Astronomia: Inteligência planetária

Salvador Nogueira

Tenho certeza de que você já se perguntou isto: existe mesmo vida inteligente na Terra?

Tecnologia, temos! Mas isso reflete inteligência? Segundo quem? (Crédito: Nasa)
Tecnologia, temos! Mas isso reflete real inteligência? Segundo quem? (Crédito: Nasa)

A RÉGUA
O homem é a medida de todas as coisas, já dizia o pré-socrático. Podemos discutir essa ideia à exaustão, mas é inegável que ela se aplica ao nosso próprio modo de encarar a inteligência. A definição intuitiva dela é “algo que os humanos têm, mas os outros animais não”.

CLUBE PRIVÊ
Não por acaso, as maiores marcas da inteligência são exclusivas da humanidade: a escrita, a tecnologia avançada e a capacidade de desvendar os segredos do cosmos por meio da ciência.

O NOSSO PEDAÇO
Enquanto a discussão é circunscrita à Terra, a definição é vaga, mas funciona. Por mais que reconheçamos o tutano em outros animais, não há Shakespeares ou Einsteins entre chimpanzés e golfinhos. O Universo, contudo, convida-nos à humildade.

LÁ FORA
Imagine uma civilização nascida num planeta distante. Para eles, o ET é que será a medida de todas as coisas. E vai saber qual é o poderio intelectual desses caras. Quem disse que eles não nascem com uma noção intuitiva de mecânica quântica ou algo do tipo? Para eles, podemos todos ser uns tapados.

ESCALA
Diante do relativismo, por que não adotar uma definição de “inteligência planetária”? É o que sugere o astrobiólogo americano David Grinspoon. Assim como há quem veja a biosfera terrestre como um imenso organismo vivo — a famosa hipótese Gaia –, poderíamos avaliar a inteligência de um planeta pela capacidade de seus tutores de gerir seu próprio ambiente.

SER OU NÃO SER?
Por esse critério, a julgar pela sujeira que estamos injetando na atmosfera — a ponto de ameaçar a estabilidade do clima –, a Terra ainda não seria um mundo inteligente. Mas Grinspoon sugere que nosso atual momento possa representar as dores de parto de uma verdadeira inteligência planetária. Será? Veremos o que sai logo mais da Conferência do Clima em Paris.

A coluna “Astronomia” é publicada às segundas-feiras, na Folha Ilustrada.

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Comentários

  1. Cara, interessante essa definição de “o que vem a ser inteligência”! Nós humanos parece que temos inteligência individual, mas não coletivamente, a inteligência individual não está resultando numa inteligência planetária satisfatória. Parecemos um time de futebol cheio de craques, mas com técnico ruim.

    Tem uma definição de inteligência que é “capacidade de formar conceitos abstratos”. Essa capacidade distingue os humanos das outras espécies animais terrestres.

    Mas se formos por uma definição mais ampla, como essa que você coloca no artigo “algo que os humanos têm e outros animais não”, surge a surpreendente hipótese de existir alguma espécie extraterrestre irracional segundo essa definição, porém capaz de desenvolver tecnologia muito superior à nossa! Por exemplo: sinceramente, não me parece nada racional uma viagem tripulada a outro sistema estelar, logo, se algum dia um objeto voador (ainda não) identificado vir a se identificar, provando origem extraterrestre, se for tripulado, talvez o seja por seres irracionais. Pessoalmente acho possível que alguma civilização envie sonda a outro sistema estelar, mas essa hipótese de ser tripulada, como imaginam os ufólogos, me parece tão irracional quanto impraticável.

    Explicando a hipótese: e se os tais alienígenas, caso existam, tiverem habilidades cognitivas incríveis, capazes até de desenvolver veículos interestelares, mas não tiverem esta ou aquela habilidade que, pela nossa “régua”, seria condição sine qua non da inteligência?

    Um computador, por exemplo, pode fazer num fração de segundo um cálculo complexo, que o melhor matemático do mundo levaria dias para fazê-los só com papel e lápis. Quanto a esta habilidade específica um computador supera um cérebro… Todavia, sem passar nem perto de ser inteligente.

