Montanhas de gelo de água em Plutão
As primeiras imagens transmitidas pela New Horizons do sobrevoo feito de Plutão nesta terça-feira (14) trazem a promessa de revolucionar nossa compreensão de muitos objetos em nosso sistema planetário — talvez até a Terra. Mas vamos primeiro nos concentrar no que dá para ver de cara: montanhas de gelo de água na superfície do planeta anão!
Esse pedaço da superfície fica ao sul da região do “coração”, que a equipe da sonda da Nasa decidiu batizar de Tombaugh Regio, em homenagem a Clyde Tombaugh, o astrônomo que descobriu Plutão, em 1930.
A sacada é: não existe nenhuma cratera — pelo menos que os cientistas tenham encontrado — nessa imagem, e o planeta anão vive num cinturão de objetos, o que significa que pancadas devem ser comuns. (Dê uma olhada na superfície de Ceres, no cinturão de asteroides, para referência). Isso, e mais as agudas montanhas, com cerca de 3.000 a 4.000 metros de altitude, sugere que essa superfície é extremamente nova. John Spencer, cientista da missão, deu um palpite informado de que essas superfícies devem ter menos de 100 milhões de anos — o que é um piscar de olhos, para um objeto que tem 4,6 bilhões de anos de idade.
Em resumo: Plutão está geologicamente ativo!
Agora, quer saber o mais empolgante disso? Não é por força de maré, o mecanismo que se atribui à atividade de mundos como as luas Europa (Júpiter) e Encélado (Saturno). Como Caronte, a maior lua de Plutão, está numa órbita circular e ambos mantêm a mesma face voltada um para o outro, não existe estresse de maré para manter essa atividade. Então, o que acontece? Quem esqueceu o “motor geológico” de Plutão ligado por 4,5 bilhões de anos? É um mistério. O mecanismo a impulsionar a geologia de Plutão é desconhecido.
E mais: Caronte também é geologicamente ativo. Uma imagem mais próxima da lua, revelada hoje, mostra menos crateras do que se esperava, e terrenos bem lisos — o que implica novos –, além de falhas que têm toda a cara de tectonismo. Recente. Se bobear, o mesmo mecanismo que manteve Plutão ativo está trabalhando em sua maior lua também.
Spencer apresentou duas possíveis explicações para a atividade recente, e você vai adorar ambas. Uma é que Plutão tem suficiente calor emitido por elementos radioativos no seu interior para manter o motor geológico funcionando. É o que acontece na Terra, e por isso temos vulcões, terremotos e tudo mais. Só que a Terra é cinco vezes maior. Grande surpresa. Principalmente porque, no caso de Plutão, o manto é de gelo de água, e não de rocha, como na Terra. Isso significa que provavelmente há mesmo água líquida sob a crosta gelada.
E a outra explicação? O calor interno radioativo do núcleo rochoso já se foi há tempos, mas o oceano interno segue gradualmente se congelando e, com isso, liberando calor que leva à atividade geológica na superfície.
A implicação disso é que não só Plutão é um lugar incrível, mas os geofísicos terão muito trabalho pela frente para explicar por que suas explicações atuais para o calor interno de planetas não se encaixam aos fatos. De volta à prancheta, pessoal!
Só o primeiro dia, e só duas imagens. Tem muito mais de onde vieram essas. Que tal para começar?
Como é possível criarmos montanhas de gelo, se o que neva é N e, sabidamente nem água nem gelo crescem verticalmente e para aumentar de tamanho teria que ir recebendo camadas superpostas.
OK, vamos lá. A superfície de Plutão é em geral recoberta por metano, monóxido de carbono e nitrogênio congelados. É tão frio que essas coisas se solidificam por lá. Beleza.
Mas sabemos, ao comparar a massa com o volume de Plutão, sua densidade. E, pela densidade, podemos inferir a composição interna do objeto. (Do mesmo jeito que fazemos isso aqui na Terra — ninguém foi até o núcleo para saber que tem ferro e níquel lá, OK?) E assim sabemos que uma boa parte da composição de Plutão é gelo de água. (Embora você não consiga aceitar isso, água é o composto mais abundante do Universo. Nota: composto significa molécula com mais de uma variedade de átomo, OK?)
Se há atividade interna, calor que vem debaixo, movimentos tectônicos, etc., podem acontecer soerguimentos do solo. Acontecem na Terra. É assim que nascem as montanhas aqui. Só que aqui elas são feitas de rocha, assim como o manto da Terra é feito de rocha. Em Plutão, o manto é feito de gelo de água (vide parágrafo anterior.)
