Astronomia: Como nasce um planeta?

Salvador Nogueira

Cientistas observam pela primeira vez um planeta em pleno processo de formação.

Concepção artística de planetas em processo de formação ao redor de uma estrela jovem. (Crédito: Nasa)
Concepção artística de planetas em processo de formação ao redor de uma estrela jovem. (Crédito: Nasa)

COMO NASCEM OS PLANETAS?
Durante muitos séculos, filósofos e cientistas bateram cabeça sobre isso. E, até o fim do século 20, tudo que eles tinham para inspirar uma resposta era a configuração do próprio Sistema Solar.

QUEBRA-CABEÇA
Do fato de que os planetas giram todos em torno do Sol no mesmo sentido e no mesmo plano, Immanuel Kant e Pierre-Simon de Laplace concluíram, de forma independente, no século 18, que nosso sistema planetário deve ter nascido a partir de um disco giratório de material difuso.

PLANETESIMAIS
Conforme essa nuvem foi se condensando, gás e grãos de poeira colidiram até formar rochas, que por sua vez trombaram umas com as outras, produzindo os planetesimais — os tijolos formadores dos planetas. O processo todo, dos grãos aos planetas, é conhecido como acreção.

EM BUSCA DE EVIDÊNCIAS
Nos séculos seguintes, astrônomos foram refinando esse modelo, mas a primeira confirmação observacional veio só em 1984, quando um disco de acreção foi observado em torno da estrela Beta Pictoris. Desde então, muitos outros similares foram estudados. Mas nunca ninguém havia detectado um planeta atraindo gás e poeira no interior de um deles. Até agora.

A foto, menos glamurosa, mas reveladora: a mancha em cinza é o disco, e a maior mancha azul é gás sendo consumido por um planeta em formação. (Crédito: Stephanie Sallum)
A foto, menos glamurosa, mas reveladora: a mancha em cinza é o disco, e a maior mancha azul é gás sendo consumido por um planeta em formação. (Crédito: Stephanie Sallum)

FLAGRA
O avanço inédito foi obtido por Stephanie Sallum, da Universidade do Arizona em Tucson, e seus colegas. Na última edição da revista “Nature”, eles reportaram a observação direta de gás quente mergulhando em um planeta no disco da estrela jovem LkCa 15. É um mundo similar a Júpiter, em plena formação, a 470 anos-luz daqui.

FECHANDO A CONTA
A detecção é o começo de uma nova era na compreensão de como nascem os planetas. Por meio de observações como essa, os cientistas serão capazes de esclarecer várias dúvidas sobre o processo. E, com isso, chegar a um entendimento ainda mais refinado de nossas próprias origens.

A coluna “Astronomia” é publicada às segundas-feiras, na Folha Ilustrada.

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Comentários

  1. Salvador,
    me corrija se eu estiver errado: a história do universo como com a expansão (Big Bang). A expansão deixou apenas poeira e gás, correto? Essa nuvens foram se condensando e colidindo dando origem as estrelas – me lembra a analogia da massa de pizza. Se estiver certo até aqui, é nesse momento que fica a minha dúvida: existe algo que explique esse movimento inicial? O movimento dos objetos posteriores (planetas, cometas) acompanham, pela gravidade, o movimento do “objeto mãe” – nem sei se existe essa expressão. Mas e neste momento que não haviam objetos, o que gerou este movimento?

    1. Não há uma explicação satisfatória do mecanismo que tenha gerado a expansão inflacionária nos instantes iniciais do Universo, se é isso a que você se refere.

  2. Ae Salva. Ainda tá de pé o debate na TV Folha? Parece que a coisa agora meio que perdeu a graça já que o próprio Gevaerd admitiu ufologia não ser ciência e o Fernando deixou de encher o saco no blog…

    1. Jorge, está e não está. O Gevaerd teve de desmarcar de última hora e estamos fechando uma nova data — provavelmente 18 de dezembro.

