Lua de Plutão tem sua própria lua?
Uma imagem muito suspeita produzida pela sonda New Horizons parece sugerir que uma das luas de Plutão pode ter sua própria lua. É isso mesmo.
Bem que o Mensageiro Sideral desconfiou, quando viu a melhor imagem divulgada pela Nasa da lua Hidra, a segunda maior de Plutão (o que não quer dizer muito, pois ela só tem 55 km de comprimento). Sobre sua superfície, no momento da imagem, havia algo que se parecia muito com uma sombra, como se algum objeto menor houvesse se interposto entre ela e o Sol.
Será? Quando você começa ver sombras em fotos de Plutão às 3h da manhã é hora de ir dormir. Mas, por via das dúvidas, resolvi disparar um e-mail para André Amarante, pesquisador da Unesp que está fazendo doutorado na Universidade de Maryland em Laurel (mesma cidade onde fica o APL, Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, que por sua vez é o centro de operações da New Horizons). Amarante já estuda há tempos o sistema de Plutão do ponto de vista da dinâmica orbital e um dos seus maiores interesses é justamente a busca por outras luas por ali.
E aí descobri que a tal sombra não existia só na minha mente. “Tive essa mesma discussão hoje à tarde com o professor Douglas Hamilton, que é um dos membros do “hazard team” da New Horizons, então você está bem é acordado!”, ele me disse.
O principal trabalho do “hazard team” (na tradução, “equipe de perigo”) era analisar o sistema de Plutão o tanto que fosse possível a partir das imagens obtidas à distância pela sonda, de forma que a New Horizons pudesse cruzá-lo sem correr risco de trombar com nada pelo caminho (o que, felizmente, foi o que aconteceu). Durante a aproximação final, a análise feita por essa equipe das imagens colhidas pela sonda no fim de junho indicava que não havia mais nada no sistema que tivesse pelo menos 1/15 do brilho de Estige, a menor e mais discreta das luas conhecidas.
Mas a sombra está lá, em Hidra. Falta um objeto que a produza. Pelo tamanho dela, sabemos que ele é bem pequeno — alguns quilômetros, no máximo. Aliás, será que ele também não está na foto? Aquela protuberância logo acima da sombra é muito suspeita. Mas não dá para ter certeza só com essa imagem.
Uma das possibilidades, apontada por Amarante, é de que seja uma lua troiana de Hidra — basicamente um objeto que segue a mesma órbita da lua, num ângulo de 60 graus com relação ao centro do sistema, indo adiante dela ou vindo logo atrás. No Sistema Solar, há casos conhecidos de troianas que acompanham Tétis e Dione, duas das maiores luas de Saturno.
Outra possibilidade — e confesso apostar mais nesta, porque a sombra parece indicar grande proximidade — é que o objeto misterioso esteja de fato em órbita de Hidra. “Sim, é possível termos ‘uma lua orbitando outra lua'”, diz Amarante. “É como se fosse o caso clássico do asteroide Ida, com sua lua Dáctilo.”
O pesquisador brasileiro informa que Hamilton, que é seu orientador na Universidade de Maryland, terá uma reunião com os outros membros da New Horizons no fim da semana e poderá já ter algum encaminhamento para o desfecho do mistério. Mas lembre-se: os dados da sonda ainda estão sendo paulatinamente transmitidos para a Terra (processo que levará 16 meses ao todo), e pode levar algum tempo até que tenhamos mais imagens de Hidra que ajudem a fechar essa conta. Esse é apenas mais um exemplo do que significa “exploração espacial”: não sabemos o que iremos encontrar, até que encontremos!
FLUXOS DE GELO E NÉVOAS
E, por falar em surpresas, elas parecem não acabar nunca em Plutão. Na sexta-feira passada, a Nasa divulgou mais algumas, com base nas últimas imagens de alta resolução transmitidas pela New Horizons.
Em solo, as novidades vieram da região a noroeste de Tombaugh Regio — o “coração” de Plutão. Os cientistas detectaram ali, perto de terreno antigo, marcado por crateras, evidências de fluxo de gelo pela superfície, causando erosão. O gelo, nesse caso, é composto de nitrogênio e parece fluir pelo solo. Mas como? Segundo William McKinnon, um dos membros da New Horizons, o calor interno de Plutão derrete o gelo de nitrogênio por baixo, que se liquefaz, e aí permite o deslocamento do terreno congelado por cima. É algo que se vê em geleiras na Terra. Mas aqui, o gelo é de água. Na superfície de Plutão, sob intenso frio de -235 graus Celsius, água é tão dura quanto rocha por aqui — não se presta a esse tipo de coisa.