      1. Que decepção! Apesar da superinteressante publicar os livros do Salvador, tem que ficar com um pé atrás que com publicam lá no site…

        1. Veja só, a matéria está boa. E na época em que foi publicada os caras tavam achando mesmo que tinham encontrado evidências das ondas gravitacionais produzidas pela inflação cósmica na radiação de fundo. Quem errou foram os pesquisadores. No fim o que estavam achando que era o sinal da inflação era ruído produzido por poeira na nossa própria galáxia. Da Super, só crítico a metáfora das “rachaduras nas paredes do Universo”; porque nem eram rachaduras, nem o Universo tem paredes…

          1. Salva, aproveitando suas respostas para esse off topic, tenho uma dúvida:
            – A explosão que originou o universo (big bang) gerou uma radiação durante alguns milhares de anos (usando um valor hipotético de 100 milhões de anos). Depois disso essa “luz” ou radiação se apagou. Essa “luz” ou radiação transitou pelo universo durante 13,5 bilhões de anos até que pudéssemos vê-la (por isso sabemos que a idade do universo é de 13,5bi anos). OK.
            No entanto, se olharmos daqui a 100 milhões de anos não “veremos” mais essa radiação?
            Como sabemos que estamos observando a radiação daquele momento (100 milhões de anos) ou algo que ocorreu após aquele período?

            Não sei se consegui me expressar bem. hehe

            Abração.

          2. Ramsés, realmente não entendi. A história, tal qual nós a entendemos, se deu da seguinte maneira.
            Nos primeiros instantes do Universo, tudo estava tão comprimido que as partículas de luz geradas logo trombavam em outra partícula, e isso encerrava seu movimento. É como se a luz estivesse presa em meio à gosma densa do Universo primitivo. Beleza. A expansão seguiu adiante, os quarks foram se juntando em núcleos atômicos, núcleos simples (hidrogênio) começaram a se fundir em núcleos maiores (hélio), como acontece no interior de uma estrela (que, como você pode imaginar, é bem denso, e a luz que sai de lá leva uma cara para conseguir chegar à superfície da estrela). Mas a expansão continuou, o cosmos passou a ser mais diluído, a temperatura baixou, acabamos com 75% de hidrogênio, 25% de hélio e um tico de lítio. E só. Conforme a diluição aumentou, a luz finalmente começou a transitar livremente — o Universo ficou transparente, por assim dizer. Essa “libertação” da luz se deu cerca de 380 mil anos após o Big Bang, e essa exatamente é a luz que vemos na forma da radiação cósmica de fundo. Como essa luz estava presa em toda parte, não importa quanto tempo passe, continuaremos a vê-la, simplesmente vendo os fótons que foram libertados na mesma hora, mas estavam mais distantes de nós nesse momento crucial, 380 mil anos atrás. A diferença é que um fóton que vem de mais longe vai sentir mais o espaço se expandindo enquanto ele viaja, de forma que seu comprimento de onda se estique. Resultado: se a radiação cósmica de fundo, no momento de sua geração, era composta por fótons de alta energia (baixo comprimento de onda), ou seja, raios gama, com 13,8 bilhões de anos de viagem pelo Universo seu comprimento de onda já está tão esticado que ele é observado como micro-ondas de baixa energia. Por isso hoje a radiação cósmica de fundo tem uma temperatura tão baixa, cerca de 3 K. Com o passar de bilhões de anos, essa temperatura vai cair ainda mais, conforme recebemos fótons que foram libertados cada vez mais longe, 380 mil anos após o Big Bang.

            Agora eu é que não sei se me fiz entender. rs

            Abraço!

          3. Minha nossa! A cada resposta sua, fico de queixo caído tamanha a didática!
            “Como essa luz estava presa em toda parte, não importa quanto tempo passe, continuaremos a vê-la…”
            Essa é a resposta para “todas” as minhas dúvidas. Até o próximo devaneio. hehe

            Muito obrigado!

  2. Saudações Salvador!
    Se nesta COP 21 os humanos não chegarem a um acordo sobre o clima, as suas atitudes não vão destruir o Planeta Terra mas sim exterminar a Raça Humana brevemente, em termos cósmicos. Não teremos chances de buscar novos mundos, aí sim, antes que o Sol destrua o nosso Planeta.

    1. O aquecimento global não vai destruir a raça humana, mas colocar tantos problemas (fome, secas, furacões, climas extremos) que vai matar centenas de milhões de pessoas em guerras e desastres.

      Haverá uma regressão na “civilização humana”, mas um grupo menor manterá os conhecimentos científicos e a tecnologia. Se sobreviverem, a civilização se recuperará.

  3. Dado é a informação na sua simplicidade, sem nenhum processamento;

    Informação são dados selecionados e organizados, relacionados a uma grandeza quantitativa ou qualitativa;

    Conhecimento é capacidade de relacionar as informações, e prever seu comportamento em diversas situações;

    Inteligência é a capacidade de aplicar o conhecimento para alcançar um resultado.

    Então, como os dados são a matéria prima da inteligência, concluo que quanto mais dados coletarmos mais inteligente poderemos ser.

    1. É um raciocínio lógico e coerente. Porém, conheço várias pessoas (instruídas), que apesar de coletarem uma quantidade enorme de dados sobre determinado assunto, não conseguem realizar um trabalho, minimamente, inteligente.

