sou físico, talvez não consiga notar algum furo. Se puder replicar, agradeço desde já.

    Abraço!

  10. Olá Salvador! Antes de tudo parabéns pelo trabalho, sua coluna é muito fera!
    Quanto a sua critica ao filme, o plot não foi tão descarado assim, mas dava sim sinais de quem era o fantasma, afinal estamos falando de Hollywood e não de filmes autorais (mesmo sendo de Nolan). Achei um filme muito bem conduzido em vários aspectos, mas o momento mais interessante do filme para mim foi o desenrolar dos eventos no planeta aquático. Quanto a parte do Tesseract acredito que a ideia era realmente passar que o ser humano não tem capacidade para entender aquilo, que é algo alem da compreensão e que é só uma forma emulada de demonstrar algo que nunca entenderemos.
    Continue o bom trabalho! Abraço

  11. penso que mesmo a ficção não pode fugir completamente da realidade. nunca consegui ver todo o filme 2001 achava a história chata.
    ao meu ver o melhor filme de ficção de todos os tempos foi ” inimigo meu”. história é brilhante e demostra que na adversidade, mesmo os maiores inimigos, (humanos e alienigenas) podem caminhar juntos.
    particularmente tenho certeza de outras formas vida nesta galaxia , simplesmente porque a vida não é obra do acaso. da mesma forma que não sou otimista com relação ao nosso tempo neste planeta porque também o asteróide não foi obra do acaso.

    1. “Inimigo Meu” é um filme espetacular, mesmo, eu adorei vê-lo.

      Acho, porém, que se você tivesse idade em 1968 para ver “2001” no cinema em tela gigante e curva (como o Cinerama da época), adoraria vê-lo até o final. E “2001” é mesmo lento, propositalmente, pois tudo no espaço é assim, inclusive a lenta passagem do tempo, com a viagem demorada que é até os outros planetas. O problema é que hoje em dia estamos viciados nos filmes rápidos de ação…

  12. Tá! Você tem o direito de dizer, mas eu não concordo contigo. Prá mim, o filme tem uma linha heideggeriana, ao invés de investigar a natureza humana. Heidegger fala de um certo “das Mann”, os outros, onde deixamos de ser autênticos quando não seguimos nossas escolhas, quando não nos projetamos para nossas possibilidades. Não é o que acontece com a filha do Cooper na confiança cega ao velho cientista, ou quando a personagem de Anne Hathaway investe tudo na enorme figura do adormecido doutor Mann e deixa de seguir sua intuição: o amor? Se eu estiver certo e Christopher Nolan tiver mesmo se orientado pelo pai da fenomenologia ontológica radical, este é o filme mais sutil que eu já vi.

    1. Pode ser. O bonito da arte é isso: permite múltiplas leituras. Mas uma coisa é certa: isso não explica como, baseado na minha interpretação, eu adivinhei todos os twists do plot antes deles acontecerem.

      1. Hmmm. Adivinhar não é bem o verbo que eu esperaria encontrar, conjugado por uma mente científica. Mas, se a interpretação ontológica estiver certa, a “intencionalidade fenomenológica” que visa trabalhar a intuição do Ser, alcançou seu objetivo quando você intuiu as viradas (ou kehre, como dizia Heidegger). O filme, também por isso, é um sucesso.

  13. Grande tarde, Salvador Nogueira, expert em ciências…Eu como não entendo nada disso, só posso ler suas matérias e continuar a NÃO ENTENDER NADA…Mensageiro Sideral, eu responderei à sua questão, mas se referindo à primeira pessoa do singular: De onde VENHO: da barriga de minha mãe…Onde ESTOU ? município de São Cetano do Sul e finalmente, para onde VOU ? VOLTAR PARA A MINHA CAVERNA, DE NOVO, ATÉ CHEGAR O DIA QUE IREI PARA O CEMITÉRIO, COMO HÓSPEDE ” AD ETERNUM “… Me ajuda aí, ô !!!

  14. Muito bom ler uma crítica de cinema em uma coluna de ciência! Gostaria de ler algo que porventura tenha escrito sobre 2001, Solaris, Contato, etc.

