A busca por ETs na estrela que pisca: nada de novo no front
Durante duas semanas, o Allen Telescope Array, conjunto de radiotelescópios gerenciado pelo Instituto SETI na Califórnia, foi apontado para a estrela KIC 8462852 — aquela que ficou famosa recentemente por sofrer apagões misteriosos de até 20% de seu brilho total. E, como já era de se esperar, deu com os burros n’água.
Como a hipótese mais maluca para explicar as reduções de brilho envolvia uma gigantesca obra de engenharia alienígena, os pesquisadores resolveram tentar captar sinais de rádio artificiais vindos daquela região.
Note que a iniciativa não tem nada de particularmente especial. Já existe um acerto entre o pessoal do satélite Kepler (que descobriu KIC 8462852) e o pessoal do Instituto SETI para que se promova a escuta de qualquer sistema planetário que tenha potencial para vida. Alguns dos planetas com “jeito de Terra” descobertos pelo satélite da Nasa, como o Kepler-186f e o Kepler-452b, também foram escutados, e nenhum deles apresentou sinais inequívocos de transmissões artificiais.
No caso do KIC 8462852, o resultado negativo era mais do que esperado. Como o Mensageiro Sideral já havia dito antes, trata-se de uma estrela muito jovem, que nem teve tempo de ver a vida complexa evoluir em possíveis planetas que existam ao seu redor. Se houvesse alguma civilização construindo algo como uma esfera Dyson para colher a energia da estrela, teria de não ser nativa dali. E qual é o sentido de empreender uma obra dessas num outro sistema, que não o seu de origem? Se obras desse tipo fossem tão comuns a ponto de uma única civilização construir mais de uma delas, já teríamos encontrado outras. Muito mais provável (embora também com problemas) era a hipótese da passagem de cometas por perto da estrela, causando o apagão radical e momentâneo.
O exemplo, contudo, é ótimo para mostrar as limitações que temos hoje com a pesquisa de busca por sinais inteligentes lá fora. E como os resultados negativos na verdade não dizem muita coisa.
Primeiro, vamos ver o que o pessoal do Instituto SETI fez com o ATA. Eles buscaram basicamente dois tipos de sinal: um era de banda estreita, no limite com apenas 1 Hz, em frequências que iam de 1 a 10 GHz.
A ideia básica é que transmissões de banda estreita são marcas inconfundíveis de artificialidade. Afinal de contas, muitos fenômenos naturais podem produzir ondas de rádio. O Sol produz rádio de monte. Júpiter emite rádio. Pulsares emitem rádio. Muita coisa no espaço emite rádio. (E rádio, não custa lembrar, é só luz, mas com comprimento de onda maior do que conseguimos ver) Mas todos esses fenômenos não sabem escolher em que frequência emitir. Emitem numa série ampla de frequências. Já transmissões artificiais são moduladas de forma a concentrar toda a transmissão numa única frequência. Por quê? Bem, em essência porque é mais eficiente — você concentra toda a energia gasta numa única frequência e melhora a relação sinal-ruído naquela sintonia específica. Por isso, quando estamos sintonizando manualmente uma estação de rádio, se pulamos uns quilohertz para lá ou para cá, perdemos a sintonia. O sinal artificial é concentrado.
Depois de duas semanas procurando, o pessoal do SETI não encontrou nenhuma transmissão que tivesse esse padrão. Mas note que a estrela KIC 8462852 está a 1.400 anos-luz de distância. Quanto mais longe ela está, mais poderosa tem de ser a transmissão para ser captada, e 1.400 anos-luz é uma distância significativa para o Allen Telescope Array. O fato de não termos detectado nada significa que não tem ninguém lá naquela estrela enviando um sinal omnidirecional (ou seja, em todas as direções, sem um alvo específico no espaço) com energia equivalente a 100 vezes o consumo total de energia na Terra. Ou seja, para detectarmos um sinal genérico vindo dessa estrela, eles teriam de gastar 100 vezes o consumo de energia de todos os terráqueos hoje, só para essa transmissão.
Ainda que pensemos que há lá uma supercivilização, com acesso a uma fonte poderosíssima de energia (algo que uma esfera Dyson sugeririra), é improvável que eles dispendessem tanta energia só para enviar um sinal do tipo “estamos aqui!”. Até porque, pensariam eles, se sua esfera Dyson já é detectável a uma distância de 1.400 anos-luz por um satélite Kepler qualquer aí da vida, como nossas observações sugerem, para que eles precisariam gastar mais energia para anunciar sua presença?
O pessoal do Instituto SETI, contudo, não se limitou a essa busca de sinais de banda estreita. Eles também procuraram evidências de sinais de banda larga, não gerados com o intuito de comunicação, mas resultado de espaçonaves se deslocando pelo sistema movidas por sistemas de propulsão por micro-ondas. É uma das estratégias imaginadas para propelir veículos a grandes distâncias — a fonte da propulsão fica estacionária, talvez na órbita de um planeta, e envia poderosos raios de micro-ondas na direção da espaçonave, que então usaria essa energia para acelerar — mais ou menos como uma vela solar, mas movida a luz artificial. Esses esquemas poderiam gerar sinais de banda larga detectáveis pelo Allen Telescope Array. Mas também não rolou. (E essa busca exigiria um consumo de energia ainda maior que o das transmissões de banda estreita para ser detectável.)
