A misteriosa fábrica de Jupíteres

Salvador Nogueira

Um instrumento desenvolvido especificamente para fazer fotografias diretas de planetas fora do Sistema Solar começa a render seus primeiros frutos. A primeira descoberta do GPI (Gemini Planet Imager) foi um mundo a 95 anos-luz daqui que tem tamanho de Júpiter, órbita de Júpiter e cheiro de Júpiter.

Concepção artística do 51 Eridani b, um planeta com cara de Júpiter e cheiro de Júpiter. Para ver a foto dele de verdade, siga adiante no texto! (Crédito: Seti Institute)
Concepção artística do 51 Eridani b, um planeta com cara de Júpiter e cheiro de Júpiter. Para ver a foto dele de verdade, siga adiante no texto! (Crédito: Seti Institute)

É isso aí, cheiro. Como o planeta foi descoberto por imagens diretas — ou seja, o instrumento conseguiu detectar a luz que vem dele –, foi possível determinar detalhes do conteúdo de sua atmosfera. E então constataram que esse mundo, orbitando a estrela 51 Eridani, tem quantidades apreciáveis de metano em sua atmosfera. É um componente importante também na atmosfera do nosso Júpiter, dominada por hidrogênio e hélio.

Quer saber como os astrônomos liderdos por Bruce Macintosh, da Universidade de Stanford, na Califórnia, fizeram essa descoberta? A luz carrega consigo detalhes das substâncias de onde ela está partindo, que podem ser “lidos” por meio de uma técnica chamada espectroscopia. O esforço consiste basicamente em dividir a luz detectada em suas cores componentes e, ao detectar linhas escuras nesse arco-íris, identificar os átomos e moléculas ligados a elas.

“JÚPITER, DIGA ‘XIS’!”
Não pense você que é molezinha tirar essa foto. O grande drama de fotografar diretamente planetas fora do Sistema Solar é que seu brilho é muito menor do que o da estrela em torno da qual eles orbitam. É meio como tentar enxergar a luz de um vaga-lume que passa na frente de um farol de milha a uma distância de 50 km. Outras três tentativas, com instrumentos antigos, já haviam sido feitas nessa mesma estrela, sem sucesso. O GPI, cerca de cinco vezes mais sensível, conseguiu.

Para que se tenha uma ideia do tamanho do sucesso da descoberta de 51 Eridani b, o planeta tem um brilho que representa menos de um milionésimo do de sua estrela mãe, um astro apenas um pouco maior do que o Sol, só que muito jovem. Os cientistas estimam que 51 Eridani tenha cerca de 20 milhões de anos de idade. Já o Sol é um senhor de meia-idade, com 4,6 bilhões de anos.

A idade é especialmente importante para o sucesso da câmera GPI, porque ao observar sistemas jovens os pesquisadores podem contar com um certo brilho natural dos planetas — como eles acabaram de se formar, ainda estão muito quentes, e ainda emitem quantidade apreciável de luz infravermelha, que pode ser detectada. Os modelos aplicados ao 51 Eridani b sugerem que ele tenha uma temperatura entre 350 e 450 graus Celsius. Bem mais quente que o nosso Júpiter, que já é bem velhinho.

Isso, somado ao fato de que o instrumento bloqueia a luz vinda da própria estrela, é o que permite a detecção. Mas tem uma vantagem adicional: ao estudar sistemas jovens, o GPI ajudará a investigar como nasceram os planetas gigantes do nosso Sistema Solar.

A foto do planeta 51 Eridani b, feita pela GPI (Crédito: GPI)
A foto do planeta 51 Eridani b, feita pela GPI (Crédito: GPI/Gemini)

MISTÉRIOS DE FORMAÇÃO
Ironicamente, apesar de ficarmos todos ouriçados com a busca por outras Terra lá fora, a produção de planetas rochosos como o nosso parece ser bem simples e natural. Não por acaso, com o aumento das estatísticas da descoberta de exoplanetas, acabamos descobrindo que planetas pequenos são muito mais comuns do que mundos gigantes, como os nossos Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

Igualmente difícil é compreender como planetas gigantes se formam. Para explicar o mistério, vamos primeiro entender o que achamos que sabemos sobre como os planetas nascem.

