Os segredos molhados de Caronte

Salvador Nogueira

OK, vamos aceitar os fatos: água em estado líquido é mesmo uma coisa absolutamente trivial no Universo. Até Caronte, a maior das luas de Plutão, lá nos confins do Sistema Solar, parece já ter tido um oceano de água sob sua superfície, embora a essa altura ele já tenha congelado. É o que sugerem as novas imagens da missão New Horizons, que segue transmitindo seus tesouros científicos para a Terra.

Caronte, vista pela sonda New Horizons, com cores realçadas para diferenciar composição dos terrenos (Crédito: Nasa)
Caronte, vista pela sonda New Horizons, com cores realçadas para diferenciar composição dos terrenos (Crédito: Nasa)

Antes de continuarmos com o assunto de água, pare uns segundinhos para admirar a imagem acima. Este é Caronte, o maior satélite natural de Plutão. Até julho deste ano, não fazíamos a mais vaga ideia do que encontraríamos em sua superfície. São apenas 1.208 km de diâmetro — pouco mais de um terço do da nossa Lua –, mas quanta coisa interessante se vê nessa foto feita pela New Horizons. Um mundo inteiro, desconhecido até anteontem, por assim dizer.

Viu? Vamos em frente. O que sugere o passado oceânico de Caronte é esse imenso sistema de cânions que praticamente corta a lua ao meio. Sabemos que ele se estende por mais de 1.600 km e pode até mesmo se estender até o lado afastado de Caronte, que não foi bem observado pela New Horizons.

Ele tem quatro vezes o comprimento do Grand Canyon, na Terra. “É como se a crosta inteira de Caronte tivesse se aberto”, disse John Spencer, um dos pesquisadores da New Horizons.

Mosaico de imagens mais próximas feitas pela New Horizons em Caronte. Ainda haverá imagens ainda mais detalhadas! (Crédito: Nasa)
Mosaico de imagens mais próximas feitas pela New Horizons em Caronte. Ainda haverá imagens ainda mais detalhadas! (Crédito: Nasa)

A deformação radical e violenta que provavelmente gerou os cânions é um sinal de um oceano sob a superfície que se congelou. Ao congelar, como gelo ocupa mais espaço que água, o solo basicamente rachou. Em escala planetária.

Note também como há regiões mais lisas, com menor proporção de crateras. Isso significa que são regiões mais jovens. (Contar crateras é uma forma razoavelmente simples e segura de estimar a idade de um terreno, uma vez que a frequência de impactos é mais ou menos regular; portanto, um terreno com menos crateras deve ser mais jovem que um com mais crateras.)

Essas áreas, concentradas ao sul dos cânions, parecem ser fruto de criovulcanismo — um processo similar ao vulcanismo que temos na Terra, mas com água fazendo o papel de lava. Ou seja, erupções de água recobriram o terreno antigo, renovando-o.

Tudo isso muito tempo atrás. Quanto tempo? Difícil dizer no momento. A questão central, no entanto, é: Caronte, ao que parece, já teve um oceano.

ÁGUA, ESSA COISA BÁSICA
Noutros tempos, diríamos que isso a coloca numa lista seleta. Mas encontrar corpos com água líquida na superfície ou no subsolo tem se tornado tão comum que, ao que tudo indica, água não é exatamente uma commodity rara no Universo.

Do que já sabemos com certeza, Marte tem fluxos de água na superfície (se você mora na Terra, acho que chegou a ver algo sobre isso essa semana, né?), Europa (em torno de Júpiter) tem um vasto oceano global sob a crosta de gelo, Ganimedes (também em torno de Júpiter) tem um oceano ensanduichado por duas camadas de gelo e Encélado (em torno de Saturno) tem um oceano global sob a superfície, com plumas atirando essa água para o espaço!

Se incluirmos corpos que possivelmente tiveram oceanos (superficiais ou subsuperficiais) no passado, dá para listar Vênus (sim, nos primórdios do Sistema Solar, 4 bilhões de anos atrás, ele pode ter sido “molhado”!), Ceres, Plutão e mais um punhado de luas por aí. E alguns desses ainda podem ter água líquida (Plutão em particular intriga).

Montagem com Plutão e Caronte, mostrando o brilho relativo de ambos (Crédito: Nasa)
Montagem com Plutão e Caronte, mostrando o brilho e o tamanho relativo de ambos (Crédito: Nasa)

Moral da história: se tudo que é preciso para o surgimento da vida é água em estado líquido (abundante!), compostos orgânicos (abundantes!), uma fonte de energia (de preferência movida por fontes geotérmicas no fundo dos oceanos) e alguns milhões de anos, como muitos cientistas acreditam, vários lugares do Sistema Solar podem ter originado biologia.

Antes de se animar demais, note que essa é só uma hipótese, no momento. Pode ou não estar correta, e em ciência nada pode ser aceito sem questionamentos. Para confirmar (ou refutar) isso, só há um jeito. Precisamos encontrar outro lugar que tem ou teve vida. Marte, por ter sido tão parecido com a Terra no passado e ainda hoje guardar resquícios de seu passado úmido (sem falar que é o lugar mais próximo onde podemos procurar), é o principal candidato para a busca.

Intriga, no entanto, imaginar que a resposta também possa estar em Caronte. Ou Europa. Ou Encélado. Ou Plutão. Ou até mesmo na alta atmosfera de Vênus. De repente, o Mensageiro Sideral se sente numa loteria em que ele sozinho comprou todos os bilhetes! Um deles, em algum momento, há de ser sorteado. Ou não?

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Comentários

  1. Semana emocionante hein pessoal? Deu pano pra manga, matérias, comentários, entusiasmos, “por coincidência Lançamento de Filme” e outras coisas que gostamos, imaginem quando acharem uma bactéria?

  2. Salvador, mais uma vez obrigado por nos trazer toda semana fatos novos ligados á astronomia. Acredito piamente que dentro de poucos dias, mais imagens produzidas pela sonda que circundou Plutão e Caronte nos deixará totalmente extasiados. Mas, ainda estou aguardando uma resposta ao questionamento que te fiz: O que sabemos de fato de Urano e Netuno com suas “luas” ?