  15. Nolan é o diretor mais superestimado da atualidade. O melhor filme dele é o Amnésia. Dark Knight Rises é um lixo. Estragou a trilogia que tinha começado razoavelmente bem, mas está longe de ser a obra prima que dizem. Muito menos uma boa representação do Batman dos quadrinhos. Ele pegou elementos de graphic novels clássicas e fez um flimes policias. Particularmente não me agrada muito. Inception também não gostei, está longe de ser o Matrix dessa geração. Enfim, acho o cara ok, mas longe de ser o gênio que dizem.

    1. Eu gosto do Nolan. Até por isso me decepcionei com Interestelar. Esperava mais, sobretudo do roteiro. Inception achei excelente. E gostei muito da trilogia do Batman.

  16. Nao tinha lido sua revisao sobre a ciencia do filme. Vi agora que segui o link que voce postou, salvador :). No post, vc se refere ao artigo do Platt, do bad astronomy. Eh interessante notar que o Platt depois se corrigiu uma vez que alguns argumentos que ele usou nao estao corretos.

    Um post interessante eh do professor Ikjyot Singh sobre esses argumentos incorretos
    (http://ikjyotsinghkohli24.wordpress.com/). Em resumo, o que o Dr Singh explica eh que:

    (1) O buraco negro (BN) no filme eh um BN rotacional (BN de Kerr) com massa de
    100 milhoes de sois. Ha uma evidencia disso no filme, pois as equacoes mostradas na lousa se referem a um BN de kerr.

    (2) O limite de Roche nao se aplica neste caso e, portanto, o planeta proximo a ele não seria esmagado e poderia ter uma órbita estável naquele ponto (eh mais complicado saber como ele seria dada a radiacao vinda da materia de acreacao ao redor do BN).

    (3) As ondas tb sao justificaveis pq o fato do BN rodar provoca o efeito de Lense-Thirring. O tamanho das ondas pode ser razoavel dada a enorme massa do BN e a gravidade do planeta.

    (4) Chegar ao BN, passando pela radiacao da materia de acreacao nao parece mt razoavel, embora, a radiacao emitida diretamente pelo BN (radiacao de Hawking) seja desprezivel.

    (5) Uma vez que ele chegasse ao BN, ele poderia msm entrar no horizonte de eventos sem ter que necessariamente cair na singularidade. Essa eh uma propriedade teoriaca de um BN de kerr, que pode funcionar como um tipo de buraco de minhoca.

    (6) Mesmo por bizarro que pareca, a situacao no fim do filme, dentro do BN de kerr, eh tb teoricamente possivel.

    (7) A imagem do BN nao eh realmente a que imaginamos mais correta pq eles abriram mao do Efeito Doppler. Mas eles fizeram isso intencionalmente pois acharam que se as pessoas nao vissem algo negro na imagem, elas ficariam muito confusas sobre o buraco *Negro*. Uma imagem mais correta eh mostrada
    em (http://blogs.futura-sciences.com/luminet/2014/11/01/interstellar-trou-noir-hollywood-1/)

    My 2 cents, 😉

    1. Interessante tudo isso. Eu pensei nessa possibilidade — que fosse um buraco negro supermassivo –, mas aí de onde vieram os planetas em órbita? Nem haveria formação de planetas. Então o trade-off é complicado. Você viabiliza os efeitos relativísticos, mas aí tem que jogar os planetas fora. Por isso preferi presumir que ele usou características de um buraco negro de massa estelar quando conveio, e supermassivo quando não. Desconfio também que, fosse qual fosse o buraco negro, ainda assim o ambiente de radiação tornaria o sistema inabitável. Seja como for, é uma péssima ideia de saída alguém achar que devíamos morar lá.

      (Como disse, a ciência do filme me divertiu muito — para mim, o melhor pedaço, apesar dessas reservas. O meu problema é com a estrutura e o roteiro.)

      1. Epa! Peraí, Salvador. Não tem coisa errada aí? Fico imaginando aqui: se nem a luz consegue escapar do buraco negro, como a radiação consegue ?