Os melhores modelos de formação planetária que temos sugerem que tudo começa com um disco de gás e poeira em rotação ao redor da estrela nascente. Aos poucos, esses grãozinhos de poeira presentes no disco vão se juntando, se agregando, por colisões, até produzirem pedregulhos maiores, chamados planetesimais. E o processo continua, com planetesimais colidindo até formar grandes bolotas de rocha. Ao mesmo tempo, a estrela no centro do disco está se comprimindo até “acender”. Quando ela é “ligada”, começa a soprar todo o gás presente no disco para longe. As regiões internas são varridas primeiro, e por isso ali não se formam gigantes gasosos. Mas nas regiões mais externas, as bolotas de rocha começam a juntar enormes invólucros de gás e se tornam os planetas gigantes.

Até aí, tudo certo. O problema é quando os cientistas simulam quanto tempo é necessário para que isso aconteça. Os primeiros modelos baseados nesse esquema sugeriam que não haveria tempo para os gigantes gasosos se formarem antes que o gás fosse todo varrido pelo Sol. Além disso, há evidências de que pelo menos Júpiter apareceu primeiro de todos, e sua gravidade acabou moldando o resto do sistema. Complicado explicar isso.

Hoje, os modelos se sofisticaram a ponto de conseguir lidar com todas essas variáveis. Mas há também uma corrente alternativa que sugere que planetas gigantes gasosos como Júpiter podem nascer não por acreção (esse processo que começa com grãozinhos e termina com bolotas de rocha mais tarde envolvidas por gás), mas sim por um processo de colapso gravitacional rápido de partes do disco de gás e poeira. Isso poderia produzir planetas gigantes muito mais depressa.

O consenso atual entre os astrônomos é de que esse processo de colapso gravitacional — que lembra a forma como as próprias estrelas nascem — pode, sim, ocorrer, mas só para planetas muito distantes da estrela. No caso do nosso Júpiter, ainda há uma preferência pelos modelos de acreção.

E aí é que entra a beleza da ciência. Você pode achar o que quiser, mas depois precisa testar as ideias e ver se a natureza de fato “banca” o que você está dizendo. E é isso que a câmera GPI começou ao fazer. Ao flagrar Jupíteres recém-nascidos, não só poderemos verificar com que frequência esses mundos aparecem, como também poderemos investigar por qual processo eles chegam lá.

E o segredo para isso está na temperatura. Planetas formados por colapso gravitacional são marcados por algo que Macintosh e seus colegas chamam de “partida quente”, em que a temperatura inicial desses mundos é bem alta. Já planetas formados por acreção devem ter uma “partida a frio” — o calor de formação também é grande, mas bem menor.

No caso específico de 51 Eridani b, sua temperatura é tal que é compatível com ambos os modelos de formação. Mas ele é apenas a primeira descoberta da GPI. Instalada no Telescópio Gemini Norte, no Havaí, a câmera está sendo usada num projeto de busca sistemático que observará 600 estrelas jovens e próximas. 51 Eridani foi apenas uma das primeiras. O resultado mereceu publicação na prestigiosa revista “Science”. Mas tem muito mais vindo aí.

O CHARME DE SER COMUM
O fato de uma descoberta dessas ter vindo assim tão cedo significa, por si só, uma coisa muito importante: planetas como Júpiter em órbitas largas parecem ser bastante comuns.

Era uma dúvida que os cientistas tinham, porque até então os nossos instrumentos para detecção de planetas favoreciam mundos em órbitas mais curtas, e acabamos achando um monte de sistemas planetários mais compactos, diferentes do nosso. Aí ficou a dúvida? Será que sistemas mais espaçados, como o nosso, seriam uma raridade?

Ao que parece, não. Aliás, 51 Eridani b está numa órbita bem maior que a de Júpiter. Ele está 13 vezes mais distante de sua estrela que a Terra do Sol. Se estivesse por aqui, no nosso sistema, ele estaria em algum lugar entre Saturno e Urano.

E nada impede que existam planetas mais próximos e menores, como a Terra, nas regiões mais internas. “O sistema planetário inteiro poderia ser bem parecido com o nosso”, diz Macintosh.

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Comentários

  1. Salvador, desculpe se estou falando asneiras, mas achei estranho o planeta ter apenas 60 milhões de anos quando a estrela tem mais de 4 bilhões de anos, existe alguma teoria para o planeta ter se formado tanto tempo depois da estrela?
    Eu achava que os planetas se formavam mais ou menos ao mesmo tempo que a estrela, juntos quando o sistema solar se originou.