O pessoal do SETI ressalta que teria sido muito mais fácil fazer uma detecção se esses sinais, em vez de omnidirecionais, estivessem sendo apontados para a Terra. Mas por que alguém faria isso? A Terra está longe demais desse sistema para que eles esperassem estabelecer algum tipo de contato duradouro por rádio (entre enviar uma mensagem e receber uma resposta, na velocidade da luz, seria preciso esperar pelo menos 2.800 anos), e nem mesmo aqui há consenso sobre quão sábio é divulgar a sua presença a outras possíveis civilizações. (Stephen Hawking, por exemplo, acha péssima ideia. Já Carl Sagan achava que as distâncias eram tão grandes que tentativas de contato não ofereciam risco algum, sem falar no fato de que qualquer civilização longeva teria de ter controlado seus impulsos violentos muito tempo atrás para garantir sua continuada sobrevivência — é, aliás, o que estamos precisando fazer neste exato momento para assegurar o nosso próprio futuro.)
Então, mesmo que houvesse uma supercivilização em KIC 8462852 (bastante improvável) e mesmo que ela usasse, a despeito de sua altíssima tecnologia, rádio para comunicação interestelar (das duas uma: ou improvável ou inevitável), e decidisse gastar vastas quantidades de energia, digamos 10 vezes o consumo terrestre atual, meramente para anunciar sua presença (improvável), ainda assim o pessoal do Instituto SETI não teria detectado nada.
É uma medida de como é difícil detectar inteligência extraterrestre a não ser que eles resolvam cooperar conosco fortemente para estabelecer o contato.
E não pense você que o pessoal envolvido com essa busca se ilude e acha que será molezinha. Eles sabem muito bem que, muito provavelmente, jamais acharão nada. Mas achar alguma coisa pode mudar tudo.
“A história da astronomia nos diz que toda vez que pensamos ter encontrado um fenômeno que envolvia a atividade de extraterrestres, nós estávamos errados”, disse Seth Shostak, astrônomo do Instituto SETI, ao comunicar os resultados negativos em KIC 8462852. “Mas, embora seja bem provável que o comportamento estranho dessa estrela seja causado pela natureza, não alienígenas, é apenas prudente checar as coisas.”
Embora não esperem encontrar nada, os cientistas continuarão monitorando a estrelas pelos próximos meses. Vai que…
Salvador tira uma duvida que me surgiu…
Entre as orbitas de Marte e Jupiter em nosso sistema solar temos um aglomerado de asteroides certo? Não poderia isso interferir na observação se por um acaso ET’s estivessem procurando por vida da mesma forma que procuramos, e como agente, acreditar que aqui possuímos uma esfera Dyson?
Sou apenas um curioso então desculpe se minha pergunta nao fizer sentido…
Agradeço e mando os parabéns pelo seu blog continue assim!!
Anderson, não, eles são muito pequenos e poucos para fazer o padrão de ofuscamento de uma esfera Dyson. A pergunta fazia sentido sim! 🙂
Prezado Salvador,
Li em seus comentários que você concorda com a existência de UFOs, então me veio a mente a seguinte pergunta; pelos relatos de testemunhas que dizem tê-los observado; eles possuem diversas formas, ou sejam discos achatados, discos achatados com protuberâncias na parte superior, formato de triangulo, formato aproximado de um boomerang, formato de um charuto deitado, formato de um charuto em pé, formato esférico, formato de uma ponta de flecha. A minha pergunta é; estamos sendo visitados por uma forma de vida extraterrestre com vários tipos de espaçonaves, ou por varias espécies extraterrestre com espaçonaves de diferente formato?
Antonio Lucio, não sei exatamente o que você leu. O que eu digo é que há algumas observações que desafiam explicações convencionais. Daí são chamadas de UFOs, sigla inglesa para objetos voadores não-identificados. Se são não-identificados, como podemos dizer que são espaçonaves alienígenas? Se nem isso podemos dizer, para que especular sobre se são de uma ou várias espécies? Não há como saber. Enquanto um ET não pousar para valer e tirar selfie com a galera, não vamos saber nem se são naves ou se são fenômenos atmosféricos estranhos.
Salvador nas poucas décadas de vida que nos restam (a vida é curta) você acha que testemunharemos pelo menos a descoberta de vida alienígena microscópica? Se tivesse que chutar, como isso ocorreria? Mais uma pergunta: acredita que algum dia o SETI descobrirá algo, apesar da chance ínfima?
Em pequeno lapso de tempo, continuação do besteirol humano. Aguardem.
Traduzindo = Oswaldo vai voltar a vomitar suas sandices nos comentários do blog.
Kkkk
Pela distância, qualquer observador localizado nos arredores daquela estrela poderia quando muito obter informações do nosso planeta como ele estava a quase 1500 anos, e por estas observações, sem qualquer captação de tecnologia que pudesse deixar sua assinatura para o observador, nossos primos aliens teriam de trabalhar com uma aposta para deduzir que ao passar por aqui as ondas de rádio que disparassem, já teríamos desenvolvido os equipamentos necessários para a captação.
Salvador, uma possível sugestão de matéria: qual a origem na crença de que existe ‘vida la fora’? Como começamos com essa coisa de acreditar em civilizações alienigenas? Quer dizer, é um otimo assunto para filmes e livros de ficção cientifica, mas estes normalmente reproduzem. Quem teria tido a primeira ideia de dizer que existes alienigenas?
Tenho comigo que isto deve ter surgido como uma espécie de ‘evolução’ de crenças religiosas/mitologicas, mas não posso afirmar – mas sei que existem muitas referências em diversas culturas que poderiam indicar uma visão primitiva de tecnologia, vide as Vimanas, religião babilonica, ou a obra Eram os Deuses Astronautas, que pelo menos a titulo de curiosidade serva. Sei também que na Idade Média eram muitos os que acreditavam que havia vida na Lua, em Vênus, em Marte, etc. , sendo uma possibilidade também.