        1. A radiação sai do disco de acreção em volta do buraco negro. Conforme a matéria é acelerada e despedaçada, emite doses cavalares de raios X, raios gama e todos esses raios que seres vivos odeiam…

  17. Sem dúvida nenhuma, o pior filme de ficção já feito em toda a história cinematográfica.

    1. Também não exagera. Achei um filme OK, divertido. Mas muito pretensioso, o que acaba denegrindo a experiência.

      1. Não, não, … O filme é ruim com força. E olha que sou viciado em espaço e ficção científica. Seres que vivem numa realidade de 5 dimensões, onde a 4a dimensão é o tempo e a 5a dimensão é o amor …. para tudo que eu quero descer (digo, sair do cimema). Neste erraram feio, erraram rude …. 🙂

        1. Hehehe, não, a quinta dimensão não é o amor. Interpretei isso como uma asneira da personagem da Anne Hathaway, e só.

    2. Caro jornalista, Interestelar é um filme genial. Mas para nao entrar na linha de raciocínio superficial que vc entrou, se faz mister ter uma visão mais iluminada pelo conhecimento intuitivo à la Marshall Macluham ou Terence Mckeena. Carl Sagan nao foi superior à Nolan, mesmo sendo cientista. É um filme do mesmo porte que 2001 sim.
      Por isso nao confio em critica. É a visao pessoal e limitada de uma mero mortal, passivel de erros, as vezes crassos como o seu. Matrix foi considerado pessimo por alguns. Interestelar tb. Mas um classico sobrevive aos mortais limitados.

      1. Matrix eu acho brilhante, assim como A Origem, do Nolan. Mas ainda bem que temos comentários de imortais como você para nos iluminar. Eu, como mero mortal, achei o “Interestelar” interessante, mas mal escrito.

  18. Po Salvador. Finalmente alguém que pensou o mesmo que eu. Visualmente o filme foi um espetáculo, mas o diálogo, esse sim acabou com o filme. E aquelas explicações óbvias de um cientista para outro? Pra que? Mas vale a pena, ainda assim.

    1. Eu fico imaginando toda aquela loucura do tesseract sem as explicações. O cara guardando os pensamentos para si e saltando de timeframe para timeframe, sem a gente saber direito como ou por quê. Aí sim seria misterioso. Faltou pouco para o filme ser excelente. Tava fácil de conversar. Suspeito que teve dedo do estúdio falando “As pessoas precisam entender! Explique nos diálogos!”

  19. Perfeito, Interstellar é peculiar por ser um filme ruim que dá vontade de ver de novo, logo, talvez ele não seja tão ruim. Embora sequer consiga amarrar as chuteiras de filmes como 2001, Contato, e Sunshine.

  20. Grande Salvador,

    Discutir com alguns bacharéis em física quântica que aparecem por aqui é um saco, né???

    Filmeco sem vergonha!!: )

  21. Nolan é isto, muita pretensão, muita filosofia, amplas explicações enfadonhas sobre tudo, trilha sonora grandiloquente, toneladas de efeitos especiais e orçamentos inacreditáveis. Mas seus filmes atraem pelo audiovisual e pelos atores que todo este dinheiro pode pagar. Daí, a bilheteria que isto rende compensa qualquer falta de profundidade e obviedade que ele trata os assuntos dos seus filmes. Quando eu fui ver “A Origem”, passados alguns dias eu já tinha esquecido da estória. Filmes ruins a gente esquece até balançando a cabeça, filmes bons marcam tal e qual cicatrizes.

    1. “A origem” é um filme que exagera no realismo no mundo dos sonhos, na parte decisiva a ação já vai ficando chata e o resultado final poderia ter sido alcançado por outros meios. O problema é o nó na cabeça que o filme tenta implantar deixando a dúvida se os personagens saíram dos sonhos mesmo ou se fracassaram. Daí acabamos esquecendo boa parte do filme para guardar poucos relances.

      Nolan sempre tenta impor um realismo aos seus filmes mesmo no caso das adaptações de quadrinhos, batman cavaleiros das trevas é o melhor graças a atuação do falecido ator Heath Ledger, uma pena, diga-se de passagem essa perda. O Coringa foi muito bem estabelecido como vilão e isto deu vida ao Batman. Os demais filmes foram fracos com um batman humano demais, vez que uma coisa é acreditarmos nas narrativas quando somos crianças, outra é a fase adulta com toda a carga de conhecimento que temos, ou seja, não interpretamos tanto a magia se não for bem introduzida, nossas cabeças maduras já não aceitam tão bem certas coisas.

      um filme desses vai sofrer duras críticas do público leigo ou técnico por conta da dificuldade de se interpretar algo incomum: um buraco de minhoca é ficção até para os físicos, beira o impossível e chega ao estúpido. Na minha opinião o foco deveria ser o enredo mais que tubos de explicação sobre a matéria, esse tipo de coisa científica é melhor digerido à grande massa quando um deus explica tudo e fecham-se as cortinas, acabou o filme e vamos comer pipoca.

      algo tão difícil de entender deveria remeter a humanidade a um futuro bem distante com demonstrações de tecnologia do tipo startrek, afinal, até os trakers furam grosseiramente, mas com desculpas de que se não for assim fica sem graça e a magia some. A ideia melhor aceita seria da curiosidade em se chegar lá onde nunca fomos e não por que a Terra foi toda chupada.