    1. Você está certo, estrela e planetas se formam juntos. No caso, ambos são jovens!

  2. Parabéns Salvador pelo ótimo artigo. Espero que continue com esse ótimo trabalho no seu blog, que nos mostra como nosso conhecimento sobre o cosmo só tende a aumentar.

  3. Possível então por esse equipamento encontrar mundos rochosos diretamente por espectroscopia em distâncias menores, ao menos a poucos parsecs daqui? Será que esse equipamento vai distinguir a assinatura da clorofila e pegar vida acaso ache os rochosos?

    1. Já temos o conhecimento teórico para diferenciar essas assinaturas biológicas mas, mais uma vez, esbarramos no estado da arte de nossa tecnologia, que ainda não alcançou o nível necessário – mas falta pouco!

  4. Excelente matéria, Salvador. Entratanto, tenho uma dúvida: o que causaria e qual a natureza desse Colapso Gravitacional?

  5. Muito interessante este artigo. Mas me deixou uma dúvida: se os planetas são formados por partículas frias que se agregam, como explicar o calor estratostoférico que reina por exemplo no interior da Terra (e de outros planetas) que deixa todo a matéria em forma de magma ou lava vulcânica?

    1. O “partículas frias” é por sua conta e risco.

      Fora isso, tem as colisões, as curvas de VxPxT (volume, pressão e temperatura) onde quanto menor o volume e maior a pressão, maior a temperatura e, no caso da Terra, o decaimento dos átomos radioativos.

    2. Pressão altíssima… Ocorre o mesmo no interior das estrelas, a pressão vai a valores tão altos que provoca a fusão de núcleos atômicos, gerando enorme quantidade de energia.

  6. E nada impede que tenha vida inteligente lá estudando o nosso Júpiter, ou será que, pela pouca distância, nós já teríamos detectado algo (radiação eletromagnética) emitido por lá?

    1. Pense de maneira inversa: pela distância, ainda não deu tempo das nossas emissões eletromagnéticas chegarem por lá – e quando chegarem estarão beeeeeem fraquinhas…

  7. Salvador, mais uma matéria excelente.
    Mas, para variar, mais uma vez eu provavelmente não entendi uma parte…rs

    Eles conseguem identificar o cheiro porque conseguem identificar os átomos e moléculas ligados a luz, certo? Mas isso nao quer dizer que esses átmos e moléculas ligados viajaram na velocidade da luz (junto com a luz)? Mas, átomos de massa, certo? Então, não seria algo que não é a luz, viajando na velocidade da luz, o que sera impossível pelas teorias da física aceitas hoje?
    Desculpe o monte de perguntas, mas sei lá onde está o que eu não entendi….rs

    Obrigado.

  8. Excelente matéria Salvador, é incrível como a resolução dos telescópios têm aumentado!

    Outro dia assisti um episódio da série Cosmos (com o deGrasse Tyson, não com o Sagan) em que ele fala do desenvolvimento da espectroscopia pelo Fraunhofer, e é algo muito bonito de se ver.

  9. Parabéns pela matéria! Li várias reportagens falando sobre composição de planetas e estrelas por espectroscopia. Também que a água é abundante no universo. Porém pouco se diz sobre abundância de água em planetas localizados em zonas habitáveis. Isso acontece por dificuldade técnica na espectroscopia desses planetas, não terem achado planetas com essa tecnologia ou pela sonegação de informação por segredo científico estratégico? Tem alguma opinião sobre isso?

    1. Dificuldade técnica é a resposta. Todas essas pesquisas são publicadas,qualquer resultado será rapidamente conhecido, não se esconde esse tipo de informação e nem interessa aos cientistas esse segredo, muito pelo contrário, as descobertas podem lhes valer grandes prêmios e verbas para novas pesquisas.

  10. Salvador, ótimo artigo.

    Pelo que me faz parecer, logo acaberemos admitindo que grande parte das estrelas possuem sistemas similares ao nosso, com rochosos internos e gasosos ao longe, ou seja, não somos exceção, fazemos parte do “comum” do universo, então, por que não pensar que o surgimento de vida orgânica é igualmente comum? Isto me empolga. O que você acha?

