Astronomia: os vizinhos de Plutão

Salvador Nogueira

Agora que você se encantou com a verdadeira face de Plutão, é hora de conhecer seus vizinhos.

Plutão e alguns dos seus vizinhos, todos planetas anões do cinturão de Kuiper, em comparação com a  Terra. O único que não é concepção artística é Plutão, claro; os outros ainda não conhecemos de perto. (Crédito: Nasa)
Plutão e alguns dos seus vizinhos, todos planetas anões do cinturão de Kuiper, em comparação com a Terra. O único que não é concepção artística é Plutão, claro; os outros ainda não conhecemos de perto. (Crédito: Nasa)

BAIRRO AFASTADO
Plutão é o membro mais ilustre de uma faixa de espaço além da órbita de Netuno, o cinturão de Kuiper. É basicamente um bairro na periferia do Sistema Solar, habitado por uns 100 mil objetos. Falaremos a seguir de seus cinco colegas mais intrigantes.

ÉRIS
Não por acaso, esse também é o nome da deusa grega da discórdia. Descoberto em 2005, Éris foi o responsável pelo rebaixamento de Plutão à categoria de planeta anão. Tem praticamente o mesmo tamanho, mas com mais massa, ou seja, ele deve ter outra composição.

MAKEMAKE
O nome vem de uma divindade adorada na Ilha de Páscoa. Com um diâmetro de cerca de 1.480 km, foi estudado com participação brasileira. Observando Makemake encobrir uma estrela, descobriram sua falta de atmosfera.

HAUMEA
Se há um planeta anão bizarro, é Haumea, nome de uma deusa havaiana. Apesar de seu tamanho (1.400 km), ele tem a forma de uma bola de futebol americano. Isso ocorre porque ele gira muito depressa (um dia lá dura 4 horas!) e, com isso, se estica.

QUAOAR
O nome é homenagem a um deus tongva, povo indígena da área de Los Angeles, nos EUA. Seu diâmetro é metade do de Plutão. E o que estranha é a presença de gelo de água na superfície. Como isso é possível? Ninguém sabe.

SEDNA
Batizado em homenagem à deusa inuíte do mar, é o planeta anão mais distante conhecido. Sedna completa uma órbita a cada 11,4 mil anos. Dizem as más línguas que é fruto de um roubo. O Sol o teria capturado de um sistema planetário vizinho que passou por perto há bilhões de anos.

Éris, Makemake, Haumea, Quaoar, Sedna… todos esses astros são tão interessantes quanto Plutão. Eles não fazem falta no seu horóscopo?

A coluna “Astronomia” é publicada às segundas-feiras, na Folha Ilustrada.

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Comentários

  1. Se encontrarem vida alienígena em Plutão a Nasa irá divulgar, ou será tratado como um arquivo X?

    1. Irá divulgar. Nem que seja para arrumar grana para levar outra sonda até lá. 😉

  2. Professor, em Caronte, esta montanha em uma depressão poderia ser alguma coisa que se chocou com a superfície mas não se destruiu e nem foi coberta??? Explicando… do tipo quando jogamos uma pedra com determinada força em uma superfície bem fofa como a areia, fazendo a superfície em volta criar deformação mas não capaz de destruir o objeto arremessado!!! Plausível???

  3. Como o controle da missão fará para mudar a trajetória da sonda quando for decidido o próximo objeto de estudo? Ou será escolhido justamente um que já esteja no caminho da NH?

  4. Salvador, uma curiosidade: por que as sondas são enviadas no formato “horizontal” (órbita dos planetas) em vez de “vertical”? Imagino que haja um vazio acima e abaixo da Terra, mas não seria interessante enviar uma Voyager para tirar fotos da Terra lá de cima/baixo?

    1. Os orbitadores científicos são normalmente colocados em órbitas polares (verticais), justamente para poder mapear o planeta inteiro. As sondas marcianas fazem isso. E, claro, há muitos satélites científicos na Terra em órbita polar.

    2. Uma foto da Terra vista da distância que as Voyagers ou mesmo a New Horizons revelaria apenas “um pálido ponto azul” ou nem isto. Penso que a maioria das sondas são colocadas em órbitas próximas ao plano médio dos planetas do sistema solar porque é nele e em suas proximidades é que estão a maioria dos objetos orbitando o Sol, além de ser um pouco mais simples colocar as sondas neste plano por causa dos impulsos gravitacionais. Há objetos orbitando em planos mais inclinados, mas mandar alguma sonda para lá é bem mais complicado e demorado.

  5. Infelizmente Éris ficou marcado para mim como o apelido de uma paixão que eu tive e que acabou mal, rs. Desses aí o que eu acho mais interessante é Makemake!

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