McKinnon também comentou algo que interessa a muita gente — a possibilidade de um oceano de água líquida sob o manto de gelo de água de Plutão. Até agora, os cientistas não encontraram nenhuma evidência direta e inconfundível disso nos traços geológicos fotografados pela New Horizons. Contudo, segundo ele, as descobertas de que o planeta anão ainda tem calor interno e de que tem mais gelo de água do que antes se pensava (descoberta feita a partir da medição do tamanho dele, que implica uma densidade menor do que a esperada) parecem elevar a probabilidade de que exista mesmo uma camada de água líquida sob centenas de quilômetros de gelo. A conferir.
E a coisa mais bonita da conferência foi a imagem que a New Horizons fez depois de passar por Plutão, fotografando o halo de sua atmosfera iluminada pelo Sol do outro lado. Eis o ar plutoniano. A análise da imagem revelou que há uma tênue névoa em duas camadas, uma a 80 km da superfície e a outra a cerca de 50 km.
Imagina-se que a névoa seja produzida pela reação de metano, um dos componentes do solo e da atmosfera de Plutão, com os raios ultravioleta do Sol. A radiação desmancha as moléculas de metano e leva à produção de outros hidrocarbonetos mais complexos, como etileno e acetileno. Geradas na alta atmosfera, essas substâncias então descem para regiões mais frias e se condensam em partículas de gelo — a tal névoa.
Modelos anteriores sugeriam que a temperatura da atmosfera seria alta demais acima de 30 km para produzir névoa, então esse é mais um mistério que os cientistas terão para resolver.
A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO AR DE PLUTÃO
Aliás, a atmosfera plutoniana deixou todo mundo na equipe da New Horizons de queixo caído. Além dessas camadas de névoas em altitudes “proibitivas”, eles descobriram que a atmosfera é mais fria, mais baixa e menos densa do que se esperava.
E o mais curioso: a baixa pressão atmosférica observada pode ter sido um fenômeno de transição recente. Ela parece ser apenas metade da medida no ano passado, com telescópios aqui na Terra, com base em ocultações estelares — quando Plutão passa na frente de uma estrela e podemos medir de que maneira a atmosfera plutoniana obscurece gradualmente o brilho da estrela de fundo, obtendo pistas de sua estrutura.
Isso significa que talvez Plutão sofra um colapso de sua atmosfera conforme se afasta do Sol, e é possível que a New Horizons tenha passado lá num ótimo momento para observar isso.
O periélio de Plutão — momento em que o planeta se aproximou mais do Sol — aconteceu em 1989, e desde então o planeta anão vem se afastando gradualmente, numa órbita oval que ele leva modorrentos 248 anos terrestres para percorrer. Alguns modelos atmosféricos sugeriam que esse colapso podia mesmo acontecer, e foi essa uma das razões pelas quais a Nasa não cancelou a missão New Horizons num momento de aperto orçamentário, em 2002. Boa aposta, pelo visto. Mas, como em tudo acerca desse misterioso mundo recém-revelado, ainda precisamos de mais dados para tirar conclusões definitivas.
Ou seja: não saia daí.
Boa Noite Salvador. Desculpe perguntar novamente sobre este assunto, mas ainda me causa curiosidade. Se Plutão deixou de ser planeta pois não tem a orbita limpa, não deveria acontecer a mesma coisa com Netuno? Pois Plutão passa(mesmo que de muito em muito tempo) por esta orbita. Ou se não for isso. O que “suja” a orbita de Plutão? Obrigado, Stilpen.
Netuno representa mais de 50% da massa total em sua órbita. O pobre Plutão não é nem 50% do cinturão de Kuiper, que dirá se Netuno entrar na conta. 😉
Salvador, quanto à “lua da lua”, estou mais para troiano, acho que a gravidade de Hidra não dá conta de segurar uma órbita livre de perturbações de corpos muito maiores nos arredores, ou seja, Plutão e Caronte. Não sei se estou certo, mas me parece que, na primeira passagem que a “lua de Hidra” fizesse entre Hidra e um desses corpos maiores, sairia da órbita de Hidra.
