Astronomia: Uma breve história da busca por água em Marte
O debate da água em Marte chega a um fim apoteótico, após mais de um século de idas e vindas.
1877
Olhando ao telescópio, o italiano Giovanni Schiaparelli vê linhas cortando a superfície de Marte. Ele supõe que são cursos d’água no planeta. Mais tarde, o americano Percival Lowell sugere que são obras de gestão hídrica conduzidas por uma civilização marciana. Mereceriam prêmio se fossem de verdade, mas os tais canais nunca passaram de ilusão de ótica.
1964
A sonda americana Mariner-4 faz o primeiro sobrevoo bem-sucedido de Marte, tirando fotos da superfície. Ao revelar um mundo cheio de crateras e completamente seco, acabou de vez com as fantasias de Lowell. O planeta vermelho estava morto.
1971
A história começou a mudar com a Mariner-9, primeira sonda a orbitar Marte. Ao mapear totalmente a superfície, a sonda fotografou deltas de rios secos e outros traços que pareciam sugerir um passado molhado. Isso motivou as missões Viking, em 1976, as únicas até hoje a procurar vida em Marte — com resultados inconclusivos.
2002
Medições feitas com a orbitadora Mars Odyssey, da Nasa, indicaram presenças significativas de hidrogênio sob o solo — provavelmente na forma de gelo de água. Sinal de que, com o fim da era molhada de Marte, a substância não foi de todo perdida para o espaço.
2004
O jipe robótico Opportunity confirma o que os cientistas estavam vendo nas imagens orbitais: Marte teve mesmo um passado molhado, com mares e rios, evidenciado pela presença de minerais que só são produzidos sob influência de água.
2011
A sonda Mars Reconnaissance Orbiter fotografa, do alto, linhas escuras que aparecem em encostas marcianas durante o verão e somem no inverno. O estudo da composição mineral dessas linhas culminou com a descoberta de que se tratam mesmo de fluxos de água. Mais de um século após as primeiras buscas, finalmente achamos um ciclo hidrológico em Marte.
A coluna “Astronomia” é publicada às segundas-feiras, na Folha Ilustrada.
É interessante notar que o mito dos canais marcianos persistiu por muito tempo. Um claro exemplo disso é o mapa marciano conhecido como MEC-1 Prototype de “1962”, ou seja, já no início da era espacial. Deixo aqui o link para os curiosos:
http://www.lpi.usra.edu/resources/mars_maps/MEC-1/preview.jpg
Este mapa é apenas um dos vários mapas produzidos para as missões Mariner. Pelo gráfico Aeronáutica e Sistema de Informação da Força Aérea dos EUA.
Ele incorpora as observações de Percival Lowell, bem como, os de CE Slipher e do Observatório Lowell. O mapa mostra muitas marcas lineares que são percebidas como os tais “canais marcianos”.
O mito dos canais marcianos atraiu por muito tempo astrônomos e observadores à Marte, já que muitos astrônomos proeminentes do século XIX afirmaram ter visto os tais canais e contribuíram efetivamente para o mito.
Não duvido que muita gente de renome, apenas por medo de serem ridicularizados, diziam efusivamente observar os tais canais marcianos dos seus telescópios.
O curioso é que esse foi produzido em 1962, o que mostra que o mito ainda persistia, embora, provavelmente, já era desacreditado pela maioria dos astrônomos mais sérios.
Logo após a confecção do mapa, as primeiras sondas enviadas pelo homem enviaram imagens da superfície de Marte e com, finalmente, sepultaram, para a tristeza de muita gente, o mito dos canais.
Muitos leitores deste blog devem ter ouvido falar dos canais na sua infância, aqueles que nasceram na década de 50, provavelmente, cresceram acreditando neles e possivelmente numa civilização marciana perdida.
Confesso que adoraria ter um globo com os canais de marte enfeitando o meu quarto, mesmo que eles existam só nossa imaginação.
É bonito mesmo, esse mapa.
Pelo menos um “fossilzinho” eles devem encontrar em Marte quando chegarem por lá..Assim espero..rs
Salvador e colegas do blog, acessem http://www.portaltobiense.com.br e vejam o que está deixando uma pequena cidade (resido) em rebuliço. As fotos foram tiradas por uma menina de 15 anos. No portal consta uma delas. Mas, existe outra de outro ângulo.
Tão real quanto nota de R$ 3.
Risível propaganda do site. É óbvio que é falso.
Salvador, você acha que serão utilizados motores iônicos nas missões tripuladas? e pra alimentar os motores com a eletricidade necessária será preciso um reator? Andy Weir fala disso em uma entrevista em vídeo pra IEEEXpectrum e como será difícil convencer as pessoas a aceitarem um reator nuclear no espaço, principalmente o medo de algo dar errado no lançamento.
Pois é. A Nasa está apostando em propulsão elétrica (paineis solares). Mas a comunidade astronáutica sempre teve a convicção de que seria preciso um reator. Como ninguém tem um projeto definido para ir a Marte ainda, as cartas estão todas no jogo…
Existem satélites com reator nuclear, não é? Pelo menos existiram. Existe algum acordo internacional que o proíbe?
Apesar do medo, acho que não será possível descartar a tecnologia nuclear na exploração espacial.
Não tem nenhum satélite com reator nuclear.