    1. Jailton, sabemos o que a Voyager 2 fotografou, basicamente. Urano e Netuno ainda conseguem ser mais ou menos estudados por telescópio (e tem gente acompanhando os padrões de nuvens em suas atmosferas), mas as luas só podem ser apreciadas como objetos com geologia por sondas. Como a Voyager 2 foi a única a passar lá, é o que temos. Miranda, lua de Urano, tem evidências na superfície que podem sugerir água líquida no subsolo. E Tritão, de Netuno, pode ter sido um objeto do cinturão de Kuiper capturado. Uma espécie de Plutão aprisionado. É o que eu me lembro de cabeça de interessante.

      1. Caro Salvador.
        Sou leitor de seu blog e tenho uma duvida. De Onde veem a luz que ilumina Caronte? do Sol? ou de Plutão?
        Se puder esclarecer ficarei muito grato, pois acho as fotos com iluminação bem satisfatórias.
        Obrigado.

  3. Salvador, obrigado pela resenha, e Marcus Gabriel, pela lembrança do filme “Perdidos em Marte”! Em breve darei um pulo à Pauliceia Desvairada e então, aproveitarei para assistir o filme (moro no Oeste do PR), a resenha me fez lembrar dos meus tempos em 1960/1970 – quando assisti ao filme 2001, tinha 14 anos e fiquei totalmente impressionado – à noite olhava por baixo da cama se não tinha monólitos negros (a mesma coisa aconteceu em 1977, com Alien, o 8º passageiro!)… Mesmo com a crítica feita no item 3 da resenha, vale a pena ver. E creio que, em matéria de passeios espaciais, o 2001 ainda é imbatível nesse tipo de efeitos – tanto o Stanley Kubrick como Arthur C. Clarke eram bastante minuciosos nos detalhes. Brigado, Salvador, mais uma vez, pela excelente resenha, e (embora possa soar infantil, mas…) que as estrelas continuem inspirando você a publicar excelentes matérias – ultimamente tem sido minha válvula de escape da realidade do dia a dia.

    1. O livro é muito bom, também. Claro, lê-lo após ver as imagens do filme nos faz “ver” melhor o que acontece, mas esse é um filme que pode ser visto depois de lido o livro, o que já não acontece com a maioria dos filmes, que normalmente ficam muito aquém do livro – Harry Potter, por exemplo, filmes só de ação, livros muito mais interessantes e bonitos.

  4. Intrigante, suponhamos que as marcas de canyons sejam feitos pela água que fluiu um dia em Caronte: penso:
    o sistema plutoniano devem ter efeitos gravitacioanais que podem produzir calor no interior dos corpos e provocar o criovulcanismo ou não ser agua, ser outro elemento liquido que um dia fluiu ali.
    outra hípotese, caso seja realmente H20 que fluiu na superficie de caronte, isto só poderia acontecer caso:
    ele estivesse em uma zona proxima aos planetas interiores, ou orbitasse proximo de algum gitante gasoso que por sua vez foi arremessado para orbitas exteriores, talvez todo o sistema plutoniano, até poderia explicar a exentricidade da orbita deste sistema. vai que cola né Salvador.!?

  5. Saudações Salvador!
    Quero, primeiramente, cumprimentá-lo pelas suas excelentes matérias sobre Astronomia que acompanho no UOL, Folha de São Paulo, revista Scientific American e no canal de TV Globonews aos sábados e, aproveitando a sua inserção no artigo acima: “….Precisamos encontrar outro lugar que tem ou teve vida….”, para dirimir dúvida, perguntar sobre a nossa vizinha mais próxima, a estrela Alpha Centauri.
    Atualmente várias pesquisas estão em andamento com a utilização de telescópios como o Kepler, do ESO no Chile, ESA/Hubble, Spitzer e outros, visando a descoberta de planetas que possam abrigar a vida como a conhecemos na Terra e(ou) encontrar vida alienígena. Já se conhece milhares de exoplanetas orbitando estrelas muito, muito……distantes.
    Do quintal de minha casa gosto de observar Alpha Centauri , na Constelação do Centauro, próxima ao Cruzeiro do Sul – fica à esquerda (uso um pequeno telescópio de 150mm). Desde 2012, quando anunciaram a descoberta do exoplaneta Alpha Centauri Eb que não mais encontro novas informações. Por estar a mais ou menos 4,37 anos luz da Terra, seria a viagem mais curta para os humanos a um sistema estelar que, nas condições tecnológicas de hoje, levaria em torno de 80 mil anos, segundo cálculos dos cientistas. Se já fosse possível viajar a 10% da velocidade da luz, o tempo de viajem diminuiria para 44 anos.
    Pelo exposto, pergunto a você se atualmente há alguma pesquisa, do seu conhecimento, focada na possibilidade de se encontrar condições de vida naquele sistema solar triplo?
    Agradeço a atenção!

    PS.: coloquei de fundo de tela no meu computador a foto 01 de Plutão que você inseriu no artigo “Plutão seu lindo”. Ficou mais que lindo.

    1. Armando,
      se você observa Alfa Centauri ao telescópio rotineiramente, já deve ter percebido que as estrelas estão tão próximas no momento que parecem uma só. E esse é o principal problema. Há uma ambição muito grande de encontrarmos planetas por lá, e até agora tivemos um candidato em Alfa Centauri B, que ainda é controverso, e olhe lá. Para fazer essa busca, é preciso usar o método de medição da velocidade radial (apesar de um trânsito suspeito medido pelo Hubble), que por sua vez exige que as estrelas estejam mais separadas no campo de visão. Teremos de esperar alguns anos até isso voltar a acontecer, ou teremos de contar com técnicas melhoradas que permitam separar o sinal das duas estrelas (tem gente trabalhando nisso).