    1. Boa dica! Mas, dependendo da contagem, isso ainda não aconteceu. Já tivemos a mesma discussão na marca dos mil planetas! 🙂

  3. A interpretação dada a esta imagem nos desvia ainda mais do conhecimento das nossas origens. Pois a mesma imagem pode sugerir outras interpretações que tornam mais racionais e fáceis de entender nossas origens, como a interpretação dada pela Matrix/DNA Theory. Este planeta e seu sistema produziu as nossas origens aqui, portanto, onde estavam as formas primitivas das forças e elementos naturais que depois se tornaram as propriedades vitais? Não estavam ai, então o que existe na Terra foi criado do Nada por ela, ou caíram do céu, por magia de deuses ou de acasos?! A forma planetesimal pode ter sido produzida pela força que depois produz a forma fetal, ou a blástula, mas e o resto? O metabolismo, a memoria, codificação e processamento dessa memoria pelo DNA, o sistema digestivo, etc.? Onde estavam os princípios destas propriedades nesta imagem?

    O mesmo artigo na Nature sugere que a formação ou nascimento de um planeta tome 10 milhões de anos. A repentina visão de um momento entre 10 milhões de anos não nos autoriza a interpretar nada, assim como a foto de um feto humano ainda na forma de réptil, para quem nada sabe de embriogênese humana, não o ajudaria a nenhum entendimento da sua completa formação, do que ocorreu antes e ocorrera depois. Alem disso, com certeza a Dra. Stephanie usou apenas um ou dois espectros da luz, o que deixa muitas dimensões da imagem, encobertas. E’ como olhar para um arco-iris e ver apenas a faixa pelo infra-vermelho, ou apenas a faixa azul.

    Devem existir dois processos de formação de astros em geral, como houve dois processos na formação dos seres vivos. O primeiro, das galaxias originais, foi por simbiose, depois as seguintes gerações de astros aprenderam a auto-reciclagem do sistema, que e’ uma simples forma de reprodução. De que outra forma teriam surgidos astros que não existem nos sistemas estelares, como quasares, pulsares, buracos negros, etc? Mas o processo do ciclo vital que este planeta produziu aqui para os sistemas biológicos e que faz um unico corpo inicial se transformar em varias formas, explicaria racionalmente estas existências, mas então este processo vital já estaria incubado, como potencial latente, desde as origens das galaxias.

    Nos perdemos 2.ooo anos porque a precipitação na interpretação de coisas distantes levou a colossais equívocos, como o de que o Sol giraria em torno da Terra, a Terra fosse plana etc. Bilhões de mentes jovens foram desviadas pelos adultos do verdadeiro caminho na busca de nossas origens a da produção da boa Ciência. E’ obvio que esta imagem não autoriza interpretação alguma `a pretensão de ser cientifica. Nunca vamos provar cientificamente a completa formação de um planeta, pois isto requer um filme de 10 bilhões de anos. Teremos uma teoria de formação, assim como temos uma teoria da evolução porque ninguem a assistiu. Estão desviando as mentes dos nossos jovens nos bancos escolares, mas o que ganham com isso?! A destruição da vida por não entender seu significado sublime e eterno, e de um planeta por não entender que ele foi uma vez nossa mãe, um ancestral na mesma linha genética evolucionaria como foram bactérias, estrelas e repteis?

    1. Amigo, sugiro a seguinte lista de assuntos a pesquisar:

      – Física/Química básicas
      – A origem do Universo
      – Biologia
      – A Evolução das Espécies
      – O sistema Solar
      A partir daí você pode progredir ainda mais. Desejo-lhe sucesso nos estudos!

  4. Salvador, não tem a ver com o seu texto, mas vou aproveitar aqui para dizer que acabei de ler o seu livro “Ciência Proibida”. Trata-se de uma obra estimulante, reveladora e também, de certa forma, aterrorizante, pelo que demonstra das fraquezas da natureza humana, que por vezes parece tão desumana. E firma você como um dos jornalistas científicos mais competentes e interessantes da atualidade. Parabéns por esse belo trabalho !

    1. Carlos, fico muito grato por suas palavras! Se você me acompanha por aqui, sabe que eu sou um sujeito em geral otimista e entusiasmado com a humanidade. Foi difícil encarar esse lado sombrio da nossa natureza. Mas é o único meio para sobrevivermos a nós mesmos! Obrigado por fazer junto comigo essa jornada difícil! 🙂

  5. E eu pensando que o criador tivesse feito tudo entre o primeiro e sétimo dia.. pelo jeito ficou muito trabalho inacabado

  6. Todos os sistemas giram no mesmo sentido ou sistemas podem girar em sentido inverso, tanto em determinados planos como em planos perpendiculares ou inclinados?

