“Interestelar” faz Batman parecer sutil
O badalado diretor Christopher Nolan está causando novamente, desta vez com o lançamento de seu épico cinematográfico espacial, “Interestelar”. Nem é preciso dizer que o Mensageiro Sideral foi correndo conferir. E agora chegou a hora de compartilhar minhas impressões sobre o filme, que ambiciona ser tão introspectivo quanto “2001”. Mas só ambiciona.
A começar pelo óbvio: trata-se de um espetáculo visual de encher os olhos. Nunca antes na história da sétima arte se viu uma ópera espacial tão bonita, com uma sensibilidade hiperrealista e moderna que vai deixar os espectadores antes de mais nada embasbacados. É o tipo de filme que você poderia ver sem os diálogos, só com a linda trilha composta por Hans Zimmer, e sair plenamente satisfeito. (A experiência Imax, a propósito, é altamente recomendada.)
O problema é: quando os diálogos entram, fica bem pior. E confesso que isso me surpreendeu. Depois de aplaudir as coisas incríveis que Nolan fez com sua trilogia do Batman e “A Origem”, fiquei chocado em ver o diretor topar filmar o roteiro em seu estado final, quanto mais imaginá-lo co-escrevendo a peça com seu irmão, Jonathan.
Nem o elenco estelar (com o perdão do trocadilho) consegue torná-lo menos forçado, e eu acho que ele falha em diversos níveis. É grandiloquente, pretensioso e previsível.
A essa altura, você pode estar pensando: “esse é um cara que escreve sobre ciência; ele deve ter ficado irritado com as licenças poéticas que o filme tira com relação aos aspectos científicos e, por isso, está malhando sem dó”. Au contraire, mon ami. A ciência, para mim, com todas as falhas, foi uma das coisas mais divertidas do filme. (E já escrevi longamente sobre isso aqui, caso você não tenha visto.)
Meu problema é com a ficção mesmo. Explicarei em detalhes (e com alguns spoilers brutais!) a seguir, mas antes é hora de um intervalo comercial.
NA TV: Na coluna deste sábado (15) no Jornal das 10, na GloboNews, o Mensageiro Sideral pega carona em “Interestelar” para explorar o estranho mundo dos buracos negros. Quem são eles? Onde vivem? O que fazem com o tempo e o espaço? Não perca, a partir das 22h, na GloboNews!
SPOILERS BRUTAIS! HORIZONTE DOS EVENTOS AQUI!
Em “Interestelar”, fica muito claro desde o primeiro minuto que a história se presta a um objetivo filosófico: explorar a natureza humana, de nossas fraquezas egoístas a nossas nobres motivações, para responder a uma só pergunta. Merecemos sobreviver a nós mesmos?
Legal, né? Dá mesmo para fazer um épico com isso. Mas, para tanto, uma qualidade é indispensável: sutileza. Só que “Interestelar” é tão sutil quanto um estouro de mamutes.
E isso pode estragar as surpresas para um espectador mais atento à estrutura do filme. Exemplo cabal: se a história o tempo todo indica que se propõe a discutir a condição humana, quem você acha que pode ter colocado um buraco de minhoca nas vizinhanças de Saturno para salvar a humanidade? É só pensar um pouco. A mensagem deste filme nunca seria algo na linha: “o homem só pode ser salvo se ETs nos derem uma mão!” A julgar pelo próprio tom da história, só o homem poderia ajudar o homem. O buraco de minhoca tem de ser uma construção humana! Ainda se o tom de “pregação” do roteiro fosse mais sutil, sem nos induzir tão cedo a assumir a posição de decifrar a tal moral da história, essa “reviravolta” talvez tivesse me surpreendido. Não foi o caso.
O mesmo problema se aplica a outros pontos-chave da trama. Quem consegue ver este filme sem sacar relativamente depressa que Cooper se tornará o “fantasma” de Murph? E o exemplo mais gritante: quem não viu de cara que o idolatrado Dr. Mann (até o nome do personagem, quase literamente “man”, é sugestivo da mensagem que Nolan quer esfregar na nossa cara) seria enfim um vilão? Então temos de enfrentar o arquetípico egoísmo humano, personificado ali, para nos salvarmos? Que sutil.
Nenhuma dessas me pegou.
