Russos duvidam dos pousos lunares?

Salvador Nogueira

Em um artigo publicado nesta terça-feira (16) pelo jornal russo “Izvestia”, e traduzido em inglês pelo “Moscow Times”, um porta-voz do governo russo sugere a abertura de uma investigação independente sobre os pousos lunares americanos realizados durante o Projeto Apollo, entre 1969 e 1972.

Buzz Aldrin à frente do módulo lunar em julho de 1969 -- há 45 anos!
Buzz Aldrin à frente do módulo lunar em julho de 1969 — há quase 46 anos!

Vladimir Markin faz parte do Comitê Investigativo da Rússia e indica em seu texto que um estudo desse tipo poderia revelar novos lampejos sobre as jornadas espaciais históricas. Ele reclama do apagamento acidental da fita que continha a transmissão original de TV do pouso da Apollo 11, em 20 de julho de 1969, e do paradeiro das rochas lunares.

“Não estamos dizendo que eles não voaram [à Lua] e simplesmente fizeram um filme disso. Mas todos esses artefatos científicos — ou talvez culturais — são parte do legado da humanidade, e seu desaparecimento sem deixar vestígios é uma perda comum. Uma investigação revelará o que aconteceu”, disse Markin.

Não pense você que é um real questionamento sobre as missões lunares — os russos *sabem* que elas aconteceram. É apenas mais um tiro midiático na miniguerra fria que travam atualmente Estados Unidos e Rússia. Isso tem incluído bravatas espaciais.

Recentemente, os russos já ironizaram a dependência americana das naves Soyuz para levar astronautas até a Estação Espacial Internacional, e numa entrevista ao Mensageiro Sideral, o administrador da Nasa, Charlie Bolden, deu o troco, dizendo que não sabemos quantos cosmonautas de fato morreram no desenvolvimento do veículo espacial soviético (oficialmente foram quatro).

O artigo de Markin, que tem o cuidado de não desacreditar as missões Apollo (de novo, os russos *sabem* que elas aconteceram), serve como provocação. E não se surpreenda em saber que, no mesmo texto, o porta-voz do governo russo protesta contra as investigações do FBI sobre a Fifa pela escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 (Rússia!) e 2022 (Qatar).

Sobre as dúvidas levantadas dos pousos lunares, a Nasa já esclareceu ambas, há tempos. Em 2009, a própria agência espacial americana admitiu o apagamento acidental da fita original que registrou os primeiros passos americanos na Lua — era apenas uma fita entre cerca de 200 mil que foram apagadas para reutilização. Mas desde então a própria Nasa fez uma restauração das mesmíssimas imagens, com base em material registrado pelas emissoras de TV que transmitiram o sinal original, e nada de fato foi perdido.

Quanto às rochas lunares, elas estão em sua maioria armazenadas no Centro Espacial Johnson, em Houston. Tenho certeza de que os russos, se quiserem fazer uma visita, não terão problemas em agendá-la.

Aliás, adoraria ler um relatório investigativo russo sobre as missões Apollo. Quem sabe com uma publicação oficial como essa, vinda de um país adversário, as pessoas não param de defender teorias conspiratórias de que os pousos lunares nunca aconteceram?

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Comentários

  1. Os comentaristas me recordam que a época do pouso na lua a minha secretária doméstica chegou afirmando que não houve o pouso e eu perguntei como ela tinha tanta certeza ela, de bate pronto respondeu, passei a noite inteira olhando para a lua e não vi ninguém chegar lá.

  2. Para escapar da gravidade terrestre são necessários propulsores muito poderosos (Apolo, no caso do programa que teria levado o homem à Lua). Mesmo considerando que apenas dois astronautas tenham feito a alunissagem, que não existe atmosfera em nosso satélite natural e que a sua gravidade é de apenas 1/6 da gravidade terrestre, (por desconhecimento) pergunto: como uma cápsula pouco maior que uma carro modelo econômico tinha tanta energia para ser lançada à órbita lunar e fazer a acoplagem que possibilitou o seu retorno ao nosso planeta?

    1. Bom, pra começar você tem um problema de escala. O Módulo Lunar estava mais pro tamanho de uma casa do que de um carro. 7 metros de altura (com os pés estendidos) e 9,3 metros de diâmetro.

      1. Sem dizer que por ser dividido em duas partes e apenas a parte de cima – menor e mais leve – ter saído da superfície lunar, foi necessária menos energia para decolar.

  3. Todos os comentarios sao legais, pros ou contras! Lembro de uma pratica que achava mais brasileira do que gringa: quando nao pode provar a sua inocencia, desacredite o acusador! Na realidade, afirmativas e negativas so me convencem cada vez mais da nossa inutilidade neste planeta. Todos nos, genios que aqui escrevemos (incluindo-me), somos iguais aos outros 99,9% de nossa populacao assistindo a novela das 9 e esperando ver o vilao entrar pelo cano no meio da novela… Se foram ou nao foram talvez jamais exista consenso; mas que nos nunca iremos nao existe a minima duvida! Entre um escandalo e outro, violencias e tragedias, sub-cidadania e ignorancia, o mais importante tem que ser dito: vou parar por aqui que a novela ja ta quase comecando!!! Alias, desculpem pela falta de acentuacao do meu computador gringo… Criado pelos democratas mas fabricado pelos comunistas… Isto nunca vai dar certo… Ah, a novela!!! Tchau…

    1. mas que nos nunca iremos nao existe a minima duvida!

      Você se refere aos “simples mortais”, tipo eu ou você, né? Porque se diz isso sobre a humanidade, sinto dizer mas está errado por quase 50 anos.

      Rs

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