Quanto à atmosfera, também não sei se estou certo, mas considerando um fotoperíodo equivalente a 3 dias terrestres (metade do tempo da rotação de Plutão), o planeta anão deve ter uma considerável amplitude térmica diária. Será que isso explica que o jeitão do halo é bem diferente à direita (onde o Sol está nascendo, portanto pouco depois da temperatura mínima diária) e à esquerda na imagem? Pois a questão de temperatura é fundamental para o comportamento dos gases. Interessante como eles parecem ter um ciclo na atmosfera de Plutão até mais complexo que o ciclo da água na atmosfera terrestre.
Sem dúvida, são coisas a se levar em conta. Aguardemos! 🙂
Notícia bombástica: Após a bem sucedida passagem da sonda New Horizons, Plutão contrata advogados do Fluminense e automaticamente já não está mais rebaixado a planeta anão!
Pior é que, se fizesse isso, conseguiria… 🙁
Olhando de novo a foto, ela me lembrou do cometa 67P, que parece um patinho de borracha. Nesse caso, o “pescoço” seria essa reentrância e parece pequeno por causa do ângulo da foto.
Isso se não for outra lua, claro. 🙂
Uma descoberta como esta é bem natural, pois como tudo neste Universo é fruto de processos aleatórios que resultam em estados quase estáticos, qualquer coisa pode ser achada por ai.
Como houveram vários comentários na postagem anterior sobre o exoplaneta Kepler 452b, repetirei aqui um link interessante sobre cálculos relativísticos de um hipotética viagem espacial a aceleração constante:
http://nathangeffen.webfactional.com/spacetravel/spacetravel.php
Como são 1400 anos-luz de distância daquele sistema, passariam apenas 14 anos para alguém que embarcasse numa nave acelerando a 1g constantemente. O problema é que a massa da nave e a energia que teria que ser gasta por ela é imensa, inviabilizando qualquer viagem pela tecnologia atual. E se a nave for acelerada a mais de 1g, os seus tripulantes teriam problemas fisiológicos insolúveis num prazo que dependeria da aceleração extra.
Muito bacana! Valeu!
Ualll! Valeu Geraldo!
Super legal o link, ótima contribuição.
Estou brincando com os números… muito interessante.
Interessante é comparar a energia que a nave gastaria com a energia emitida pelo Sol por segundo 3,86 x 10 ^ 8 exoJoules.
Qual o acréscimo, prático, que isso estará somando ao ser humano, a partir dessas fotos manchadas e suas concepções artísticas? Vaidade, ó vaidade, tudo é vaidade. Para os que creem: a maior velocidade é a da luz, que nunca será atingida, pois qualquer objeto teria uma massa infinita, que implicaria numa força infinita para acelerar esse objeto, pois a luz só é permitida essa velocidade porque não tem massa. Com muita boa vontade e novas tecnologias, talvez daqui umas dezenas de anos possamos mandar uns alienados vivos, sem volta, para algum lugar do sistema solar e é só.
Qual o acréscimo, prático, que VOCÊ está somando ao ser humano?
Tentando colocar juízo nessas mentes insanas: velocidade de dobra, buracos de minhoca, velocidade da luz, etc. Se o Salvador estiver certo, e as leis terrestres se aplicarem ao universo não adianta tentarmos discutir o sexo dos anjos: é impossível. Não discuta comigo e sim com o pai da teoria da relatividade. O resto é só conjecturas.
Diziam o mesmo sobre o homem voar ou até mesmo sobre veículos atingirem mais de 80 km/h.
Ops.
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Uma coisa é você. fazer uma feijoada na sua casa, outra coisa é você fazer uma feijoada em marte.
Oswaldo Gil,
Como diria o Eu™ sem pestanejar:
“Este seu argumento é Boçal”
Oswaldo Gil,
Nos de um tempo, pare de escrever tanta abobrinha
Sim, afinal não tem feijões em Marte e não tem pão no céu.
Sem mais.
Afrânio, desisti de argumentar com o oswaldo. É a mesma coisa que tentar ensinar uma pedra a jogar xadrez.
*ensinar a uma pedra como jogar xadrez.
Cride, atingir 80 km ou voar na terra e fatível, mas, o lobisomem conseguir no espaço é outra coisa. Aproveitando, avise esse anta do seu eco, que diferente do euclides, nem sei que pito toca.