Como comparar isso a “2001”, como fazem alguns? Até hoje eu não entendi o filme de Kubrick, tão sutil e aberto ao mistério que ele é! Em “Interestelar”, em contraste, tudo é exaustivamente esclarecido. Em tela. Com diálogos. Longos e exaustivos. Nada resta do sabor do desconhecido ao fim do filme, e se você está prestando atenção, descobre tudo muito antes dos protagonistas — que, aliás, são tão profundos quanto uma cartolina. Esqueça todas aquelas nuances que Nolan introduziu nos personagens do mundo ficcional do Batman. “Interestelar” se parece mais com uma história em quadrinhos do que “O Cavaleiro das Trevas”. Nem gente do naipe de Michael Caine, Matthew McConaughey, Anne Hathaway e Matt Damon salva. (Menção honrosa para McConaughey por tirar leite de pedra, contudo).
No fim das contas, “Interestelar” tem o coração no lugar certo. Ele anseia por reafirmar a confiança que devemos ter no espírito humano, a despeito de nossas óbvias mazelas. Nós vamos sobreviver e vamos nos tornar uma civilização multiplanetária, sem a ajuda miraculosa de ninguém, exceto nós mesmos — e esse é o único caminho. É isso o que diz Nolan com seu filme, e eu não poderia concordar mais. Além disso, a crítica social embutida, destacando a desvalorização crescente da ciência e da curiosidade em nossa sociedade, é muito pertinente.
Contudo, com um “Deus Ex Machina” do tamanho de um bonde na história — um mecanismo narrativo arbitrário que permite corrigir todos os males, inclusive aqueles que já transcorreram — e caricaturas dramáticas, fica difícil colocar este filme no topo da lista dos maiores da ficção científica espacial, como talvez ambicionasse seu nada modesto diretor. “2001” segue imbatível pelo impenetrável que é, e até “Contato” faz melhor papel como drama humano. Em efeitos visuais, contudo, nenhum deles bate “Interestelar”.
Um último alerta: não considero nada do que eu disse acima motivo para que você não vá vê-lo nos cinemas. É assunto para mais de metro. Depois de tanto descascar o verbo, já estou até com vontade de ver de novo.
Maaalucooo meuuu! O filme é longo, com um roteiro fragmentado e com muitas incongruências. As atuações e personagens são sofríveis. Salva a abordagem de fenômenos físicos complexos, como o tal rastro da minhoca, buraco negro, gravidade etc. Os efeitos nem tanto especiais. Enfim, interessante mas frustrante para um século XXI de baixíssima qualidade da industria cinematografica.
Quanto a critica do Salvador, bem… como espectador vale, mas como especialista no tema ficou devendo justamente por não aprofundar os fenômenos físicos mencionados, técnicas de acoplagem, planetas visitados e possiveis de vida, etc etc. Agora o q ninguém falou (sic), é como que o Cooper ia encontrar a mocinha perdida no espaço!!! kkk (q aliás some sem dar a mínima chance ao espectador).
Eu particularmente não gostei muito. Muita enrolação nessa história de pai e filha (gente chorando no cinema), Matt Damon dando um golpe muito mal contato e querendo fugir do planeta. O reencontro no final entre pai e filha, totalmente desnecessário (além daquela casa recriada na “espaçonave” com televisores e tal). Podiam ter reduzido uns 40 minutos do filme que continuaria igual.
Para mim o filme Contato continua sendo, de longe, o melhor filme de ficção científica já feito até hoje.
O problema é que a midia mente descaradamente, e em critica de filmes isso acontece direto.
Um cara dizer que previu que o matt damon iria tentar matar o cooper e que ele tinha alterado os dados do seus planeta , é um blefe antologico.
O primeiro ato do filme quer que vc saiba que o cooper é o fantasma, chega a ter uma fala que a filha compara o cooper ao fantasma pra q vc fique sabendo , mais dai alguem dizer que já sabia que o cooper entraria num buraco negro e que la dentro seres da 5ªdimensão(q somos nós mesmos no futuro) teriam construido um hipercubo e que esse hipercubo daria acesso a biblioteca do quarto da filha… o cara que disser que sabia q isso ia acontecer é um mentiroso maior e uma pessoa tem que ser muito inocente em acreditar .
O que esses ‘criticos’ usam são clichês basicos de critica de filme, são eles os mais comuns: dizer que o protagonista foi ofuscado, que o dialogo é fraco e outro famoso é dizer que vc previu que tal coisa iria acontecer(esse é antologico).
