Viajando pelo espaço com o Hubble

Salvador Nogueira

Quantas vezes você viu uma daquelas imagens incríveis do Hubble e quis por um instante ser capaz de viajar até lá para ver tudo de perto? Pois bem. Hoje, vamos fazer exatamente isso.

O aglomerado Westerlund 2 e a nebulosa Gum 29, em imagem obtida pelo Hubble em comemoração a seus 25 anos (Crédito: Nasa/ESA/STScI)
O aglomerado Westerlund 2 e a nebulosa Gum 29, em imagem obtida pelo Telescópio Espacial Hubble em comemoração a seus 25 anos de operações em órbita (Crédito: Nasa/ESA/STScI)

Em comemoração aos 25 anos do telescópio mais amado do mundo, completados exatamente hoje, 24 de abril de 2015, a Nasa e a ESA produziram uma reconstituição de como seria uma jornada interestelar até um aglomerado de estrelas chamado Westerlund 2. Confira o vídeo, narrado pelo Mensageiro Sideral.

Westerlund 2 fica na região da nebulosa Gum 29, localizada a 20 mil anos-luz da Terra, na constelação austral da Quilha (ou Carina). O Hubble só pode fotografá-la das redondezas da Terra, a partir de sua órbita a cerca de 500 km de altitude. Mas imagine percorrer essa distância toda em pouco mais de um minuto, atravessando incríveis nuvens e pilares onde novas estrelas estão prestes a nascer, e então chegar ao aglomerado aberto, recheado de estrelas jovens e muito brilhantes. Estima-se que ele tenha apenas 2 milhões de anos — uma ninharia em termos cósmicos.

Em mais alguns milhões de anos, muitas dessas estrelas maiores explodirão em rápida sucessão, como milho de pipoca, na forma de supernovas. Essa violência acabará por levar à dispersão do aglomerado, e as estrelas mais modestas se espalharão pela Via Láctea. Um dia, num passado remoto, quase 5 bilhões de anos atrás, algo parecido deve ter acontecido ao nosso Sol.

É um daqueles momentos de revelação. A mesma coisa que aconteceu por aqui há muito tempo, neste exato momento, se desenrola em outros cantos da galáxia, e acontecerá ainda em muitos outros lugares espalhados pelo cosmos. Somos parte de uma história muito maior que nós mesmos. E, graças ao Hubble, temos hoje o poder de contextualizar nosso papel no incrível teatro do Universo.

NA TV: Neste sábado (25), dois programas imperdíveis! Às 16h, na TV Cultura, a série “SP Pesquisa” irá explorar um tema muito afeito aos leitores do Mensageiro Sideral — a origem da vida. E a partir das 22h, no Jornal das Dez da GloboNews, vamos relembrar os 25 anos do Telescópio Espacial Hubble e suas principais descobertas. Confira!

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Comentários

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  2. Eaí, Salvador!

    Essa reconstituição é meramente artística ou não? Porque quando vejo esses vídeos, tenho a impressão de que não são muito precisos, em relação a escalas. As galáxias/estrelas parecem muito grandes em relação à distância entre si. Pra mim, a viagem seria muito mais monótona (relativamente!), pois conseguiríamos ver apenas uma das galáxias/estrelas de perto, e o resto como pontos brilhantes, semelhantes ao que vemos na Terra. Estou errado?

    1. A recriação não é 100% realista, mas é tão realista quanto possível. Lembrando que você estaria viajando 20 mil anos-luz em dois minutos, e essa é a parte menos realista da coisa toda. 😛

    1. “A maior parte das afirmações de caráter científico contidas no livro, embora baseadas no conhecimento da época, são hoje discrepantes com as modernas descobertas. Esta discrepância existe devido à restrições impostas aos seres supra-humanos que redigiram os textos através do ser humano “inconsciente”, nenhuma informação redigida poderia apresentar conteúdo científico ainda não descoberto aqui na Terra.”

      Que conveniente, não?