Se pensarmos feito você, ainda estaríamos quebrando pedra:
https://unidospelaastronomia.wordpress.com/2015/07/29/teoria-da-conspiracao-contra-a-nossa-inteligencia/
As pedras eram quebradas na terra, o pessoal evoluiu e começou a sonhar.
Tudo é realmente vaidade e isto é demonstrado pelo fato de que você faz comentários num blog de ciência tentando desmerece-lo e expondo suas próprias ideias que você acha que são melhores do que as ideias de todo mundo. Você critica a vaidade da ciência, mas a substitui pela vaidade da fé.
A ciência terrestre passível de comprovação é exata. As teóricas só quando forem confirmadas e não poderem ser alteradas. Quando serão?
Enviar uma sonda para tirar fotos de um planeta distante ou imaginar como fazer uma viagem interestelar faz parte da curiosidade natural do ser humano. Sem curiosidade, não há inteligência.
Inteligência, do grego, significa “ver dentro”, o contrário, filosoficamente, “ver fora” teria outra conotação. Mas tem razão em algo: sonhar é humano.
O que este comentário acrescenta a alguma coisa? Seria só uma forma ridícula de vaidade?
O que nos acrescenta uma lua orbitar outra, o mesmo que o caramujo possuir o caracol, a minhoca servir de isca; qual a vaidade disso? É assim porque é.
E é curioso, vale a pena ser visto. Quantas coisas você não olha só porque parecem diferentes do que você viu até hoje? Ninguém está exagerando na reação, é a curiosidade pelo que é novo.
Salvador,
Meio Off topic, mas acho que não possível usar o brilho de Caronte para “tentar” enxergar o lado escuro de plutão, não é?
É possível, sim. Não vai ser um show de imagens, e ninguém sabe quanta resolução terá, mas alguma coisa há de se ver. 😉
Grande Salvador, parabéns pelas matérias sobre Plutão e pelas respostas dadas aos comentários! E, sabe, ocorreu uma ideia. Notei que quanto mais nos afastamos da Terra, cada vez descobrimos coisas cada vz mais incomuns. Ceres, Enceladus, e, agora, Plutão. E ainda há o cinturão Kuiper e a Nuvem de Oort. Ao pensar na nuvem, me veio à cabeça um romance de Frederik Pohl, “The Reefs of Space”, publicado com o título “Ultimato à Terra”, na coleção Argonauta. Alguns astrofísicos defendem que a vida surgiu de meteoritos vindo dessa nuvem, por julgarem que lá se formariam compostos orgânicos em abundância e de certa complexidade… Quem sabe, não teria vida por lá? Seria bom, mas (parece!) muito improvável, mas, olha, até hoje estamos apanhando em matéria de surpresas no Cosmos… Um dia chegaremos lá, e saberemos! Um abraço.
Vai saber! Estamos investigando! 🙂
Abraço!
Prezado Salvador, boa noite.
Plutão e suas luas teriam algo similar à Titã ou outras das luas telúricas? Nesses locais existe a possibilidade, mesmo que remota, de haver algum tipo de vida microbiana?
Por fim, uma pergunta tola de um sonhador: Há algum avanço tecnológico consistente para que se possa enviar alguma nave, a médio prazo, para as cercanias de um local que está há 1,4 mil anos-luz daqui???
Obrigado, e parabéns pelo blogue de altíssimo nível!
Marcelo,
quanto às luas de Plutão, apenas Caronte pode ter algum potencial em termos de astrobiologia, assim como o próprio Plutão, caso eles tenham mesmo oceanos de água líquida sob a crosta (o que ainda é incerto). As demais são pequenas demais.
Sobre voo interestelar de 1.400 anos-luz, no médio prazo, acho que não vai dar pé. Talvez nunca dê pé.
Abraço!
Aleluia, você aterrizou.
me parece também estar muito claro que é uma sombra, e não resultado de relevo da lua. teria de ser muito fundo para aparecer da forma que aparece na foto! tem de ser uma sombra, e uma lua da lua parece ser a conclusão mais lógica… vamos ficar esperando por imagens mais detalhadas, que certamente vão surgir!
Eu batizo este astro de Aclis.
É a deusa da tristeza e da miséria e é a rainha da névoa.
Ela é filha de Nix e pertence ao submundo governado por Plutão.
Salvador, sabe se já foi calculado o tamanho do corpo celeste que pode ser artificialmente colocado na órbita da Lua ou de Marte para ser ponto intermediário?