O que há é satélite (e sonda) com RTG, que é uma unidade que usa o decaimento natural do plutônio como fonte de calor (e eletricidade). Mas um reator é uma coisa mais complexa — ele induz a fissão do urânio, não explora o decaimento natural. Muito mais poderoso e complexo. Não existe ainda um reator nuclear space-rated.
Valeu, Salvador! Grato!
É o GTR citado no livro Perdido em Marte, com certeza.
Achei na Wikipedia: https://en.wikipedia.org/wiki/Radioisotope_thermoelectric_generator
(em português está bem fraco o texto)
Existem cerca de mil dessas unidades abandonadas na ex-URSS, muito mais preocupante do que algumas sondas espaciais…
Bem lembrado o GTR do Mark Watney, vivia enterrando e desenterrando o danado, preciso ver o filme…
A nave Hermes do filme Perdido em Marte é impulsionada por motores iônicos. No livro no qual o filme se baseia, o autor nos presenteia com alguns detalhes técnicos sobre a nave Hermes, incluindo a forma de propulsão – motores iônicos!
Bom, levando em consideração que o autor da obra conversou com cientistas da própria Nasa, uma nave com propulsão iônica é plausível.
A única coisa que não é plausível é a Nasa dispor de tanta verba assim para se empreender várias missões a Marte.
Como Salvador disse na coluna sobre o acervo de fotos da Lua, durante a corrida espacial, a Nasa tinha a seu favor 5% do PIB americano. Hoje não passa de 0,5%!
No entanto, ainda não perdi minhas esperanças quanto ao Emdrive! Há muita especulação a respeito dele e como ele funciona, mas ele gera pode revolucionar as viagens espaciais e reduzir o tempo de viagem até Marte para 70 dias.
O Emdrive desafia tudo o que sabemos, trata-se de um motor de propulsão eletromagnética que funciona dentro no vácuo e não utiliza combustíveis como propelente. O motor converte energia elétrica em impulso liberando micro-ondas dentro de uma câmara fechada.
Ele não deveria funcionar pois para que algo seja impulsionado é necessário haver uma força de propulsão em seu sentido oposto, a exemplo dos foguetes que queimam combustível.
No entanto, o Emdrive teima em funcionar. Bom, é o que dizem os experimentos mais recentes da Nasa.
http://www.techtimes.com/articles/50361/20150504/nasa-emdrive-one-step-closer-reality-warp-theoretically-possible.htm
Que informação preciosa, tinha lido sobre ela há meses atrás, nunca mais ouvi nada sobre, muito bom de ler a matéria sobre tais motores.
Adão, parece que os caras tão quebrando a cabeça para entender como a coisa funciona. O Emdrive tá fomentando investigações no campo da física experimental e muitos estão questionando as teorias existentes.
Deixo aqui um artigo recente sobre o Emdrive, foi publicado no dia 01 de outubro. Está em inglês. O autor do texto chama-se Benjamin T. Solomon, ele tem credenciais bem legais, é membro do Nuclear and Future Flight Propulsion Technical Committee e do American Institute of Aeronautics & Astronautics.
Parece que a dúvida já começou a se deslocar da pergunta se ele funciona para como ele funciona.
Mas ainda deverão ser feito muitos outros testes para confirmar a sua viabilidade. Mas não deixa de ser exitante.
Segue o link:
http://www.huffingtonpost.com/benjamin-t-solomon/a-theory-for-momentum-exc_b_8093908.html
Victor no outro link que li que me enviou já tava bem claro que “funciona”, entretanto se perguntavam: “Como é possível isso funcionar???”, isso torna emocionante o desfecho das pesquisas e a procura do que eles consideram o “erro” sob nosso ponto de vista físico, para explicar porque fótons sem massa conseguem empuxo, Benjamin T. Solomon tem proposta de que a distorção dos mesmos provocaria tal fenômeno, se a borda esférica do mesmo se achatar devido à velocidade imposta aos mesmos aumentaria o campo gravitacional no lado que a mesma estivesse achatada e provocaria movimento, no entanto mesmo achatada ela estaria conservando o instante, o tempo a imobilidade dela consigo mesmo, por isso se torna inexplicável de expor a reação em forma de equação, pois a transformação de energia se faz necessária para que compreendamos o movimento.
FOI ISSO O QUE ENTENDI DO MARAVILHOSO TEXTO DO LINK QUE ME ENVIOU, se viajei me explica melhor, gostaria demais de saber a opinião do Salvador a respeito.
Se não conseguir entrar em contato contigo é que meus acessos são limitados por não assinar a Folha, com o cadastro que fiz consigo 20 acessos a matérias/mês, se tiver novidades ou links a respeito me envia e-mail: adagoes@yahoo.com – não tem br é muito antigo, ou posta lá no face do Mensageiro Sideral, as pessoas acessam matérias e conversam por lá, ele não implica não. Abaixo segue meus pontos de vista. Bom final de semana
Opa!
Pelo que eu entendi, as partículas, mesmo sem massa, teriam uma forma esférica que pode ser distorcida. Com a velocidade linear, a distorção da forma ocorre no sentido do movimento, de modo que é simetricamente mais plana.
Em um campo gravitacional com aceleração, a distorção da partícula ocorre de forma assimétrica, de tal sorte que modo que o lado mais próximo para a fonte do campo gravitacional é mais plana do que o lado oposto.
Todas as partículas têm uma estrutura “de pacote espaço-tempo-esférica” cujo tamanho varia de acordo com o comprimento de onda.