  3. Belo texto Salvador Nogueira.Cada dia me interesso mais pelo tema extraterrestres.Seu livro me interessa muito.Eu acho muita pretensão acharmos que estamos só em um universo infinito.Aproveito pra lhe fazer uma pergunta:O que vc pensa dessas matérias,incluindo áudios que rolam na internet, que supostamente seriam dos astronautas das missões Apolo comunicando a houston que avistaram sinais de ETs na lua,etc ? Você acha que os governos sabem muito a respeito de vida extraterrestre e escondem da população ou tudo é bobagem?

    1. É tudo mentira. Os astronautas não viram ETs na Lua, não há trechos faltando nas conversas e mesmo astronautas da Apollo que acreditam que somos visitados por ETs, como o Edgar Mitchell, da Apollo 14, diz não ter visto nada na Lua.

        1. Acho que alguém pode ter estado lá na Lua antes de nós. Só tenho certeza de que (1) eles não estão lá agora e (2) os astronautas não os viram.

          1. Ôpa…! Bom saber que uma pessoa como você não descarta esta possibilidade.Só aguça ainda mais nossa imaginação.Valeu.

          2. E nem existem provas de que alienígenas lá estiveram.
            Cuidado com a internet, muita bobagem sai no meio de coisa muito boa.

          3. Claro, não há evidência nenhuma de que alienígenas estiveram na Lua. E isso é altamente indicativo de que provavelmente não estiveram mesmo, porque sinais deixados na Lua durariam muito tempo, em razão da ausência de atmosfera e atividade geológica significativa nos últimos bilhões de anos. Por isso que as pegadas que eu deixei na praia já sumiram, mas que Neil e Buzz deixaram na Lua estão lá até hoje. Contudo, como descartar a ideia de que, um dia, 3 bilhões de anos atrás, uma nave pousou lá, deixou marcas, mas depois um asteroide bateu bem ali, abriu uma cratera, e nada restou pra contar a história? É possível. Só não muito provável, nem relevante. Se não há sinais de atividade extraterrestre na Lua, pouco importa se estiveram lá um dia ou não.

  4. Algo a que poucos atentam é a tecnologia para manter estável, no meio do nada e em movimento, apontando durante horas para um único ponto do espaço, um telescópio desse tamanho.

    Mesas inerciais, formadas por giroscópios e seus sistemas de controle são maravilhas tecnológicas que poucos países dominam – as dos foguetes brasileiros eram montadas com partes de velhas mesas inerciais soviéticas, por exemplo.

  5. É possível ver o telescópio Hubble, ou a ISS com telescópio amador? (se é que o movimento destes artefatos que estão no espaço, permitem que sejam observados). Se sim, qual deveria ser a capacidade/requisito do telescópio.

    1. Com telescópio você tem de ser fera. Mas dá para ver a olho nu, sabendo quando eles passam sobre a sua cidade.

    2. Você pode receber alertas. Entre na página da Nasa e cadastre seu e-mail. Se sua cidade não estiver no lista, procure uma mais próxima.
      Abraços

    3. Olá Lúcio, é possível ver com o telescópio, mas como disse o Salvador, tem se der fera. O problema q tanto o Hubble como a ISS são visíveis por poucos minutos. Para vc apontar, focalizar e acompanhar tem de ser bastante rápido, mesmo conhecendo as coordenadas. Eu tenho um telescópio, e já passei muito tempo (e raiva) tentando focalizar um deles, quem sabe um dia consigo fazer uma foto. Acho melhor usar um binóculo, pelo menos é mais fácil ver e acompanhar.

      Tem um site legal que fornece as coordenadas de vários satélites (incluindo ISS e Hubble). Não esqueça de informar a sua localização para funcionar direitinho.

      http://heavens-above.com

      Boa sorte 😉

    4. Binóculo é a melhor opção. Instale no Smartphone um App chamado “ISS Detector”, e divirta-se!

  6. Salvador, lendo o post das 5 provas da evolução me veio uma dúvida aqui:

    Você nunca sentiu um calafrio (de medo mesmo) ao parar pra pensar em tudo isso: big bang, criatividade do cosmos, evolução, primatas ganhando consciência…

    Não é assustador?