Helton, esse é um tema interessante de fato, e o abordei no meu livro “Extraterrestres”. Por um lado, há o princípio copernicano — a noção de que a Terra não ocupa local privilegiado no Universo –, que relativizou o conceito de “mundo” e levou à especulação de existência de vida em outros mundos. Esse princípio tem sido confirmado de novo e de novo, mostrando que há muitos planetas como a Terra no Universo e que as condições que conduziram à vida por aqui não são incomuns.
Por outro lado, há sim uma tendência de substituir as antigas crenças de anjos, espíritos e demônios com poderes superiores por novas crenças de alienígenas com poderes superiores. É uma substituição eficaz no mindset das pessoas, e desconfio que todo o movimento ufológico seja calcado nessa transposição de mitos.
…tipo um “angel with lasers!” A idéia é dar uma explicação científica e, portanto, mais “plausível” para eventos ainda inexplicáveis (mesmo sem a compreensão da tecnologia usada pelos ditos ets nesses eventos)?
Num vídeo de uma de suas últimas entrevistas, Carl Sagan diz que a maioria dos norte americanos não é letrada em ciências e desconfiam da teoria da evolução, ida do homem a lua, etc., citando números para corroborar sua opinião. Temos algum dado desse tipo sobre a população brasileira?
Houve uma pesquisa há alguns anos, mas não me lembro exatamente. Lembro que tinha foco na teoria da evolução, e ela é mais aceita no Brasil que nos EUA.
Pior é querer ensinar o criacionismo nas escolas como se isso fosse algo válido.
Como eu estudei em colégio de freiras dos sete aos 16 anos de idade, vivenciei um pouco da ingerência religiosa na educação, principalmente, no ensino médio.
Lembro das freiras ensinado o criacionismo. Cumpria a gente escolher entre a teoria da evolução ou o criacionismo. Como se fosse o gênesis fosse uma hipótese plausível. Nunca foi.
“Ainda debochavam de quem confrontasse essa ideia, diziam, se você acha que você e sua família descendem de macacos é uma escolha sua.”
A moral religiosa era tanta que a professora de ciências era proibida de falar sobre reprodução humana na sala de aula, sob pena de ser repreendida pelas irmãs.
Aliás, quando uma colega de 16 anos engravidou, ela foi convidada a se retirar da escola pelas irmãs pois foi considerada um mau exemplo.
O lado bom de ter estudado em uma escola tão bitolada é que cresci desconfiando de toda e qualquer religião e do controle mental que elas querem exercer sobre nós, incutindo sobretudo o sentimento de culpa e temor.
Pois é Salvador, sou louco para ler seus livros, mas no fim das contas acabei nunca comprando nenhum… Vergonha!
Mas ainda ei de lê-los!!!
Tamos aí, na torcida! rs
Não temos nem um século de exploração direta do espaço, se desconsiderarmos as observações óticas rudimentares. A festa está só começando. A tecnologia já desenvolveu várias ferramentas que estão operando, para, se não encontrar vida diretamente, pelo menos em potência trombar com ela por aí, até no susto. Esse vácuo não vai durar muito, crença pessoal minha. Já passou do tempo de acreditar que será difícil encontrar algo lá fora. É preciso que se abandone a visão cética e frustrante e adote-se uma visão hipotética de que a vida é normal no cosmos (não digo para a ciência que tem obrigação de neutralidade, digo em termos de pressuposto intuitivo humano, para fazer fluir o espírito da coisa). Talvez aí, encontremos algo e isso, o encontro, seja encarado mais naturalmente (tava na lista). Se trombarmos com algo inteligente, sem susto, depois disso, ai sim a ficha pode cair e sentiremos a maravilha ou a roubada que encontramos, principalmente vendo o reflexo em quem não se interessa por ciência.
De átomos simples aos átomos mais pesados forjado no coração das supernovas, de moléculas orgânicas simples até as complexas cadeias de proteínas que formam o DNA e o RNA, de bactérias à forma de vida complexa multicelular.
Nesse percurso de bilhões de anos o universo se animou, a matéria explodiu em vida nas suas mais diversas formas, moldadas constantemente pela evolução. A própria inteligência da nossa espécie, fruto de pressões evolucionárias, é, sem dúvida, algo singular aqui na Terra e, talvez, algo raro no universo.
Gosto de pensar que o universo se tornou autoconsciente através de nós, seres pensantes, pois antes de nós, o universo apenas existia. Não havia ninguém para contemplar a sua majestade e sua complexidade. Neste pálido ponto azul, preenchemos o vazio do universo e tentamos desesperadamente dar a ele um significado.
No entanto, não há nada que indique que a inteligência galgada por nós, seres humanos, seja algo premeditado pelo próprio universo. A própria evolução da vida aqui na Terra não foi premeditada. Não existe um design preconcebido para vida.
O universo é indiferente a nossa própria existência. E diante de tal constatação somos tomados por um imenso vazio que tentamos preencher.
Nós, seres inteligentes, vivenciamos uma aparentemente uma contradição, o universo se tornou autoconsciente através dos nossos olhos, mas, ao mesmo tempo, sabemos que o universo é indiferente a nossa própria existência. Dessa inquietação surge a nossa incansável curiosidade de querer entender o universo e a nós mesmos.