      1. Penso que o filme que Christopher Nolan “acertou na mão” foi “Amnésia” (Memento). Como sempre ele gosta de dirigir filmes com tramas complexas e é muito atraído por eles. Mas depois deste filme, os orçamentos milionários de Hollywood também despertaram seu interesse e ele relaxou um pouco nos roteiros.

  22. Um conselho: fique apenas como “comentador” de ciência. Sua tentativa de comentar algo tão mais sutil e complexo como a “arte”, ainda que na forma de arte pobre e comercial soou no mínimo patética (Mas, menos patético que tentar vender seu livro no mesmo artigo com desconto de 75% de desconto). Tudo bem que o filme trata de algo que você domina (a ciência), mas, antes de tudo é um filme, ou seja, algo que nem de longe você entende. Fique apenas com a perspectiva de mero telespectador que já estará de bom tamanho. Menos, Salvador, bem menos.

      1. Enganou-se, meu jovem, a audiência não é para você, não sou seu leitor, sou leitor da Folha. Fui ler sobre o título “Interestelar faz batman parecer sutil”, que estava publicado página da folha, parece que agora não está mais. E fiquei surpreso quando percebi que se tratava de um “mecânico dando pitacos sobre medicina”, só isso.

          1. Explicado está o seu probleminha de interpretações quanto à subjetividade, parece que sua noção de prestígio está equivocada… É ignorância da língua? Nolan chamaria sua crítica de “ato de prestígio”? Difícil para seu ego inflado aceitar que escreveu uma m…?

          2. E mais uma visita! E mais um comentário! Pelo menos três pageviews já! Agradeço mais uma vez a audiência! 🙂

          3. Salvador. sou seu leitor. Mas desta vez, tenho que dizer que foi péssimo seu texto! De arte vc realmente não entende nada, apesar de o filme ser realmente patético! Volte pros posts sobre ciências. Talvez algumas de suas colocações sejam pertinentes cientificamente, artisticamente concordo com o citado: mecânico dando pitacos em medicina”… O nível caiu mais quando vc é irônico com os comentários contrários! Perdi um pouco da consideração que tinha!

          4. Ed, considero uma qualidade importante respeitar o contraditório. Adoro que as pessoas divirjam de mim. Mas censurar opiniões acho feio. Imagine se apenas políticos pudessem criticar a política!

        1. Muito bom seu comentário André,

          Um colunista de ciências postar uma crítica de cinema é um desrespeito com quem gosta de cinema e com quem gosta de ciência. Concordo que o Salvador foi infeliz.

          Um ponto que nós três devemos concordar é que o ganha pão do autor é o número de acessos. E para isso, qualquer tema de momento merece um textinho. Não existe mais essa ideia de escrever só o que gosta, money talks!!

          O próprio Salvador deixa claro quando agradece de forma infantil sua “audiência”.

          Salvador, foca no Philae.

          Um abraço.

          1. Roger, adotando o seu próprio critério (e talvez o do André), eu fico imaginando qual é a sua profissão para se julgar no direito de comentar coisas como filmes ou astronomia. Você cursou cinema? Cursou física? Astronomia? Então que direito você teria de criticar a minha atuação, seja sobre o filme, seja sobre o Philae? A propósito, minha formação é em jornalismo. Tenho um monte de colegas fazendo crítica de cinema. O editor de Entretenimento do UOL, tão jornalista quanto eu, me convidou para escrever sobre a ciência do filme (e o link está no texto). Eu mesmo já escrevi várias para a Folha e para o UOL. E, ainda que fazer crítica de filmes não fosse parte da minha profissão, acho que qualquer um que sai da sala de cinema está apto a dizer o que achou do que viu. Só estou exercendo o meu direito de palpitar, até porque em arte não há certo ou errado — existem apenas escolhas que o artista faz, que por sua vez podem ou não agradar. Não é por aí? Além disso, várias pessoas vieram aqui no blog e no Facebook nos últimos dias perguntando minha opinião sobre o filme. Achei justo dar uma satisfação a elas.