      1. Primeiro a imensidão do cosmo e nossa insignificância e fragilidade perante ele. A gente aqui nesse ponto minúsculo não é praticamente nada.
        E pensar que do caos dessa complexidade aqui chegamos nós, depois de bilhões de anos de evolução, podendo tomar consciência disso tudo, sendo que no começo nada passava de um ponto muito quente e denso pra depois expandir e formar o universo como conhecemos.
        Ainda parece que estamos amaldiçoados por não ser possível ter a resposta: por que a gente tá aqui vs um universo onde nada disso é possível?

        Essas coisas não são de botar medo?

        1. Acho que são de admirar, mas não de botar medo. Acho ótimo que tenha sido assim, na verdade. 😉

  7. Salvador, e esse burburinho do tal “ponto frio imenso” encontrado pelos cientistas, vale a pena atenção ou não?

    1. se o aglomerado é recente, então as estrelas ainda irão processar material mais pesado ao explodir como supernovas, depois disso pode surgir uma nova geração de estrelas onde planetas poderão se formar.

      mas uma Terra é algo complicado, precisa de uma série de acontecimentos para existir e a formação planetária é um jogo de bilhar.

      1. Pode ser verdade que nosso planeta seja o único que tenha ou já tenha tido vida, mas é absolutamente ilógico, basta ver a quantidade imensa de planetas, bilhões, trilhões…

        Como tudo nesse Universo, é uma questão probabilística!

  8. Excelente texto e vídeo, vai ter texto sobre as misteriosas FRBs que tivemos recentemente? Seria bom pra desmitificar já que tem muita gente assimilando as FRBs com a notícia recente dos sinais vindo de micro-ondas na cozinha. Na verdade os sinais dos microondas eram os perytons e não os FRBs. O misterioso sinal continua de pé.

  9. Gosto demais de ler suas matérias, Salvador. Você não se restringe a apenas divulgar a astronomia, mas o faz de maneira reflexiva e com doses generosas de imaginação embasadas em fatos e teorias. Está de parabéns!
    E parabéns a todos que trabalharam com o Hubble nesses 25 anos. O Hubble certamente encantou a todos, sejam os aficionados ou não, com sua visão inovadora do Cosmos.

  10. Enquanto para muitos a lembrança do Hubble está relacionada ao espaço, a minha principal da pra tocar com as mãos…

    la em meados da minha infância o saudoso chocolate surpresa lançou o álbum viagem espacial, e a minha primeira figurinha foi a “brilhante” do telescópio em questão!

    toda sexta feira meu avô visitava eu e meu irmão e trazia com ele esse chocolate, demorou um bocado mas completamos a coleção, grata lembrança que me veio na cabeça neste dia que vem sendo difícil.

    obrigado salvador

  11. Salvador, me reapode uma pequena pergunta? Todas as estrelas e seus respectivos planetas que nós conseguimos estudar a partir da Terra estão na nossa galáxia ou existem aqueles que estão, por exemplo, em Andrômeda? Grato.

    1. Todos estão por aqui, e a imensa maioria num raio de poucos milhares de anos-luz. A Via Láctea, em comparação, tem um diâmetro de 100 mil anos-luz.

        1. Concordo! Andrômeda está distante da terra 2.538.00 ano-luz. Com o princípio que nada pode viajar mais rápido que a luz, mesmo que conseguissemos viajar a 99% de sua velocidade, ainda levaríamos dois milhões e quinhentos mil anos para chegar lá. Isso me leva a pensar na imensidão so Universo e fico até um pouco chateado: hoje estamos restritos ao nosso planeta, mas mesmo que eu dia nos tornemos uma civilização galática, continuaríamos restritos a pequeno e insignificante ponto do Universo.