Talvez outra espécie inteligente no cosmos tenha algo a nós dizer sobre nós mesmos, se um dia estabelecermos contato.
Acordar às 3h00 da madrugada e não ter nada para fazer, dá nisso! Minha mente fica livre para pensar nessas coisas! Melhor voltar a dormir. kkkkk
Salvador. Nao seria mais interessante o setti tentar focar as pesquisas em sistemas mais proximos de nos?
Seria. E já fizeram buscas nos sistemas mais próximos, meio a esmo, em anos passados. Veja o Projeto Phoenix. Não acharam nada. 😛
Salvador, tem mais alguma novidade sobre esse suposto acordo de colaboração entre o pessoal do Kepler e o do SETI? Quem tá coordenando isso, é o Seth Shostack, o diretor da NASA, ou o pessoal da CIA? (rsrs)
Sim, por que, até hoje, parece que isso é mais um acordo daqueles, tipo procurar chifre em cabeça de cavalo. Enteenndiii (rsrsrs)
Não me leve a mal mano, mas é que eu realmente não consigo mais ficar calado diante desses papos.
Abração.
É que você não conhece a história do SETI Institute ou do satélite Kepler. Mas tamos aí para isso, vamos “desacobertar” para você.
O Kepler é um projeto gestado no Ames Research Center, da Nasa, na Califórnia. O Ames tem uma tradição forte de astrobiologia e foi lá que nasceu o famoso programa SETI da Nasa, que foi lançado com fanfarra em 1992 e então abortado pelo Congresso americano. Quando isso aconteceu, o programa passou às mãos privadas, e muitos dos pesquisadores ligados a ele migraram para fundar o SETI Institute, que é literalmente vizinho do Ames, também na Califórnia. Então, você pode imaginar que há laços informais fortes entre as equipes do Kepler e do SETI, com pesquisadores que trabalham no instituto, mas também fazem parte da missão. Veja, por exemplo, quem foi a primeira autora do artigo científico que descreveu a descoberta do Kepler-186f, o planeta na zona habitável com tamanho mais próximo da Terra já descoberto: Elisa Quintana, do SETI Institute, trabalhando com o pessoal do Kepler no Ames.
Com essa mistura de equipes e esse intercâmbio natural de ideias, o que houve foi um acordo *informal* em que o pessoal do Kepler, assim que identificasse um planeta promissor do ponto de vista da astrobiologia, passaria as coordenadas para o pessoal do SETI Institute, que faria a escuta com o Allen Telescope Array. Não é nada que tenha grandes documentos, acordos internacionais ou participação da CIA ou do Fox Mulder. São só cientistas vizinhos, trabalhando em projetos correlatos, buscando sinergia entre eles.
Qual é a chance de detecção? Como em toda iniciativa SETI, baixíssima. Mas lembre-se, o SETI depende de recursos privados, e para isso precisa chamar a atenção do público (o que já derruba a sua ideia de que, se detectassem algo, iam acobertar). Usar os alvos do Kepler ajuda muito nisso, porque as descobertas do Kepler, por si só, têm feito muito barulho.
Agora, sobre a sua incapacidade de ficar calado, já reparamos. 😉
Abraço!
Clap, clap, clap… Quanta novidade, em Salvador!? Confesso que estou boquiaberto!
Agora, vamos ao que você não sabe. Ou talvez, finja não saber. Ou talvez também, não queira saber, o que é pior. “O pior cego é aquele que não quer enxergar”, diz o ditado. Mas, como incorrigível otimista, vou ficar com a primeira opção: você não sabe absolutamente de nada sobre “astrobiologia inteligente”. Talvez seja esse o melhor termo para você e seus seguidores entenderem o que estamos falando há décadas.
Primeiro, responda-me a algumas perguntinhas. O “Ames”, junto com essa farsa de “astrobiologia” da NASA, veio antes ou depois de 1947? Se as desconfianças científicas de vida alienígena vieram desde os relatos de Keneth Arnold? Isso, pra não falar de Roswell, e nem dos “foo fighters”, da 2a. G.M.? Por quê esse papo do SETI – e o Sagan tem tudo a ver com isso – só veio a “estardalhaçar”, como você diz, em 1992? Houve algum lapso temporal na maior cultura do mundo, de quase 50 anos, ou teve alguma interferência “alienígena”? O que dizem os documentos que estão saindo dos porões desses governos (não só dos EUA), que remontam mais de 70 anos de atividade extraterrestre no nosso globo? Quem é (são) o responsável (is) por isso? É o “FAX MODEM”, ou a turma do cigarro? (rsrsrs)
Depois que você começar a responder essas perguntinhas básicas, eu posso entrar nesse nhem-nhem-nhem seu a respeito de telescópio A ou B, de quem banca a NASA, o SETI, o Congresso Americano e o acobertamento no Brasil.
Em tempo, já fiquei sabendo que a Folha topou o debate entre astrobiologia e ufologia. Pelo menos isso já demonstra que você é diferente do Gleiser.
Abraços.
F.A.R.
A Nasa foi fundada em 1958, então sua primeira pergunta é um non-sequitur.
As primeiras desconfianças científicas sobre inteligência extraterrestre vieram com os canais de Marte de Schiaparelli e Lowell, no fim do século 19. Claro, antes disso, muitos outros cientistas e pensadores já especulavam sobre vida inteligente em outros planetas — a começar por Giordano Bruno e Johannes Kepler, para citar dois nomes maiúsculos do século 16 e 17 –, mas com Schiaparelli e Lowell, pela primeira vez, algum cientista afirmava ter *evidência* (ainda que depois tenha sido derrubada) de inteligência extraterrestre.