Sabemos que nitrogênio, metano e monóxido de carbono congelados não servem para fazer montanhas. Eles são “macios” demais, por assim dizer, e, no máximo, por deposição, formariam montes suaves, não esses picos agudos, revelados na imagem. Portanto, sabemos que não são feitos disso. O que resta? Você adivinhou: gelo de água.
Por isso sabemos que Plutão está geologicamente ativo, as montanhas são recentes (não há crateras, então a formação é recente) e feitas de gelo.
Não é linda a ciência? Pena que nem todo mundo queira entendê-la genuinamente…
A ciência é linda, o feio é a alienação. Esses alienados conseguiram chegar até a formação do universo, pode?
Ah sim, afinal acreditar que o mundo foi criado em 6 dias por um ser invisível que cria gente a partir
de um cagãodo barro, depois de umpeidosopro, e que faz o Sol parar (aquele Sol, que gira ao redor da Terra plana, e que foi criado depois da criação do dia e da noite! KKK) realmente é uma explicação muito, mas muito mais plausível – se você tiver 5 anos de idademental, claro.Definitivamente você precisa rever seus conceitos sobre alienação.
Minha pergunta é, diante da existência de gelo, água em Plutão, há chances reais de encontrarmos vida alienígena, ou seria bobagem pensar isso?
É possível.
santa mãe de Deus, quanto mais se reza, mais assombração aparece.
Minha opinião é que a sublimação e ressublimação de voláteis no sistema Plutoniano, causada pela diferença de temperatura entre a noite e o dia, vá modificando paulatinamente o relevo, suavizando crateras, esculpindo vales e erguendo montanhas.
VOLTE APOLINÁRIO, perdoe nosso amigo Salvador, até Jesus, o Messias, perdeu a paciência, lembre-se que não é com você é com o aparelho que depois de quase 10 anos não trouxe nada de concreto, só melhorou um pouco as fotografias, mas tente tirar fotos de um ovo, com uma câmara acoplada em uma bala de fuzil disparada a 100 metros de distância.
Oswaldo, você quer tomar pito também, é isso?
Como assim, “não trouxe nada de concreto”? Então por que você tá lendo? O que esperava encontrar em Plutão? ETs dando tchauzinho pra sonda?
Crianças… tsc, tsc, tsc.
Salvador do céu, você é meu amado guru. Continuo não acreditando em vida extra terrestre. Pelo que me consta só está acertando incorreções, sem nada de novo e criando outras teorias.
Na verdade, a New Horizons, com esses dados de Plutão, está revolucionando nossa compreensão da geofísica, pois sugere que há mecanismos desconhecidos de atividade geológica, incompatíveis com as modelagens atuais (aplicáveis, inclusive, à Terra) e que não dependem da força de maré.
Mas, claro, como para você a única coisa importante é se tem vida ou não (tipo, terremoto para você não é uma coisa importante de entender, decerto por se tratar de desígnio divino), talvez a missão seja pouco importante. Embora, claro, ela tenha acabado de identificar um possível novo habitat no Sistema Solar. 😛
Sempre disse que as leis conhecidas não são universais, que não podemos tomar as coisas terrestres como padrão universal (existem mais coisas entre o céu e a terra que a nossa vã inteligência possa sequer imaginar). Para um novo habitat, como aqui, as impossibilidades são infinitas.
Lamento informar, tudo indica que as leis são universais. Que escola você frequentou?
tudo indica?
Sem o contexto, não tenho como alimentar os trolls, Oswaldo… rs
“Salvador Nogueira comentou em 17/07/15 at 10:21 am
Lamento informar, tudo indica que as leis são universais. Que escola você frequentou?”
“oswaldo gil de souza comentou em 20/07/15 at 10:54 am
tudo indica?”
“Salvador Nogueira comentou em 20/07/15 at 12:37 pm
Sem o contexto, não tenho como alimentar os trolls, Oswaldo… rs”
De nada.
Thanks!
Então, “tudo indica” porque, como você deve saber, não podemos ver além do Universo observável. Até onde podemos observar, as leis são universais. Agora, além do Universo observável, vai saber.
De acordo com você, concluo: observável e real, assim mesmo só em parte,. o nosso planeta
Não, não, não. De observável e real só o *Universo observável*. Ou seja, todas as partes do Universo de onde, daqui da Terra, já se pode ter captado luz, viajando à velocidade da luz, desde o nascimento do Universo. Estima-se que o Universo observável tenha um diâmetro de cerca de 100 bilhões de anos-luz. Nessa bolha com raio de 50 bilhões de anos-luz a contar daqui, as mesmas leis físicas estão em operação.