            Last but not least, obrigado pela audiência! 🙂

          2. Valeu, Roger, o próprio autor do blog já respondeu a minha crítica. No mais, não ligo por jogar moedas, se é disso que ele precisa para sobreviver, ok, toma aí mais um page view.
            Esse é o meu ponto, eu não entrei aqui procurando astronomia, entrei aqui por conta da manchete, que nada dizia sobre “Mensageiro Sideral”, mas falava sobre cinema.
            Ele mesmo disse: “na arte não há certo e errado”, “todos são aptos para palpitar”. Então, realmente estamos falando com as paredes, tentando criar um pouco de consciência e lucidez no breu. Imagina explicar para o sujeito que tem um diploma de jornalista e fala de ciência, que é sim ofensivo ele escrever sobre cinema. E olha que nem estou falando de CINEMA, estou falando de cineminha chulo hollywoodiano… Tenho certeza que se eu resolvesse falar besteiras sobre astronomia vários cientistas iriam se pronunciar a respeito da minha falta de respeito. E sobre a resposta, você resumiu bem, apenas são infantis.
            Ele mesmo se compromete dizendo: “Tenho um monte de colegas fazendo crítica de cinema.” Então o fato de ter amigos críticos de cinema lhe confere a capacidade de falar de arte? Imagina se eu seguir essa lógica? Vou estar apto a construir aviões, fazer cirurgias…
            Imagina tentar explicar o sentido da arte, a construção da arte,a experiência estética, Nietzsche, Lukács, Adorno, e sobre cinema? Explicar a diferença entre Wim Wenders, Bergman… e Nolan? Ok, Salvador, você venceu, porém, a vergonha é sua.

          3. André, o dia em que eu tiver vergonha de dar minha opinião, deixo de ser jornalista e passarei meus dias comentando o blog dos outros! Obrigado por mais uma visita!

          4. Salvador, concordo e me impressiono muito no que voce informa por aqui e em vários blogs de outros assuntos científicos. Alias, comentários cientificos sobre filmes a respeito como este, é o mais comum na mídia impressa internacional, por muitos e ate renomados cientistas, desde meros físicos e engenheiros, a cosmólogos famosos. No Br temos ate sorte de ter gente abordando tais assuntos, infelizmente é muito vistos em revistas mensais mas já passado a “moda”. Eu mesmo as vezes discordo de alguns pontos teus mas os respeito e faço questão que teus pontos existam. Informação, é isso também, inclusive.

          5. Nao vejo onde existe ganho em tentar diferenciar este ou outro cineasta quando no fim o que importa e’ o produto final produzido por tais, e o gosto de quem assiste aos filmes. Criticar arte e’ algo muito subjetivo que não traz sentido em se discutir profundamente quando um telespectador (ou apreciador de um quadro) expressa sua propria opinião. Um quadro com um borrão pode ser algo espetacular para um, porem apenas um borrão para outros. O sentido da arte faz sentido quando relacionado ao contexto histórico da evolução humana. As artes pintadas nas cavernas pré-históricas podem trazer informação quanto aos estilos de caca, socializacao, etc de povos antigos que são de importância para se entender a humanidade. No mais, todo o resto e’ pura subjetividade. O único risco do autor desse blog ao expressar uma opinião foi a de, talvez, não enfatizar de forma forte que ele esta dando sua opiniao pessoal (que, no entanto, parece obvio para mim no ultimo parágrafo do texto). No mais, achei o filme bom, porem lamento não ser tao esperto e capaz quanto ao autor do blog em captar as nuances do filme (tais como quem era o vilão ou quem era o “fantasma”).

          6. Cara, por que se doer tanto pela opinião alheia sobre filmes? Não me lembro de nenhum outro post do Salva criticando algum filme, e este tem tudo a ver com a área dele. Totalmente justo ele falar sobre a produção.

            O legal de poder disseminar sua visão das coisas é poder contar com leitores que vão lê-la, interpretá-la, debatê-la, assim como acontece sempre nos comentários das matérias.