Ruy
Ruy, nada menor do que o que podemos construir, pode ficar sossegado. 😉
Eu batizo este pequeno astro com o nome de Aclis.
É a deusa da tristeza e da miséria e é a rainha da névoa.
Ela é filha de Nix e pertence ao submundo governado por Plutão.
A mancha escura parece possuir uma borda levemente saliente no lado próximo (na foto) e levemente afundada no lado oposto. Como sombras não possuem bordas, talvez a hipótese da reentrância na superfície não possa ser descartada.
Sem dúvida não pode ser descartada, mas o contorno das bordas vai seguir a forma do terreno embaixo.
Prezado Salvador Nogueira
Fantástico seu post sobre a New Horizons e a infinidade de novidades que agora temos de Plutão (seja ele anão ou não!) e que teremos pelos próximos 16 meses.
Parabéns por seu diuturno e incessante trabalho em divulgar e aclarar, para muitos, essa fantástica ciência que é a Astronomia.
Saudações
Luiz Fernando
Valeu, Luiz Fernando!
Avise aos defensores da teoria da conspiração que não foi apenas uma missão tripulada chegou à Lua, mas 6: Apollo 11, 12, 14, 15, 16 e 17. A Apollo 13 teve problemas e a 18 e última não tinha como objetivo alunizar. Avise-os também que 12 (doze) homens pisaram na Lua.
A 18 não aconteceu. Usaram a última cápsula Apollo para um acoplamento com a soviética Soyuz, em 1975. Não houve Apollo 18.
55km de comprimento? O que é isso?
Não seriam 55km de diâmetro? Ou são 55km de circunferência (improvável)?
O formato é irregular. 55 km na maior das três medidas (que costuma ser chamada de comprimento; as demais são largura e profundidade).
Seus artigos são maravilhosos! Fico ansioso aguardando quando sairá o próximo com informações sobre esta fascinante odisseia espacial! Vc faz um excelente trabalho!
Valeu! 🙂
Pois é, realmente parece haver uma protuberância pouco acima da sombra, do mesmo tamanho, e proporção, inclusive em cima parece ter uma pequena “ponta” que está alem do contorno de Hidra atras. Ou seja parece que ha um outro objeto na frente mesmo.
Qdo as fotos em alta resolução começarem a chegar vai dar pra pra ver claramente se é isso mesmo ou não…
Uma duvida: Foi possível mapear 100% da superfície de Plutão, ou como a sonda passou em alta velocidade, conheceremos, mesmo que em detalhes, apenas uma face do Planeta anão?
Pois todas as fotos que vejo é apenas do lado com o “coração”.
Abraços e sucesso.
Metade veremos muito bem vista. A outra metade, bem maomeno, com fotos de 3 dias antes da aproximação máxima, mais alguma coisa registrada com a “luz de Caronte”. Abraço!
Salvador, boa tarde.
Já que você comentou sobre atmosfera, posso aproveitar e perguntar sobre uma notícia que li?
Identiifcaram atmosfera em volta dos pontos brilhantes de Ceres, é verdade?
Se for, é possível a atmosfera ficar restrita a um único local do planeta?
É verdade. Vou escrever sobre isso em breve. É parte do enigma da composição dos pontos brilhantes. E a atmosfera se dispersa, claro, mas algo parece estar fabricando mais dela. No caso, isso favorece a hipótese de gelo, que deveria ser instável na superfície de Ceres e evaporar mesmo. 😉
Li uma reportagem falando nisso, mas chamando de “névoa” o que foi percebido no fundo de várias crateras, inclusive a dos misteriosos pontos brilhantes.
É como se algo fosse expelido pelo planeta e ficasse como uma neblina até se dispersar de vez. A dúvida é se é um fluxo constante ou se é periódico…
Haja mistérios nesse nosso Sistema Solar! 🙂
Radioco descobrindo os mistérios do universo.
Primeiramente boa tarde.
Esse mês completou 10 anos do impacto do cometa shoemaker-levy 9 em Jupiter. Saiu alguma matéria ou assunto sobre isso?
Boa tarde! Tudo bem?
Esse mês completou 10 anos do impacto do cometa shoemaker-levy 9 no planeta jupiter. Saiu alguma matéria sobre isso?
Não vi, nem fiz. Mas o impacto não foi em 1994? Seriam 11 anos, portanto. 😉
Se foi em 1994, seriam 21 anos na verdade…rs
Ops, todo mundo ficando megavelho. Tem razão! rs
Em quaisquer circunstâncias a única realidade inquestionável é o tempo.