  11. Prezado Salvador, se do planta é captado o cheiro, você tem faro de boas matérias!
    Parabéns!
    Espero que um dia você traga a notícia de que descobriram tecnologias para criação de foguetes mais velozes que a velocidade da luz… Certamente o espaço reserva surpresas infindáveis!
    Mais uma vez, parabéns pelo “blog”.

  12. Salvador Nogueira

    Parabéns por mais este post excelente.
    Sabia da detecção de exoplanetas por trânsito e pelo “rebolado” de sua estrela mãe.
    É a primeira vez que ouço falar em observação direta.
    FANTÁSTICO !!!

    Luiz Fernando

  13. Salvador, em um ponto do texto você escreve:

    “Mas nas regiões mais externas, as bolotas de rocha começam a juntar enormes invólucros de gás e se tornam os planetas gigantes.”

    A comunidade científica já aceita que os gigantes gasosos sempre possuem um núcleo rochoso?

    1. Caso surjam pelo colapso gravitacional, talvez não. Mas mesmo aí é provável que sim, pois o planeta sofreria diferenciação interna durante o calor de formação.

      1. Interessante isso salvador, pois foi sempre uma curiosidade minha, se pudêssemos “assoprar” todo o gás dos gingantes gasosos, o que sobraria seriam planetas similares a terra ?

  14. já lí que em algum lugar que jupiter pode ter se formado em uma órbita diferente da atual, e posteriormente migrou para órbita mais próxima do sol. algo assim pode acontecer com esse planeta?

  15. Os astrônomos já conseguiram determinar a quantos anos-luz este planeta está da Terra?

  16. Salvador, além do planeta, na foto aparecem umas manchas cor de rosa e com pontos brilhantes orbitando a estrela… É efeito da foto, ou poderiam indicar pontos de gás aglutinando-se também, “protoplanetas”?

    1. Boa pergunta. Eu suponho que, por espectroscopia, eles tenham descartado a hipótese de ser outros planetas em formação.

    2. As manchas cor de rosa é a passeata dos “amigos do peito”, visto de longe, e as escuras os black bloc em ação em meio as fumaças lançadas pelo pm.

  17. Eu não venho dizendo sempre aqui que os americanos NUNCA foram na Lua.
    Então olha o “cara” que diz que pisou na Lua disse: Astronauta afirma que ETs ajudaram a manter paz mundial
    link: http://www.redetv.uol.com.br/jornalismo/da-para-acreditar/astronauta-afirma-que-ets-ajudaram-a-manter-paz-mundial
    Agora vcs vão falar que o que ele disse é verdade mesmo… rsrsrs… essa agora é a piada do século, rsrsrs. ele disse que os ET desativaram os misseis, rsrsrs, diz que nas base tinha sempre um OVNI sobrevoando, rsrsrs… e agora eles foram embora? Cansaram da Terra?
    Cada dia a verdade aparece mais, o pior que irão dar tanta bola fora que a hora que revelarem a verdade, ninguem mais estara acreditando nessa mentira dos americanos terem ido a Lua nos anos 60…rsrsrs

    1. Nem li o link, mas estou apostando que é o Edgar Mitchell. Ele é meio doido. Mas seria bem estúpido precisar confiar nas palavras dos astronautas de que eles foram à Lua. Imagine que eles não tenham trazido rochas, tirado fotos, gravado vídeos, enviado transmissões para a Terra. Em vez disso, apenas sumiram duas semanas e voltaram dizendo que foram à Lua. Essa seria a coisa mais idiota que eu já ouvi. Os astronautas poderiam ter morrido na Lua e ainda assim saberíamos que eles estiveram lá. Nunca contamos com a palavra deles.

        1. Não duvido. Ele acredita em cura espiritual de câncer, entre outras coisas controversas — controversas para ser gentil com o velhinho.

    2. Falácia Non Sequitur. Só porque o cara acredita em ETs não significa que ele não tenha ido à Lua.

      Volte duas casinhas e perca a próxima rodada.

      KKKK

    3. Se você não for o juiz Barbosa do STF, vou denuncia-lo por uso de identidade alheia, até porque duvido que você seja o verdadeiro Barbosa por causa da ignorância mostrada neste seu comentário, da mesma forma que você duvida que o homem foi a Lua em 1969. As fotos atuais dos orgulhosos chineses e as transmissões captadas pelos concorrentes russos naquela época não servem de prova, não é?

