Sonda Dawn se aproxima de Ceres, mas o mistério brilhante continua

Salvador Nogueira

A sonda Dawn já se estabeleceu em sua segunda órbita científica, a cerca de 4,4 mil km de Ceres, e obteve mais imagens dos misteriosos pontos brilhantes na superfície do planeta anão. Mas o mistério continua.

Imagem obtida pela Dawn de Ceres no dia 6 de junho, a 1.440 km de distância
Imagem obtida pela Dawn de Ceres no dia 6 de junho, a 4.400 km de distância (Crédito: Nasa)

“Os pontos brilhantes nessa configuração fazem de Ceres um lugar singular, [diferente] de tudo que já vimos antes no Sistema Solar”, disse Chris Russell, cientista-chefe da missão, em nota divulgada pela Nasa. “A equipe científica está trabalhando para entender sua fonte. Reflexão por gelo é a principal candidata na minha cabeça, mas o grupo continua a considerar hipóteses alternativas, como sais. Com imagens mais próximas da nova órbita e múltiplos ângulos, logo teremos melhores condições para determinar a natureza desse fenômeno enigmático.”

As novas imagens têm resolução de 410 metros por pixel, o que significa que estamos vendo coisas com diversos quilômetros de extensão. Para que se tenha uma ideia, a cratera dentro da qual estão os pontos brilhantes tem 90 km de diâmetro.

A Dawn chegou à nova órbita no dia 2 e deve permanecer nela até o dia 28, mapeando completamente o planeta anão, localizado entre as órbitas de Marte e de Júpiter. A sonda completa uma volta inteira em torno dele a cada três dias terrestres.

Depois disso, os motores iônicos serão novamente ligados e a espaçonave baixará a altitude para 1.450 km e se estabelecerá nessa nova órbita no começo de agosto. E então teremos imagens com resolução ainda melhor dos misteriosos pontos brilhantes de Ceres.

A exemplo do que disse Chris Russell, o Mensageiro Sideral ainda acha cedo para dar palpites mais profundos, mas a região central parece lembrar um pouco a caldeira de um vulcão. Será que temos criovulcanismo em ação aí?

Também podemos reparar alguns tracejados sobre a superfície que lembram atividade tectônica. Será que há algo ainda em estado líquido sob a superfície de Ceres?

E essa, na real, é a graça de acompanhar essas missões ao vivo — exploração espacial não é feita de perguntas simples e conclusões idem, mas sim de mistérios e surpresas a cada esquina. Fique ligado!

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Comentários

  1. Salvador, a sonda Dawn deveria passar para uma órbita mais baixa no início de agosto, conforme sua informação. Isto já aconteceu? Já temos mais fotos da superfície de Ceres?

  2. Obrigado pelas imagens de Ceres . Eu formulei uma hipótese para seus ponto brilhantes . Não sei se alguém já teve a mesma ideia que a minha. Eu acredito que os ponto brilhantes são diamantes . Naquele local deveria existir muito carbono na forma de grafite . Quando houve um impacto com um asteroide , ocorreu condições de pressão e temperatura para a formação de diamantes . E justamente no pico central da Cratera de Impacto complexa .

  3. Uma missão chegando em Plutão e a missão da Céres com data marcada para término em Julho 2015. Além dos pontos brilhantes em Céres nada mais foi divulgado??? Consegui-se determinar o que são exatamente??? Não temos nada de interessante a acrescentar?? Foi uma missão com poucos resultados ou não foram totalmente divulgados???

    1. Já respondi. A missão a Ceres vai até meados de 2016. Calma. Além do quê, muito provavelmente não são aliens. 😉

      1. Olá Salvador, Ceres, Plutão, Caronte, muita informação prometendo mudar muito o estudo dos planetas e o do nosso próprio, mas e quanto a Ceres, excluindo-se a questão dos objetos luminosos, mais alguma novidade ou algo interessante neste pequeno mundo? Mantenha-nos informado. Boa noite Guru.