Há quem concorde e há quem discorde. O que já elimina o “inquestionável”.
Inteligência, do grego, significa “ver dentro”, o contrário, filosoficamente, “ver fora” teria outra conotação. Mas tem razão em algo: sonhar é humano.
Concordando ou discordando: tempus fugit.
Uma pena, lembro que o mundo inteiro estava ancioso para ver e saber como era o impacto de um cometa em um planeta.
Parabéns a jupiter tbm, que se não fosse ele quem sabe o cometa não cairia na terra.
ANSIOSO É COM S
Acho que viram e foi muito instrutivo a respeito de Júpiter… Lembro-me de algumas notícias a respeito na época!
Vide a Wikipedia em português: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cometa_Shoemaker-Levy_9
Tinha 12 anos!!! Meu PC era um 386, com windows 3.1, não tinha acesso a internet. Meu vídeo game era um nintendinho 8 bits. Tava na sexta série, estudava num colégio de freiras. Minha banda favorita era guns’n roses. Tinha um cachorro vira lata de estimação. Assim… do que falávamos mesmo?
🙂
Rapaz, tirando o cachorro, tínhamos vidas iguais. kkkkkkkkk.
Hahaha
Vamos parar com esse negócio de que os EUA não posou na Lua. Além de demonstrar um alto nível credulidade ao reproduzir teorias conspiratórias absurdas, vocês também demonstram um certo nível de preconceito advindo do antiamericanismo! Vamos parar com esse recalque de terceiro mundinho.
Ó a explicação pra isso, Victor:
http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2014/05/05/teorias-da-conspiracao-atraem-quem-tem-dificuldade-de-lidar-com-incertezas.htm
😀
Pode-se chamar este tipo de comportamento de Complexo de Cartman? Ou de Beavis and Butt-Head?
“Eu”, aprendi que as pessoas acreditam naquilo em que elas preferem acreditar sem, no entanto, no necessário juízo de valor.
Pois é.
Como li ontem: http://climatologiageografica.com/nao-nao-e-apenas-sua-opiniao-voce-simplesmente-esta-errado/
😀
Isso é uma alusão a climatério.
E você simplesmente está errado. Como sempre.
Concordando ou discordando: tempus fugit.
Gente.. Vamos falar sobre ET.. Gostei tanto do assunto que agora só quero ler isso ‘o’ …. Fico cada vez mais interessado no espaço ‘
Não poderia ser uma grande cordilheira seguida de um imenso vale, de tal forma posicionados que os raios do sol produzam essa sombra deslocada para baixo? Pela distância, se fosse outro corpo celeste, teria aparecido nessa foto com certeza, ainda que pelo tamanho da sombra deveria ser grandinho, não se ocultaria fácil.
A sombra parece muito esquisita para ser uma reentrância no próprio astro. Mas vamos ver o que se pode dizer com outras imagens de Hidra. O mistério será solucionado. 😉
Interessante como é o amadurecimento, depois de um tempo notei que a negação da ida do homem a lua é uma forma velada de vira-latismo. Como temos inveja da tecnologia conquistada pelos americanos (nem nos adianta utilizar a desculpa da idade das nações pq os dois foram praticamente na mesma época) tentamos negar o inegável para nos sentir melhores. \/
Salvador, a Philae voltou a dormir de novo? E vai tr texto sobre o problema do espectrometro da sonda Dawn?
Kenny, acabei de ver a nota da Reuters no UOL sobre o Philae. Na verdade, o contato está intermitente desde que a sonda acordou. Ainda não está claro o que se poderá fazer com ela. Provavelmente não voltou a dormir, mas estamos chegando na fase em que o cometa anda mais agitado, a duas semanas do periélio.
Sobre o espectrômetro da Dawn, não estou sabendo de problema nenhum. Vi que a sonda entrou em modo de segurança, mas agora já está tudo bem e ela está descendo para a sua terceira órbita científica, onde chegará em agosto. Abraço!
Ontem a NASA postou dois posts no twitter sobre a missão Dawn, que agora transcrevo:
“NASA’s Dawn Mission @NASA_Dawn 18h
Today I descend to an altitude of 1500 miles (2,400 kilometers) above #Ceres”
“NASA’s Dawn Mission @NASA_Dawn 23 h
Q: When will I reach my final orbit at #Ceres ?