Me lembro de criticas do filme sexto sentido, onde vários criticos disseram que previram que o bruce willians estava morto e que o filme não conseguiu guardar a surpresa…mentira basica .
Basta ver no cinema a reação das pessoas a essas surpresas de interstellar, a cada cena a plateia reagia com surpresa.
Mantenho o que eu disse. E não sou crítico de filme. Sou só um fã de ficção científica que escreve sobre ciência e foi lá ver o filme. 😉
Meu caro, assisti ao filme ontem, parte sentado no chão/escada e parte de pé, porque imbecis de corpo normal compraram a cadeira para obesos e sentaram em casal. rs.
Vamos ao filme. Ele é bom, previsível e em algun s pontos óbvio e de trama trivial. Me desculpe filmes são feitos para nos agradar por isso desejam que nos sintamos espertos descobrindo coisas óbvias. Desconfiei logo no início que cooper era o fantasma, que o pessoal que facilitou o buraco negro era humano. Pouco mais a frente tive certeza que sim. Depois o planeta em que o cientista afirmou ter usado sondas saquei de primeira que ele mentiu e iria abandonar o cooper quando saiu com ele e aos demais quando retornasse, achei que ele ia matar os demais com uma bomba temporizada. O fato dele não querer consertar o robo tinha motivo logico. E inferi que o Cooper e a mulher sobreviveriam. O fato é, o filme é melhor que 2001 sim. Não só em efeitos, lógicamente por ter sido feito dentro da segunda década de 2000 e com maior conhecimento tecnológico relativo a física não só na teoria mas com comprovações me modelos matemáticos e visualizações por telescópios especiais. O Fato é que o filme tem falhas lógicas relativas a física, mas isso, mesmo assim não o desmerece. Mas tenho que dizer uma coisa. Se pintarem a grama de vermelho, grande parte da humanidade morrerá de fome.
O problema é que a midia mente descaradamente, e em critica de filmes isso acontece direto.
Um cara dizer que previu que o matt damon iria tentar matar o cooper é um blefe antologico.
O primeiro ato do filme quer que vc saiba que o cooper é o f antasma, chega a ter uma fala que a filha compara o cooper ao fantasma pra q vc fique sabendo mais dai alguem dizer que já sabia que o cooper entraria num buraco negro e que la dentro seres da 5ªdimensão(q somos nós mesmos no futuro) teriam construido um hipercubo e que esse hipercubo dava acesso a biblioteca do quarto da filha, o cara que disser que sabia q isso ia acontecer é um mentiroso absurdo e uma pessoa tem que ser muito inocente em acreditar .
O que esses ‘criticos’ usam são cliches basicos de critica de filme, são eles os mais comuns: dizer que o protagonista foi ofuscado, que o filme não faz sentido e outro famoso é dizer que vc previu que tal coisa iria acontecer, mais pessoal ISSO É MENTIRA OK, é um blefe de criticos só isso. Me lemro do filme
Resumindo, o filme é bom, apenas isso, irritante mesmo é o tom pretensioso tanto do diretor como de seus fieis fãs que tentam vender essa obra como sendo um clássico moderno, me desculpem mas não é. O único filme que chega próximo no tom de importância é “Contato”
O filme têm sim dezenas de furos e situações absurdas, é duro de aceitar que cientistas defendam no meio do filme que a salvação da humanidade é mergulhar cegamente no AMOR, que apenas esse transcende o tempo e espaço.
Sem mencionar no absurdo de termos uma nave que use a força gravitacional do buraco de minhoca (capaz de atrair e dobrar a luz, imagine uma nave de aluminio) para economizar uma “décadas” de viajem.
E o final BROXANTE, o reencontro foi frio, sem emoção, ela praticamente mandou o pai à merda e foi morrer ao lado da familia dela.
Em suma, um filme bom mas extremamente irregular em muitos momentos, o problema mesmo continua sendo os fãs do Nolan, que o colocam num pedestal e assim como ele, chamam de burros e ignorantes que não gostou dessa “obrada-prima”
Nota 4/10
Sem delongas, acredito eu, que devemos nós preocupar pelo que acontece aqui na terra!
Seremos dizimados sem dó nem piedade! O planeta quer recuperar o que é dele! E a defesa nada mais é se livrar de quem o pertuba!