O EMdrive criaria impulso distorcendo a forma das partículas, tronando-as assimétricas tal como um campo gravitacional, de forma a produzir impulso no interior da câmara de ressonância.
O que poderia ser explicado pela equação que joga com partículas sem massa e com a aceleração da gravidade: g=τ.c^2
A conservação do momento, seria explicada por essa fórmula.
Bom, foi isso que entendi. kkkk Essa teoria de conservação do momento, no entanto, não é facilmente digerida pelo público leigo no qual me incluo.
De todo jeito me pareceu que ele propôs uma quebra de paradigma, um modelo novo. Fuçando na internet, no entanto, já encontrei algumas críticas bem ácidas com relação a teoria do Dr. Solomon, segue o link com as críticas:
https://www.reddit.com/r/EmDrive/comments/3nd9u6/a_theory_for_momentum_exchange/
Os resultados dos experimentos com Em Drive, no entanto, parecem indicar que ele funciona, gerando impulso e também muitos debates e discussões kkkkk
Não sei ao certo, qual é a melhor teoria que irá explicar o fenômeno. Ou se ele realmente funciona, mas tudo leva crer que tem algo novo surgindo lá no horizonte da física. 😉
Li o link com as críticas, pessoas com nível em física e com sal na língua azedaram o angu do Solomon em seu próprio terreiro, estranho não haver réplica, ou ele não tomou conhecimento das críticas, seus pontos de vista clarearam os meus, essa assimetria é que eu havia engolido em minha leitura, deixou mais claro o que ele formulou, se bem que nem ele entende como tá girando o “cata vento”, quanto a sua equação sobre partículas sem massa vou ter que montar ela e pesquisar até ficar clara pra mim, pois estou enferrujado coma física, apesar de amar ler a matérias que já me dão o fruto final. Muito grato os esclarecimentos, bom final de semana.
Salvador, em primeiro lugar parabéns pelo blog.
Gostaria de pedir pra vc fazer um post sobre a ciência por trás do filme perdido em Marte. Queria saber as chances reais de iniciarmos uma colônia em Marte nos próximos 50 anos etc etc.
Obrigado
Marcus, já escrevi isso para o UOL e também fiz um vídeo para a GloboNews. Mas não priemos cânico, a Folha também terá uma matéria nessa linha para o fim de semana! 🙂
Pessoal, e não é que o cometa vistado pela sonda Rosetta também tem um ciclo de água e gelo?
A cada rotação do cometa (o cometa gira a cada 12 horas) temos um ciclo de água e gelo agora que ele está pertinho do Sol.
Quando “é noite” na superfície do cometa, uma camada de gelo fresca se deposita na sua superfície, mas quando “é dia” o gelo sublima.
A analise do espectro de água pela sonda é uma indicação direta e cabal da presença de água no cometa.
É Marte tava se achando todo todo só porque tinha água, o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, apesar do nome feio, também fez bonito!
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=rosetta-revela-ciclo-agua-gelo-cometa&id=010130151006#.VhPejnpViko
Salvador, em sendo a água importante e essencial para a vida, somos remetidos para outras situações desconhecidas, ou seja, a energia se funde formando a matéria, a matéria vai se juntando formando o mundo físico, certo? Qual o “super-bond” usado nessa junção?
Nussa, que confusão absurda de conceitos. Prótons e nêutrons se “grudam” (mas não se “fundem”) pela força nuclear forte (glúons). Átomos, por sua vez, se unem em moléculas pela força eletromagnética (fótons). E moléculas se unem em grupos pouco massivos por meio de forças eletromagnéticas e em grupos mais massivos por meio da força gravitacional. A força nuclear fraca, que é a que faltou, explica alguns processos radioativos, mas não “gruda” nada. É isso.
Salvador, os fundem e grudam são empíricos. Na realidade estava assistindo, na TV, um programa científico, no qual o apresentador, pelo que entendi, passou que ainda é desconhecida a razão de chegarmos da energia (original), até a formação da matéria física (final). Procede?
Não, não procede. O processo é natural de acordo com o resfriamento (expansão). É como se energia “decantasse” em matéria conforme o Universo se dilui (se expande).
Salvador, na sua opinião o que são essas plumas em Marte? Uma nuvem de poeira? Uma aurora? Dona Milu falando comigo aqu a sua velha máximai: Mistéééééério!
http://www.apolo11.com/spacenews.php?titulo=Nuvem_misteriosa_surge_em_Marte_e_intriga_pesquisadores_espaciais&posic=dat_20150218-091542.inc
Escrevi sobre isso no blog, Victor!
http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2015/02/17/uma-nuvem-no-meio-do-caminho/
Salvador, recebi hoje duas fotos tirada no sábado de uma pessoa conhecida. Gostaria que vc desse uma olhada e opinasse. Acredito que valha a pena. Se puder, passe-me o teu email que te mandarei. o meu é czzar@uol.com.br
Que bom, li todo artigo na esperança de que houvesse uma resposta para minha pergunta no final. haha
E a resposta é, “não sabemos.”
Essas plumas foram observados em fevereiro e não foram mais vistas depois. Vamos continuar monitorando.
Somos afortunados, se Einstein tivesse um Google e as informações que temos hoje acho que elucidaria e unificaria as teorias quântica e da relatividade, eu com toda a informação disponível entendo meia boca de ambas.
Muitos físicos bastante gabaritados estão tentando e não conseguem. Nem Einstein conseguiu… Aguardemos!