  4. Salvador, podemos considerar que algum corpo celeste tenha colidido com Ceres e deixado lá colônias de bactérias ou fungos que tenham luminescência?

  5. Qual o preconceito em incluir a hipótese de uma base alienígena?
    Vários comentarista tentando achar cabelo em ovo. Pensamento ortodoxo não está de acordo com a natureza de Ceres.

  6. Já que ninguém sabe o que é vou deixar meu palpite sobre os pontos brilhantes vistos em Ceres :
    É CO2 ou nosso conhecido Gelo Seco.

    1. São cristais, pela constância de brilho durante o dia. Os raios de luz refratam em direções diferentes, criando essa constância. Fosse gelo, o reflexo da luz teria, em média, ângulos de entrada e saída iguais, como num espelho. E a nave captaria essa diferença como variações no brilho. Grandes cristais de gelo, ok, mas algo como cristais de sais, mais ou menos.

  7. Estou na expectativa de esses pontos brilhantes serem algo que ninguém pensou antes.

    Seria sensacional isso acontecer 😀

    1. O fato de que ninguém consegue cravar nada indica que pode mesmo acontecer. 😉

  8. Salvador,

    1 Existe possibilidade de a sonda pousar em Ceres?

    2 O propulsor iônico teria força suficiente para vencer a gravidade de Ceres?

    3 Qual a altitude programada na missão para órbita mais baixa?

    Realmente esses pontos brilhantes são intrigantes…

    1. 1 – Só se for na base da colisão.
      2 – Tenho certeza que não — a força dele equivale ao peso que uma folha de papel sulfite provoca na sua mão quando você a segura por baixo.
      3 – Não tenho o número de cabeça, mas é 400 e poucos km.

  9. Tem umas regiões escuras na borda e próximas a região luminosa central e a alguns pontos luminosos próximos. Olhando de resolução menor estas regiões formam o que parecem pequenos riscos. Há também regiões mais esbranquiçadas em torno das regiões luminosas que parecem irregularidades no terreno da cratera. Fora da cratera há mesmo vários sulcos bem longos indicando talvez atividade tectônica, mas também pode ser que eles se formaram na queda do meteoro que produziu a cratera maior onde estão as regiões luminosas.

  10. Sem dúvida Ceres se tornou a mais intrigante de todas as missões atuais! Ansioso por imagens mais nítidas em Agosto!

    Salvador, acredita que com as imagens de agosto, a uma distancia bem menor, poderemos ter uma resposta conclusiva caso se trate de uma dessas hipóteses mais comentadas como gelo ou sais? Ou teremos que esperar mais aproximação?

    Valew, abs!

    1. Boa pergunta. Acho que o mistério logo será desfeito, mas eu também achava que já estaria desfeito a essa altura. 🙂

  11. Não entendi por que minha pergunta fora excluída, será que foi tão idiota assim ? Desculpe se achas que estou fazendo pouco caso do seu texto, achei que mandei uma pergunta séria.

    1. Não apaguei nada, só não tinha aprovado a pergunta ainda. Nem sempre estou de plantão aqui para aprovar na hora os comentários… 😉

  12. Salvador não se fala mais sobre a questão térmica dos pontos, me recordo, que eram mais de um ponto, e que um com temperatura diferente do outro, não estão mais fazendo imagens de leitura térmica? E as imagens que chegam são de mais de um ponto brilhante ?

    1. Éder, todos esses pontos estavam na mesma temperatura do terreno circundante. Outros pontos, menos brilhantes que esse, em outros lugares, pareciam mais frios. Não vi novas imagens térmicas deles.

      1. Compreendi, a NASA poderia divulgar imagens dos demais pontos (se é que ela os tem?!), até novas imagens com leitura térmica, para fim de comparações entre um ponto e outro, para que nós leiteiros mortais possamos fazer nossas “analises” e especulações ! rs

        1. Eu suponho que eles estejam guardando parte do jogo para que os cientistas da missão sejam os primeiros a publicá-la na literatura científica. Se eles liberarem tudo, algum cientista planetário de fora pega, escreve um paper correndo e “ganha” a descoberta de prêmio. 😛

          1. São cristais, pela constância de brilho durante o dia. Os raios de luz refratam em direções diferentes, criando essa constância. Fosse gelo, o reflexo da luz teria, em média, ângulos de entrada e saída iguais, como num espelho. E a nave captaria essa diferença como variações no brilho. Grandes cristais de gelo, ok, mas algo como cristais de sais, mais ou menos.