            Você está louco, é? Em vez de nos brindar com essa oportunidade de troca de informações tão rica você simplesmente queria que ele não publicasse nada, daí não teríamos a oportunidade de cada um exercer seu juízo, tirar suas conclusões e muito menos adicionar mais conteúdo aqui no espaço dos comentários? Um conselho: Discorde, mas discorde consciente, meu amigo. 😉

            Salvador, por favor, não deixe de considerar escrever sobre 2001 também, eu seria o primeiro a ler e a comentar. 🙂

          7. Fabio, você pegou bem o espírito da coisa! A ideia é a gente sentar aqui e discutir o filme. Eu não subi em nenhum pedestal e disse “a verdade absoluta” sobre filme. Arte é interpretação. Cada um vê como quer. Por isso encorajo no texto as pessoas a irem ver o filme, mesmo eu tendo as minhas reservas!

        2. Cara, já que vc quer ter a última palavra, toma: Zwinglio.

          Tá parecendo a piada do caçador e do urso…

      2. Salvador, não liga para esses caras! O dia em que você ou qualquer um conseguir unanimidade num texto, terá escrito o texto mais estúpido da sua vida (como Nelson Rodrigues escreveu, “a unanimidade é burra”).

        Eu sou daqueles muitos que queriam saber a sua opinião sobre o filme, pois você é um jornalista especializado em divulgação científica e o filme trata sobre Ciência como a conhecemos hoje e como ela nos permite especular sobre o futuro… E valeu bastante saber a sua opinião!

    1. Concordo com a crítica.
      Sinceramente? Achei esse filme uma porcaria, conseguiu ser pior que gravidade.
      Filmes modernos com todos os efeitos e ainda toscos, aumentam ainda mais a grandiosidade do antigo e majestoso 2001.

  23. Gostei da crítica, Salvador! Preservou a amizade e a seguidora do blog e do Face. 😀

    Como já tinha falado antes, gosto muito do Chris Nolan, especialmente por ter tirado a cara do Batman da sarjeta. E gosto muito dos teus textos, exatamente por trazer a Ciência pro nosso dia-a-dia e fazer a galera pensar fora da caixa (menos os nossos amigos fundamentalistas…). 😉

    De vez em quando, esse povo metido a fazer cinema ou a criticar cinema acerta, outras vezes erra a mão. Mas vou ter que assistir ao filme pra saber em que posição do espectro você e o Nolan estão…

    Abração!

  24. Eu não tive esta análise tão minuciosa e perceptiva da moral do filme. Me prendi apenas às tecnologias utilizadas para a viagem interestelar (sono criogênico e etc). Não acho que seja tão ficção. tenho até para mim que tais tecnologias já possam estar sendo estudadas (desculpe o gerundismo, não consegui escapar. rs) e em breve as viagens serão realidade. Qto ao que tem dentro do buraco negro e a criação de buracos de minhocas acho que vai demorar um pouco mais.
    Achei o filme espetacular. sou apaixonado pelo universo, suas dimensões e mistérios e acompanho muito o seu blog. Acho muito bom!

  25. O que a maioria ainda não sabe é que do outro lado do mundo são feito ótimos filmes, sejam japoneses, coreanos, etc. com histórias muito mais consistentes e bem menos obviedades que as americanas.
    É só pesquisar no You Tube, mesmo que legendados.

  26. Não assisti o filme ainda. Mas pelas criticas e interesse da comunidade de cientistas e curiosos
    deve valer a pena.
    Para os que não entenderam 2001, leiam a novela. Foi escrita por Arthur Clarke ao mesmo tempo que escrevia o roteiro do filme junto a Stanley Kubrik. Leiam tambem o conto que deu origem a tudo, “O sentinela” , de Clarke. Ai fecha tudo. Abraços e parabens pelo blog Salvador.

    1. Valeu pela dica, sei que o A. Clarke escreveu 2001, 2010 , 2060 , 3001, mas o conto parece ser o caminho mais curto. Obrigado !

    2. Lí o conto. Bom. Mas vou ter que partir pros livros porque o astronauta Bowman que viaja, viaja, e acaba (re)nascendo em um lugar igual ao seu próprio quarto ainda não entra na cabeça. É muito metafísico.
      De qualquer maneira, obrigado.

  27. Vão me desculpar, mas este foi o pior filme que eu já vi na minha vida. Filme ridículo. Roteiro disléxico. E olha que eu sou fissurado por exploração espacial e etc.