Vitor, eu fazia referência ao post do Carlos logo abaixo, publiquei o comentário acima por engano, nada a ver.
Tem água e deve haver muita coisa interessante la matéria prima espero eu que muito ferro, ouro, diamante e tudo mais que puder ser utilizado por aqui, só assim a exploração especial acontecerá de vez. E isso tudo não tem nada haver com JESUS ou DEUS. Isso e outro departamento. Apenas isso!!!
Salvador Boa tarde.
Fora a água, existe algo que a humanidade pudesse explorar em Marte? Algo com valor comercial?
Pergunto isso, porque sinto que o espaço só será realmente explorado quando descobrirem alguma coisa com valor comercial para ser explorado por empresas. Assim não teriam mais limitações de ordem financeira e nem teriam programas espaciais confinados à poucas agencias estatais.
Algo como diamantes e ouro, mas principalmente se houvesse alguma outra fonte de energia, que pudesse ser utilizada na terra ao invés do petróleo ou materiais radioativos. Algo que fosse realmente um divisor de águas.
Existe algum estudo (público) neste sentido?
Grato
Muito boa a pergunta! Já li que existe empresas que querem coletar recursos de meteoros. Parece que esses corpos possuem quantidade absurdas de ouro, diamantes, metais preciosos em geral.
da uma olhada:
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=mineracao-de-asteroides#.VhPvK_lVhBc
Bela síntese, Salvador! Essa sua coluna de Astronomia na Folha é excelente!
Salvador, recentemente assistindo um documentário na tv vi que praticamente todos todos os fenômenos misteriosos pertinentes ao planeta Marte tinha uma resposta cientifica convivente, exceto um, as luzes q apareceram misteriosamente no solo marciano q no primeiro momento foi dito que eram raios cósmicos ou luz solar refletida em uma rocha, mas como o fenômeno continuou em condições diferente do que propunha a explicação esta caiu por terra ! Vc tem alguma explicação para esse fenômeno ?
Não sei nem do que você está falando…
Vc deve tá trabalhando d+ com o Google Translate… Veja o link e a explicação q acho q vc concorda:
http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/04/nasa-explica-luz-misteriosa-fotografada-por-curiosity-em-marte.html
Não uso o Google Translate, exceto em casos extremos (como ao tentar descobrir coisas sobre sondas japoneses em sites japoneses).
A RESPOSTA É IGUAL A DOS RÉUS DO PETROLÃO ! Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Não.
Não seria os pontos brilhante fotografados em CERES?
Li também sobre o assunto. Sei do que você está falando. Realmente, de acordo com a reportagem, apareceu uma luz a quilômetros de distância do robô da Nasa ( a foto foi tirada pelo próprio robô) e essa luz permaneceu lá não sei por quantas horas. Fiquei curioso com o assunto também.
Agora, você mencionando de uma detecção feita em solo, lembro vagamente de algo assim.
Um Google depois: http://www.independent.co.uk/news/science/beacon-of-light-in-mars-photo-caused-by-shiny-rock-not-aliens-says-nasa-9248801.html
Somos afortunados, se Einstein tivesse um Google e as informações que temos hoje acho que elucidaria e unificaria as teorias quântica e da relatividade, eu com toda a informação disponível entendo meia boca de ambas.
Vejam como a Ciência derrubou a tese da existência de “vida inteligente” em Marte de maneira acachapante. Os doidivanos falavam em “canais em Marte” construídos por “civilizações marcianas” e a Ciência provou que estavam absolutamente errados.
O mesmo vai ocorrer com a tese das “supercivilizações”.
E vejam vocês como o Apolinário, vendo a vaca ir para o brejo, já não fala mais que não existe vida fora da Terra e se concentra apenas no conceito de vida inteligente. 🙂
Ihhhh Apolinário! Pixotou?
Agora vai escrever uma dúzia de textos com livro-capítulo-versículo dizendo que nunca havia dito que não exista “vida” em outros planetas e sim que não havia “vida inteligente”.
Em breve haverá “choro e ranger de dentes” entre os aficcionados pelos contos de fadas.
Grande abraço Salva!
Ramsés, de minha parte, só de ver o Apolinário pouco a pouco amaciando o discurso para se adequar às evidências já acho uma grande coisa. 🙂
Salvador,
O Apolinário, sendo uma pessoa culta e inteligente, começa a perceber que não dá para sustentar a versão original que ele defendia. Mas quer primeiro tentar uma zona de conforto, insinuando que você mudou sua visão em função da insistência dele em negar vida extraterrestre. Seria mais nobre da parte dele confessar (pode ser para um padre se quiser) que realmente está em dúvidas a respeito dos dogmas em que sempre acreditou.
E o Apolinário começa a evoluir… Esta adentando na fase do iluminismo… Resiste um pouco, mas vai chegar lá.
Apolinário, eu gostaria o motivo pelo qual, a razão de você se regozijar tanto com os resultados ainda que negativos a cerca da existência de vida.
A busca não é movida pela verdade, mas sim pela fé, pela crença.
Se você acredita em Deus, deveria se alegrar com os esforço dos astrônomos em todos os sentidos. Afinal, a astronomia ampliou os horizontes da humanidade a cerca do universo no qual estamos inseridos.
A astronomia mostrou que se Deus é infinito a sua criação máxima, o universo, também o é, pelo menos para os padrões humanos.
Como criaturas inteligentes conseguimos hoje, mais do que nunca, contemplar o universo e sua imensidão.