Salva, não alimente os trolls! Deixe-os morrer de fome.
Caro Salvador, assim que forem colocadas à disposição imagens dos outros satélites de Plutão, apresente-as o mais rápido possível. Estou curioso para saber o aspecto de cada um o que, com certeza, só aumentará a complexidade de um mundo tão distante.
Já saiu uma de Hidra, mas é tão humpf… 😛
http://www.nasa.gov/sites/default/files/thumbnails/image/nh-hydra_1_0.jpg
Os cientistas piram com ela, porque pelos pixels já dá para estimar tamanho, forma e variação de superfície. Mas esteticamente não é lá grande coisa. Haverá melhores (mas não muito). 😉
Sr. Salvador,
Viemos lembrar mais uma vez sobre a conjunção que irá ocorrer no anoitecer deste sábado. Alerte seus leitores, por favor. Obrigado!
http://gaea-astronomia.blogspot.com.br/2015/07/18-de-julho-3-cruzeiros-no-ceu.html
Valeu! 🙂
Ah, a Ciência… seus grandes feitos e sua grande inutilidade…
leiam:
http://amarretadoazarao.blogspot.com.br/2015/07/grandes-feitos-grandes-inutilidades-ou.html
Ah não !!!!! Apolinário “Two”
” Iso táh ficano xato”
Texto de uma gigante pequenez intelectual.
Todo o conhecimento humano nasceu assim, era inútil quando foi descoberto, mas depois, cedo ou tarde, passou a ter utilidade, óbvia ou não.
Não sei se compro essas duas teorias. Pelas fotos a superfície – pelo menos aquele pequeno pedaço – carece de cânios profundos ou fissuras criadas pela erosão da água.
Salvador,
a atividade geológica poderia estar ocorrendo pela presença além do cinturão de Kuiper de um objeto escuro, pequeno demais para ser detectado, mas muito denso – como uma estrela anã negra com eclíptica em diagonal à do sistema solar; ou poderia ser a força gravitacional de Netuno, quando se aproxima da órbita excêntrica de Plutão?
Nenhuma das duas opções é viável.
Primeiramente uma salva de palmas para os engenheiros aeroespaciais envolvidos nesse projeto pois a navegação, assim como os engenheiros da ESA com o cometa 67p, foi de uma precisão cirúrgica, só que de nada adianta toda essa capacidade, se ao analisar os dados os cientistas ficam eternamente presos as suas crenças, não conseguindo pensar fora da caixa, tentando moldar todas as conclusões dentro dessa história de que tudo no sistema solar foi criado a 4,5bi de anos.
Plutão tem TODAS as caracteristicas de um mundo desgarrado que foi capturado pelo sistema solar. Sua órbita é inclinada em mais de 17º, tem afélio e periélio que variam de 30 a 50UA, por isso que desenvolve algumas das características dos cometas como a presença de fina atmosfera. E agora para completar essas fotos da New Horizons falam por si. Mal chegaram as imagens e já se apressaram em dizer que a presença de montanhas e a quase completa ausência de crateras é fruto de tectonismo recente!!! Num mundo nos confins do SS e com metade do tamanho da nossa Lua?
Um dado intrigante, Com a velocidade orbital da Terra pelo sol de 30km/s seriam necessários
“apenas” 1 milhão de anos para percorrer 100 anos luz, e existem mais de 500 Estrelas classe G como o nosso Sol nesse espaço raio.
Interessantes afirmações. Mas… qual sua formação e em qual campo do conhecimento científico?
Também pode haver anãs marrons por aí, e uma delas, com seus próprios planetas, com certeza passou por aí em algum momento desses bilhões de anos.
Olá Salvador. Uma dúvida meio boba, mas me responda: Se a sonda está viajando a 9 anos para chegar relativamente próxima a Plutão, como as imagens chegam até nós? Como é feita a transmissão de imagens?
Obrigado!
Por rádio, que viaja à velocidade da luz. Leva 4,5h para o sinal chegar, uma vez que parte da sonda.
Salvador, qual é a potência do(s) transmissor(es) do(s) rádio(s) da sonda, e em que frequência(a) o(s) sinal(is) é enviado?