    1. Cada sistema gira no sentido da rotação de sua estrela, que pode estar em qualquer direção com relação ao nosso plano. E já foi observado pelo menos um sistema em que os planetas se distribuem por mais de um plano…

  7. Na foto estou vendo dois pontos: um verde e magenta com um pouco de azul. Qual dos dois é o planeta? O que é o outro. Como eles conseguiram a foto? Foi de um telescópio em terra ou foi de um em órbita?

    1. Telescópios em terra, o planeta é o que tem azul misturado com magenta e verde. Na verdade, há dois — possivelmente três — planetas identificados nessa imagem. Mas o sinal de acreção (consumo de gás pelo planeta) é visto apenas em um deles.

  8. Para ver né o que acharam que descobriram hoje foi explicado na gênese segundo o espiritismo escrito em -+ 1860 livro altamente científico chupa cientistas ateus kkkk…

    1. Note que a hipótese básica da formação de planetas nasceu a partir da segunda metade do século 18 (1750), o que torna o livro de 1860 muito menos presciente do que você gostaria que fosse…

      1. Immanuel Kant (o pensador que teve a ideia original em 1750) e Laplace (que a desenvolveu vários anos mais tarde) viveram no período da Revolução Francesa entre os séculos 18 e 19. Qualquer livro escrito depois, 1850 no caso, foi a partir de alguma ideia já publicada por ambos. Kant questionava muito as religiões apesar dele mesmo declarar que acreditava em Deus.

    2. Costa,

      Me considero agnóstico, mas confesso que o espiritismo é me intriga, justamente, ser abraçar em seu bojo conceitos científicos do séc. XIX.

      Respeito a sua crença, mas não acredito que o Livro dos Espíritos seja algo revelador em termos científicos.

      Percebi que o Livro dos Espíritos faz um apanhado do conhecimento científico e da filosofia natural vigente no século XIX.

      É fato que algumas respostas dada pelos espíritos estão corretas, outras, no entanto, são bastante vagas e há também previsões científicas que não se concretizaram.

      Mesmo assim, é interessante perceber que o Livro dos Espíritos de certa forma abraçou algumas idéias vigentes na época que inclusive estavam na vanguarda.

      Os espiritas valeram-se de diversos conceitos científicos em seu principal livro, O Livro dos Espíritos.

      Mas há um problema, quando a religião se apropria de um dado saber, esse saber, ainda que científico, se transforma em um dogma.

      A ciência, no entanto, não feita por dogmas. Os postulados da ciência são constantemente colocados a prova e uma teoria científica pode ser sucedida por outra.

      Como qualquer religião, o espiritismo elegeu os seus dogmas, servido-se da ciência do século XIX.

      E atualmente os espíritas continuam se servindo da ciência para tentar confirmar os seus dogmas, como forma de se legitimar perante as demais religiões.

      No entanto, também é muito comum ver espíritas distorcendo conceitos científicos e valendo-se ainda da pseudociência.

      No entanto, dou um mérito ao espiritismo, justamente, por pretender ser mais racional do que as outras religiões. De fato o espiritismo inspira as pessoas a pensar, a questionar mais do que qualquer outra religião.

      1. No meu modo de ver, o espiritismo é a religião mais esclarecida que conheço, mas tem alguns problemas: Deus é bom, mas deixa a injustiça dominar o mundo, podendo, se quisesse, eliminá-la.

        Mas o maior erro é acreditar em vida após a morte e na existência de espíritos, “mente sem corpo”…
        Para mim, vida é biologia, e biologia é reação química em processos físicos. A mente humana, ou espírito humano, é de origem biológica e morre com a morte do corpo.

        Cada um acredite no que quiser, só não mate ou prejudique os outros por não seguirem a mesma crença…

        1. Rodoico: Eu sempre faço essa analogia: mente = software e corpo = hardware.

          Como um software pode rodar fora do hardware? Não faz muito sentido para mim.