  12. Sensacional!!
    Imagina o que não teremos de imagens e conhecimento adquirido com o James Webb!! Ouvi dizer que terá o tamanho de uma quadra de tênis e ficará muito mais distante que o Hubble, sem contar na teconologia mais atual… o ‘problema’, ao meu ver, é que sua vida útil será muito menor, devido a distancia para eventuais manutenções…
    Bom, de qqr forma será demais!!

    1. Vida útil menor. Mas tenho confiança de que vai durar uns bons anos, e com um espelho de 9,5 metros, vai fazer mais que o Hubble, com seu espelho de 2,4 metros… 😉

      1. Vendo pelo lado positivo o JWSP vai ser lançado na mesma época que o SLS da NASA, então quando estiver acabando a vida útil já teremos homens na lua e provavelmente terá equipes para fazer manutenção no James Webb em órbita além lua.

  13. Muito legal, Salvador, texto primoroso, parabéns! E agradecemos à NASA e à sociedade americana que pagaram os bilhões de dólares que custaram o Hubble (construção, lançamento e manutenção).

    E o James Webb vem aí! 🙂

  14. Salvador, ótimo texto, como sempre.

    Acompanho suas publicações como um simples curioso. Tenho um pergunta: todas as imagens do Hubble são de lugares na nossa galáxia?

    Gostaria de saber algo a mais: ao olhar o céu à noite a olho nu, é possível que as estrelas sejam não só astros luminosos, mas também galáxias inteiras, que, devido a distância, se assemelham às outras na vista do céu?

    1. Não, o Hubble foi o telescópio que fotografou mais longe no Universo, com seus campos profundos. Milhares de galáxias distantes num único pedacinho de céu!

      E, sobre a segunda pergunta, sim, algumas galáxias, como Andrômeda, podem parecer como uma manchinha sutil no céu, não muito diferente de uma estrela. Mas a imensa maioria delas é estrela mesmo, e tudo da nossa vizinhança.

  15. Salvador, bom dia.

    Acompanho seu blog há pouco tempo e meu interesse acerca do espaço é, relativamente, recente. Tenho uma dúvida de iniciante, bem juvenil mesmo, e peço desculpas desde já: seria possível o surgimento de vida, mesmo nos confins do universo, de uma forma que não seja como conhecemos atualmente? Em suma: sem precisar dos elementos básicos para seu surgimento, como a água?

    Forte abraço e parabéns pelo trabalho.

    1. Paulo, sua dúvida é a mesma dos cientistas. Sem formas de reproduzir por inteiro até mesmo a origem da vida como a conhecemos, só resta a eles teorizar a esse respeito. A verdade é que não sabemos.

    2. Paulo essa dúvida dos cientistas será eterna, pois somos únicos e sozinhos nessa imensidão. Os acontecimentos que permitiram a vida na Terra são únicos. Não existem nem vida de silício, nem de p. nenhuma. Pode ser que descubram algum unicelular, célula de coisa nenhuma.

      1. “Pode ser que descubram algum unicelular, célula de coisa nenhuma.”

        Lá nos primórdios a vida na terra era desse jeito, depois evoluiu.

      2. Eu acredito que seria “menos difícil” encontrar resquícios de uma civilização extinta. Uma a pleno vapor pode ser mais complicado.

  16. Há algum tempo atrás você indicou o site http://www.ustream.tv/channel/iss-hdev-payload, para que pudessemos acompanhar as imagens em tempo real da Estação Espacial Internacional. Desde então venho acompanhando diariamente as imagens, belíssimas. Ocorre que retiraram da tela o gráfico onde se podia localizar em qual parte do globo estava a estação. O que aconteceu?

  17. As imagens não são recebidas na Terra como fotos? Tive essa impressão pela sua explicação de ontem.

    1. Depende do instrumento do Hubble. São vários instrumentos acoplados ao telescópio.

        1. coisas simples que podem fazer a diferença entre estar nas trevas e o caminho iluminado 😛

  18. Bom dia Dr. Salva, sensacionais as imagens. Valeu, por mais este “café da manhã”.

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