Teria de procurar esses dados técnicos. Não sei se tem no site da Deep Space Network ou na documentação da New Horizons. De toda forma, não se preocupe: não é qualquer parabólica que vai pegá-lo. 😛
Nas telecomunicações via rádio nós, radioamadores, usamos a sigla DX para expressar contatos a grandes distâncias. Esses sinais são os maiores Dxs já feitos, ou já houve contato via rádio mais distante?
http://www.nasa.gov/pdf/139889main_PressKit12_05.pdf
PODIA LEVAR TODA CUPULA DO PT PARA LA
Muda o disco, não teve graça alguma.
Olá Salvador. Interessante reportagem, todavia, a minha formação como Geólogo permite acrescentar que se há um núcleo radioativo (motor), assim como na Terra, independentemente das marés e/ou campo gravitacional entre Caronte e Plutão, a atividade oriunda das entranhas do planeta pode sim causar atividades sísmicas e vulcânicas a ponto de fornecer energia para esses eventos. Com isso, não acho que devemos voltar à prancheta como disse, pois, os processos são semelhantes àqueles que ocorrem por aqui. Mas, que ainda teremos muitas novidades relativas a esse “Anão”, teremos!
Gabriel, o problema é que, pelos modelos de estrutura interna de Plutão, o tamanho do seu núcleo seria insuficiente para manter atividade por 4,5 bilhões de anos. Então alguma coisa não se encaixa.
O que eu fico pensando é sobre a questão do tempo. Como bilhões de anos de vida é diferente do nosso tempo de vida. E como podemos conhecer esse momento específico e como poderemos conhecer mais sobre o espaço próximo de nós.
A sonda finalmente passou perto do planeta e tem gente achando que tem vida, agua, hotéis, postos de combustíveis…Está tão longe do sol, só tem “gêlo” talvez haja uma cervejaria por lá.
Oi Salvador,
Além das suas matérias ( 🙂 ), uma das coisas que sempre leio na Folha é a coluna “Há 50 anos”.
Na edição de hoje dá pra ver que há 50 anos, em 16 de julho de 1965, a Folha publicou uma chamada na capa com “A primeira foto de Marte”. Pena que não dê para ver a capa toda (e que o arquivo online do jornal não vá tão para trás assim), e que nem o texto traga nenhuma informação a mais (fala do Vietnã).
De qualquer forma, achei muito bacana: num dia, a primeira foto outro planeta; exatos 50 anos depois, os jornais do mundo publicam a primeira foto do último “planeta” (quem sabe tiramos essas aspas em breve hein…) do Sistema Solar. Poético.
Abs
É sim! E dê uma olhada no meu post “ao vivo” do flyby da New Horizons. Num dado momento, eu menciono a Mariner 4 e as primeiras fotos de Marte, tiradas 50 anos atrás. Tem até uma foto lá. 😉
Caramba, não tinha visto que tinha várias atualizações! Parabéns pelo trabalho e paciência, hehe!
Passei o dia inteiro aquele dia fazendo isso. Cansou, mas acho que o resultado final ficou bacana. rs
Bem, se pode haver água em um oceano interno sob a superfície, existe possibilidade de alguma vida, mesmo que bacteriológica e outros pequenos seres. Poderiam esses seres responderem algo sobre a origem da vida? Acredito na existência e criação de Deus, mas também acredito num processo que tenha tido start em um tempo que não conseguimos e nem sabemos como calcular.
Salvador, tenho essa dúvida há muito tempo: Por que o Hubble, apesar de conseguir enxergar muito longe, não conseguiu tirar uma foto nítida de Plutão!!?
Você consegue ver um elefante a uma distância de 50 metros. Mas se quiser ver uma mosquinha, terá de se aproximar. 😉
ÓTIMA PERGUNTA , QUE EU TAMBÉM SEMPRE ME FAÇO , PORQUE NUNCA , JAMAIS , FOI PUBLICADA UMA FOTO NÍTIDA NEM DE JÚPITER , MARTE OU SIQUER DA NOSSA LUA , AQUI MESMO , ENCOSTADINHA EM NÓS ? ? ?
SALVADOR , SALVADOR ! ! ! ISTO TUDO PODE SER OUTRA GRANDE MENTIRA , COMO A EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES !
A evolução das espécies foi exaustivamente comprovada. E temos toneladas de fotos nítidas de Júpiter, de Marte e da Lua. Você chegou à Terra hoje?
Bem vindo à internet. Te contar, os Bonsai Kitten são de mentira, tá?
Salvador, sou fã do seu blog! Estou encantado com a competência do ser humano em realizar aventuras espaciais com tanto sucesso.