          2. Teoria da Conspiração: poderiam, também, esconder informações às quais os simples mortais não devem ter acesso. Se fosse da Nasa e visse na Lua uns homenzinhos verdes circulando, esconderia da humanidade. Como diria o robô de Perdidos no Espaço: Perigo, perigo!

  13. Caro Mensageiro , pelo que consigo enxergar na imagem, será que a ‘Las Vegas’ ( rs ) de Ceres não está situada em um altiplano ? Não vejo sombras ali para considerar a depressão de uma cratera.

    1. Olá Salvador,concordo com o Sampaio,ampliando a foto me parece um monte,não uma cratera.

      1. É um efeito comum em imagens de relevo de baixa resolução: a impressão de altos serem baixos. A geologada sabe do que falo.

  14. O mais impressionante é a potência a luz…é como toda região metropolitana de São Paulo tivesse cada uma de suas residências com holofotes de rastreamento aéreo apontados para o céu.

    1. Não se esqueça que vemos a luz em contraste com o fundo. O albedo (percentagem de reflexão da luz) de Ceres é baixo, enquanto que o dos pontos brilhantes é bem mais alto, daí o contraste. Talvez, na Terra, ele não pareceria tão brilhante assim, em comparação com os Alpes suíços, por exemplo..

  15. Não creio em lago… Principalmente devido ao brilho mais externo da cratera. Observe que o mesmo fica borda e, se a cratera surgiu a partir do impacto de um bólido, o dito cujo estaria inclinado, ou estaríamos na ´presença de um impacto profundo de forma diferenciada com diversos níveis de elevação… Criovulcanismo, talvez… Uma cratera formada por um conjunto de vulcões ou um vulcão com várias “bocas”, não creio… Vou ficar com os sais, Salvador!

  16. Impressionante é a potência desta luz…é como se toda a região metropolitana de São Paulo estivesse utilizando em cada casa um holofote de rastreamento aéreo mirados para o céu ao mesmo instante. Isso sem o bloqueio da poluição e tal…

    1. Varia mais ou menos entre 2 e 4 unidades astronômicas (300 a 600 milhões de km), dependendo das posições.

  17. Salvador, a hipótese do gelo ou água não parece perder o sentido quando olhamos as misteriosas luzes sendo visualizadas misteriosamente no lado escuro de Ceres?

    1. Não vemos as luzes no lado escuro. Elas apagam assim que entram no lado escuro.

  18. Apesar de interessante, trata-se apenas de um fenômeno geológico, sem maiores consequências. O intenso brilho talvez indique alguma atividade vulcânica, o que é perfeitamente compatível com o que venho dizendo há tempos: vida, de verdade, só mesmo em nossa querida Terra, a morada dos filhos de Deus…

    1. Que bom que nem Deus nem a bíblia nunca falaram nada que somos únicos no universo.
      A depender do fanatismo e de pseudo intelectuais, tamo ferrado…

      1. “Há muitas moradas na casa de meu Pai”. Pode ser considerado tanto espiritualmente como materialmente.
        Agora, considerando os trilhões de planetas (isto somente até onde “a vista” alcança), a probabilidade de vida em outros lugares é alta. Parecde que os cálculos dão em torno de, no mínimo, 5.000 planetas, só na Via Láctea. Isso, no mínimo.

    2. Quem falou em vida? Não está no texto e nem em nenhum dos comentários. Que fixação!

    3. Deve ser mesmo um fenômeno geológico, claro, mas isso não elimina a possibilidade de vida em outros corpos celestes.

      Vida é proveniente das propriedades da matéria e a matéria se espalha por todo o universo. Sugiro ler o livro “What is life? How Chemistry becomes Biology”. Muito interessante!