  18. Salvador, curiosidades sobre 51 Eri que vai na direção de alguns comentários. 51 Eri pertence a associação jovem de bata Pic )por isso a idade é a mesma. Isso foi proposto pelo americano Zuckerman em 2001 e confirmado por nosso grupo em 2006. A idade de 20 milhões de anos é um compromisso atual, que acho uma boa estimativa. Antes propúnhamos uma idade menor. O sistema é tripo, pois a pouco mais de 1 minuto de arco existem 2 estrelas anãs vermelhas que fazem parte do sistema. Elas estão a 2000 vezes a separação da Terra do Sol, ou seja nem aparecem na imagem apresentada.

    1. Muito legal, Beto! Bom vê-lo de volta! Faz tempo que não passas por aqui! Abraço!

  19. Caro Salvador, não importa o grau de resolução. O que importa é o fato de podermos, enfim isso acabou acontecendo, de um instrumento aqui na Terra, ser sensível o suficiente para poder captar a imagem de um planeta. Isto realmente é assombroso. Sou de um tempo em que ainda se pensava que nosso sistema planetário era único. Primeiro porque não havia uma metodologia para encontrá-los e segundo pela falta do instrumental. Hoje este paradigma mudou e espero viver o suficiente para assombrar-me com mais maravilhas. Um grande abraço.

  20. Se a estrela tem apenas 20 milhoes de anos, o sistema ainda esta em evolucao? Ainda pode aparecer uma Terra por la, se ja nao houver uma, certo?

    1. Pelo que entendi do texto, não. A teoria prevê que os planetas internos se formem antes da ignição de estrela, pois após este evento o material mais interno do disco nebular é soprado para órbitas mais externas, restringindo o material disponível.

      Correto, Salvador e leitores?

      1. Só o gás é soprado. Material rochoso fica. Planetas internos terminam de se formar após a ignição da estrela.

  21. Qualquer coisa pode acontecer num sistema de muitas partículas livres e sujeitas ocasionalmente a pressão de radiação e a campos gravitacionais tal como acontece numa nebulosa planetária, uma mistura de poeira e gás de proporções gigantescas onde o aleatório é o que determina a ocorrência dos processos naturais de formação de objetos celestes.

    E lendo os comentários de muita gente aqui e em toda e qualquer notícia sobre astronomia onde é citada a composição química e a idade o que é observado no Universo, seja por telescópios, sejam por sondas, sempre alguém questiona como se chega as concussões apresentadas no texto. Eles não sabem que é através da espectroscopia que se pode inferir a composição dos objetos observados e é da estatística estelar que se pode fazer modelos estelares e inferir a idade da estrelas observadas. Logicamente estas observações estão sujeitas a imprecisões diversas, mas não é tendo receio delas é que não se pode fazer qualquer medida em ciência. No caso, um instrumento mais preciso permitiu tirar uma foto que até a pouco tempo atrás era impossível.

  22. Gostei do “o que achamos que sabemos sobre como os planetas nascem”. É muito importantes na minha opinião mantermos distância de dogmatismos.

  23. Mais uma evidencia que reforça a ideia de que sistemas solares como o nosso não tem nada de especial. Se nada por aqui parece único, fica difícil acreditar que a vida o seja.

  24. e se planetas gasosos já foram rochosos como a terra e estão a caminho de se tornarem novos sóis,ou seja existe um caminho de frios esquentando em direção contrária ao big bang. Lua-terra-gasoso -sol…sólido -liquido – gasoso -fogo…terra – agua – ar – fogo…são os elementos.

    1. A questão que você coloca, a transformação de gigantes gasosos em estrelas, é função da massa do objeto. Esses planetas gigantes conhecidos não têm massa suficiente para colapsar e passar a ter reações nucleares, como ocorre com as estrelas.

    1. O “A”, maiúsculo, é guardado para a estrela, se o sistema tiver múltiplas estrelas. Planetas tradicionalmente começam do b e são minúsculas.

  25. Com a foto apresentada chegaram a todas essa deduções? Salvador do céu, quando digo que esses cientistas enxergam o que querem os aloprados vem com tudo. E ainda por cima, tecem teorias sobre toda a vizinhança. Quanto achismo, desculpe, ciência porque estudam e equacionam esses borrões.