Tenho 2 perguntas:
1. Se há água sob o gelo de Plutão, a quantos metros de profundidade seria (i.e., qual seria a espessura da crosta de gelo) e qual seria a temperatura/pressão desse mar?
2. A sonda estava programada para “tirar” fotos desde a partida da terra ou a Nasa “aperta o botão e levanta o flash” aqui da terra ~4,5 horas antes do momento da foto?
Um abraço!
1. Até agora, os cientistas trabalhavam com três modelos diferentes da estrutura interna de Plutão. Um sem diferenciação de materiais, um com núcleo rochoso, oceano e gelo, e um com núcleo rochoso e gelo. A essa altura, devem acabar fechando com o oceano. Contudo, medições da New Horizons também mostram que Plutão é um pouquinho maior do que se pensava, o que implica que é menos denso, o que implica que a camada de gelo deve ser maior. Resumo da ópera: ainda precisamos esperar conclusões mais concretas para saber a profundidade do oceano. Mas pode apostar que é bem fundo. Eu chutaria mais de uma centena de km da superfície.
2. A sonda passou a maior parte da viagem — entre Júpiter, em 2007, até a aproximação a Plutão — em hibernação. Não tinha nada para ver pelo caminho. 😉
Obrigado Salvador!
Mas acho que eu não me fiz entender na pergunta 2: A programação da sonda para o momento de registrar imagens foi feita em terra? Ou a Nasa “bate a foto” quando a sonda já está lá (considerando o delay de 4,5h para a comunicação)?
E tenho uma nova pergunta: A sonda tirou fotos com a câmera apontada para nós (terra, Sol)?
Abs
Tudo pré-programado. Os caras não podiam errar nem a posição da sonda, nem a posição dos objetos, para que ela apontasse na direção certa. 😉
Sobre fotos de nós, ela não tirou fotos de nós — mas observou o eclipse do Sol por Plutão e por Caronte, e a gente estava lá, em algum lugar. 😛
Abs!
Desculpe,
O velhinho mais uma vez não entendeu!
Para ter eclipse do Sol por Plutão e Caronte, estes deveriam estar entre a NH e o Sol, e alinhados. Correto?
2. A sonda foi pré-programada para fazer as fotos durante a passagem por plutão, ninguém apertou um botão na Sala de Controle durante a passagem, porém antes da passagem por Plutão e mesmo depois da passagem, a Sala de Controle pode/poderá enviar comandos para tirar fotos e manobrar a sonda.
Primeiramente parabenizo o Blog e os tantos interessados que comentam aqui…agora vejo que existem lugares na internet onde se possa pesquisar sobre coisas interessantes de verdade, e não apenas o que mostra a Rede Lixo, ops, globo de televisão.
Tenho lido os comentários e vejo que muitos especulam coisas baseados no que foram ensinados a ver. Há muitas especulações limitadas. Vejo gente falando sobre “como é possível ter vida em Plutão, se lá é tão frio?”. Pessoal, a vida que conhecemos só foi possível aqui, pq desde o ser unicelular até o hj, nós fomos nos moldando de acordo com o ambiente. A Terra não foi feita baseada na gente…nós é que evoluímos de acordo com o que ela nos proporcionava e proporciona até hj…e ainda continuamos evoluindo aqui! A questão é que na grande explosão, com certeza Plutão levou consigo um átomo de Carbono ou algum organismo unicelular simples que, ao longo do tempo, foi evoluindo de acordo com as condições de lá, de tal forma que hj pode haver lá um tipo de vida, com certeza muito diferente do nosso. Gosto até de viajar um pouco e acreditar que lá pode haver vida como a nossa, pelo menos parecida, mas que possa viver na parte mais interna do planeta, talvez um subsolo, onde possa haver calor por causa do seu núcleo. Enfim, não dúvida que exista vida lá, como não há dúvida que exista vida em qualquer outro planeta do sistema solar e do universo. A questão é, estão no subsolo? Em outra dimensão? São minúsculos, gigantes? Enfim….se não sabemos ainda é pq não estamos preparados pra saber!!
Novamente parabéns pelo Blog.
Grande Abraço e sigamos em frente, sempre atrás de mais informações.
Em defesa da Globo, o Jornal Nacional ontem deu tanto a história de Plutão como a do exoplaneta brasileiro. Mas sem dúvida que por aqui o buraco é mais embaixo. 😉
Abraço!
Todos os planetas do sistema solar + plutão já estão parcialmente ou relativamente mapeados?