    4. Tu és cego pela tua própria crendince. Você já se perguntou ou perguntou pra teu Deus, como pode existir bilhões de sois iguais ao nosso, trilhões de planetas neste universo e só aqui ter vida? Que desperdício de tempo e de espaço teu Deus perdeu , heiimm?

  19. Apenas hipóteses de origem biológica. mas por exemplo algumas colônias de cupins emitem luz, assim como o plâncton em alguns períodos do ano.

  20. Os sonhadores da Nasa sempre falam que se trata de agua ou gelo. Ninguém sabe. É preciso chegar mais perto. O brilho é muito intenso !

    1. Uma estrutura geológica que tem alguma semelhança como isso é o salar da Bolívia. Nas fotos do google earth ele não se destaca tanto porque há montanhas nevadas nas proximidades mas se fosse em Ceres o contraste seria muito maior pela escuridão do solo naquele planeta.

    2. Tem luz própria este material…mesmo na tardinha quase noite neste lugar lá no planetinha, o brilho parece constante o que nos força a pensar em elementos radiativos ou alguns isótopos. É bom lembrar que a mancha maior tem largura de +-25 kms o que depreende superfície não tão regular.

      1. Não, é reflexão mesmo. Dá pra ver isso quando ele entrar na sombra e “apaga”.

  21. Salvador, por favor, seja sincero nesta pergunta! 😛

    Você nunca se frustrou, nem sequer um dia em sua existência nesse universo maluco, ao imaginar que por mais que tentemos, nosso conhecimento não passa de um mísero grão de areia num vasto oceano cósmico de infinitas possibilidades? Conforme mais eu leio, mais aprendo que nada sei, ou sabemos… Não te deixa maluco isso?

    1. Cara, não, e vou te dizer por quê: primeiro porque, embora ainda haja muito a aprender, já tem bastante coisa aprendida que eu ainda não sei. Segundo porque a graça está no prazer de descobrir. Imagine um futuro longínquo em que supostamente sabemos de tudo que pode ser aprendido. Chato, hein? 😛

      1. Este é o Mensageiro Sideral, sempre nos surpreendendo! Eu já imaginava uma resposta parecida, mas, como a esperança é a última que morre,vai saber né 😛 Cada vez mais grato pelo conteúdo sensacional, Salva, já tô até considerando assinar a folha SÓ por causa do Mensageiro Sideral, apesar de não concordar muito com as práticas do jornalão 😛

        1. Opa, super-apoio! Seria muito legal ir montando uma lista de leitores-assinantes por conta do MS! 🙂

          1. Já imagino a próxima campanha da Folha: “Assine a Folha e ganhe acesso ao Mensageiro Digital”.

            Sou fã da Folha, da sua seriedade e do seu conteúdo e considero o MS a cereja do bolo. 🙂

          2. Huahuhuah! Se funcionar como jogada de marketing, não tem problema pra mim! rs

  22. Caro Salvador, fico com a hipótese de gelo. O brilho parece ser mais uma reflexão da luz solar.
    A menos que seja o topo da nuvem de um criovulcão. Neste caso, haveria um albedo tão alto assim? Ou depende da composição gasosa? E pergunto-lhe se já fizeram uma análise espectroscópica dos pontos luminescentes?

      1. Salvador, pelo que entendi, a ESA tem como política reservar os dados científicos para seus integrantes, só os divulgando com a publicação de “papers”…

        Como a missão Dawn é conjunta, NASA e ESA, isso pode atrasar a divulgação do que estão concluindo sobre os pontos brilhantes?

        1. A Dawn é uma missão Nasa, embora tenha uma câmera alemã. Mas, sim, desconfio que eles estejam sentando em cima dos dados para garantir a prioridade sobre a publicação. E a essa altura também para não dar bola fora — que custa esperar um pouco mais e publicar com base nos resultados conclusivos das órbitas mais baixas?