A: December.
Q: What is the final orbit’s altitude?
A: 230 miles (375 km).”
Sim, isso tudo eu sei. Mas ela vai parar em agosto numa terceira órbita de mapeamento, antes de descer até a última órbita, em dezembro. 😉
Sinto dizer que o Brasil é bem mais velho que os Estados Unidos…
A colonização da América do Norte começou de fato a ser implantada no século 17 (anos 1600 e bolinha), mas já estava adiantada no Brasil 50 anos antes…
Além disso, enquanto os Estados Unidos eram apenas 13 colônias do lado do Atlântico, o Brasil já tinha há muito o mapa atual, tirando o Acre e acrescentando o Uruguai…
Ficamos para trás e, com a mentalidade dos nossos políticos (que vem do povo), continuaremos atrás por um bom tempo ainda.
Radoico, o Brasil é mais novo que os EUA. Acho que o período de colônia não conta, uma vez que não eram nem Brasil, nem EUA, mas Portugal e Inglaterra… 😛
Como nação independente, eu concordo… Mas como povo e tamanho de território, somos mais velhos e demoramos mais para nos tornarmos independentes. Só isso já demonstra atraso e falta de iniciativa da nossa parte.
Logo, logo, os Americanos vao inventor que desceram na lua da lua de plutao. Igualzinho aquela lorota de que pousaram na nossa Lua em 1969.
A sonda já está muito longe para pousar em qualquer lugar. E os americanos pousaram na Lua com astronautas em 1969.
Avise aos incrédulos defensores da teoria da conspiração que depois da Apollo 11, mais 5 missões tripuladas desembarcaram na Lua (Apollos 12, 14, 15, 16 e 17)= a 13 teve problemas e não chegou a Lua e 18 e última não tinha por objetivo a alunizagem.
Prove que não foram à Lua. DUVIDO.
Ele não vai conseguir nem provar que navegou pelos sete mares. Relax. 😛
Hahahhaa
Pior, não sabe nem escrever “Navegador”
Logo logo, algum filósofo maluco vai propor que a terra não é o centro do universo, e que o sol não gira ao redor dela, tudo lorota e blasfêmia contra o sacro modelo geocentrista…
Pior, é capaz de dizerem que a Terra gira e que a Lua não é uma esfera cristalina perfeita! Oh, Céus, onde iremos parar desse jeito?
Você está atrasado, Rodolfo. Este filósofo já existe. É o Olavo de Carvalho. Conhece? Se você não conhece, então não perdeu nada.
Amigão, se nem os russos da antiga União Soviética contestaram o pouso ocorrido na Lua (e eles fariam isso com toda veemência se tivessem um pingo de dúvida quanto ao ocorrido), você acha realmente plausível que os EUA vem sustentando uma mentira por décadas?
Aliás, os chineses (outra potência adversária que adoraria desmentir os EUA se pudessem) mapearam a Lua toda em alta resolução e encontraram os restos da missão Appolo para trás!
“The scientists also spotted traces of the previous Apollo mission in the images, said Yan Jun, chief application scientist for China’s lunar exploration project.”
Segue a integra.
http://news.xinhuanet.com/english/sci/2012-02/06/c_131393210.htm
deixados para trás*
Excelente texto como sempre, vai ter imagens mais detalhadas de Hidra ou essas serão as únicas imagens? Será possivel observar o bambolê gravitacional de hidra e o sua lua com um telescópio potente? Vai ter texto sobre o mistério das duas cores de Iapetus que foi solucionado depois de cetenas de anos? Muitas perguntas. Continue com o ótimo trabalho de divulgação científica.
Kenny, haverá outras imagens de Hidra e aí poderemos confirmar se ela tem uma lua ou não. Sobre Jápeto, sugestão anotada! Abraço!
Essa pedrinha que “voa” junto de Hidra parece ter algo como 15 km de comprimento e deixa na expectativa se está “ao lado” ou revolucionando no satélite. Estou com você, Salvador, aquele motoruco brilhante é mesmo uma montanha voante…
Salve, salve, Salvador!
A foto da atmosfera de Plutão em eclipse é poética e instigante ao mesmo tempo. No meio de toda aquela escuridão está o outro lado do planeta, que não conseguimos fotografar “de pertinho”. Imagina se tivéssemos fotos em alta resolução das quatro “manchas negras”? Ou uma coisa ou outra, né? Pelo menos temos o “coração”.