Sim! Mais Ceres, Vesta e um punhado de outros objetos! 🙂
Salvador parabéns pelas matérias em especial esta que nos remete a inúmeras possibilidades de teorias/descobertas. Eu e meu filho de 10 anos acompanhamos sempre suas matérias! Gostaria de que se possível fosse feita uma matéria acerca dos planetários no Brasil, como localização, abertura ao público entre outras. Desde já um forte abraço e estamos aguardando por novas descobertas!
Fabio, agradeço a leitura e a sugestão! Abraço!
Não sabia que existem jovens em plutão. Como podem ver na legenda da foto de plutão.
Existem. Superfícies jovens.
Olá Salvador, uma possibilidade que Spencer poderia levar em conta é a grande excentricidade de Plutão, que em seu periélio poderia ativar geisers de CH4, por exemplo, que contribuiriam para renovação de partes da superfícies, há exemplo (por outros motivos é claro) do que ocorre em Triton e Enceladus e talvez Ceres. Esta ativação também poderia forçar o erguimento de maciços blocos de gelo (H2O) que formam as montanhas vistas. Mera sugestão. Em primeira vistas as montanhas estão numa região de transição entre dois tipos de terrenos, talvez não por coincidencia. Abs
Marcelo, uma das grandes surpresas é que Plutão se saiu bem diferente de Tritão, ao contrário do que se esperava de longe. 🙂
Será que esta falta de crateras de impacto não poderia ser explicada apenas por um menor número de asteroides na região do espaço onde orbita Plutão? E será que a densidade do número de asteroides não diminuiria quanto mais se afasta do Sol?
É uma possibilidade. Ainda assim, não ter nem uma craterinha na imagem em zoom indica que o terreno é jovem.
Gostaria de entender por que a câmera tira fotos em preto e branco. Com tanta tecnologia, eles mandam uma câmera que tira fotos em preto e branco? Cadê o amarelinho esperado na foto em Plutão?
Jean, a câmera tira em PB basicamente para obter a melhor resolução possível. Ao pegar todas as cores num único filtro, consegue reunir mais luz e definir mais detalhes. Agora, uma outra câmera da sonda tira fotos coloridas, com três filtros, só que em resolução menor. Para produzir imagens coloridas em alta resolução, os cientistas combinam as imagens das duas. Mas tenha em mente que essa imagem aí tinha acabado de chegar, e todo mundo estava louco para ver! Melhor divulgar assim do que esperar meses até descer a versão colorida, combinar as duas com processamento, só para satisfazer nossa vontade de ver cor. 😉
Obrigado pela cobertura tão detalhada e comentada Salvador.
Muito intrigantes as descobertas, e gostei muito, pois a formação de um relevo e um manto de gelo vai de encontro ao que sempre pensei.
Para nós que estamos na Terra, água é líquida, rocha é sólida e nitrogênio é gasoso. Então achamos nitrogênio líquido (muito frio) e rocha derretida (muito quente) muito perigosos.
Para um planeta com uma escala de temperatura mais baixa, como plutão, a água se comporta como as rochas para nós (água líquida seria como lava de tão quente e água sólida dura como rocha), e o nitrogênio se comporta como a água, talvez gerando o ciclo de chuvas.
É tudo uma questão de escalas de temperatura.
Só não sei o que seria gasoso numa tempratura tão baixa. Oxigênio e Hidrogênio escapam do planeta por ser pequeno?
Oxigênio e hidrogênio juntos formam água — o principal componente de Plutão, mas duro como rocha por lá. Nitrogênio pode passar pelas duas fases (sólido e gasoso) em Plutão. Mas líquido provavelmente não, pela baixa pressão atmosférica.
explique direito não é só o oxigênio e o hidrogênio, precisa de algo mais.
Não, não precisa de algo mais. Junta dois átomos de hidrogênio, um de oxigênio — voilà, água!
Esquece então, não tem ciclo de chuva por nitrogênio 🙁
E como junta? Água é uma substância não uma mistura.
Água é uma substância composta. Basta você juntar hidrogênio e oxigênio que água se forma naturalmente. É o que acontece, por exemplo, nos carros movidos a hidrogênio. O hidrogênio passa por combustão no motor — ou seja, é combinado a oxigênio — e o que sai pelo escapamento? Vapor d’água. Não tem mistério, Oswaldo. Água é a commodity mais comum do Universo.
falou e disse: combustão. Se você colocar gás O e H juntos, vão continuar gases.