  28. Olha, acho que você pegou pesado nessa crítica. Não achei o filme tão óbvio assim como você pintou, nem, tampouco, as personagens tão rasas quanto você descreveu. Não mesmo. Mas aceitarei a sugestão de ver no Imax!
    Abraço!

    1. Opinião é opinião. Talvez eu tenha ficado frustrado por ter adivinhado todo o plot antes da hora… rs

      1. Quando eu assisto um filme, nem tento adivinhar o final. Parece que isso frusta nossa própria experiência. Particularmente, eu ADOREI o filme. Vi muitas críticas ao filme, e todas encontram defeitos diferentes. Isto pra mim mostra que um filme tão grandioso nunca agradará a todos. No meu caso, eu adoro filmes com muitos diálogos, com muitas explicações, e sou fã de Sci-Fi.

  29. Cada um com a sua opinião. Eu gostei muito do filme, embora tenha os seus exageros, e acredito que ele foi bom o suficiente para provocar o público em geral, pois não existiria tantos comentários por ai. E sobre 2001 eu lembro de pouca coisa pois eu assisti quando era bem moleque, então não tenho como opinar.

    1. Até hoje, nunca consegui assistir 2001 de uma tacada só… ultrapassar a barreira daquela quase meia hora inicial é, pra mim, um feito inédito!!!

      E olha que adoro Kubrick e adoro ficção científica!

      1. leia o livro correspondente da Arthur Clarke, não ha nada de enfadonho lá, porém o ultimo cápitulo tive q ler umas vinte vezes…

          1. Também não gostei do filme. Sobre 2001, a chave da mensagem principal está no capítulo “Das 3 Transformações” do Assim Falou Zaratustra de Nietzsche.

  30. Ultimamente, todos os filmes de Hollywood tem sido previsíveis (talvez seja por isso que estejam repassando no cinema os grandes clássicos como Laranja Mecânica: falta de filme que preste). Eu não assisto mais prestando tanta atenção aos detalhes. Prefiro deixar a história me levar sem compromisso. Talvez, seja por isso que não adivinhei assim tão fácil que o pai era o “fantasma” da filha. Em outros pontos já foi mais difícil não sacar que outro astronauta que vira traidor iria morrer, porque o mal sempre morre no final do filme americano… Esses chavões realmente cansam. Mas, é filme americano e eles são teimosos em manter o esqueminha pronto. Se deixarmos isso pra lá, veremos que o filme é muito bom mesmo, vale a pena ver.

  31. Bom dia Salvador

    Seus comentários sempre são precisos e acompanho seu blog diariamente. Aproveito para parabenizar pela cobertura sobre a trajetória, até o final, do Philae.
    Neste texto acima, pego apenas os dois últimos parágrafos ao qual não concordo com você, pois somos uma raça em extinção, infelizmente tendemos ao fim, pois os interesses não são direcionados pela raça como um todo e sim egoisticamente pelo poder. Sem cuidarmos dos recursos naturais, quase extintos, sem cuidarmos da convivência de uma sociedade que pensa no todo e não em si própria, seremos os próprios aniquiladores da raça. Água, Florestas, Combustíveis Fosseis, entre outros recursos sendo levados a pura extinção e a menor preocupação em preservá-los, como será em 2050 ou 2060 ? Não vejo como você, que um dia haverá esta recuperação do ser humano.
    Abraço

    1. Jean, eu acho que os números já contestam essa impressão. Nunca fomos tantos e nunca vivemos tanto. A noção de que o ser humano está regredindo é falsa. E também falta muito para que levemos o planeta à inabitabilidade.

      1. Salvador, o planeta não ficará inabitável para nós, mas nós é que estamos fazendo o planeta ser inabitável para outras espécies.

        E como já consumimos por ano um planeta e meio, nossos descendentes terão que diminuir sua taxa de nascimento, ou morrerão como levedura de cerveja, nas próprias fezes.

  32. O filme é muito bom! O grande problema é tentar ser comparado a 2001, o que o leva a perder de goleada e receber críticas como essa.
    Abs

  33. Meu querido, me perdoe, mas se seu problema é justamente com a ficção, não vá ao cinema. Meu problema com o Nolan – inclusive nos filmes que o colunista citou como fantásticos (A Origem é um engodo) – é justamente a necessidade do diretor de tornar tudo crível e verossímil. Hitchcock detestava o verossímil porque ele entendia que isso limita – quando não inviabiliza – a imaginação, essa, sim, peça fundamental e sine qua non do cinema.