Uma pergunta, Salvador: Se há de fato um objeto em órbita de Hidra, seria um caso inédito, ou já temos outros exemplos de luas orbitando luas?
Grande abraço!
Que eu saiba, não há casos conhecidos de luas orbitando luas. Luas troianas sim, asteroides com luas sim. Mas luas com formato de asteroide que têm suas luas, acho que não. Nem sei se a órbita dessa lua de Hidra seria estável por muito tempo. Pode ser só um episódio incomum, que calhamos de observar.
Sobre o lado “afastado” de Plutão, é possível que os mapas ainda melhorem, porque a sonda tentou observá-lo usando o brilho de Caronte como iluminação. Mas certamente não serão tão bons quanto os do lado aparente. Abraço!
Desculpe-me, Salvador, mas o que é “Lua troiana”?
No texto, imaginei uma Lua “carregando” luas escondidas, à la um Cavalo de Tróia cósmico… Qual(is) planeta(s) possuem “luas troianas”? Grato!
Saturno possui luas troianas (é o único caso conhecido). Como diz o texto, são luas que seguem na mesma órbita de uma lua “principal”, mas num dos pontos lagrangianos do sistema (em que a gravidade do planeta e da lua se compensam, criando um ponto de “estacionamento” para bólidos celestes), formando 60 graus à frente ou atrás da lua principal com relação ao centro do sistema.
Ops! Está bem escrito lá, viajei na maionese, foi mal, desculpe-me!
🙂
Viajei.. seria uma “lua” fixa atrás de outra “lua”? Mais ou menos isso? Mais? Menos? …………
Se for um troiano, é isso.
um troiano atrás do outro. sempre desconfiei dos gregos. até no espaço.
Mesmo que Plutão tenha um oceano de água líquida sob ‘centenas de quilômetros’ de gelo, a pressão não seria absurdamente alta para que se tenha qualquer esperança de encontrar algum dia algo além de apenas água líquida?
Por outro lado, um manto sólido sobre uma camada fluida, poderia produzir algum tipo de tectonismo, com a ajuda dos pequenos impulsos gravitacionais das luas, não? Ou mesmo ter acelerado o travamento gravitacional entre Plutão e Caronte.
Bactérias não ligam muito pra pressão…
‘Yo Pluto, i heard you like moons so I put a moon in yo moon so you can moon while u moon’.
– Xzibit
Hehehe
Bem interessante sua observação sobre a sombra da lua, realmente parece existir outro objeto rondando a lua. Vejo estas mesmas sombras em astrofotografias amadoras que tiro:
Aqui aparecem as luas, uma na direita superior e outra na esquerda inferior e a sombra no planeta: http://www.astrobin.com/161086/
Sombrinha laaa no canto esquerdo, no meio do planeta: http://www.astrobin.com/full/164687/0/
Lado esquerdo também, mas quase no meio: http://www.astrobin.com/full/162678/0/
Belo trabalho Edinaldo!
Prazer eu sou pequenina lua que orbita uma outra lua de um planeta que nem é paneta, é um planeta-anão.
Ainda bem que os corpos celestes não sofrem de problemas existenciais rsrs
Essas luas-asteroides de Plutão que se parecem com pedregulhos enormes são fruto de uma colisão ocorrida com superfície do Planeta?
Aliás, Caronte pode ter se formando num processo análogo que teria formado a nossa Lua?
Victor, a hipótese reinante é de que todo o sistema de luas de Plutão teria nascido de um impacto gigante, similar ao que gerou Terra-Lua! 🙂
Plutão nos deu uma boa lição, mostrou o quão pouco sabemos dos corpos que orbitam aquela região distante do sistema solar. Mostrou que os modelos e as hipóteses não substituem a verificação, a experimentação.
Que venha a próxima geração de supertelescópios, tenho certeza que os exoplanetas surpreenderão a todos quando pudermos enfim enxergá-los. Nada como ver para saber!
Bom dia Dr. Salva, boas novas de Plutão que parece, ainda vai nos surpreender muito. Tomara. Mudando de pau pra cavaco, e a parceria com a Ucrânia…..foi pro limbo também. Parece que realmente não somos um país sério.
Parece? 😛
Parece que um dia houve um país chamado de Brasil. Como ele não era sério, todo mundo se esqueceu dele. (Frase de um arqueólogo do século 25)