Não, não vão! Só se você tiver hidrogênio molecular (H2) e oxigênio molecular (O2). Mas mesmo essas moléculas serão quebradas rotineiramente por radiação solar e se recombinarão em H2O. Impressionante como você manja de química…
Assim fora, não teríamos os gases O e H somente água.
Cite um lugar que tem oxigênio e hidrogênio moleculares em grande quantidade na atmosfera. 😉
você é que está falando, onde?
Faltou contexto de novo. 😛
Não tá fácil hj…
oswaldo gil de souza comentou em 20/07/15 at 8:37 am
Assim fora, não teríamos os gases O e H somente água.
Salvador Nogueira comentou em 20/07/15 at 12:41 pm
Cite um lugar que tem oxigênio e hidrogênio moleculares em grande quantidade na atmosfera. ??
oswaldo gil de souza comentou em 20/07/15 at 4:55 pm
você é que está falando, onde?
🙂
Não conheço nenhum lugar em que a atmosfera predominante seja de hidrogênio e oxigênio moleculares. Os planetas maiores conseguiram preservar hidrogênio primordial em suas atmosferas, mas não têm oxigênio molecular na mesma proporção, pois H2 é muito mais abundante. O que você precisa estudar é ligações e reações químicas. Eles ensinam na escola. 😉
Lamento informar, Oswaldo. Mas água de Tiamat não existe. A água que tem aqui e lá é a velha H20 de sempre, pra você ver como a gente não teve privilégio nenhum…
Salvador,
Este Oswaldo Gil e o Apolinário (me parecem a mesma pessoa) Não estão aqui para uma discussão saudável. Eles querem mais é aparecer e avacalhar seu blog. Distorcem o que você diz ou tiram de contexto apenas para causar polêmica e aparecer. Chato ver você perdendo tempo precioso com eles. Mas concordo que censurar é pior.
O certo, certo mesmo, era não censurar e não responder. Mas eu não me aguento… rs
Infelizmente não possuo a bagagem intelectual do Apolinário. Discussão saudável é sobre alimentação, educação, saúde. Adoro o Salvador e seu blog. Discutir sobre o desconhecido são suposições, mesmo que sigam um raciocínio lógico do presumivelmente teórico dentro da ciência.
Salvador, já há alguma concepção artística (claro, baseada nos dados até agora divulgados) de como seria a superfície gelada de Plutão, caso pudessemos estar agora lá, sobre a mesma?
abs
Nada de novo. Só as de antes do sobrevoo.
O que me impressiona nos comentários sobre a construção de sondas espaciais em detrimento a um assistencialismo humanitário à Africa, por exemplo, é o fato de que a pessoa não sabe que sua crítica somente esta sendo colocada na internet pela tecnologia adquirida por esses projetos, como microchips, etc. Ou seja, se não fossem as viagens espaciais, o sujeito estaria berrando seus comentários na janela da sua casa.
Quanto a New Horizons, achei que teríamos mais material ontem. Abraços
O download é leeeento.
Salvador, essa mancha em forma de coração no planeta, não poderia ser resultante de uma colisão “de raspão” de plutão com outro objeto de tamanho semelhante não? Observando parece que a colisão ocorreu no lado esquerdo do coração e o direito consiste de material arremessado… O que você acha?
Parece ser deposição de material. Mas há dois terrenos diferentes no “coração”. Teremos de esperar os resultados para saber o que é.
Salvador, tô aqui acompanhando cada post nessa semana tão especial para a exploração espacial e me surgiram duas perguntas. A primeira é porque há tanto água/gelo nos objetos mais afastados do sistema solar, vide Plutão e os cometas. Qual seria o mecanismo de formação do sistema solar que teria deixado a água afastada do centro? A segunda é: Mesmo havendo água líquida em Plutão, o fato de ser um mundo muito muito muito gelado e de chegar lá pouquíssima energia solar não reduz drasticamente a possibilidade de formação de vida, uma vez que a vida precisa de uma fonte de energia para acontecer?
Grande abraço e parabéns pelo blog.
Guilherme, muito perto do Sol, no espaço, o gelo se converte em gás e se dissipa. Por isso há muito mais água nas regiões mais afastadas do Sistema. Lá ela serve como um componente sólido — é como se fosse rocha — na formação dos planetas. Aliás, uma questão ainda discutida pelos cientistas é como os planetas internos acabaram tendo tanta água, mesmo tendo nascido tão perto do Sol.