    1. Difícil explicar Kubrick e Hitchcock, para quem leva Nolam a sério (é só mais cineasta medíocre), principalmente, se a pessoa, por inocência ou arrogância resolve meter-se no que não entende.

    2. Por quem um fã de Hitchcock deve odiar Nolan? Com certeza, são diretores com estilos muito diferentes mas nao deixam de serem ótimos cineastas. Neste sentido, sou bem eclético. Como dica, assista o filme Amnésia (Memento) do Nolan, é uma obra-prima.

      Abraços.

      1. Porque, em uma linguagem simples, comparar Nolan com Hitchcock é como comparar CPM22 com Pink Floyd, sacou?

  34. Crítica ridícula, o filme é incrível para quem gosta de ficção. Concordaria com a crítica se estivessemos falando de um documentário.
    Vale a pena ver e assistirei de novo!!

  35. Eu também ainda não entendi o fim de 2001, e olhe que já o assisti mais de 10 vezes.
    Sobre Interestelar, essa enxurrada de obviedades é por causa da atual geração, que é rasa por natureza; no whatsup diário não há tempo para filosofia e ciência matemática, só social. Avatar já teve a pretensão de ser um épico e não foi exatamente (no fim é um filme chato), talvez Intrstlar vá quase pelo mesmo caminho quanto ‘a pretensão. Mas de qualquer jeito parece que vale a “viagem” até uma sala de Imax.

  36. O que era ficção no passado, hoje é realidade física. Deixe a sua mente divagar livre por ai, depois acesse o meu site balcaodainternet.com.br

  37. Sobre o buraco de minhoca ter sido colocado lá em Saturno eu discordo. O próprio Cooper fala enquanto está na 4ª dimensão que ele acha que foram os próprios seres humanos (do futuro) que descobriram como “ir” para essa dimensão e que colocaram o buraco de minhoca lá. Lembra que existem outras anomalias de gravidade que eles mencionam durante o filme. Mas, sim, isso acaba sendo um paradoxo.

  38. Saver, o mundo ganhou um cientista mas perdeu um ótemus crítico de cinema. Interestelar? Prefiro “Ataque dos Vermes Malditos” (apelation mode on). Amplexos!

  39. Se o Salvador, que é o Salvador boiou em Odisséia, fico mais tranquila. Achei que tinha emburrado!!!! ô filmezinho complicado, apesar de bontito.
    Nem Hal explica.

    1. assisti a uma reprise de 2001 quando era criança, ao que me recordo e dos comentários que cheguei a ler tempos depois, o filme é bem subjetivo e feito para viajar fora da tela, ou seja, deixa certas pontas sem explicação mesmo para o público interpretar por conta própria, sem um narrador explicando tudo em volta.

      2001 introduz um computador vivo, a primeira inteligência artificial, que evolui e começa a surtar com emoções humanas, ao mesmo tempo os problemas vão acorrendo por conta dos riscos da missão e do computador sabotar deliberadamente o que a tripulação tenta fazer para concluir seu trabalho.

      a questão do contato alien é tocado com um tipo de plataforma que encontram, um objeto tão antigo que teve contato com os australopitecos, se me recordo bem, esse objeto reaparece. Mas é uma coisa alien sem uma explicação, não diz de onde veio e o que pretende.

      enfim, eu mesmo teria de rever o filme para dar melhor esclarecimento, de fato, é feito para refletir um pouco mais, uma forma de se compensar a falta de melhor conhecimento técnico naquela época para se fazer uma ficção científica. O curioso é que no quesito do computador vivo o filme acertou quanto a um formato de memória em cristais, coisa que vem sendo pesquisada, inclusive, vários filmes mais atuais adotam padrão semelhante nas máquinas que mostram.

  40. Em tempos de milhares de informações diárias passando por nossos olhos, textos tão longos quanto esse, via de regra, não são lidos: eu só queria saber se o filme é bom ou não.

  41. Ter que ecrever a crítica (e ser remunerado por isto) deve ser muito chato. Meu caro “mensageiro sideral”, nesta viagem você não embarcou. Entendo que isso frustre. Melhor sortena próxima.

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