  6. Sou do tempo em que “o último grito da moda em Paris” a respeito de livros de astronomia, terminava apenas ESPECULANDO sobre as MANCHAS DE JÚPITER e os ANÉIS DE SATURNO.
    As naves “PIONEER” eram o máximo do máximo. (ONDE ESTÃO ELAS AGORA ? morro de vontade de saber).
    Depois vieram as VOYAGER, A VIKING, e daí prá frente realmente começou a era da EXPLORAÇÃO ESPACIAL.
    Lembro que eu dizia: SÓ QUERO VER AS FOTOS DE NETUNO, DEPOIS JÁ POSSO MORRER.
    Bem, estou vivo, e a NEW HORIZONT me tirou o sono com as fotos INCOMPLETAS e as pesquisas INCOMPLETAS de PLUTÃO e CARONTE.
    Novas SONDAS ROBÓTICAS estão sendo planejadas e, a NASA, vai investigar a SUPERFÍCIE de EUROPA (a lua) ou no máximo, infelizmente, (mas já será sensacional) o que seriam as ESTRIAS ESCURAS de EUROPA (a Lua).
    Lançar um submarino ao Espaço parece coisa de louco. Mas era o que iriam fazer em EUROPA (a…) mas a NASA, sempre pragmática, pensou: teremos que perfurar Kilómetros de gelo duro para chegar à água.
    O submarino, agora, segundo a NASA, vai fechar suas escotilhas em TITÃ, a lua de Saturno. Não haverá necessidade de furar quilômetros de gelo duro. Há LAGOS DE METANO onde é só…MERGULHAR.
    Daí a pergunta: a NASA vai procurar vida em METANO ? Em lagos de METANO ? Ou é só para substituir, no futuro, no futuro, a ÁRABIA SAUDITA ?
    Quando eu era jovem ouvia IÉ-IÉ-IÉ e, segundo provectos e inatingíveis cientistas diziam a ÁGUA (sabe-se lá pq) “SÓ EXISTIA NA TERRA” ou…TALVEZ, (apenas para especular) EM ALGUM OUTRO REMOTO e LOTÉRICO LUGAR DO IMENSO UNIVERSO…(a teoria das cordas e dos MULTIVERSOS seria ridicularizada e carreiras científicas prematuramente encerradas, se alguém falasse de tais “absurdos”).
    HOJE, com exceção do Nordeste Brasileiro, há água por todo lado. ATÉ VÊNUS, pode ter !! e PLUTÃO E CARONTE, QUEM DIRIA !!!
    PLUTÃO ERA, então, APENAS UM ASTERÓIDE DESGARRADO (aliás, VEGAS E CERES também parecem ter água) e CARONTE, vejam vocês, SEQUER HAVIA SIDO DESCOBERTO…
    BOM. ENTÃO. SE. SE. A ÁGUA E COMPONENTES MINERAIS SÃO ESSENCIAIS À VIDA, “COMO CONHECEMOS” (sic, sic) “ONDE ESTÁ TODO MUNDO” ??
    Estão todos por aí, prá lá e prá cá, sem dar bola prás formiguinhas humanas ??
    A ÁGUA FOI, dizem, ESSENCIAL PARA O SURGIMENTO DA VIDA — NA TERRA.
    TALVEZ, EM OUTROS LUGARES, HAJA VIDA BASEADA EM METANO.
    OU SILÍCIO. OU OUTRA QUALQUER TIPO DE SUBSTÂNCIA. ATÉ no SOL há coisas ESTRANHAS, PARA OS CIENTISTAS.
    IMPOSSÍVEL ? RÍSIVEL ?
    Para os antigos CIENTISTAS DA DÉCADA DE 1970\1980, água fora da terra, também era.
    PLUTÃO E CARONTE, só para ficar nesses dois, é um, com perdão da expressão, “um chute no saco” nos tais cientistas. E os EXOBIÓLOGOS estão vendo sua raquítica ciência crescer e formar músculos cada vez maiores. Até músculos inesperados. METANO? SILÍCIO? O QUÊ MAIS?
    A NASA agora, procura vida em tudo quanto é ambiente. A ÁGUA DEIXOU DE SER ELEMENTO ESSENCIAL AO SURGIMENTO DA VIDA.
    AH !…MAS PODE NÃO SER ÁGUA O QUE FOI DESCOBERTO…
    AH !…MAS ISSO NÃO QUER DIZER QUE HAJA VIDA EM METANO. OU COM BASE EM SILÍCIO. Diriam alguns dos antigos cientistas (vários vivos e caladinhos).
    É verdade, claro.
    Mas errar duas vezes, dizem, é burrice.
    ESTAMOS RODEADOS DE VIDA, FORA DE NOSSO PLANETA. NOSSOS LIMITADOS SENTIDOS NÃO CONSEGUEM VER…
    AS PIONEERS, VOYAGERS, NEW HORIZONTs, VIKINGs, COM SEUS MUITO MELHORES SENTIDOS ROBÓTICOS, VIRAM QUE A VIDA DO JEITINHO TERRESTRE, como queriam os antigos cientistas, COM HUMANOS, ELEFANTES, FORMIGAS E BEIJA-FLORES É POSSÍVEL. E, será que podemos VER e INTERPRETAR CORRETAMENTE OUTROS DADOS INTRIGANTES VISTOS PELOS OLHOS DE NOSSOS ROBOTsss?
    Afinal, há água e nutrientes em todos os planetas do SISTEMA SOLAR.
    Então…”onde está todo mundo?”.
    Ou somos tão pequenos que não conseguimos enxerga-los e, idem, por isso somos totalmente ignorados, OU NÓS SOMOS AS BACTÉRIAS. E estamos sendo olimpicamente ignorados. Ou…estudados?
    —- “HÁ DUAS POSSIBILIDADES: OU SÓ NÓS EXISTIMOS NO UNIVERSO OU O UNIVERSO ESTÁ SUPERLOTADO DE VIDA INTELIGENTE. — AS DUAS POSSIBILIDADES SÃO APAVORANTES –”
    ——— Arthur C. CLARKE ————.

  7. Salvador, a Nasa já divulgou algum estudo sobre a aparentemente grande diferença entre os solos de Caronte e Plutão? Se isso seria só aparente porque os dois teriam nascido da mesma matriz (como a teoria mais aceita da Terra e da Lua), ou se a diferença seria porque Plutão capturou gravitacionalmente Caronte, que antes podia ser um membro isolado do Cinturão de Kuiper? Obrigado pelo seu trabalho de divulgação científica tão bom!

    1. Ivan, a hipótese mais aceita é de que o sistema foi formado por colisão mesmo. E as diferenças superficiais talvez sejam mais em razão do fato de Plutão ter atmosfera e ser maior. Mas ainda não falaram nada sobre isso especificamente.