          Alguns físicos, no entanto, suspeitam que o nosso universo é uma espécie de holografia tridimensional de um outro universo, este sim real.

          Talvez, a informação que carregamos possa ser “salva” no universo real, fora da holografia, isso se o universo todo for uma simulação.

          Mas essa é só uma hipótese maluca. Eu sempre digo: quando eu morrer eu descubro o que tem do outro lado (ou não). Enfim, para quer ter pressa? haha 😛

          1. Não tenho pressa nenhuma, também 🙂

            A morte é o descanso eterno… Esse paraíso que se caracteriza em ficar “diante do Senhor cantando-lhe louvores pela eternidade” não me atrai nem um pouco.

            Para outros, o Paraíso tem virgens nos esperando, e muitas iguarias… Tudo coisa que um morto não mais precisa… Muito coerente!

  9. De ímpeto, quando na minha leitura meus olhos passam pelo termo ‘acreação’ volto e o releio por confundi-lo com ‘a criação’, cruz credo !! Vixi Maria !! Contudo, o fenômeno da acreação parece um evento em escala bem menor ao da formação da Via Láctea, tendo em vista a morfologia da mesma que parece um redemoinho ( disco giratório ) com seus tentáculos .

  10. De ímpeto, minha leitura ao passar os olhos pelo termo ‘acreação’ volta e relê-lo por confundir com ‘a criação’, cruz credo !! Contudo, nota-se que o evento da acreação é produzido pelo disco giratório em escala bem menor ao que pode ter dado origem à nossa galáxia , tendo em vista a própria morfologia da mesma que parece a água que gira descendo o ralo , e quando com espuma forma aquele redemoinho e braços característicos da Via Láctea .

  11. tudo mentira ,especulação de quinta categoria se trata de mais um golpe e lavagem cerebral ,o homem em ciencia ,astronomia ,fisica a respeito da existencia nao sabe nada de nada ,não possivel ver planetas usando telescopios grandes a unica coisa q mostra são galaxias e nebulosas planetas é impossivel e quando se usa telescopios pequenos so dar pra ver os planetas do nosso sistema solar ver q eu digo é bolinhas borrosas bem longe nao como aquelas fotos fake da nasa feita em computador ,o homem nao sabe como se formou o universo nao sabe com formas planetas galaxias ,nao sabe o q é realmente um atomo e como se forma nao sabe como atomos se junta pra formar moleculas q por sua vez formar objetos com forma geometrica inclusive eu vc flores animais plantas ,galaxias em forma de espiral q é uma equação fibonacci , o modo como começa os cabelos na cabeça do ser humano é em forma de espiral ,o ouvido tem forma de espiral tanto dentro como fora ,as digitais do dedo começa em espiral ,o DNA é em forma de espiral , a planta bromelia ,girasol, a concha nautilus, entre muitas outras coisas esse é o padrão da criação ,equação fibonacci , o homem nao sabe pq os objetos com forma geometrica nao se desfaz no momento ou depois q esta feito estou falando apartir de nivel molecular ,em fisica e astronomia o homem nao sabe nada de nada existe um grande limite e ir alem nao é possivel pra capacidade humana , mas uma coisa o homem sabe com certeza sobre tudo isso q existe ou seja isso nao veio do nada ja q nada pode surgir do nada ,tudo tem causa ,e por logica a causa primaria de tudo tem q ser uma causa de natureza nao fisica e eterna ja q objetos fisicos são contingente ou seja tem data e limite de atividade se trata de objetos finitos etc

    1. Desisto, cara. Não vou mais discutir, responder pra você é a mesma coisa que responder pra uma ostra em coma.

      Minto, o QI da ostra é maior.

      Enfim, como te xingar seria equivalente a xingar um retardado deficiente mental, não o farei mais.

      Boa sorte na vida (o que duvido que vá durar muito, com tantos desafios a sua frente) e sugiro que busque ajuda profissional com urgência.

      Abraço.

    2. Não vou discordar das suas idéias, mas é porque nem as li. Não dá! Então vou discordar da sua gramática e da sua redação.