  23. Seria realmente surpreendente observar tectonismo em um planetinha tão pequeno. O que poderia manter quente seu manto? Decaimento radioativo? Efeito maré acho difícil. . .
    Ficar especulando é realmente bem legal!
    AAM

    1. Efeito maré não deve ser mesmo. Provavelmente decaimento radioativo, combinado a um manto plástico — muita água na composição de Ceres!

  24. Parece ser algum afloramento de mineral cristalizado ou metálico, pelo brilho, extensão e irregularidade das formas.

    1. Putz, cheguei a pensar a mesma coisa 😉
      Parece que alguém despejou metal derretido naquele lugar.
      Já pensou q bacana se for isso mesmo? Ouro? Vai ser uma doideira só! Corrida do ouro espacial!

      Mas, no fundo, deve ser o q os cientistas estão achando: água ou sais… metal puro nessa quantidade é muito improvável.

    2. Deve ser alguma material descoberto pelo impacto do bólido. Este material é que são elas! Já falaram em luminescências de radioativos, sais e xistos…O que eu acho improvável e que se diz muito é ser gelo de algum elemento. Existem várias fotos de variados ângulos e o brilho parece constante, o que se houvesse uma superfície de reflexão, o brilho seria de intensidade diferente para cada foto.

  25. Parece um lago. Resta saber se esta luz existe por causa da reflexão do sol na superfície, ou se vemos também em outras situações no seu período de rotação, quando esta na fase oculta…. Já vi alguns pontos brilhantes em outras regiões também.
    Já agora, li que o “planeta anão possui uma tênue atmosfera formada sobretudo por vapor de água que sublima e deixa a superfície e contenha uma fina camada de gelo (similar a geada) sobre a superfície” – [Feldman, Paul D.. (1992) “Water vaporization on Ceres” (em Inglês). Icarus 98 (1) p. 54–60. DOI:10.1016/0019-1035(92)90206-M. ]

    1. É que não dá pra chamar de atmosfera. Eles chamam isso de exosfera tecnicamente. A diferença é que atmosfera gera meteorologia — nuvens, por exemplo — e exosfera, muito menos densa, não.

      1. Hum… Não é forçoso que para haver atmosfera, tenha de ser exactamente igual a atmosfera Terrestre (com um total de cinco camadas), com nuvens, ciclones, etc. “A Exosfera é a camada mais externa da atmosfera, situada acima da termosfera”, no caso da Terra. Segundo a definição, a Atmosfera (do grego antigo: ἀτμός, vapor, ar, e σφαῖρα, esfera) é uma camada de gases que envolve (geralmente) um corpo material com massa suficiente. Os gases são atraídos pela gravidade do corpo e são retidos por um longo período de tempo se a gravidade for alta e a temperatura da atmosfera for baixa. Alguns planetas consistem principalmente de vários gases e portanto têm atmosferas muito profundas (um exemplo seria os planetas gasosos). Resumindo, é a camada gasosa que cerca qualquer astro.
        Estarei errado?

        1. Zé, o lance é que uma atmosfera é uma camada gasosa suficientemente densa para se comportar como gás. Uma exosfera é composta por moléculas tão separadas entre si que não têm comportamento coletivo. Não existe vento numa exosfera, por exemplo. Numa atmosfera existe. No Sistema Solar, todos os planetas têm atmosfera, salvo Mercúrio, que tem uma exosfera apenas.

          1. Caro Salvador,

            Veja esta informação da NASA: “Scientists using the Herschel Space Observatory found evidence for water vapor on Ceres. The vapor may be produced by cryovolcanoes or by ice near the surface sublimating (transforming from solid to gas). This proves that Ceres has a icy surface and an atmosphere as well” – “Cientistas usando o Observatório Espacial Herschel encontrou evidências de vapor de água em Ceres. O vapor pode ser produzido por cryovolcanoes ou por sublimação do gelo perto da superfície (transformação do estado sólido para o gás). Isso prova que Ceres tem uma superfície gelada, bem como uma atmosfera” – [ https://solarsystem.nasa.gov/planets/profile.cfm?Object=Dwa_Ceres ].

