Astronomia: Três anos em Marte

Salvador Nogueira

O jipe Curiosity acaba de completar três anos de operações em Marte. O que ele descobriu até agora?

Auto-retrato feito pelo jipe Curiosity em Marte. A imagem é montada a partir de diversas fotos combinadas.
Auto-retrato feito pelo jipe Curiosity em Marte. A imagem é montada a partir de diversas fotos combinadas. (Crédito: Nasa/JPL/Caltech/Damia Bouic)

SEM ESTEPE
Uma das revelações mais bombásticas feitas por ele, pelo menos para o planejamento da Nasa, é que rodas de alumínio são um lixo para passear por Marte. O terreno cheio de pedregulhos tem feito várias perfurações nelas, e o estepe mais próximo está a vários milhões de km de distância. Ops.

QUÍMICA DA VIDA
O principal objetivo do jipe não era fazer test-drive, claro. Sua missão primordial era buscar sinais de compostos orgânicos, a matéria-prima da vida, em Marte. É a boa e velha caça aos marcianos, com a Nasa comendo pelas beiradas.

SUPERFÍCIE TÓXICA
Manja aquele pó vermelho que recobre toda a superfície de Marte? Ele contém percloratos, moléculas que, quando aquecidas, basicamente comem química orgânica no café da manhã. E aí complica tudo, porque o Curiosity mede a composição do solo ao esquentar amostras num forno.

O JEITO É CAVAR
A solução foi usar uma perfuratriz para tirar amostras de poeira do interior de rochas, livres de percloratos. Em dezembro de 2014, os cientistas da Nasa anunciaram sucesso: detectaram compostos orgânicos após furar uma rocha batizada Cumberland. Mas foi um tiquinho de nada.

QUE CHEIRO É ESSE?
O achado mais relevante do Curiosity, contudo, foi a detecção de uma emissão esquisita de metano que durou dois meses. A presença desse gás na atmosfera marciana subiu e depois caiu. Na Terra, a principal fonte de metano são microrganismos. Em Marte, pode ser um processo sem ligação com vida. Vai saber?

TOCANDO EM FRENTE
Apesar dos danos nas rodas, o jipe avança, cautelosamente, na direção do monte Sharp. Trata-se de uma encosta que tem várias camadas de rochas sedimentares expostas recentemente. Se houver moléculas orgânicas complexas se escondendo em Marte, é lá que vamos achá-las.

A coluna “Astronomia” é publicada às segundas-feiras, na Folha Ilustrada.

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Comentários

  1. Até onde sei, viver em Marte seria a mesma coisa que colocar o Deserto do Saara sobre o Polo Sul a uma altitude de uns vinte mil metros. Coisa para bactérias.

  2. Salvador, desculpe eu me intrometer na conversa, porém acredito que o que existe realmente de concreto nas pesquisas espaciais não é de fato trazido a público. O que nem todos percebem é que uma espaçonave capaz de colocar uma sonda espacial em um outro planeta ou qualquer outro corpo celeste, é capaz de colocar quantas bombas atômicas na Praça Vermelha ou na Praça da Paz Celestial?

  3. Eu apostaria que existe qualquer tipo de vida em marte, não digo de marcianos escondendo suas grandes cidades e tecnologia, mas aposto sim que pode haver pequenos e raros organismos, talvez até, quem sabe, algo mais complexo nos subsolos.

  4. Eu acredito que se realmente a Nasa descobrir vida inteligente além do nosso planeta, não irá divulgar. Qual sua opinião Salvador?

    1. A Nasa não tem programa de busca de vida inteligente. Então aposto que nem vai achar, quanto mais esconder.

    1. Esse foi só um “resumo”. O rover conseguiu atingir todos os objetivos para que foi projetado, se você acha que 100% dos objetivos é “só isso”, então você tem um sério problema.

      Mental.

  5. Salvador,
    Na sua opinião, aquele programa da Discovery chamado “Segredos da NASA’ pode ser levado a sério?

        1. OLHA, EU ACHO QUE DA PARA ACREDITAR SIM,
          EU ASSISTO ESTA SERIE NO DISCOVERY, TEM COISA LA EM CIMA QUE DA PARA ARREPIAR…..

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