Portanto, as especulações sobre vida inteligente remontam a muito antes do Kenneth Arnold e o episódio de Roswell. Até mesmo os foo fighters, que provavelmente foram a primeira ocorrência ufológica da era moderna, por assim dizer, durante a II Guerra Mundial, vieram antes.
A ideia de vida inteligente fora da Terra era tão prevalente na primeira metade do século 20 que Orson Welles simulou uma invasão de marcianos em 1938 (um ano antes da II Guerra, e portanto antes de qualquer avistamento de foo fighter) e todo mundo em Nova York e Nova Jersey acreditou. Quando os primeiros relatos tradicionais da ufologia começaram a aparecer, já havia muito gibi e folhetim falando de alienígenas. O Superman, criado em 1938, era do planeta Krypton, lembra?
Sobre SETI, a pesquisa nasceu em 1960, com o Projeto Ozma, de Frank Drake. O projeto da Nasa saiu em 1992, mas justamente porque era controverso gastar grandes quantias de dinheiro público para buscar inteligência extraterrestre sem evidências razoáveis de sua existência — tanto que o projeto logo caiu, assim que o Congresso se deu conta de que a HRMS (High Resolution Microwave Survey) na verdade tinha por objetivo encontrar vida inteligente fora da Terra. Ainda assim, com pequenos investimentos, a Nasa se envolveu com SETI desde os anos 1960. Como eu disse, o SETI Institute foi “gestado” no Ames Research Center, da Nasa. Não houve um “delay”, como você sugere. É só difícil gastar dinheiro público para procurar aliens. E faz sentido que seja difícil mesmo. Imagine a Dilma, nessa crise, cortando grana do Ciência Sem Fronteiras e investindo tudo numa iniciativa para caçar ETs. Iam cair de pau. rs
Por fim, os documentos que estão saindo dos porões dos governos (não só dos EUA, mas do Reino Unido, da França, do Uruguai e do Brasil — o caso brasileiro eu conheço melhor) estão mostrando que (1) houve muitos relatos de óvnis, a maioria deles triviais e facilmente explicáveis, outros permanecem inexplicados e (2) não há documento algum que sugira coisas como captura de artefatos ou espaçonaves alienígenas, como querem fazer crer muitos ufólogos.
Numa nota final, suas perguntas demonstram uma ignorância profunda de temas como SETI ou a história do pensamento em vida extraterrestre. Não te culpo por isso. Eu também confesso largo desconhecimento em minúcias de vários casos ufológicos que você julga lapidares. Mas pelo menos eu não saio por aí citando coisas que não conheço, a esmo, como se elas provassem alguma coisa. É constrangedor você achar que os cientistas só começaram a pensar em inteligência extraterrestre depois dos primeiros avistamentos de óvnis.
FATALITY!
Noffffaaaa…Depois dessa, se eu fosse o Fernando eu pegava meu banquinho e saía de fininho.
“É constrangedor você achar que os cientistas só começaram a pensar em inteligência extraterrestre depois dos primeiros avistamentos de óvnis.” – Nogueira, Salvador – dito a um ufólogo deslumbrado que pensa que a tua pseudociência da Ufologia é um marco zero na história da busca por ETs no Cosmos.
“Suas perguntas demonstram uma ignorância profunda de temas como SETI ou a história do pensamento em vida extraterrestre.” – Nogueira, Salvador – dito para um ufólogo “desacobertador” e que “busca a verdade”.
Hummm… parece que andou estudando, em!? (rsrs)
Mas onde estão essas as fontes das suas informações? No que o mainstrean enfiou em nossas cabeças, desde sempre? Não e por ai, bicho formiga.
Continuas com esse anteconhecimento raso, sobre o qual uma pessoa não pode, jamais, fundamentar seus argumentos, muito menos preconceitos, para falar mal da ufologia e seu lado cientifico. Es um dogmático do ceticismo, como bem lembrou o Geva em outro post: um religioso da falsa ciência. E aqui estou falando de metodologia cientifica, que você acha que defende, repetindo essas conversas sem embasamento sociológico, histórico ou psicossocial, filosófico em fim. Não leu os trabalhos que te enviei, né? Continua com a mesma desculpa de ler só introdução e falar o que quer?
Salvador, por um acaso, você já conversou com algum militar, piloto civil, ou testemunha graduada para falar sobre o tema? Fez algum trabalho de campo? Já correu atras da verdade, ou só repete o que os outros dizem? Na ciência jurídica, testemunha prova. Dependendo da testemunha, o juiz não considera nem o que e dito pelo réu.
Olha, bicho formiga (alcunha dada pelo Michio Kaku), desse jeito, ta difícil. Vou deixar o Geva te comer o figado no debate. Mas não esqueça o que vou te dizer agora: Para merecermos uma visita et na Casa Branca, e consequentemente colocarmos um disco voador a ser experimentado pela ciência materialista, precisamos, primeiro, sair desse estagio de formiga.
Abraços fraternais de outra formiga.
F.A.R.
Cara, eu andei estudando — e faz alguns anos já, não foi agora, fruto da sua prosa “desacobertante”. rs
Tudo isso aí está no meu livro, “Extraterrestres”. Aquele que você diz que deve ser péssimo mesmo sem ter lido. 😛
Salvador sempre trazendo excelentes reflexões e analises sobre os acontecimentos científicos. Adorei ler esse texto, pois tinham diversas duvidas sobre a estrela KIC 8462852. Parabéns mais uma vez pela matéria! 🙂
O porém, que ninguém se deu conta, nesse particular, é que o sinal de rádio não viaja na velocidade da luz, logo, então, os 1400 anos que levaria para chegar aos detectores terrestres está subestimado, ou seja, levaria muito mais tempo para esses sinais chegar aqui.