    2. Vou tentar responder com um pouco que sei sobre isto. Interações ravitacionais entre dois corpos são relativamente fáceis de se prever. COm três corpos a coisa se complica um pouco (o famoso problema dos 3 corpos). Com 4 ou mais fica impossível fazer uma previsão analítica (puramente com fórmulas), dependemos de simulações que têm uma imprecisão impossível de se remover, podemos apenas tentar minimizar. a melhor previsão que podemos fazer sobre tal colisão é que todas as situações citadas são igualmente possíveis, o que infelizmente não nos esclarece nada, né?

    1. vão dizer que é tudo montagem. tem um pessoal acéfalo que desconhece que nesta época ainda não existia photoshop…

    2. Segundo muitos que comentam aqui, nos blogs e nas notícias relacionadas no mundo todo, todas as missões lunares foram simuladas em estúdios de cinema pelo Stanley Kubrick.
      O problema das teorias conspiracionistas é que as missões deixaram espelhos retro-refletores na Lua que só poderiam ser instalados pelas mãos humanas para não haver desnivelamentos e calibradas para que suas faces estivessem voltadas exatamente para a Terra e que robô nenhum poderia fazer tal coisa na época.
      Estes espelhos faziam parte do experimento que até hoje é feito a partir de alguns observatórios astronômicos na Terra para localizar a Lua com o máximo de precisão possível. Depois de algum tempo que os espelhos foram instalados, algumas teorias semi -analíticas que descrevem a órbita da Lua com uma precisão muito maior do que antes foram publicadas em revistas científicas e livros, alguns deles até tem alguns algoritmos para calcular a posição lunar com uma precisão bem maior do que antes das missões Apollo.

  8. Salvador, os cientistas da NASA disseram algo sobre aquela região mais escura no polo de Caronte ser de algum impacto bem grande no satélite, capaz de provocar todas aquelas deformações na região do equador e no hemisfério onde há a região? Se algo daquele tamanho colidisse com o satélite e não foi destruído, para onde ele foi? Virou outro satélite de Plutão? Ou colidiu também com o planeta? Isto não explicaria algumas coisas que vemos nestas fotos?

    1. Geraldo, sinceramente, não sei te dizer. Difícil interpretar no momento e eu não sou exatamente um craque em geologia. 🙂

  9. Salvador, já assistiu ao filme Perdido em Marte? Pretende fazer alguma postagem aqui a respeito? Achei seus comentários sobre Interstellar bastante pertinentes.

      1. Tendo lido os primeiros capítulos do livro ontem (parei para esperar pelo filme, que verei nesse sábado), arrisquei a ler um pedaço de seu texto, mas fui até as batatas – que aparecem no início do filme, para não estragar as surpresas… Infelizmente já sei quantos sóis ele vai ficar.

        Mas a matéria merece, sim um post, com certeza! 🙂

        1. Eu quero ler o livro também, li comentários muito bons dizendo que o livro é rico em detalhes e muito didático. É difícil Hollywood manter esse tom o tempo todo. Amanhã irei ao cinema conferir. 🙂 Depois de Prometeus o diretor Ridley Scott tem a obrigação de nos dar um bom flime!

        2. Assisti hoje ao filme. Nota 10, é mesmo emocionante (nem aquelas prolongadas cenas piegas de famílias, com musiquinhas lentas tem, é “pão-pão queijo-queijo”, direto no que interessa).

          Li a matéria do Salvador no UOL, excelente, não tem spoiler drástico não, as surpresas continuam surpresas. 🙂

          As cenas de Marte são espetaculares, reproduzem as imagens reais tiradas pela NASA do planeta, em termos de cenário e relevo.

      2. Só eu que chorei de emoção quando a Pathfinder e seu robozinho apareceram no filme ou mais alguém?

        1. Eu fiquei meio irritado que ele teve de desenterrá-la. Na real, ela não está enterrada. E acho que nem 40 anos de tempestades de areia iriam enterrá-la. 😛

          1. Eu acho que foi um liberdade poética para trazer maior impacto e supresa. Mas um dúvida o filme se passa num presente alternativo aonde a NASA é financiada pelo governo dos EUA para mandar astronautas até Marte? Ou o filme é num futuro próximo e improvável aonde a NASA tem dinheiro?

          2. Eu assisti, excelente!
            sobre a tempestade é so um fato de complicar e fazer a historia acontecer, não vejo outra maneira de deixar um homem em marte sozinho, kkkkkk.
            se a tempestade teoricamente pode derrubar uma nave, com certeza tinha que cobrir o Pathfinder e seu robozinho.

            e com certeza vale um post!!!

            abraços

  10. Imagine encontrar ambientes propícios para a vida, além de Marte, e das luas geladas de Júpiter e Saturno, em Plutão e Caronte… estamos acompanhando a Ciência sendo feita ao vivo… nesse aspecto realmente estamos numa época muito privilegiada e excitante, apoiada também pelas tecnologias atuais de comunicação e computação. Grande blog o seu Salva, não perco um post. Grande abraço!!

  11. a lua caronte ou objeto nao existe a foto é fake feito em computador com elementos da nossa lua misturado assim como o planeta plutão nao existe no nosso sistema solar existe só 7 objetos e são pequenos pra se ter uma ideia o sol e a lua são do mesmo tamanho apenas 60 kilometro de diametro isso pode ser medido por qualquer pessoa com um sextante na mão ,veja o nome caronte q significa o barquero que tras as almas para o deus do mundos dos mortos ou seja aquele q governa o inferno , eles mistura mitologia mas na verdade se trata de satanismo disfarçado ,nao acreditem nessa nasa mentirosa controlado por gente obscura

    1. Não sei a sua idade nem grau de instrução, mas converse um pouco com gente que estudou mais, seus filhos, sobrinhos, irmão, pais, tios, amigos…

      Ou volte para a idade da pedra, onde você pertence!

      1. Eu me arrependi de ter respondido a ele. Vou apenas ignorá-lo de agora em diante, não merece nem orientação honesta!

        Quem sabe usar um micro ou celular para escrever besteiras deve saber pesquisar nele…

    2. Ele só repete o livro de um autor que foi ao Jô Soares na virada do século que afirmava que as missões espaciais eram todas “fake” a começar pelos Apollo e que todas aquelas fotos dos planetas eram feitas em computador. O engraçado é que no mesmo dia em que este autor (não me lembro mais do nome dele) foi entrevistado, um senhor bem velhinho foi ao Jô dizer que o sistema heliocêntrico era uma mentira e que era o Sol era que orbitava a Terra. Aquele dia foi o “dia dos ignorantes” no Programa do Jô, um incrédulo arrogante e incapaz de fazer qualquer coisa que preste a não ser escrever livros para tapear ignorantes. E o outro o ignorante que está muito velho e que nunca aprendeu direito sobre o sistema heliocêntrico, tomando como desaforo a reabilitação de Giordano Bruno (ou do sistema copernicano, não tenho certeza) feita pela igreja Católica meses antes.