            Da mesma forma, para haver Exosfera (camada mais externa da atmosfera), é preciso haver termosfera.

            Bem, mas é apenas minha simples opinião…na paz!

            Abraço

            José

          2. Zé, sua opinião está errada, e você está se fiando num texto de press release, que usa o termo “atmosfera” de forma descuidada. Você pode definir uma exosfera como uma atmosfera muito rarefeita. (Por essa razão no alto da atmosfera terrestre tem uma exosfera — ela fica tão rarefeita que nem conta mais. Note que a Estação Espacial Internacional orbita mais baixo que a exosfera terrestre e, para todos os efeitos, está no vácuo. Se você quer chamar isso de atmosfera, beleza. 😛

          3. Segundo Professor Grotzinger, emérito professor de Geologia da Divisão de Ciências Geológicas e Planetárias da Califórnia Institute of Technology, em recente palestra ministrada no Rio de Janeiro, em Marte já não há atmosfera devido ao planeta não apresentar atividade tectônica resultando então na inexistência de campos magnéticos que a protegeria.

      2. Que legal! Nunca tinha ouvido falar neste termo “Exosfera”.
        Eu já tinha lido artigos onde dizem que a Lua e outros corpos pequenos possuíam uma pequena atmosfera, muito rarefeita, então achava estranho o uso do nome atmosfera devido a ausência de atividades meteorológicas e outros efeitos mais notórios.
        Exosfera resolve a questão.

        Valeu! 🙂

        1. O erro companheiro, é querer comparar e extrapolar a atmosfera da Terra para os outros planetas! Para existir a Exosfera tem de existir Termosfera, e não se pode retirar uma camada e colocar em outro planeta, ignorando todo o resto. A atmosfera da Terra é o da Terra, e em outros planetas, as camadas gasosas que lá existem constituem uma atmosfera própria, não importando o tipo de gases que a constituem.

          Veja o caso de Mercúrio. Apesar de ter uma atmosfera ténue ela existe é é composta de hidrogênio, hélio, oxigênio, sódio, cálcio, potássio e vapor de água.

          Os astrónomos pensam que esta atmosfera atual é constantemente reabastecido por uma variedade de fontes: partículas de vento solar do Sun, desgaseificação vulcânica, decaimento radioativo de elementos da superfície de Mercúrio e da poeira e detritos retrocedido acima por micrometeoritos constantemente buffeting sua superfície.
          Sem essas fontes de reabastecimento, a atmosfera de Mercúrio seriam levados pelo vento solar de forma relativamente rápida.

          Mercury composição atmosférica:
          Oxygen 42%
          De sódio 29%
          Hidrogênio 22%
          Hélio 6%
          Potássio 0,5%
          Com vestígios de o seguinte:
          Argônio, dióxido de carbono, água, nitrogênio, Xenon, Krypton, Néon, Cálcio, Magnésio…

          Abraço

          1. Cara, você é incansável. Parabéns! Agora pede pros astronautas respirarem colocando a cabeça pra fora da estação espacial… rs

          2. Acho que você esta confundindo tudo Salvador! Quanto ao gracejo, os astronautas no espaço falta-lhes a última parte – σφαῖρα, esfera- e os gazes que compõe uma atmosfera não é forçoso que seja respirável para os humanos! Por exemplo, em Vénus e Marte são compostas primariamente de dióxido de carbono, com pequenas quantidades de nitrogénio, argónio e oxigénio, além de traços de outros gases e aí você você não respira (alias, respira mas morre)!
            Assim você faz-me perder a fê…

            Eu sou sempre incansável nas minhas convicções até que alguém me prove de que estou errado! Da mesma forma, apraz-me contribuir nos debates, sobretudo quando sinto que posso ajudar.

            Eu gosto dos teus artigos, que sigo amiúde, mas desta vez você não consegue convencer-me. Se tiver algum artigo científico, ou paper que prove de que estou errado, eu redimo-me agora e aqui mesmo!