    1. É um borrão para você, qie não estudou. Para eles é um planeta com assinatura espectral de metano e vapor d’água no infravermelho. 😛

      1. Qua, qua, qua…liga não Salva, tem gente que só enxerga o que os “zói”consegue ver.

        1. Só enxerga o que o “zói” consegue ver, mas acredita em Deus, ser que nenhum “zói” conseguiu ver até hoje. É uma grande incongruência, não? Precisa de provas para acreditar no que todo mundo já viu, mas não precisa de prova alguma para ver o que ninguém viu.

      2. E da mesma forma, quando um leigo olha um ultrassom só enxerga borrões, diferentemente de um médico…

          1. Grande comparação, um caso temos na nossa frente, o outro a 100 anos luz, realmente é quase igual.

      1. Carpi noctem. Brutum fulmem. Cui bono? Ex nihilo nihil fit. Homo sum humani a me nihil alienunm puto.

      2. Não gaste seu francês com estes caras não. Olhar para o dedo é a única coisa que eles fazem bem e se não forem capazes de fazer isto, entram em depressão.

        1. Que francês do Carmo, esses caras pegam chavões no google, les poules de auditório, não sabem nem fazer o 0 sem o copo.

    2. De achismo aqui só tem o seu. O Salvador teve todo o trabalho de explicar de forma simples e inteligente como é o processo todo e mesmo assim vem um bocó com essas pérolas.
      Vai fundo Oswaldo, tem futuro desse jeito, afinal toda corte precisa de um bobo.

      1. Um dia mencionei a palavra “espectro” num comentário de uma notícia que saiu sobre o planeta composto de carbono em que suspeitavam ter diamantes na sua superfície e alguém me respondeu sem brincadeira que eu tinha que parar de escrever besteiras, pois “espectro” era coisa de desenho animado. Respondi a ele que ele tinha que parar de ver TV e ir estudar, pois esta palavra era uma simplificação da expressão “espectro eletromagnético”, distribuição de todas as frequências possíveis da radiação eletromagnética emitidas, refletidas ou absorvidas por algum corpo material.

        1. Realmente, esse aparelho consegue provas a 100 anos luz, não é surpreendente?

    3. Cara para apredender a assinatura pega um prisma e o lado que aparecer o arcoiris poe uma lupa vai nota espaços entre as cores, essa é assinatura como uma impressão… Ate explicar voce ainda sim nao entenderia, vai ler a biblia.

      1. Citar a biblia foi desnecessário, ninguém falou nada de tema religioso. Associar a falta de conhecimento à crença na biblia é preconceito, ou só religiosos não entendem de ciência?

      2. Mais fácil ainda. Pegue um CD comum e observe a luz refletida decomposta em suas cores, primeiro de uma lâmpada incandescente comum e depois de uma fluorescente. A primeira é contínua e a segunda é segmentada. Já da para entender como funciona a espectrometria. Menos o Oswaldo que só vem aqui para perturbar.

        1. O CD está na sua cara, Anta, estamos falando de 100 anos luz. Pegue esses seus argumentos e …

      1. Gostei, concordo. Só que estamos nos referindo a 100 anos luz, não temos como comprovar nada, nem se as imagens e cores correspondem a realidade terrestre. Cada um pode tecer as teorias que quiser, pois, salvo as teorias que as leis são universais, comprovadamente não possuímos nada que saia do laboratório.

  26. Salvador, já encontraram outros sistemas mais jovens que esse ou é o primeiro tão “novo” e tão “próximo” de nós em nossa galáxia? Qual o tamanho necessário para um gigante desses “acender” e se tornar uma nova estrela? Abraços!

    1. Já encontraram outros. Beta Pictoris é da mesma idade. Para virar estrela, um objeto precisa ter dezenas de vezes a massa de Júpiter.

  27. Bom dia!
    O legal neste sistema é que nosso ângulo de visada é bem favorável, né?
    Salvador, uma experiência bem básica, considerando as devidas proporções, se você pegar uma piscina circular e dar giros na água para forçar a aglutinação da sujeira no centro dela, o resultado é algo parecido com um sistema estelar. Bem no centro forma-se um bojo e circularmente vão se formando pequenas aglutinações, acho que devido a alguma turbulência.
    Uma dúvida, nos sistemas reais: o vento solar ao soprar em todas as direções também não criariam estas turbulências que poderiam aglutinar gás e poeira ao seu redor e favorecer o aparecimento de planetas?