Sinal de rádio viaja à velocidade da luz. Rádio é luz.
Pois é. Já fui “ridicularizado” por dizer isso em uma discussão:
Eu, sobre o delay da comunicação entre os astronautas das Apollo:
“Na época das missões Apollo a transmissão era analógica, à velocidade da luz, e não havia compactação, critografia e afins.”
A imbecil da Stael Pedrosa Metzger, respondendo:
“Agora, cá prá nós… O som transmitido na velocidade da luz foi de doer, né?”
Tsc tsc.
hehehe…
A rádio da cidade dela deve ser um autofalante na torre da igreja!
E o celular uma caixinha onde moram as fadinhas mágicas telepatas.
Valeu, Salvador , obrigado. Vou me informar mais no assunto.
Luiz, acontece é que as ondas de rádio estão fora do espectro de luz visível.
O olho humana só é capaz de enxergar uma ínfima parte do espectro de luz.
Espero que essa imagem ajude na sua compreensão.
http://4.bp.blogspot.com/-zVgwMVixrig/VctQOQtZTsI/AAAAAAAAAIk/cAPTaBBR2dI/s1600/luz%2Bvisivel.jpg
Valeu, Victor, obrigado pela atenção.
Eu acho que este negócio de comunicação e descobrimento de E.T. por enquanto é só utopia.
Mais eu acredito de mais em vida raríssima por ai em…né não…
Stephen Hawking acredita que ets podem ser hostis,ainda assim,o físico lançou um projeto para encontrar e comunicar com vida inteligente noutros planetas patrocinado por um russo bilionário.Tomara que encontrem algo.Quem sabe não exista um planeta com a biodiversidade fantástica como a Terra, mas sem a praga dita inteligente como o ser humano.Nesse caso a probabilidade de descobrirmos algo é quase nula.
Como eu não estou nem um pouco decepcionado? Porque sempre é mesma coisa! Mesmo se descobrirem uma supercivilização alienígena, nunca saberemos a verdade. Só quando estes seres de fora quiserem, é que saberemos.
Se o SETI fizer uma detecção, você vai saber. E sabemos disso porque até mesmo falsos positivos acabaram chegando aos ouvidos do New York Times antes mesmo que os cientistas pudessem verificá-los e confirmá-los… rs
No filme “Contato” baseado no livro homônimo de Carl Sagan, uma astrônoma escutando estrelas “percebe” um sinal codificado dentro de outro sinal e para surpresa dela a mensagem ensinava a criar uma máquina de viagem extra-terrestre. Só ela conseguiu perceber a mensagem. Isso também pode acontecer, eles estão codificando os sinais de forma que teríamos que decifra-los, tornando a comunicação ainda mais complicada, além da quase impossível distância a ser vencida. Conforme outro leitor escreveu, se existirem, jamais, nós humanos, saberemos ou manteremos contato.
Admiro a tenacidade desses teimosos. Mas não foi dessa vez que os ETs apareceram. Continuem tentando amigos. Algum dia, quem sabe…vocês finalmente desistem.
Interessante como os ETs inteligentes não tem interesse em nos contactar. Essas “supercivilizações”, caso existissem, já deveriam ter conhecimento de nossa presença. Talvez nos considerem muito insignificantes ou, o mais plausível, talvez elas não existam mesmo…
A própria bíblia fala em nave espaciais e abduções de certos personagens que são levados por carruagens de fogos, rumo ao céu, que com certeza seria outro planeta. Os Deuses eram astronautas!
Salvador, pode tirar uma dúvida? Quando se afirma que demorariam 1.400 anos até chegar o sinal de rádio, está se considerando que este trajeto está totalmente isento de qualquer efeito gravitacional (quanto maior a gravidade, mais lento o tempo)?
Não teria efeito. O espaço-tempo é praticamente plano daqui até lá.
Oi, Salvador!
Vida extraterrestre deve existir, sendo as propriedades físicas do universo similar em todos os seus pontos. O problema vai ser encontrá-la, tendo em vista as distâncias envolvidas.
Assim, nada mais natural que a busca nessa estrela tenha resultado negativo. É necessário muita coincidência que num espaço infinito se encontre vida inteligente similar à nossa, com similar capacidade de comunicação e defasada no tempo exatamente na correspondência de nossa distância a ela, em anos-luz.
No entanto, como o espaço é infinito, pode ocorrer essa coincidência, então, vale a pena continuar a busca.
Ponho mais fé na busca de vida extraterrestre não inteligente, a distâncias alcançáveis.
Curioso se investir milhões para se verificar uma presença ET em uma estrela a 1.400 anos-luz de distância, enquanto aqui no quintal vê-se objetos voadores misteriosos sistematicamente por milhares de observadores há séculos e não se tem explicações que abranjam todos os fenômenos.
A verdade pode estar na nossa cara.
Na verdade, não se gasta milhões. Essa escuta é bem baratinha. É basicamente o custo de manutenção de pessoal e equipamento. Em contrapartida, estudar sistematicamente óvnis é complicado, justamente por que não há como prever quando e onde eles vão aparecer. (A estrela a ser escutada, em contrapartida, está sempre lá e não vai a lugar algum.)