Pois é colegas, o reinado dos dinossauros durou 140 milhões de anos e nada sobrou desses gigantes escamosos! Só as aves e alguns primos répteis. Graças a essa extinção nossos ancestrais de sangue quente saíram dos buracos escuros e evoluíram até chegar aos humanos atuais. Nós estamos aqui há 1 milhão, 2 milhões de anos? É muito pouco em termos de tempo cósmico. Estamos caminhando para uma grande catástrofe climática criada por nós mesmos! Isso não quer dizer que um cometa não possa antecipar essa hecatombe. De vez em quando uns corpos celestes errantes tiram um raspão no nosso planetinha. Se a teoria da nuvem de Oort e a Nêmesis estiver correta, a coisa pode ficar feia a qualquer instante.
O quê é real neste universo? Um planeta cheio de vida! Um sol, até que seja razoáveil?
Neste mundinho nosso, uma pequena certeza de que iremos pelo menos passar alguns maus bocados. Mas como tudo acontece sem aviso! Gostaria de alerta-los, a falta d’agua se faz sentir, tribos de índios ostilizam qualquer seres em suas reservas, o governo faz se de cego frente aos desrespeitos à natureza!
Nosso planeta está na era apocalíptica, queira alguns queiram ou não queiram! Iremos afundar diante de um crescimento tão abundande de seres “Humanos”.
Ai seria bom que “eles” nós ajudassem! Não é?
Devo ser um espectador muito ignorante.
Eu não “adivinhei” nenhuma das soluções do filme. Eu juro que sequer passou pela minha cabeça que o próprio Cooper era o fantasma da filha. Todas as reviravoltas (bem ou mal escritas) da trama me pegaram de surpresa. Até a canalhice do Dr. Mann eu não estava esperando, embora depois ela faça todo sentido. Ou sou um espectador desatento demais, ou não fico “caçando” coisas enquanto assisto ao filme.
De resto, na minha opinião, sutileza nunca foi o forte de Nolan em nenhum de seus filmes, nem nos Batmans. Nolan gosta demais que o público veja o filme sob a ótica dele. Daí as exposições (que nem achei tantas como estão falando por aí).
Desculpa, mas ou devo ser muito ignorante ou não sei, pois não havia previsto nenhuma das questões do filme. Ir ao cinema com o olhar de um detetive não é a proposta de um filme assim. O filme em seu todo é extremamente original. Buscou trazer novas perspectivas científicas, debates sobre realidade como a questão do amor, que achei bem interessante apesar de rasa. Nosso personagem principal acaba por não ser reconhecido por seus grandes feitos, bem diferente do que geralmente acontece. Além de uma abordagem bem diferente sobre o fim do mundo. Como estudante do cinema, repito o que minha professora disse: “temos que assistir mais de uma vez para captar toda a complexidade do filme”. Mas se Gravidade (esse sim é fraquíssimo) chegou ao nível de ser comparado ao filme de Kubrick, Interestelar pode com certeza estar lado a lado com essa obra.
Assino embaixo. Os filmes do Nolan sempre tem uma característica em comum: são auto-explicativos, com desfechos as vezes surpreendentes e as vezes nem tanto.
Como ja disseram, é sempre bom assistir antes de ler as criticas…
Se os erros apontados pelo critico q escreveu essa materia fossem consertados, esse filme se tornaria um lixo assistido apenas por aficcionados da fisica…
Ainda bem q diretores como o desse filme ou titanic, não pensam assim…
Na verdade, não. Eu não sugiro nenhuma mudança na história para torná-lo mais factível cientificamente. Só gostaria que o roteiro não fosse ruim, pois é ele que sabota o bom argumento… rs
Adorei o filme e a música. Também adoraria que tivesse mais cenas nos outros planetas e no espaço. Em relação às comparações, penso também que quando 2001 fui lançado éramos mais jovens e tudo era muito novo para nossos sentidos! As cenas da “Aurora do homem” de 2001 vistas hoje mostram claramente que foram criadas em estúdio com cenários artificiais ou Chroma Key ou algo parecido e percebemos que atores bailarinos estavam atuando dentro das fantasias simiescas. Acho muito difícil, para nossa geração que assistiu 2001 e Solaris na tenra idade sermos totalmente arrebatados por algum filme de ficção científica atual como fomos naquela época. Hoje já vimos praticamente de tudo nas telas, de efeitos especiais fantásticos a dramas e roteiros perfeitos. Não sou físico nem crítico de cinema, sou um músico e poderia falar com mais propriedade sobre a bela trilha semi minimalista de Hans Zimmer em outra ocasião. Não deixem de ver o filme! Vou assistir outra vez! E, lembrando a velha máxima : “Opinions are like assholes. Everybody’s got one and everyone thinks everyone else’s stinks.” Incluindo a minha! 🙂
Só pra deixar claro que o filme Solaris que me refiro no comentário, é de 1972 do diretor Andrei Tarkovski.