    abs,

  28. Salvador,
    Bom dia

    “De onde viemos, onde estamos e para onde vamos” (Mensageiro Sideral) são perguntas que muito nos interessam e atiçam nossa imaginação.
    Descobri dois livros lançados recentemente e tenho interesse em adquiri-los:
    Origens de Neil deGrasse Tyson e Sapiens de Yuval Noah harari.
    Com certeza não teremos respostas definitivas sobre o tema em questão mas muito nos ajudaria a agregar informações valiosas sobre outros pontos de vista.
    Gostaria de saber se você já os leu e qual a sua opinião sobre eles.
    Obrigado pelas informações e parabéns pelo teu trabalho.
    Abraços

    1. Gilson, desculpe-me, mas esse assunto não interessa só a você, é a pergunta humana desde que o homem é homem. Com relação aos livros cada qual tem o seu achismo, são ficções. Se quer uma opinião sincera nenhum ser humano sabe nada de nada, leia como diversão para ver até onde chega a fantasia, e só.

      1. “Com relação aos livros cada qual tem o seu achismo, são ficções. Se quer uma opinião sincera nenhum ser humano sabe nada de nada, leia como diversão para ver até onde chega a fantasia, e só.”

        Inclua a Bíblia nesse balaio aí e vai ser a primeira vez que concordarei com você, oswaldo.

      2. Oswaldo,
        Acompanho o blog do Salvador desde a sua implantação a mais de 2 anos.
        Ao contrário de muitos que por aqui aparecem, meu intuito nunca foi o de criar polêmica.
        Muito menos agora…
        Os livros citados têm um conteúdo que condiz com os assuntos tratados no blog.
        Citei os referidos livros não para “aparecer” aos demais leitores, até porque o nível da grande maioria, eu disse, da grande maioria, é muito elevado e educado.
        Está bem claro que em nenhum momento escrevi que o assunto só a mim interessava.
        O Salvador é uma referência para todos nós.
        Eu simplesmente queria compartilhar com os demais leitores sobre os livros, saber se o Salvador os tinha lido e qual a sua opinião.
        Você, Owaldo, não foi educado e muito menos gentil.
        Sinto muito, mas você foi infeliz na sua resposta.
        Da minha parte, assunto encerrado.
        Bom dia a todos.

      3. Então, oswaldo, qual é a resposta e onde pode ser encontrada? Os cientistas estão procurando essas respostas e na busca encontraram informação suficiente para permitir que nós tenhamos essa tecnologia toda que não é fantasiosa, é real: remédios, meios de transporte, meios de comunicação à distância etc. etc.

        1. Infelizmente, com certeza, nunca teremos essa resposta comprovada, é impossível. Com respeito ao atirar no que não vê atingir o que vê é a única coisa válida e palpável de tudo isso.

      4. O pior é ter de ler estas bobagens que você escreve. Ainda mais por se dizer um educador.

        1. Sou um educador mas diferente de paidéia, daqueles que ajudam a ignorância mas matam, a pau, a pretensa sabedoria.

    2. Nilson, não liga pro que o Oswaldo fala, não dá pra levar a sério o véio. Esse fugiu do bingo e vem sempre aqui pagar de palhaço.

      Neil deGrasse Tyson eu recomendo e muito, o cara é um dos melhores, pode ler e reler tranquilo!

      1. O único Tyson que merece ser lido é a vida do boxeador, pois com certeza nasceu.

  29. Muito boa a matéria Salvador, parabéns!

    Uma dúvida: você tem alguma matéria falando sobre a formação de estrela/sol?

    Interessante observar cada vez mais que nosso sistema não é algo “de outro mundo”, mas sim, tá se mostrando algo comum (outros sistemas semelhantes). 😀

    1. Edinaldo, se eu entendi a sua pergunta, eu recomendaria o livro de Rudolf Kippenhahn, “100 Bilhões de Sóis – Nascimento, Vida e Morte das Estrelas”.

      É bem antigo, eu tenho um exemplar da Ed. Melhoramentos, de 1981… É um excelente livro, mas deve haver atualizações, ou livros mais modernos.

      1. Esse cara deve ser gagá, nascimento e morte das estrelas e falar sobre o que não sabe, ou sabemos.

    2. Claro que não é de outro mundo. Semelhantes sim. iguais jamais. Cuidado com as recomendações do radiooco, foi assim que se introduziu na charopisse.

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