O universo contém bilhões e bilhões de estrelas e mundos. A vida, por sua vez, é um fenômeno que surgiu na Terra, mas pode ter se repetido em qualquer outro lugar no cosmos que também favoreça o seu surgimento.
Sim, a vida extraterrestre por enquanto é uma hipótese, mas as chances de só haver vida aqui na Terra é cada vez mais ínfima peto da grandeza e imensidão do universo.
O fato de existir vida em outro cantinho do universo, inclusive vida inteligente, não diminui o seu Deus, nem tampouco diminui o papel da humanidade no universo.
Ao contrário, a existência de vida e a sua descoberta, engrandece a todos.
Engrandece a nós como espécie, seres pensantes, criativos e capazes de entender as leis do universo, capazes teorizar a própria criação do universo e cada vez mais capazes de encontrar vida além da Terra.
Engrandece o próprio Deus, pois cada vez aprendemos mais sobre a sua criação máxima que é o universo e, consequentemente, aprendemos mais sobre o próprio criador. Provavelmente não somos os únicos a compartilhar a existência aqui.
Aliás, se até a bíblia, contempla outros seres inteligentes que não são humanos, porque, a ciência também não pode prever tal hipótese?
Palmas, palmas e mais palmas!
Excelente ponto de vista!
Brigadu! 😉
Ótimo texto.
Gostei demais dessa frase: “A busca não é movida pela verdade, mas sim pela fé, pela crença”.
Muito interessante, a verdade está lá, esperando ser encontrada. A verdade é consequência e não o motor.
Parabéns.
Exato! Quando eu acredito em algo, esse algo me impulsiona. O que eu descubro no entanto, pode mudar tudo, inclusive a minha crença.
Também gostei muito da sua colocação, a verdade é a consequência e não apenas o motor.
😉
É inútil tentar disfarçar. Basta ver o entusiasmo dos post anteriores do Salvador e o tom moderado dos posts mais recentes para concluir que quem está vendo a vaca ir para o brejo é o blogueiro, os adoradores de marcianos, ufólogos, caçadores de lesminhas espaciais e o adoradores de “supercivilizações” (rsrs).
Comparo os atuais defensores da Vida extraterrestre com os doidivanas Giovanni Schiaparelli e Percival Lowell. Eles não tinham nenhuma evidência que sustentasse o que afirmavam mas, mesmo assim, divulgavam suas idéias absurdas e foram desmentidos de maneira cabal pelos avanços da Ciência.
É a Ciência a serviço da Verdade…
Maldade. O Schiaparelli nunca supôs uma civilização marciana, como o Lowell fez.
Peraí, meu caro…
Eu também comparo os detratores da inexistência de vida extraterrestre àqueles que acreditam piamente em adão e eva, noé e outros incestos do primeiro livro de ficção escrito pela humanidade.
Você deve estar louco. O tom do blog jamais mudou. Eu nunca esperei encontrar vida inteligente no Sistema Solar. Mas espero sim encontrar vida simples no Sistema Solar. E reforço que encontrar duas origens da vida num mesmo sistema planetário significa que a presença de vida no Universo como um todo é maciça, e isso eleva em muito a probabilidade de outras civilizações lá fora. O conceito de “supercivilizações”, como definido por Kardashev, sempre me pareceu forçado, e eu já disse isso no post em que primeiro falei dele. Para mim não faz sentido encapsular estrelas para colher energia se há tantas estrelas lá fora. Você lê o blog há tempo suficiente para saber exatamente o que eu acho e os temas sobre os quais não tenho opinião formada. E é notável em você ter abandonado o discurso “não vão achar nada em Marte, não vão achar nada em parte alguma” para adotar o mais razoável, ainda que pessimista, “não vamos achar nenhuma civilização avançada lá fora”. Eu sempre achei difícil encontrarmos alguma coisa — SETI é extraordinariamente difícil –, mas isso não quer dizer que elas não existam. Só que são difíceis de descobrir.
Basta ver meus comentários anteriores para conferir. Se encontrarem algum ser vivo lá fora será uma criatura tão insignificante que nem valerá a pena ter sido descoberta e, certamente, será algum vermezinho titubenate que se perdeu do seu lar terrestre.
Eu afirmei isso em 11/05/2015, naquele post em que você nos aconselhava a não temer uma invasão alienígena tão cedo…
Veja como você mudou e eu não mudei…
Apolinário, essa é uma discussão que você não tem como ganhar. Eu tenho a ferramenta de busca para os comentários. Então faço algumas citações de você mesmo, só para o seu deleite:
Em 05/08/2015, você disse (falando sobre possíveis mundos similares à Terra):
Eu também gostaria que tais planetas existissem, embora não exista nada que justifique essa suposição…A excepcionalidade da Terra reside exatamente na reunião das características ideais para o florescimento da vida.
[b]É pouco provável que isso possa ter sido reproduzido em outro local. Ele não permitiria…[/b]
Em 13/07/2015, você disse (sobre oceanos em Plutão e Caronte):
[b]Fique tranquilo. Não vão encontrar absolutamente nada.[/b] Para não ficar muito vexatório, eles vão fazer um certo “suspense”, dizendo que “há alguns indícios que parecem indicar vida”. Depois de alguns meses – com muita notícia falsa e burburinho – eles, em nota oficial, desmentem tudo.