A trilha do Hans Zimmer é mesmo belíssima, um dos méritos incontestáveis do filme.
Salvador, bom dia.
Ontem assisti o filme, apesar de achar um pouco exaustivo, gostei muito do longa, mas sai do cinema com uma dúvida. É sabido que no centro de nossa galáxia existe um buraco negro, desta forma, podemos concluir que nas proximidades do seu centro o tempo “corre” de forma mais lenta do que aqui?
Por exemplo, conforme vamos viajando para o interior de nossa galáxia, independente da velocidade, cada vez mais o tempo, em relação ao daqui da Terra, será mais lento?
O efeito só se torna pronunciável quando você está bem perto do buraco negro (não é linear a progressão), mas sim, perto do buraco negro do centro da Via Láctea o tempo passa mais devagar.
Prezado Salvador Nogueira,
Não li todos os comentários sobre sua crítica, mas li vários deles, cada um com uma perspectiva diferente. No entanto, não vi (perdoe-me se isso já tiver sido abordado em algum dos comentários que não li) algo que me parece chave nesse tipo de filme e que tem se tornado desgostosamente repetitivo: o “plágio”, ou o “recurso a ideias já exploradas em outros filmes de ficção”…
Por exemplo, a narrativa do filme, um planeta moribundo nos seus últimos dias, um grupo de cientistas que esconde essa notícia da população, etc, está inteirinha no episódio “The Inner Light”, de Star Trek a Nova Geração (aliás, um dos mais fantásticos episódios de Star Trek). Aquela demonstração feita pelo Rom de como funciona a “dobra espacial”, usando um pedaço de papel e um lápis perfurando-o, é “chupada” de “O enigma do Horizonte”… Idêntica! As nuvens “sólidas” do planeta do Dr. Mann estão presentes em várias obras ficcionais – até em Star Wars e Patrulha Estelar!!! A própria ideia do “Plano A”, levar pessoas para outro planeta face à iminente extinção da humanidade na Terra, já estava lá atrás em “When Worlds Collide”, da década de 1950.
Sinceramente, não vi muita coisa nesse filme que justificasse todo o alarido. Apenas um remake extendido do episódio “The Inner Light”, acima citado, com um toque mais dramático e, como você comentou, explorando um pouco mais as idiossincrasias humanas. Lamento apenas que tenham sido usados tantos “recursos à obras anteriores” e pouca originalidade!
Ah! E em relação aos efeitos visuais, que tanto te encantaram… Gosto não se discute, mas achei os efeitos de Gravidade, do ano passado, mais realistas e mais sensacionais!
Abraços!
Apenas acrescentando… Após deixar meu comentário, li na Wikipédia as “fontes de inspiração” que Chris Nolan cita e, lamentavelmente, ele omite a menção ao episódio “The Inner Light”, penúltimo da quinta temporada de ST – Nova Geração. Colocando no google “Interstellar + ‘The Inner Light'” é possível observar pelos resultados que outros internautas, em sites estrangeiros, já tinham percebido as semelhanças para lá de “ao acaso” entre as duas peças! Cabe lembrar que os episódios de Star Trek tinham apenas 40 minutos de duração (vs. quase três horas do filme de Nolan). Mas, insisto, as ideias estão todas lá, inclusive as relações humanas e, interessantemente, inclusive a maior proximidade do personagem principal com a filha – que também torna-se cientista!!! – e não com o filho… Cópia ou coincidência??? rsrsrsrsrs
Há dez anos atrás eu li três livros que fizeram toda a diferença para que eu entendesse as teorias sobre o universo abordadas no filme: “Pálido Ponto Azul” (Carl Sagan), “Uma Breve História do Tempo” e “O Universo numa Casca de Noz”, estes últimos de Stephan Hawking. Esses caras conseguiram trazer para uma linguagem bem acessível aos pobres mortais como eu toda a complexidade da teoria da relatividade, do buracos negros e das cordas. Quanto ao filme, apesar da obviedade (saquei de cara algumas coisas também) ele é fantástico! Já vi duas vezes e com certeza vai ser daqueles filmes que não canso de ver apesar de ele se esgotar, diferentemente de 2001. É porque ele é terrivelmente humano! Chorei horrores junto com Cooper. Chorei porque lembrei de todos os grandes homens do passado, dos grandes navegadores que procuravam “terra nova”; homens que abandonaram tudo, lançando-se em direção ao desconhecido em busca de um outro mundo; lembrei dos astronautas que perderam suas vidas explorando o espaço, da dor de suas famílias. É essa coragem e desprendimento que lança o homem para o futuro. Cara, fazia muito tempo, desde Contato, que eu não me sentia tocada por um filme. Vou voltar ao cinema de novo.