    3. Roger, vc se faz de bobo mas não é, só uma pessoa inteligente consegue escrever um texto tão idiota cuja única finalidade é perturbar.

  12. Ciência é muito bom, mas o Blog do Carl Sagan brasileiro, torna-a ainda mais atrativa, é escrito de maneira peculiar e é extremamente delicioso de se ler. As vezes me divirto com a leitura….muito boa realmente. Caronte parece mais uma daquelas bolas muchas de antigamente. Parabéns pela publicação!

  13. Salvador,observando fotos de vários planetas salpicados de crateras lhe faço as seguintes indagações:

    A colisão de meteoros com planetas já foi um acontecimento mais comum em alguma época ?
    Seria errado dizer que a Terra teve a sorte de ter menos colisões do que a maioria dos planetas,incluindo nosso satélite ?
    E por último, você acredita que a fim da vida na Terra,ou pelo menos como ela é hoje,se dará por tal acontecimento?

    1. Marco, a colisão de meteoros certamente foi muito mais comum durante o período de formação planetária, e houve um “bombardeio pesado” até cerca de 3,8 bilhões de anos atrás. Depois estabilizou e mantém um ritmo mais ou menos regular.

      Sobre a Terra, não teve mais sorte. O que acontece é que nosso planeta tem atmosfera, que o protege de bólidos menores. Mas a taxa de impactos é a mesma que a da Lua. (Vênus também tem bem menos crateras, por conta da atmosfera ultradensa; já Marte, com a atmosfera rarefeita, apanha mais. A Lua, coitada, sem atmosfera, apanha até de pedrinhas…)

      Por fim, sobre o fim da vida, já vimos que colisões de asteroides não extinguem completamente a vida. No máximo, matam a maior parte das espécies. Então, não, a vida na Terra não terminará por um asteroide. Talvez a vida humana, mas certamente não a vida como um todo. O que tende a esterilizar a Terra é o aquecimento do planeta, com a consequente evaporação dos oceanos, o que deve ocorrer em cerca de 1 bilhão de anos.

      1. Mas Salvador, de acordo com o ciclo da água, há evaporação e depois retorno da água à superfície em forma de chuvas. Dessa forma a água continuaria por aqui.

        1. Sim. Mas se você tem uma atmosfera tênue e baixa gravidade, a água evapora, os raios ultravioleta do Sol quebram H2O em H e O, o hidrogênio escapa para o espaço e resta o oxigênio, que deve ajudar a explicar por que a superfície de Marte é tão oxidada… Ou seja, boa parte da água com que Marte começou já foi embora. Mas não toda.

  14. Grande Salvador!

    Fora do contexto dessa matéria (ótima como sempre), gostaria de saber se pretende comentar sobre a escolha do novo digníssimo ministro de Ciência e Tecnologia (#sqn).

    1. Ah bem. Que poderíamos esperar de um governo que está em frangalhos, com a economia em frangalhos? Se Dilma forte é ruim, imagine Dilma enfraquecida…
      Sinceramente, os três ocupantes anteriores do ministério foram todos péssimos. O último bom ministro de CTI que tivemos foi o Sergio Rezende, que ficou até 2010. Dali para frente, ladeira abaixo.

      1. No período Lula, o Brasil, mesmo tendo verbas, não pagou a parte dele na ISS e fomos alijados dela. Só pagou o passeio espacial do nosso astronauta (Marcos Pontes), coisa que qualquer milionário pode fazer também. Não concordo que até 2010 tivemos alguém bom na área de Ciência e Tecnologia.

        Bons, mesmo, só a área de Marketing do governo e a Receita Federal.

        1. Mas tivemos. O Sergio Rezende foi responsável por coisas como o acordo com o ESO e o início da discussão para fazermos parte do CERN. O orçamento do MCTI cresceu um monte com ele e promoveu um crescimento significativo do sistema de CTI brasileiro. Pergunte aos cientistas. O Sergio Rezende foi ótimo. Mesmo o controverso voo do astronauta, acho que foi uma boa decisão. A ISS já tinha ido pro vinagre. Melhor voar o cara e tirar algo de bom do que jogar tudo no lixo. Seu predecessor, Eduardo Campos, foi bem também, mas não se compara. E antes dele tivemos o ministro-bomba, Roberto Amaral (que, aliás, é o pai do fiasco, para não dizer escândalo, Alcantara Cyclone Space). Nos últimos 20 anos, o Brasil teve dois bons ministros da CTI. Ronaldo Sardenberg, que criou os fundos setoriais voltados para ciência (mas não conseguiu usá-los por conta de contingenciamentos), e Sergio Rezende. O primeiro ficou de 1999 a 2002. O segundo de 2005 a 2010. Difícil fazer política científica consistente com dois ministros bons e um OK numa lista de 10 em 20 anos.

          1. Marcos Pontes merecia essa viagem, por tudo o que estudou e treinou em muitos anos. Merecia mais, deveria ficar alguns meses, fazendo pesquisas reais. Só não concordo com o marketing feito. Aliás, ele só foi porque era uma forma, para o governo, de tapar o sol do fiasco.

            Fico feliz que alguma coisa decente aconteceu, mas pode ter certeza, não é graças à mentalidade chinfrim desse governante e seu partido… Se rendesse propina, estaríamos na lua!

          2. Entendo sua amargura com o governo, ainda mais diante de tanta corrupção. Mas isso não pode se misturar com os acertos e erros que cada gestão comete.

          3. O Israel Vargas também foi um excelente ministro e você parece que se esqueceu. Foi graças a ele que entramos no Gemini e disso sou testemunha.

          4. Beto, confesso que comecei a acompanhar para valer a atuação do ministério a partir de 1999. Então realmente não tinha a referência do trabalho — bom, pelo que você me diz — do Israel Vargas. Admito que talvez tenha cometido uma injustiça.