Em 10/06/2015, você disse (sobre os pontos brilhantes em Ceres):
Apesar de interessante, trata-se apenas de um fenômeno geológico, sem maiores consequências. O intenso brilho talvez indique alguma atividade vulcânica, o que é perfeitamente compatível com o que venho dizendo há tempos: [b]vida, de verdade, só mesmo em nossa querida Terra, a morada dos filhos de Deus…[/b]
Em 04/06/2014, você disse (sobre busca por vida extraterrestre):
Uma busca inglória. [b]A existência de extraterrestres é um mito criado pela indústria cinematográfica[/b] com suas histórias de contatos imediatos, discos voadores e abduções alienígenas.
[b]Nada encontrarão fora da terra a não ser rochas, poeira e gases.[/b] Como eu sei disso? Ora, está tudo escrito nas Escrituras Sagradas que reproduzem fielmente as palavras de Deus.
Isso demonstra que você já foi bem refratário à existência de vida fora da Terra. Mais recentemente, diante das evidências crescentes (a popular “batata assando”), você requalificou o discurso, limitando seu ceticismo à vida complexa (jamais explicou o que poderia tornar a vida simples comum, mas a complexa rara, muito menos apresentou citações bíblicas apoiando essa requalificação do discurso).
E agora, vos pergunto, por que o desprezo por vida unicelular? Há mais células de bactéria em você do que células suas. Você só respira graças às cianobactérias, que produzem o seu oxigênio. Elas viveriam sem você, mas você não pode viver sem elas. Qual é a forma de vida superior?
Puxa, que maravilha! É adorável poder relembrar minhas fabulosas frases e meus profundos pensamentos a respeito da inexistência de Vida fora da Terra. Mas observe que todos eles são consistentes com a minha premissa original de que a Vida fora da Terra é impossível. Seres insignificantes e irrelevantes não contam, são desprezíveis.
Salvador, eu adoraria poder arquivar todos os meus escritos e participações feitos por mim em seu blog. Seria muita ousadia de minha parte pedir a você um arquivo com eles? 🙂
hUHAHUAUHA, adorei a sua modéstia. Na boa, mas seria muita ousadia. São 17 páginas. Olhei só as três primeiras e depois pulei direto para o final, época em que você era ainda mais teimoso e intratável.
O que significa “insignificante”? As cianobactérias unicelulares que produzem o seu oxigênio são insignificantes, na sua concepção?
Note que, se Deus foi responsável pela criação do homem, Ele também precisou criar as cianobactérias, sem as quais o homem não poderia existir.
E se Ele também produziu essas criaturas “insignificantes” em outros mundos, podemos deduzir que Ele não teve preconceito algum com esses mundos e pode muito bem ter criado criaturas complexas lá também. O que deixa você (ou Ele) numa situação muito precária em termos de lógica…
Em compensação, se a vida é um processo natural, e vida complexa só acontece em circunstâncias muito especiais (sendo que Deus nada teve a ver com isso), aí fica muito mais fácil defender essa sua “nova” visão de que vida simples, “insignificante”, é comum, mas vida complexa só existe na Terra.
Ih, agora complicou pra você. A visão religiosa ortodoxa só permite um “tudo ou nada”, uma vez que não há limites para a vontade de Deus. Ou Ele quis criar um Universo cheio de vida, ou quis limitar a vida à Terra. Não há meio-termo.
Com respeito à sua pergunta, não tenho nada contra a vida unicelular. O fato é que o conjunto de circunstâncias que dão origem à Vida ainda não é perfeitamente entendido. Além disso, ela (a Vida), claramente, não pode ser baseada apenas na existência de seres microscópicos que se agrupam aleatóriamente. O conjunto nesse caso é importante, a informação que estabeleceu a ordem necessária para produzir um ser humano com mente, alma e capacidade de pensamento é um mistério que só vai ser solucionado por conceitos Não-científicos.
Certo, se você já aceitou que a vida simples, microscópica, pode surgir sem intervenção sobrenatural, já deu um grande passo hoje! 🙂
Não trate as bactérias como seres insignificantes e desprezíveis. No dia que a sua flora intestinal desandar e você tiver sofrer um revertério daqueles, espero que se lembre o quão importante elas eram!
O Apô aceitou finalmente a possibilidade de existência de vida extraterrestre! Vamos dar um print de tela e emoldurar o último comentário dele. 😀
Tomando como exemplo nosso próprio planetinha, as formas de vida básicas reinaram sozinhas por 3 bilhões de anos, já o homo sapiens moderno (única espécie capaz de desenvolver cultura e ciência) começou a ser a espécie dominante há meros 50 mil anos.
Seguindo este exemplo, ao procurarmos por formas de vida aleatoriamente pelo cosmos, a probabilidade de encontrarmos a vida em formas básicas da evolução é estrondosamente maior do que a de encontrarmos formas evoluídas e inteligentes.
Salvador 7 x 0 Apô.
Salvador, o Apô deve estar até agora tentando desqualificar seu argumento das cianobactérias. Foi nocaute.
Xeque-mate.
Apô, volte quando tiver se recuperado. As brancas abandonam.
São as idas e vindas da ciência. Pelo menos aumentam as possibilidades de encontrar um lugar “molhado” para um pouso tripulado, penso eu.