            A definição é clara: Uma atmosfera (do grego antigo: ἀτμός, vapor, ar, e σφαῖρα, esfera) é uma camada de gases que envolve (geralmente) um corpo material com massa suficiente.
            Veja aqui algumas atmosferas:

            http://pt.wikipedia.org/wiki/Atmosfera

            http://quest.nasa.gov/projects/astrobiology/astroventure/challenge/Articles/planetatmoscomp.pdf

            https://solarsystem.nasa.gov/planets/profile.cfm?Object=Dwa_Ceres

            http://www.ontariosciencecentre.ca/School/Challenger-Learning-Centre/Visits/Glossary/
            https://pt.wikipedia.org/wiki/Ceres_%28planeta_an%C3%A3o%29

            http://www.telegraph.co.uk/news/science/space/10591614/Steam-spouts-from-dwarf-planet-Ceres.html

            Errar é humano.

            Na paz.

            Abraço

          3. Zé, na verdade toda essa discussão é uma enorme busca de cabelos em casca de ovo. O nome que se dá às coisas é arbitrário e tanto faz, na verdade. Ceres é mais ou menos interessante sendo planeta anão, asteroide ou planeta? Ele é o que é. Da mesma forma, se você quer chamar uma exosfera de atmosfera ultratênue, fique à vontade. Não muda nada. Gosto de fazer a distinção porque acho, sinceramente, ridículo dizer que a Lua, por exemplo, tem uma atmosfera — embora ela possua uma exosfera. Cria na cabeça das pessoas a sensação errada, de que existe algum tipo de invólucro gasoso em torno da Lua. Não há. Há átomos, moléculas e partículas dispersos, que não apresentam coletivo. E isso é o que diferencia uma exosfera de uma atmosfera bona-fide. Enquanto a primeira representa partículas isoladas e individuais, a segunda consiste em partículas que apresentam comportamento coletivo — ou seja, geram fenômenos meteorológicos. Agora, se você prefere colocar tudo no mesmo saco, tudo bem. Não serei eu a dizer que você tem de chamar papel de papel — se quiser chamar de caneta, tudo bem. Mas continuará sendo papel. Abraço!

          4. Companheiro Salvador, Ceres é deveras muito interessante, em todos só seus aspectos.

            Uma coisa é sermos rigorosos com as palavras, por uma questão de critério. Outra é divagarmos em palavras.

            Quanto Lua, até recentemente, a maioria de nós aceitamos a sabedoria convencional de que a lua não tem virtualmente nenhuma atmosfera. Com a descoberta de água na Lua, transformou o nosso conhecimento, e estudos recentes confirmam que a nossa Lua de fato tem uma atmosfera composta de alguns gases incomuns, incluindo sódio e potássio, que não são encontradas nas atmosferas da Terra, Marte ou Vénus. É uma quantidade infinitesimal de ar quando em comparação com a atmosfera da Terra [fonte: NASA].

            Agora se quiser chamar de exosfera (superfície limite), ou ter exosfera sem uma atmosfera mais densa por baixo, em todo o caso, trata-se de Atmosfera.

            Para haver atmosfera os critérios estão bem definidos!

            [Planetary atmospheres, Fredric W. Taylor, Article first published online: 20 AUG 2010, DOI: 10.1002/met.212]

            A ciência atmosférica é o estudo da física e da química das nuvens, gases e aerossóis (partículas suspensas no ar) que cercam os corpos planetários do sistema solar. As pesquisas em ciência atmosférica incluem áreas de variados interesse como:

            Climatologia – o estudo do clima e temperatura, tendências de longo prazo.
            Meteorologia dinâmica – o estudo dos movimentos da atmosfera.
            Nuvem física – a formação e evolução de nuvens e precipitação.
            Química atmosférica – a composição química da atmosfera.
            Física atmosférica – o estudo de processos, tais como aquecimento e resfriamento da atmosfera.
            Aeronomia – o estudo da atmosfera superior.
            Oceanografia – o estudo dos oceanos da Terra e como eles afectam a atmosfera.