  15. Líquidos na superfície de Caronte poderia ser uma indicação de que este mundo já andou bem mais perto do Sol e acabou por migrar para a periferia do Sistema Solar?

    1. Não. Caronte nunca esteve bem mais perto do Sol. Pode ter estado um pouco mais perto, mas não muito.

  16. Salvador, acredita-se que Europa possui um oceano embaixo de sua crosta de gelo, mas não foi compravado, nao é? No seu texto me apareceu que afirmou.

    1. Foi praticamente confirmado. São múltiplas as evidências — desde as fraturas na superfície até as plumas detectadas pelo Hubble, passando pelos cálculos físicos de efeitos de maré e pela densidade e composição da lua. Europa tem um oceano global.

  17. Reforço a ideia de lançarmos uma sonda termonuclear que iria derretendo o gelo até chegar nesses oceanos internos para estudá-los. Já tinha comentado isso em outro post, o Ernest Cline também cita isso no seu novo livro.

    1. Lembre-se que essa sonda derreteria o gelo e afundaria, mas o gelo acima dela voltaria a se congelar… No final, ela mergulharia e teria muitos km de gelo sobre ela…

  18. Eu nunca teria imaginado água em Vênus, considerando o quão perto do sol o planeta está. Sendo tal inferência verdadeira, e como rotulamos como zona habitável a área aos arredores da estrela onde pode haver água líquida, parece ser possível ampliar a região onde futuramente nossos telescópios buscarão por assinaturas de atividade biológica nas atmosferas de alguns exoplanetas, ou será que viajei nessa?

    1. Sim. A essa altura, com tudo que estamos vendo em Marte, eu diria que é razoável supor que ele esteja dentro da zona habitável, e seu tamanho diminuto é que acabou conduzindo ao ressecamento…

  19. Me deixa muito feliz o tom mais moderado do blog com respeito às chances de se encontrar Vida extraterrestre. Está claro que aquela ladainha de que em 20 anos estaríamos conversando com ETs como se fossem velhos companheiros de colégio, deu lugar a uma narrativa mais sóbria, fortemente pautada em descobertas recentes e, principalmente, em opiniões dos experts envolvidos diretamente nessas missões.

    1. Eu nunca disse que em 20 anos estaríamos conversando com ETs.
      Eu sempre disse que acredito que em 20 anos teremos detectado evidências de vida extraterrestre.
      Continuo apostando nisso.

    2. Extraterrestres nos criaram! Ainda dúvida. Estude e pesquise, não somente a bíblia, mas veja a história da Mesopotâmia e dos Sumerios, Veja tudo também sobre Enoque. Você já ouviu falar também de UFOS? Pesquise e saberá que o governo e os cientistas, já sabem a muito tempo que a vida lá fora existe. Ou você prefere viver como gado aceitando tudo o que eles querem que você saiba?

      1. Extraterrestres NÃO nos criaram. Talvez tenham semeado a vida na Terra. Mas certamente não conceberam a espécie humana ou qualquer espécie hoje viva no planeta.

        1. A idéia de que ETs foram os responsáveis pelo surgimento da Vida em nosso planeta é o que eu chamo de desespero lógico.

          O sujeito não quer acreditar em DEUS, não aceita a espiritualidade que é inerente ao ser humano e é um ateu convicto; então o que ele faz? Manda o problema para o espaço (literalmente): afirma que foram os ETs os responsáveis pelo surgimento da Vida na Terra!

          A idéia, no fundo, é substituir DEUS por alguém com as mesmas características e igualmente poderoso, ou seja, uma entidade capaz do dom da Criação. O que não deixa de ser uma manifesação de religiosidade – e aí está o irônico da coisa: o camarada quer se livrar da Religião criando outra…

          1. Apolinário, o problema de postular alienígenas como semeadores da vida na Terra é que você precisa explicar a origem dos alienígenas, então a origem da vida permanece exigindo explicação, ainda que não tenha ocorrido na Terra. Contudo, é uma ideia viável, uma vez que o Universo e seu potencial para vida é muito mais antigo que a Terra. Isso em nada tem a ver com Deus, que, caso exista, tem uma relação muito mais profunda com o próprio Universo como um todo, e não com um ou outro evento biológico num cantinho qualquer do cosmos.

          2. O fato é que a Terra é muito mais do que um “cantinho qualquer no Cosmos”…e tudo o que está sendo descoberto pela Ciência só confirma isso!

          3. Na verdade, não. Você não leu o texto? Onde você andou nos últimos dez anos? Chegou agora ao planeta?

  20. Porque nos achamos tão especiais, se no universo os elementos que mais existem são hidrogênio,hélio,oxigênio,carbono e hidrogênio ? Exatamente os elementos de que somos feitos.
    Se esses elementos estiverem no lugar certo,a vida é inevitável.
    A dificuldade de achar vida extraterrestre é porque não olhamos longe o suficiente em um universo tão vasto.
    “Neil deGrasse Tyson astrofísico ”

    Eu concordo com Neil deGrasse Tyson. Eu só queria estar vivo quando nossa espécie achar vida em outros mundos.

  21. Salva, vou aproveitar que você mencionou crio vulcanismo para repetir a pergunta que tinha feito na semana passada sobre a Tombaugh Regio.

    E de quebra espero uma resposta mais instigante…

    Pode ser esse fenômeno que torna esta região de Plutão mais recente (com menos crateras) que outras regiões do mesmo?

    Não engoli aquela “Não faço a menor ideia” 😛

    1. A Tombaugh Regio parece ser alimentada por gelos de metano e nitrogênio, claramente depositados em época geologicamente recente. Se “não faço a menor ideia” não é suficiente, posso incrementar dizendo que esses gelos podem estar se condensando da atmosfera (que passa por um ciclo possivelmente radical entre o periélio e o afélio de Plutão) ou pode haver uma fonte interna. Também há evidência de atividade interna (as montanhas de gelo), mas, que eu saiba, ainda não houve detecção de criovulcanismo ou plumas ejetando material para a atmosfera (possivelmente alimentando esse ciclo sem permitir que a atmosfera se esgote por completo). O quadro ainda é bastante incerto e vai depender de uma análise completa dos dados da New Horizons e muita modelagem.