Em ves de busca vida em Marte busquem vida em JESUS só ele sauva sem Deus somos pó quando JESUS volta o que você vai dize pra ele em eu vo se salva porque amo a JESUS e voce vai se salvo em em me diga vai se salvo
Gabriela, que mania de Jesus, hein? O que Jesus tem a ver com isso? O que impede os cristãos de seguirem os ensinamentos de Jesus E buscarem vida em Marte? Ou você passa o dia inteiro só buscando a vida em Jesus e não faz mais nada? Não trabalha? Não estuda? Não dorme? Não come? Putz, Jesus já deve estar de saco cheio de você no pé dele o tempo todo…
Relaxa, ela nem vai entrar aqui de novo pra ver a sua e outras possíveis respostas. Nem escrever sabe, tadinha.
A resposta é importante, pois ela não volta, mas outros leem a mensagem dela, que, apesar de vazia, reforça a lavagem cerebral que tantos recebem.
Dentre as coisas que não faz certamente se encontra o estudo da língua portuguesa (o que seria muito útil inclusive para que pudesse compreender o livro que a inspira a falar de Jesus…)
Sinceramente não sei mesmo o que JESUS tem haver com a exploração a MARTE, ou a qualquer outro lugar.
Nem uma palavrinha do Apô em favor da Gabi? O melhor do dialeto dela é o “sauva”. Aqui, chamamos de “formiga cabeçuda”. 😉
Saudações Gabriela
Tomo a liberdade de dirigir-me a você para dizer que uma das piores atitudes do ser humano é ser radical, haja vista as ações do “estado islâmico” que também acreditam em um deus.
Apesar de não seguir qualquer religião, já li a Bíblia de cabo a rabo e afirmo, com certeza, que em meio a fatos históricos da antiguidade há muita fantasia.
Para que misturar ciência e religião. São conceitos diferentes. Até porque você ao se comunicar com o Salvador utilizou os conhecimentos da ciência: usou computador, energia elétrica…..
Vou sugerir a você que leia o livro “Uma breve história do cristianismo” de Geoffrey Blainey. Mas não é para acreditar e sim tirar conclusões. Sobre qualquer assunto que lhe falarem e for do seu interesse, pesquise, estude, comente e só depois, acredite.
Gabriela, os maiores empecilhos para o desenvolvimento tecnológico, são as religiões, essas abstrações criadas pelo próprio homem, que não se dando conta, após criá-las, tornou-se seu escravo. Criam-se deuses para tudo que é coisa não explicada. A preguiça de pensar, questionar e ser curioso, levam a essas anomalias da sociedade. Vivem em um mundo de fantasias, com suas convicções e seus entes sobrenaturais, e se esquecem de viver o único mundo que existe, o real. O mundo real é feito de evidências do minuciosamente palpável e constatado. Se você deixar de acreditar nessas coisas absurdas, sobrará apenas a realidade. Fé é a total ausência de raciocínio crítico e lógico, assim como, as convicções são as maiores inimigas da verdade.
Se você tirar da humanidade tudo o que a ciência nos trouxe até o momento, o que sobra é um erro de cálculo.
Gabriela, milagres acontecem para quem acredita neles. Por que a virgem Maria nunca aparece para um muçulmano, hindu ou budista, que nunca ouviram falar dela?
É mais provável que as leis da natureza sejam suspensas ou que alguém esteja mentindo ou se iludindo?
Pelo jeito que escreve, só pode ser o Roger!!!
Esses títulos sempre criativos. Acho que Hawking aprovaria a inspiração.
Para mim as medições*
Para as medições feitas em 2002 pela Mars Odyssey são mais surpreendentes e reveladoras. Agora temos que descobrir o quanto desta água ainda resta e em qual profundidade.
Marte está mais promissor a cada dia.
Salvador! Bom dia!
Como é fascinante esse planeta vermelho. Estive vendo algumas obtidas pelo HiRISE e fiquei estupefato. Como é lindo! Agora, as perguntas:
a) Qual foi exatamente o experimento das Vikings que obteve dados sobre a existência de vida em Marte e porque foi dado como falso positivo?
b) Não seria uma amostra demasiado pequena para concluir se há vida ou não lá?
c) O processo de retirada da atmosfera por forças solares ainda continua? Se sim, quanto tempo de atmosfera ainda resta em Marte?
Abraço!!!
Wagner,
quero escrever mais detidamente sobre as Viking, mas foi o LR (labeled release) experiment. Ele media o consumo de um caldo orgânico marcado por isótopos radioativos, ao ser misturado com uma amostra de solo marciano. O material orgânico foi consumido e transformado em CO2. Segundo o consenso geral, por substâncias oxidantes no solo de Marte. Segundo o autor do experimento, até hoje, por microrganismos marcianos.
Sem dúvida, duas amostras (foram duas Viking gêmeas) são muito pouco, ainda mais considerando que foi analisado apenas o solo, e não o subsolo.
E sim, Marte segue perdendo atmosfera. Mas num ritmo bastante lento agora. Ainda haverá atmosfera lá por bilhões de anos.
Abraço!
Valeu!
Ainda estou com a boca seca… Ou seria com água na boca?
Quando penso na aguaceira que existe nas luas dos grandes planetas e mesmo no sistema de Plutão, essa evidencia de Marte parece um tanto seca.
Adoraria ter visto um fiozinho de água correndo em Marte, mas por enquanto só evidências. Confiáveis, mas são apenas rastros.