      É difícil ler um texto assim, sem a mínima pontuação e estrutura. Primeiro aprenda a formar frases com início meio e fim. Em especial utilize o ponto final ao final de cada frase.

      Faça frases e sentenças bem articuladas. Sujeito, verbo e objeto.

      Concatene melhor as suas idéias, faça uso do silogismo, premissa maior, premissa menor e conclusão. Divida o conjunto da suas idéias em parágrafos.

      A gramática não é um saber tão complexo assim. A cosmologia e a astrofísica nem tanto.

      1. Aposto que sou um entre muitos que desistem de ler esse tipo de texto de tão mal escrito. Um sujeito desses, que deve se achar o máximo entrando aqui para contestar, consegue apenas despertar o sentimento de pena e vergonha alheia nas outras pessoas – menos no Eu™, que entra de sola! hehehe!

  12. Aquela observação de um mega buraco negro sendo formado no encontro de duas estrelas balançou a teoria normal da gravidade pra essas formações até o próprio buraco,não? Será que esse modelo “newtoniano” de acreção é o suficiente pra se observar no todo essa formação planetária? Caberia aí uma teoria quântica?

  13. Pelo “borrão” parece que temos um gigante gasoso se formando bem próximo a estrela que ele orbita. É interessante notar que este tipo de arranjo é comum lá fora, ou seja, gigantes gasosos orbitando furiosamente as suas estrelas.

    Suas órbitas são tão pequenas que o gigante gasoso a percorre em poucos dias.

    Para quem não sabe, o sistema solar faz parte de uma minoria, não temos nenhum gigante gasoso próximo ao Sol, aliás, não temos nenhuma superterra. Superterras também parecem ser comuns lá fora.

    Porque o sistema solar é tão diferente?

    1. Pessoal, engano meu, parece que o planeta esta se formando em uma distância média entre o disco de poeira e a estrela, a sua distância foi estimada em + ou + 15 UA. Então é uma distância considerável, não está perto demais da estrela.

      Parece haver mais dois planetas se formando na imagem, também.

    2. Victor, Salvador: Júpiter, Saturno e Urano não teriam surgido mais próximos do Sol e depois migrado para fora?

      Agora fiquei confuso…

      1. Não está clara a história pregressa de migração do Sistema Solar. Há modelos que sugerem que Saturno, Urano e Netuno nasceram mais próximos e depois migraram para fora. Júpiter nasceu mais ou menos onde está, depois foi migrando para dentro, e voltou a ser puxado para fora por Saturno. Mas é extremamente difícil reconstituir essa história. Há modelos também que não exigem migração nenhuma para explicar o Sistema Solar. Talvez os objetos do cinturão de Kuiper nos ajudem, com suas órbitas, a contar essa história de migração. Mas não acho impossível que nunca saibamos exatamente a história.

  14. Gostaria de frisar que o cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter é uma caso interessante de um planeta abortado. Este cinturão é um resquício do período de formação planetária do nosso sistema solar, um fóssil preservado em âmbar contendo o DNA da formação de mundos.

    Os maires corpos deste cinturão são Ceres e Vesta. Ceres é um planeta anão, ou seja, conseguiu agregar massa suficiente para atingir o equilíbrio o hidrostático, já o pobre Vesta não teve a mesma sorte. Vesta é um raro exemplo de protoplaneta no nosso sistema solar.

    Sistemas estrelares jovens devem ser repletos de protoplanetas e planetas anões e certamente o Sol abrigou muito mais do que 8 planetas na sua juventude, além de incontáveis planetas anões e protoplanetas.

    1. Vitor,
      Como é possível afirmar que o “cinturão de asteróides entre Marte e Júpiter é uma caso interessante de um planeta abortado” e também, “certamente o Sol abrigou muito mais do que 8 planetas na sua juventude, além de incontáveis planetas anões e protoplanetas”
      Qual o raciocínio que pode nos levar a estas conclusões?

      1. Afrânio:

        O que é o cinturão de asteróides?