Sobre fonte de energia para a vida, o que estamos vendo aqui na Terra mesmo é que existem ecossistemas que não dependem nada do Sol. Há bactérias vivendo a mais de 1 km de profundidade no solo terrestre, e a luz do Sol praticamente não chega no fundo dos oceanos terrestres. Basta uma fonte de energia, mas não precisa ser o Sol. Atividade geológica no leito do oceano bastaria.
Abraço!
cara , como sempre uma otima materia , otima abordagem .. ta de parabens … quem diria.. que teriamos o privilegio de ver essas imagens… show de bola … uma pergunta … não sei se é… ou não é … mas e tempo passa mais lento naquele ponto .. exemplo .. se ela levou pouco mais de 9 anos terrestres para chegar lá … será que esse tempo foi relamente o que passou para a sonda .. ou será que por menor que seja … foi menos para ela … abraços e parabéns .. fico no aguardo de mais informações e imagens
Salvador, meus mais sinceros PARABÉNS!
Sim, todos nós sabemos que suas matérias são incríveis, só que o que mais merece reconhecimento é a paciência que você possui pra certos tipos de comentários que não são dúvidas sobre o espaço sideral e que em nada acrescentam.
Valeu!
leiam: o 12 planeta de zecharia stichin!
Mas tenham em mente que é ficção!
No princípio criou Deus o céu e a terra.
E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
E disse Deus: Haja luz; e houve luz.
E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.
E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.
E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas.
E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão; e assim foi.
E chamou Deus à expansão Céus, e foi a tarde e a manhã, o dia segundo.
E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca; e assim foi.
E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares; e viu Deus que era bom.
E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente está nela sobre a terra; e assim foi.
E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie, e a árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.
E foi a tarde e a manhã, o dia terceiro.
E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos.
E sejam para luminares na expansão dos céus, para iluminar a terra; e assim foi.
E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas.
E Deus os pôs na expansão dos céus para iluminar a terra,
E para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas; e viu Deus que era bom
Gênesis 1:1-18
Note que Deus cria o dia e a noite ANTES de criar o Sol. Ops.
Note também que Deus cria o “luminar menor” para governar a noite, e a Lua muitas vezes aparece durante o dia. Ops.
Note também que, segundo esse relato, Deus não criou os planetas. Apenas o “luminar maior” (Sol), o “luminar menor” (Lua) e as estrelas. Ops.
E por coisas como essa que, embora eu respeite muito a religiosidade de cada um, é uma ideia boba tentar tomar a Bíblia como um livro de ciência.
Salvador, onde eu clico em “CURTIR” na sua resposta?
Você acaba de fazê-lo. 😉
Resposta simples….objetiva e direta.
Mas, acho que foi em vão….
Mesmo assim,
Parabéns Salvador….
http://ceticismo.net/religiao/grandes-mentiras-religiosas/a-ciencia-confirma-a-biblia-que-antecipou-a-ciencia/
Agora senta lá, Cláudia.
Salvador, quanto tempo a New Horizons levou pra chegar até Plutão? E a que velocidade esta sonda viaja?
Abs.
9,5 anos, hoje viaja a 50 mil km/h. Partiu com 58 mil km/h.
Salva, poderia uma série de impactos gerar tamanha energia térmica a ponto de liquefazer a superfície e com isso apagar as marcas de impacto, gerando esta superfície lisa? Outro ponto, se eu colocar Plutão em uma órbita hiperbólica, ele iria virar o maior cometa de todos os tempos, dada a quantidade de gelo em sua composição?? Abs…
Não. Se houvesse uma série de impactos, teríamos uma série de buracos. 🙂
E sim. Ele seria um baita dum cometão. 🙂
Sensacional! Se possui água, poderia teoricamente suportar vida, a despeito da temperatura extremamente baixa. Fico imaginado num futuro distante uma base humana num planeta como esse nos limites do sistema solar… seria estratégico não?
Me lembrei de uma cena de Star Wars de obi wan kenobi para o mestre Yoda que uma criança responde, será que não existe algum corpo celeste não descoberto influenciando?
Sebastião, parabéns pelo seu trabalho. Desde seu livro “Extraterrestres” não deixo de ler nenhum dos seus artigos. Considerando a maior probabilidade de se encontrar vida, qual a maior dificuldade de se mandar uma sonda para Europa? O quão longe estamos desta tecnologia?
Beleza, obrigado pela leitura, mas é Salvador, não Sebastião. 🙂
Vamos mandar uma sonda para Europa — uma que vai só orbitar Júpiter na verdade — na próxima década.