Seja como for, não deixa de ser uma grande descoberta! Agora mais que nunca vão dar um jeito de chegar lá e “molhar os dedos” nessa água marciana 🙂
Caro, “evidência” e “forte suporte a uma hipótese” não torna uma tese um fato! Vejam abaixo:
Spectral evidence for hydrated salts in recurring slope lineae on Mars (título original do trabalho publicado)
e extraído integralmente do final do resumo:
“Our findings strongly support the hypothesis that recurring slope lineae form as a result of contemporary water activity on Mars”…
Nesse caso o “detalhe” é tudo, e escrever que uma hipótese virou um fato é um erro crasso nessa coluna de divulgação.
Abrs
Fábio, acho que é um preciosismo que foi exigido pelos reviewers do paper da Nature Geoscience, mas as evidências são tão contundentes que só para manter o texto em linha com o rigor científico (segundo o qual hipóteses nunca são de fato provadas, apenas corroboradas) foi usada essa formulação aparentemente cuidadosa (“forte suporte a uma hipótese” equivale a “prova”, em termos práticos; os fósseis também oferecem “forte suporte à hipótese” da evolução das espécies, para dar um exemplo que não deixa dúvida). A única explicação conhecida para as observações é a presença de água. Não há outra hipótese concorrente que explique os fatos. Tanto que no paper apresentado no mesmo dia no Congresso Europeu de Ciência Planetária, os autores usam uma formulação muito mais enfática: “These results confirm the hypothesis that RSL are due to present-day activity of briny water” (http://meetingorganizer.copernicus.org/EPSC2015/EPSC2015-838-1.pdf). Por fim, o Jim Green, diretor de ciência planetária da Nasa, na coletiva, não deixa dúvida: “Water has been found on Mars”. Entre tudo isso, e um artigo do Carlos Oliveira, um rei das picuinhas na divulgação científica, fico com tudo isso. 😉
Abraço!
A Humanidade, apesar de todo o receio que um encontro com civilização alienígena possa proporcionar, tem, no fundo, ânsia de descobrir sinais de vida extraterrestres – e mais do que isso, possuidor de inteligência. A história da procura de sinais de civilizações em Marte é apenas uma parte das que já rolaram. Recentemente, cientistas interpretaram emissões maciças de infravermelho como uma forma de energia encapsulada por supercivilizaçoes – que não passava de um efeito provocado pela poeira interestelar – mas é um sinal da nossa ânsia, e que foi divulgado e que era apenas um erro, apesar de todo o conhecimento que temos atualmente e do sabido cuidado ao manipular com dados dessa espécie. Mas é como a busca ao Santo Graal – até os céticos a procuram – queremos saber mesmo indo até as últimas consequências enquanto tiver uma gota de esperança. O que virá agora?
A busca por vida, seja ela inteligente ou não, é para mim uma questão primeira grandeza. Estamos cruzando um linear, um horizonte de eventos no campo da cosmologia e da ciência.
A astrobiologia é um ciência promissora e já nos diz muito do que devemos esperar em termos de vida alienígena. Assim, quando conseguirmos analisar a fundo a constituição atmosférica de exoplanetas e luz refletida de sua superfície poderemos deduzir a presença de bactérias, de seres fotossintetizantes.
Falta muito pouco para isso. A nova geração de instrumentos científicos, sondas e telescópios serão capazes de grandes proezas. Não dou mais do que vinte anos para que as agências espaciais façam o tão esperado anúncio.
Já a vida inteligente é mais complicada até questiono o fato de sermos interessantes o bastante para alguma outra civilização querer nos contactar.
Felizmente, as bactérias alienígenas, ao contrário das civilizações extraterrestres, não são espertas o suficientes para se esconder de nós por muito tempo.
Bacana a matéria Salvador. Abraço.
Salvador, ainda sobre Marte, mas na área do cinema: viu o filme “Perdido em Marte”? Leu o livro? Se sim, o que você acha? Como arte e como ciência?
Vi, li e escrevi um texto para o UOL esses dias falando disso: http://cinema.uol.com.br/noticias/redacao/2015/09/29/momentos-de-perdido-em-marte-que-parecem-ficcao-cientifica-mas-nao-sao.htm
Também fiz minha coluna de sábado na GloboNews sobre ele: http://g1.globo.com/globo-news/jornal-das-dez/videos/t/ciencia/v/filme-perdido-em-marte-e-assunto-para-salvador-nogueria-na-coluna-ciencia/4514148/
Como arte e como ciência, baita filme!
Savador, estimativas de vários notícias e artigos esse semana sobre Marte dizem que uma ida até o planeta vermelho levaria no mínimo seis meses de viagem interplanetária. Entretanto, a Mariner 9 levou pouco mais de cinco meses e uma semana atravessar o mesmo desafio. Isso foi em 1971! Quase meio século depois ainda a tecnologia de viagem interplanetária não avançou a ponto de romper esse barreira? Você saberia de algum motivo especial? Será que o fato de levar humanos limita a velocidade por questões biológicas?
Marcus, tudo depende da trajetória. A trajetória que consome menos energia leva de 8 a 10 meses (é a famosa órbita de transferência de Hohmann). Você pode fazer o mesmo trajeto mais depressa? Pode. Mas aí você terá de levar uma carga útil menor, para o mesmo foguete. Então é tudo questão de ajustar o foguete que você tem ao que você quer levar. No caso de viagens tripuladas, haverá pressa em chegar lá, para expor os astronautas a um mínimo de radiação. Por outro lado, uma espaçonave capaz de transportar humanos num voo interplanetário é bem grande e pesada. Então, tudo isso precisa ser fatorado na hora de planejar a missão.
Valeu! 😀