Lembre-se que o espaço aéreo de todos os países é investigado 24 horas por dia, por razões de segurança. Satélites dos mais diversos tipos fotografam e analisam tudo o que ocorre na nossa atmosfera, radares de todos os tipos atuam em quase todos os cantos do mundo….
Uma aparição real não deixaria de ser detectada e investigada.
É, mas de vez em quando aeronaves desconhecidas violam o espaço aéreo. Em geral são traficantes. Mas vai que uma delas é um ET. rs
Será?
A Direção Geral de Aeronáutica Civil (DGAC) do Chile, através do Comitê de Estudos de Fenômenos Aéreos Anômalos (CEFAA), detém página na Internet, onde apresenta casos, vídeos e estudos que demonstram a existência e realidade dos Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs), tanto em território chileno como no mundo.
Claro. Outros países também têm política de abertura total e investigação civil, caso da França, que deixa o estudo de óvnis sob encargo da CNES. Ninguém questiona a existência de objetos no céu que parecem não se conformar às explicações usuais. O que eu defendo é que a ufologia não é ciência porque não permite o teste adequado da hipótese de visitação extraterrestre. Por isso óvnis continuam sendo óvnis, e não óvis (objetos voadores *identificados*).
Entendi, Salvador. Obrigado por responder.
Que bom que você não é um fanático inverso. Concordo que, infelizmente, pros ufólgos, a ufologia não tem estrutura ou condições de ser uma ciência porque seu objeto de estudo não é controlável à observação ou reproduzível.
Mesmo assim, vejo como pesquisadores e pensadores heróicos.
Veja, tanto se fala sobre o significado se ter notícia de vida inteligente, ou mesmo de apenas vida. Que isso iria mudar a forma como vemos o mundo e tal… Não se merece tentar?
E o que vejo é muitos supostos cientistas debochando e descartando algo que nunca se deram ao trabalho de investigar ou sair da superficialidade. Puro preconceito e vaidade.
Isso pra mim mancha a ciência. Tira toda a sua credibilidade e só realça a bravura e a possível atitude visionária dos ufólogos, que um dia poderão ser vistos como os únicos que tiveram essa lucidez de ver o óbvio, contra uma igreja científica (ou ciência religiosa), apegada ao medo de pensar diferente, que ainda, mas de outra forma, coloca a terra como o centro do universo.
Até lá, a história se repete: vão continuar queimando alguns.
Abraços.
Salvador,
assumindo que o sinal de radio demora 1,400 anos para chegar da estrela ate a Terra, alem de apontar para ca, os ETs ainda teriam que calcular onde exatamente a terra estaria no exato momento que o sinal chegasse, 1,400 anos depois nao?
Assim como precisamos calcular a posicao dos planetas para as sondas chegarem la no momento certo e nao passarem varadas no vazio…
Ou seja, receber uma transmissao nao intencional entao eh mais improvavel ainda, temos que estar na direcao da transmissao na hora certa…
Tambem acredito que existam civilizacoes em alguns lugares do universo, mas acho que talvez nunca role contato entre elas… Haja sorte!
Sim, teriam de calcular, mas o sinal seria genericamente disparado na direção do Sol (a diferença entre a Terra e o Sol é praticamente nula, em termos estelares) e como ambas as estrelas (Sol e KIC) estão girando em torno do centro da Via Láctea, a diferença de posição relativa delas será bem pequena nesse período. Mas concordo contigo que SETI exige muita sorte!
Quem somos nós para achar que sabemos como uma civilização Kardashev Tipo II se comunica? Não somos ainda nem Tipo I…
E quem disse que a única maneira de comunicar-se à distância seja através de ondas eletromagnéticas? Já provou-se factível o chamado “efeito fantasmagórico à distância”, que Einsten duvidava e que garantiria comunicação mais rápida que a velocidade da luz com total sigilo (até onde nossa ciência nos permite prever).
Acredito que o motivo pelo qual não conseguimos contato com outras civilizações é exatamente o qual Michio Kaku diz:
Quando você vai jogar bola em um campo e lá encontra um Formigueiro, você para saudar e se comunicar com esse Formigueiro?
Talvez uma civilização com cerca de 1 bilhão de anos mais avançada que a nossa, ainda nos enxergue com a mesma insignificância com a qual enxergamos as formigas!
O que voce me diz Salvador?
Pode ser, Oswaldo. Ainda assim, se houver entomologistas alienígenas, eles teriam algum interesse em nós. Onde estão eles? 🙂
Mas se eles tiverem o costume de verem vários mundo habitados, nos seus mais variados estágios….. mesmo assim se interessariam pela terra?
Nós não temos interesse por outros mundos habitados, mesmo que sejam por criaturas microscópicas e/ou tecnologicamente mais atrasadas do que nós?
Não conhecia o comentário, mas não posso de forma alguma concordar com ele. Jogo futebol e, realmente, nunca saudei as formigas. Mas sou Servidor Público e não faz parte das minhas atribuições envolver-me com formigas. E o futebol é apenas um lazer. Mas sei que há milhares de cientistas que tem as formigas como seu principal objeto, alguns inclusive aventando sobre a possibilidade de elas comunicarem-se entre si.
Não entendi uma coisa. Se o planeta está a 1.400 anos-luz daqui, se uma onda de radio fosse emitida de lá já teriam passados mais de mil anos naquele planeta ??
Sim, se detectássemos um sinal hoje, esse sinal teria sido enviado 1.400 anos atrás. O que significa que, se respondêssemos de imediato, os autores do sinal original só receberiam uma resposta em mais 1.400 anos (ou 2.800 anos depois de terem enviado o sinal original).