        É um planeta que nunca nasceu. O cinturão é um conjunto de milhões de pedregulhos espaciais que giram em torno do Sol, entre as órbitas de Marte e Júpiter. O curioso é que todos os planetas se formaram a partir de cinturões assim. Há 4,6 bilhões de anos, tudo o que existe aqui na Terra estava em pedrinhas que vagavam numa faixa do sistema solar, do mesmo jeito que o cinturão de hoje. A diferença é que essas pedras foram se aglutinando, atraídas uma pela gravidade da outra. E se juntaram até formar uma bela pedrona que hoje chamamos de Terra. Mas, se isso aconteceu com todos os planetas, por que sobrou um cinturão de asteróides? Por causa de um cabo-de-guerra entre a enorme gravidade de Júpiter, maior planeta do sistema, e a do Sol. A chave é a seguinte: quanto mais massa tem um astro, maior sua gravidade, seu poder de atração sobre as coisas que estão próximas dele. “Como os asteróides ficam no meio do caminho entre Júpiter e o Sol, o planeta os atrai para um lado e a estrela para outro.

        A gravidade das rochas não é suficiente para vencer essas forças, e elas não conseguem se aglutinar”, diz o astrônomo Roberto Dias da Costa, da Universidade de São Paulo (USP).

        http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-e-o-cinturao-de-asteroides

        1. Também deve-se ter em mente que o processo de aglutinação de matéria, deve seguir o seguinte processo evolutivo, imagino eu:

          poeira > rochas > asteroides > protoplanetas > planetas anões > planetas rochosos > superterras > planetas gasosos.

          Vários protoplanetas e planetas anões deve ser fundido por influência da gravidade para formar um único planeta.

          Os cinturões de asteroides, por sua vez, é um exemplo disso.

      2. Afrânio:

        Há várias observações que embasam diversas teorias e hipóteses de que outros mundos se formaram antes dos oitos planetas atuais se estabelecerem no sistema solar.

        Os modelos que mostram a evolução do sistema solar indicam que a gravidade de Júpiter pode ter expulsando outro planeta gigante para fora do sistema solar.

        http://iopscience.iop.org/article/10.1088/0004-637X/813/1/8

        Há também evidências de que Lua é fruto de uma colisão enorme ocorrida no passado, um planeta do tamanho de Marte, denominado Theia deve ter colidido com a Terra, os destroços desta colisão deram origem a Lua.

        http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/06/140606_mundo_colisao_lua_rb

        Já Vênus tem uma rotação única. Visto de cima, todos os planetas giram no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio. Tal comportamento é natural de ser esperado uma vez que se supõe que todos os planetas se formaram da mesma nebulosa planetária há mais de 4,5 bilhões de anos.

        Assim, a rotação de Vênus no sentido dos ponteiros de um relógio pode ser fruto de uma enorme colisão. Um impacto similar aconteceu na Terra bilhões de anos atrás e originou a Lua. Mas no caso de Vênus, pode ter afetado a sua rotação original.

        http://eternosaprendizes.com/2009/04/24/qual-a-razao-do-movimento-retrogrado-de-venus/

    2. Victor,
      Obrigado meu amigo!
      Levarei um bom tempo para sedimentar tudo que você ensinou neste curto parágrafo.
      Estudarei os links e se você não se aborrecer continuarei perguntando e lutando contra a minha ignorância. E mais uma vez parabéns ao Salvador por manter este espaço, aonde estes diálogos acontecem!
      Abs!

  15. Essa imagem borrada é como um belo ultrassom para os astrônomos, revelando para os olhos humanos o desenvolvimento embrionário de um sistema estrelar distante.

    Esses pontinhos coloridos com pouca nitidez pode dar pistas importantes para entender o processo de formação de planetas. Entender como se forma um planeta e como esse sistema evolui, pode ajudar a entender como se deu a formação do nosso sistema solar.

  16. Vi um vídeo uma vez de um astronauta na ISS fazendo um experimento simples… colocou um punhado de grãos de sal em um saquinho transparente… se observou os grãos se agrupando em pequenos blocos que foram se atraindo… os maiores pegando os menores… muito interessante observar o poder da atração gravitacional.

  17. Esse Pierre também é O Cara na matemática. Suas equações são bastante utilizadas na engenharia elétrica e na eletrônica.

    É mais um interessante exemplo de como conhecimentos acumulados por um motivo podem ter uma aplicação prática em um campo completamente diferente no futuro!

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