Salvador, já que sua mente científica te permitiu prever tudo antes de acontecer no filme, poderia me dizer se os planetas que orbitavam o buraco negro tinham alguma estrela escondida como fonte de luz ou esta vinha do próprio devorador de matéria? Não ficou claro pra mim isso…
Do próprio buraco negro. Ou melhor, do disco de acreção do buraco negro.
Não quero parecer grosseiro, mas acho que a sua crítica soou muita mais pretensiosa do que o filme.
Nada grosseiro. É um direito seu achar que a crítica foi pretensiosa. 😉
Nolan fanboyz fanboyzeiam.
kkk
Acabei de ver o filme, tô passado! A cena no final em que Cooper cai nas cordas em que ele vê o passado e a si mesmo… foi a que me deixou quase em choque, pra mim foi o ponto surpresa! Mas pra mim não foi tão impactante quanto Contato, com Jodie Foster… mas foi forte! Eu veria novamente com certeza!
Achei o filme espetacular!
Acredito que é muito complicado escrever um roteiro que inclua assuntos como gravidade, relatividade, buracos de minhoca, espaço-tempo e, além disso, transformar num produto vendável para a indústria cinematográfica.
Sou advogado, mas sempre me interessei por programas que falam sobre vigem no tempo, física quântica, vida extraterrestre e etc. No entanto, considerei o filme complexo e, após sair da sessão, ouvi pessoas falando barbaridades e demonstrando completa ignorância sobre questões elementares, que são essenciais para entender minimamente o tema tratado.
Concordo com o Siderius Ares quando ele afirma que “é um filme para poucos”, pois eu admito que tive minhas dificuldades para compreender algumas coisas. Mas, na minha humilde opinião, foi um dos melhores filmes de ficção q já assisti.
Sobre a crítica “interestrelar faz batiam parecer sutil”, achei injusta, devido a complexidade do tema tratado.
Também sou advogado e também gosto de temas científicos, acompanhando documentários e alguns livros.
Concordo com você Pedro Ivo Corrêa, que é muito difícil fazer um filme abordando tais assuntos (muitos existentes, porém de conteúdo/características ainda puramente especulativos pela ciência), sem que pareça ao público “médio” uma “viajação na maionese”. Minha esposa, que é formada em Direito mas não acompanha tais temas, saiu do cinema com essa impressão. Acho que o filme está de parabéns por trazer tais debates e não deve ser desmerecido por eventualmente ter sido pretensioso demais.
Pedro Ivo Corrêa,
concordo totalmente com você!
Sou estudante de química e, apesar de não ser mestre, pude ver como o filme tentou ser o mais fiel às teorias e leis que a ciência propõe. Claro, muitas coisas poderiam não ser possíveis, como chegar ao centro de um buraco negro, ninguém sabe, mas como é uma obra cinematográfica, as vezes é necessário criar suas próprias teorias, os roteiristas não precisam seguir precisamente a realidade.
Mesmo conhecendo os possíveis erro científicos, o filme foi para mim um dos melhores do gênero de ficção científica, desde a parte científica, quanto a sutilidade das mensagens, a percepção do medo das pessoas e suas reações diante a necessidade de sobrevivência. Realmente, é um filme para poucos, uns vão gostar muito e outros detestar, ainda mais no Brasil, onde a ciência é tão desvalorizada. Enquanto eu vibrava com a história, escutei pessoas ao meu lado dizendo que não estavam gostando e que estavam dormindo ou não entendendo nada.
Enfim, para mim, o filme vai ficar marcado por um bom tempo e irei assisti-lo quantas vezes mais eu puder, vale muito a pena! (:
O filme é perfeito.