            A maioria dos cientistas atmosféricos estudam a atmosfera da Terra, enquanto outros estudam as atmosferas dos planetas e luas em nosso sistema solar (como vê a meteorologia faz parte do estudo da Atmosfera, e não ao contrário – para haver Meteo tem de haver Atmosfera).

            Já agora: A atmosfera da lua pode desempenhar um papel fundamental, num potencial ciclo da água Lunar, facilitando o transporte de moléculas de água entre as áreas de latitude polares e inferiores. A Lua pode não só ser mais húmida do que nós pensávamos, mas também mais dinâmica [fonte: NASA].

            Face a isso, se quiser continuar a dizer que não há atmosfera (livre-arbítrio), resta-me recorrer a uma frase célebre: “Epur si Muove!”; extrapolando para o contexto, ” e contudo ela “existe”!

            Abraço e eu quedo-me por aqui. Vemo-nos em outros artigos! Na Paz!

          5. Zé, acho que estou falando grego. Os cientistas planetários chamam de atmosfera qualquer invólucro gasoso que apresente comportamento coletivo, ou seja, fenômenos meteorológicos (tempo). Quando a presença de partículas é tão suave que não existe esse comportamento coletivo, preferem chamar de exosfera. A Terra tem uma exosfera sobre a atmosfera porque é justamente o ponto em que você tem uma ou outra molécula solta, mas elas não agem mais coletivamente — não se trombam, não agem em conjunto. Mas não é preciso ter uma atmosfera para ter uma exosfera. Certo, isso é o que temos.

            Agora, o importante não é mesmo a nomenclatura, mas o significado. Se você aceitar que a “atmosfera” de Ceres, da Lua e de Mercúrio é notoriamente diferente da da Terra, de Marte, de Vênus, Júpiter etc., e que não apresenta os mesmos fenômenos que esperaríamos numa atmosfera como a nossa, como ventos, nuvens etc., pode chamá-la como quiser.

            Você cita Galileu? Eu cito Shakespeare: “O que há, pois, em um nome? O que se chama rosa, com outro nome teria o mesmo perfume.” 😉

  26. Se vc olhar um pouco mais a direita e em baixo a foto, onde tem uma grande rocha ou cratera,que parece até uma “bolacha”, verá que ao seu redor há um minusculo ponto branco também.Não sei se isso é algum defeito na foto.Mas é curioso, o fundo da cratera parece ser liso!!!! Como pode uma cratera com fundo assim? Possível que algum elemento tenha contribuído para esse alisamento do fundo da cratera?

    1. Se cada pixel representa algo em torno de 450 metros, não dá para acreditar q tem algo liso por lá. Acho q quando a resolução das fotos melhorarem o solo aparecerá bem irregular.

  27. Se é reflexão por gelo, porque está espalhado? Se fosse um criovulcanismo não deveria está tudo unido, criando um único grande ponto? Apesar de minha hipótese também ser a de gelo.Mas é interessante a quantidade de pontos existentes.

  28. É melhor não chegar muito perto! São bases secretas. Quem está lá deve ser muito poderoso! Poderao simplesmente danificar a sonda. Logo a notícia do defeito pela agência. Como sempre ficaremos na enganação.

  29. Salvador, eu também tenho a mesma opinião sobre os pontos brilhantes em Ceres. Poderá haver água em forma de gelo em alguns pontos.

  30. Já existe alguns dados colhidos sobre o tipo de atmosfera que Ceres pode abrigar, como por exemplo dioxido de carbono ou outros elementos?

      1. Parece um lago. Resta saber se esta luz existe por causa da reflexão do sol na superfície, ou se vemos também em outras situações no seu período de rotação, quando esta na fase oculta…. Já vi alguns pontos brilhantes em outras regiões também.
        Já agora, li que o “planeta anão possui uma tênue atmosfera formada sobretudo por vapor de água que sublima e deixa a superfície e contenha uma fina camada de gelo (similar a geada) sobre a superfície” – [Feldman, Paul D.. (1992) “Water vaporization on Ceres” (em Inglês). Icarus 98 (1) p. 54–60. DOI:10.1016/0019-1035(92)90206-M. ]

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