Obrigado Salvador. Realmente é uma chance praticamente impossivel receber algo, seria muita sorte do acaso se esse sinal tivesse sido emitido em alguma parte da história daquele planeta e o Allen Telescope Array estar direcionado no exato momento que esse sinal passasse pela terra.
Talvez a vida seja comum mesmo no Universo, prezado Salvador. Mas talvez – insisto sempre no talvez – ela seja em sua maioria microbiana. Metazoários devem ser raros, mas não impossíveis de existirem. E encontrá-los, ai sim, reside a dificuldade. Nunca devemos esquecer da equação de Drake. Ela sumariza perfeitamente os passos para se chegar a uma vida dita inteligente. E há tantas variáveis, que será mesmo uma jóia, quando encontramos evidências. Mas desistir de procurar, nunca. Por falar nisso, acabei de ler o seu último livro e apesar de ressaltar os casos “inexplicáveis” continuo cético quanto a Ets nos visitarem. Um grande abraço.
Ronald, concordo inteiramente. Estou convencido de que vida microbiana é comum, vida complexa é rara, e vida inteligente, raríssima. Ainda assim, diante de números tão grandiosos, deve haver boa quantidade até mesmo da categoria mais rara — ao menos no contexto do Universo. Na vizinhança do Sol, são outros 500… Abraço!
P.S.: Espero que tenha gostado do livro!
Gostei imensamente. E volto a repetir: deve publicar esta coluna na forma de livro, claro, com os infográficos e fotos, que a tornam bastante elucidativa. Espero também, que abordo num livro a parte, mais detalhes sobre essas “supostas visitas” que ainda não me convenceram, apesar do percentual dos “inexplicados” como ressalta no livro e da a entender que parece acreditar na visita de Ets.
Ronald, agradeço a sugestão. Tenho tido conversas nesse sentido. Veremos! 🙂
Gostei do livro e sugiro que aproveite o material do blog – com fotos e infográficos – para elaborar outro. O único ponto de discórdia no meu entender é o que cita como “fatos inexplicáveis sobre os Ufos” o que dá a entender que acredita que estamos sendo visitados por extraterrestres. Por que um contato teria que ser “às escuras”, com abduções, chupa-cabras, exibições aéreas, quando simplesmente poderiam pousar no gramado da Casa Branca numa tarde de domingo?
Ronald, acho que não há como tentar imaginar o que alienígenas pensariam e tentar conformar suas estratégias de exploração à nossa própria racionalidade. Sei lá que tipo de ética ou política científica têm alienígenas que evoluíram em outro planeta.
E tudo que eu digo no livro é que não afasto essa possibilidade. Por que não? O que ressalto é que não nos faz bem nenhum ficar especulando sobre isso e que a ufologia não permite uma abordagem científica da questão. Que óvnis (objetos voadores não-identificados) existem, não há muita dúvida. O que são de fato, se fenômenos naturais desconhecidos ou visitantes extraterrestres, jamais saberemos.
Monitorarão somente ate os próximos meses?
Pensei que o projeto era a longo prazo.
Talvez ele volte a ouvir de vez em quando, mas são muitas estrelas lá fora. Não dá para ficar concentrando tudo nessa. 😉
(E note que isso não tem a ver com o Breakthrough Listen, aquele projeto de SETI megamasterblaster!)
Ah sim, me confundi com o SETI.
Valeuuuu
Salvador, já que o assunto é E.T. o que você acha que são aqueles vórtices que apareceram nos céus da Noruega e tem aparecido em diversas partes do mundo? Veja este video, por favor.
Assista a “Giant sky spiral shocks Norwegians in December 2009” no YouTube – https://youtu.be/Ra7FMnpWMhY
Parece uma projeção. Eu apostaria num Bat-Sinal! rs
https://en.wikipedia.org/wiki/2009_Norwegian_spiral_anomaly
Official Russian explanation
On 10 December 2009, the Russian Ministry of Defence confirmed that a Bulava missile test had failed. According to a spokesman, “The missile’s first two stages worked as normal, but there was a technical malfunction at the next, third, stage of the trajectory.” Russian defence analyst Pavel Felgenhauer stated to AFP that “such lights and clouds appear from time to time when a missile fails in the upper layers of the atmosphere and have been reported before … At least this failed test made some nice fireworks for the Norwegians.” Prior to the Russian statement, Jonathan McDowell, an astrophysicist at the Harvard–Smithsonian Center for Astrophysics, had already suggested that the unusual light display occurred when the missile’s third stage nozzle was damaged, causing the exhaust to come out sideways and sending the missile into a spin.
Beautiful!
Lika nois lika, mais ET que é godi nois não revi.
Salvador, ouvi dizer que pela posição de nossa galáxia em relação ao resto do Universo ou com relação à onde o Big Bang estaríamos na área do universo com maior quantidade de sistemas solares “maduros” e portanto mais propícia à vida, seja inteligente ou não. Caso seja verdade como você vê a possibilidade da Terra ser o primeiro planeta a desenvolver vida inteligente?
Continue contribuindo para o big bang dentro da cabeça de seus leitores!
Grande abraço
Na verdade, Vitor, postei recentemente sobre um estudo que mostra que as regiões mais centrais da Via Láctea amadureceram para a vida inteligente alguns bilhões de anos antes da faixa em que estamos. 😉
Abraço!
Salvador, se puder, posta o link desse estudo aqui por favor! Fiquei curioso!
Obrigado!!
Eduardo, aqui: http://arxiv.org/abs/1511.01606