Passeia por temas como os efeitos relativísticos, espaço-tempo e dimensões com maestria.
A trilha wagneriana é magnífica, presente e atual, me lembrou o jogo The Dig.
As ressemblancias com 2001 são bem construídas, o calling from Jupiter, aqui substituído por Saturno, Cronos, guardião do tempo. O Mann como HAL9000, e até uma inversão, do Cooper pedindo pro Mann NÃO abrir a porta.
Ao contrário do hermético 2001, Interestelar tem obviedades, é certo, mas e daí? Acho que é onde os críticos se agarram para meter o pau. Afinal o inferno congela antes que um crítico entenda de Física.
Bela surpresa também é a emotividade quase italiana de algumas cenas, reforçada pela sessão de cordas, não se vê todos dias em Hollywood!
Realmente fica insosso e cansativo para quem foi esperando um Gravidade, uma senhora atrás de mim disse “Ufa, até que enfim!” quando os créditos começaram a rodar.
Nolan brilhou mais uma vez, mas Interestelar é um filme para poucos.
Certamente um bluray para se ter por perto, como diziam os árabes, história para se escrever nas pálpebras.
Concordo totalmente contigo, meu caro!
Só deixo uma pequena observação, à título de curiosidade mesmo: na obra original do grande Arthur Clarke, o planeta que aparece o monolito é justamente Saturno. No filme, foi substituído por Júpiter pois a equipe de efeitos especiais não conseguia reproduzir de uma maneira que os satisfizesse os Anéis do Planeta. 🙂
Salvador, eu assisti Interestelar e fiquei apaixonado por ele, e olhe que nem gosto muito de filmes com estes problemas temporais. Gostei mais dele do que de 2001. Talvez seja porque, ao contrário de você, gosto de assistir filmes que colocam todos os pingos nos “is”. Não gosto de filmes que deixa respostas em aberto. Gosto de saber qual é o desfecho que o roteirista deu para sua obra, mesmo que não seja aquele que eu gostaria. Acho que entrará na lista de meus filmes mais assistidos, ao lado de Avatar que já assistir umas 8 vezes.
Eu acho que o filme funciona, nos seus próprios termos. O problema é a pretensão. Ele quer soar mais sofisticado do que é. Mas super-respeito. Como disse, já estou com vontade de ver de novo. 😉
Salvador, com o James Webb vai ser possível ver como buracos negros são de verdade?
Acho que não. Mas vou escrever em breve sobre um projeto para fotografar um buraco negro. Guentaí! 🙂
Que crítica mais bosta o senhor fez.
O seu comentário, em compensação, esplêndido! 🙂
Resposta perfeita.
não achei a critica uma bosta, so achei meio obvia demais, alias parece que todas criticas são iguais, como se os criticos estivessem em posição supeior em relação ao espectador “comum”, por isso só leio as criticas depois que assisto o filme, mas, no final das contas achei o filme ótimo, só não sei se será um classico do cinema
Alexandre, talvez minha crítica seja um pouquinho diferente por recomendar que o leitor veja o filme, apesar de apontar defeitos nele. 😉
Confesso que me frustrou minhas altíssimas expectativas. Sou fã do Nolan, mas sempre sinto que faltou alguma coisa (ou sobrou) em cada filme. Coisas que eu não gostei:
1 – os diálogos e o Mann, o cara vai numa viagem sem volta e resolve destruir a única chance da humanidade?
2 – clima de dramalhão desnecessário, a não ser do Cooper assistido aos videos, achei tocante
3 – pouca contemplação, pq não mostrou Marte? Pq Saturno passou tão rápido? Eu cortaria 15 minutos de drama na Terra e colocaria 15 de detalhes da viagem
4 – tudo leva anos, mas vc não sente isso, falta peso, talvez seja impossível, mas talvez uns 2 minutinhos passem uma ideia melhor da dimensão, senti que faltou muito disso
5 – previsibilidade, realmente dava pra imaginar muitas coisas do final
6 – a música, pra mim óbvia e anticlimax, deveria imitar descaradamente o Kubrick e usar música erudita, tem muita coisa que cairia como uma luva
7 – a falta de silêncios, a trilha sonora se meteu em muito lugar indevido
8 – outras coisinhas q não lembro agora; ainda assim é o único filme do ano que eu quero ver de novo