    1. Dessa vez eu levantei mais cedo pra corrigir, acho que isso “estancou” o desvio do assunto.
      Mas, te dizer, baita orgulho do pessoal que visita regularmente este blog. Não só se mostram cientificamente letrados como engajados e preocupados em apontar erros, normalmente com educação e espírito de cooperação. Ah, se a média da internet — e do mundo — fosse essa! Parabéns, pessoal!

      1. Salvador, faz uma forcinha para a Folha mudar a sua política com relação aos comentários, já que o que postamos passa pela moderação.

        As vezes as mesmas questões são levantadas diversas vezes pelos leitores até que os comentários sejam enfim liberados pelo moderador.

        Adoraria se os comentários dos leitores do blog pudessem fruir livremente, independentemente de moderação. Seria tudo mais dinâmico. 😉

        1. É, Victor, aí não tem jeito. As regras da casa são essas. E eu não posso passar 24h aqui para aprovar… 🙁

          1. Eu entendo. A gente sabe que você se dedica ao máximo ao seu blog! Como dizia minha vó, o não tem remédio, remediado está! 🙂

      2. Quem merece parabéns é você, seu bom público é conseqüência da sua cortesia!
        Por favor, não entre na piscina!!!!

  22. Há algum tempo estão usando algumas sondas espaciais para descobrir exoplanetas e cada dia conseguem mais precisão nisso.
    Todos os sistemas solares que eles encontraram planetas similares a Terra também acharam gigantes gasosos como temos no nosso sistema solar.

    Isso me leva a crer que cada planeta que compõe o nosso sitema fosse importante para a nossa existencia. Cada um com a sua funcao e que vida mesmo, seja ela qual for, só em outro sistema.. Ou nao ?

  23. Um equívoco básico: gelo ocupa MAIS lugar que a água, é por isso que flutua.
    Cânions são formados por água (líquido) corrente, ou seja rios. Congelamento de gelo pode fraturar rochas mas dificilmente formaria cânions
    Nas temperaturas dessa região o líquido não precisa ser água. Pode ser Nitrogênio ou outro gás.

  24. Acredito que água permeava a nuvem de gás e poeira que deu origem ao nosso sistema solar. Alguns estudos de datação apontam que a água na Terra é possivelmente mais antiga que o próprio Sol.

    enso então que, como água permeava a nuvem de gás e poeira que deu origem aos planetas e bem provável que no início do sistema solar, todos os planetas tenham recebido grandes quantidades de água. Inclusive, após a formação da Terra, depois da solidificação da nossa crosta, uma intensa chuva de meteoros compostos de gelo trouxe a água que formou os nossos oceanos.

    Possivelmente, o mesmo processo que aconteceu na Terra, ocorreu em Marte, Vênus, Mercúrio, Plutão, Ceres e nas mais diversas luas do sistema solar.

    Acontece que a maioria dos mundos do nosso sistema solar não reúne ou já não reúne mais, condições físicas para sustentar água líquida fluindo e correndo em sua superfície.

    A maior parte água existente em Mercúrio evaporou-se com a proximidade do planetinha do Sol, Vênus perdeu seus oceanos em razão do enorme efeito estufa que o assola.

    Marte, por ausência de um campo magnético, por ausência de uma atmosfera mais espeça devido o a sua menor gravidade, perdeu a maior parte da sua água, a pouca água que restou está congelada nos polos ou está congelada debaixo da Terra, há ainda sim alguma água na sua tênue atmosfera que às vezes sublima e escorre pela superfície.

    As citadas luas de Júpiter e Saturno até possuem água líquida, as permanece aprisionada debaixo de uma crosta de gelo. Plutão provavelmente também. Caronte também tem água, mas provavelmente a maior parte já se solidificou.

    De fato, aguá correndo livremente na superfície de forma substancial, de forma a formar rios, lagos e oceanos só existe na Terra, mas ainda sim a água pode ser encontrada nos mais diversos mundos do sistema solar e quando há a ocorrência da água líquida essa existe de baixo da superfície e só aparece na superfície por meio de mecanismos como o criovulcanismo.

    1. Sabe Vitor, a Bíblia relata essa relação de antiguidade em Gênesis 1, de fato a água já existia muito antes do sol.
      A maioria das pessoas preferem não acreditar, mas eu ainda acho uma fonte muito interessante.

      1. Luísa, gosto muito das colocações do livro “O Gênesis e o Big Bang” sobre isso.

      2. Depois do Big Bang, só havia hidrogênio, hélio e uma pitada de lítio, com seus isótopos, para formar as estrelas de primeira geração. Não poderia existir água, já que tem um átomo de oxigênio, que não existia então e só passou a ter no Universo depois das explosões das estrelas de primeira geração – muitos dos elementos considerados pesados se formaram nos núcleos destas estrelas. Neste ponto a Ciência e a Bíblia não se “entendem”.

      3. Prezado Bruno Traetz, se você acredita no gênesis como uma verdade absoluta e satisfatória, se a sua visão bíblica do universo lhe traz conforto e paz de espirito, ok é um direito seu. E não sou eu que vou dizer para você parar de pensar assim.

        No entanto eu lhe convido a pensar diferente, lhe convido a abraçar o cosmos e a ciência, pois do meu ponto de vista, a ciência explica melhor o universo, indo muito além da imaginação e dos sonhos humanos.

        Assim entre a verdade e a imaginação eu escolho a verdade, ela é muito mais rica e muito mais intrigante do que qualquer mito de criação.

        A ciência tem o poder de ampliar os nossos horizontes. Com a ciência somos capazes de enxergar mais longe, de compreender melhor o universo e aprender novas coisas. A ciência nunca deixará de nos surpreender.

        Os mitos de criação trazem belas histórias, belas metáforas. Muitas vezes os mitos trazem consigo ensinamentos profundos, inclusive de ordem moral. E é por isso são tão atraentes, porque, nos identificamos com eles.

        Mas existe um universo muito maior e mais vasto, muito mais grandioso do que aquele descrito nas escrituras sagradas.

        Assim lhe convido a pensar diferente, lhe convido a abraçar o cosmos e a ciência.

        Sei que a curiosidade você tem, afinal, porque outra razão você viria aqui? Não foi o acaso que lhe trouxe a um blog de astronomia, não é mesmo?

        Um grande abraço! 😉

        1. Perdão, já peço desculpas à Luíza e ao Bruno, troquei a bolas quanto aos nomes! kkkk

          Luíza, escrevi para você, a mensagem, escrevi de coração. 😉

      4. Olá Luiza, eu gosto de ler a Bíblia, respeito e tenho fé.
        Mas não basta ler, tem de saber interpretar.

        Da forma que vc diz, parece que Gênesis trás alguma luz ao assunto da Cosmologia, só que na verdade não trás. E o motivo disso é que o Gênesis não foi escrito com essa finalidade, tanto que todo cronograma da criação não se sustenta, ele é contraditório.

        Da mesma forma que vc diz que em Gênesis é dito que a água mais antiga que o Sol, lá também diz q é mais antiga que as estrelas, que a Terra surgiu antes que as estrelas. Eu lhe pergunto, o que esta escrito em Gênesis é correto?

        Se vc disser sim: vc nega a verdade da criação de Deus.
        Se vc disser não: vc vai entender que Gênesis não é um livro sobre cosmologia.

        Gênesis atinge o objetivo de instruir a fé de um povo que existia a mais de 2.500 atrás, e continua até hoje. Mas nunca foi um livro de ciências.

  25. Salvador,
    Entendi a explicação sobre ter existido um oceano, mas como se sabe que esse oceano seria de água? Não existem planetas e satélites com oceanos de outros compostos? Abs!

  26. Estas especulações conduzirão a dois caminhos opostos: Havendo vida, a Terra deixará de ser especial. Não havendo, seu reinado ainda irá durar por muito tempo

  27. Como sempre excelente matéria! Você consegue deixar a leitura de assuntos científicos ainda mais interessantes. Parabéns!

    Ps.:
    “Ao congelar, como gelo ocupa menos espaço que água, o solo basicamente rachou.”

    Não seria o contrário? Gelo ocupa mais espaço do que a água?!

  28. Salvador,

    segue afirmação. Ao congelar, como gelo ocupa menos espaço que água, o solo basicamente rachou.

    Não seria ao contrário, gelo ocupa mais espaço que a água? Tanto é que o gelo boia?

    1. Exatamente, Danny Junior.
      Se um corpo, na mudança de estado, mantém a mesma massa e ocupa mais espaço sem perder suas forças intermoleculares, ele boiará ao ser imerso na mesma substância no estado anterior.

      Resumindo, gelo boia na água porque ocupa mais espaço mantendo a mesma massa.

      Experimente colocar uma garrafa plástica cheia de água no congelador. Ela incha, ou rasga, ou estoura, ou etc.

      1. Sim, corrigi, claro. E agradeço a atenção. Preciso perder a mania de escrever de madrugada e não reler. 😛

  29. Talvez fosse melhor mirar todos os esforços em Europa. Mais longe que Marte, porém vencida a crostra, uma sonda robótica teria o mundo inteiro para explorar em ambiente aquático, com a velocidade que os rovers não alcançam. Se tiver algo vivo lá, em Europa, basta uma expedição bem feita, e aí é só partir pro abraço. Em Marte os rovers vão ter que literalmente “tirar leite de pedra” até encontrarem reles bactérias, no máximo. Em Europa, de cara, podem ser encontrados seres macroscópicos.

  30. Salvador, ao se congelar a água ocupa um espaço maior que em estado líquido (quase 10% a mais). Pelos seus artigos dá-se a impressão que o Big-bang foi uma explosão aquífera, visto que todos os corpos celestes tem, ou tiveram, oceanos na superfície ou no sub-solo. Creio que esse falso silogismo está se dando em função da premissa, não sei se certa ou errada, de que a água é a geradora da vida, é necessária sem dúvidas. Jogar todas as fichas em um único número é improvável.

  31. Salvador, parabéns pelo trabalho! Gostaria de perguntar qual a sua opinião sobre os testes de busca de vida em Marte realizado pelas sondas Vikings na década de 1970, em que um dos testes deu positivo, mas o resultado foi contestado. Com os novos conhecimento que adquirimos sobre o planeta vermelho de lá para cá, muda alguma coisa nestes testes ? Obrigado,

  32. Salvador, uma dúvida: quando diz que o gelo ocupa menos espaço que a água. Eu sabia que perto de zero a água recombina suas moléculas aumentando seu volume e diminuindo sua densidade. Por isso o gelo boia apesar de ser sólido e ao mesmo tempo, estoura uma garrafa de plástico que esteja cheia no momento do congelamento. Onde está o erro?

  33. É uma pena… ops, digo, é uma dádiva “celestial”, para falar a verdade. Mas é uma pena, porque com este fato muitas histórias de FC acabam no lixo, pois em muitos deles a disputa pela água fornecia um enredo interessante. Agora, só falta ver se há água em Calisto e Tritão, dentre outros. Pode fornecer combustível barato para as naves exploradoras tripuladas no futuro, além de suprir as necessidades básicas das tripulações (por enquanto, apenas terráqueos!)

  34. “De repente, o Mensageiro Sideral se sente numa loteria em que ele sozinho comprou todos os bilhetes! Um deles, em algum momento, há de ser sorteado. Ou não?”
    Deixe um bilhete pra mim também!
    Como sempre assunto e texto brilhantes. Valeu!

  35. Bom dia Salvador, me intriga a afirmação sobre o gelo que gerou os cânions (sobre o gelo ao congelar ocupar menos espaço que a água). Pelo menos na pressão atmosférica terrestre, a água quando se solidifica diminui a sua densidade em relação ao líquido. Acredito ser a única substância que possui essa propriedade (nessa pressão), por isso há vida marinha em oceanos congelados aqui na terra, pois como o gelo é menos denso que a água (liquida) ele fica na parte de cima.
    Será que essa afirmação é por causa da pressão atmosférica de Caronte?

    Obs.: Como sempre seu texto ótimo de se ler!!! Parabéns mais uma vez!

  36. Só uma pequena correção só seu excelente texto, a água quando congela, expande, ou seja, irá ocupar mais espaço. Por esse motivo, o solo irá rachar. “…Ao congelar, como gelo ocupa menos espaço que água, o solo basicamente rachou…”

  37. E isso porque estamos por enquanto limitados a realizar estudos diretos apenas no nosso sistema solar!

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