    2. Acho que sua conclusão está errada. Os dados não aumentam nossa inteligência, ou ela existe, ou não existe.

  4. Se a espécie humana não entrar em extinção por intermédio de guerras nucleares, ou pela destruição do planeta, ou por algum evento cósmico de grande magnitude, fico imaginando como será a evolução intelectual da humanidade.

    Estudos cientificos dizem que a inteligência se expressa pelo estimulo do ambiente, porém sob controle da carga genética. Alguns pesquisadores dão maior importância a carga genética, outros mais aos estímulos do ambiente, porém todos entendem que a genética tem uma participação expressiva na inteligência das pessoas.
    Adicionando a esse fato, a tendência natural das pessoas inteligentes procurarem seus pares em outras pessoas inteligentes, e a tendência a uma menor taxa de natalidade entre pessoas de QI mais elevado, logo podemos concluir que a transmissão dessa característica genética, no caso a inteligência, não encontra facilidade natural para se expandir entre as gerações.

    Levando em conta que as pessoas com menor inteligência tendem a gerar mais descendentes, e com isso, transmitindo sua carga genética a próxima geração de forma muito mais eficiente e em maior numero, me faz pensar que se a humanidade já não atingiu a o pico da evolução, está bem próximo disso.
    Sei que outros fatores como as mutações ou engenharias genéticas podem contribuir para continuarmos evoluindo, porém as mudanças ambientais que sempre foram um eficiente método de seleção, não tem mais a mesma eficiência atual, devido a grande capacidade tecnológica que a humanidade desenvolveu para sobreviver em condições adversas.

    Se na era da pedra polida, ou antes disso, a seleção natural privilegiou os descendentes mais inteligentes da espécie humana, aqueles capazes de sobreviver sob adversidades naturais… hoje em dia isso não acontece com a mesma eficiência. Neste ponto, o ponto de inflexão ou o cume da curva da evolução da inteligência humana tem, pelo menos para mim, demonstrado estar no limite.

    Se a humanidade não for capaz de produzir conhecimentos ou tecnologias com o nível atual de inteligência que já possuimos, não vejo como será feito de outra forma, mesmo passando milhões de anos adiante. Só a biotecnologia pode garantir que a humanidade continue evoluindo intelectualmente, pois se depender da natureza, acho pouco provável que isso ocorra.

    1. É uma pena mais é a realidade o que você falou, principalmente no brasil porem se repete em outros países, aqui uma pessoa pobre geralmente com baixo “QI” recebe apoio financeiro para criar o filho ou melhor quantos filhos tiver, já uma pessoa com mais inteligencia sabe que vai ter que arcar com as despesas de ter um filho, e pensa umas 4 vezes antes de ter um,
      e esse filho de pessoas inteligentes é incentivado a estudar e se formar em uma profissão que de dinheiro, e nunca numa área para desenvolver o saber,
      não sei como estamos ainda a criar e desenvolver coisas e pensamentos, é preocupante.

    2. Milton, concordo em parte com o que você escreveu, como disse creio que as forças evolucionárias agora estão em nossas mãos, já que o meio ambiente não irá mais selecionar a passagem dos genes que favorecem uma maior inteligencia.

      Assim poderemos intervir na evolução da nossa própria espécie, adicionando diretamente as mutações que meio ambiente não selecionou, dando um passo além na nossa evolução.

      Enquanto isso não ocorre, penso que a inteligência humana como um todo, no entanto já está balizada, mesmo que surjam alguns gênios aqui ou acolá. O cérebro humano é praticamente o mesmo há uns 200.000 anos.

      Contudo, o homem não é só produto da genética, é também produto do seu meio. Se o cidadão tem condições de exercitar a sua inteligência, se ele recebe estímulos ainda na infância, o seu cérebro tenderá a fazer mais conexões, seu potencial é ampliado. Se a mente não for exercitada adequadamente ela não se desenvolverá.

      Então discordo do argumento de pessoas pobres, tendem a ser potencialmente menos inteligentes e, portanto, geram pessoas com menor inteligência ou que a sociedade desigual de hoje, atua no sentido de selecionar os genes que não favorecem a inteligência.

      O potencial da inteligência humana é grande, o que ocorre é que muitas pessoas não tem condições de explorar todo o seu potencial, nascem em países pobres e por isso não recebem educação necessária quando crianças, tem problemas familiares, passam fome, são obrigadas a trabalhar desde cedo, além de diversos outro fatores sócio-econômicos.

      Os genes que nos tornam humanos, que nos concede a inteligência está presente em toda a humanidade, em qualquer pais ou nação, em todos os cidadãos, de qualquer classe social, de qualquer nível de escolaridade.

      Pensar o contrário é dizer que os africanos ou mesmo que os brasileiros de classes menos favorecidas são geneticamente inferiores na questão intelectual. Essa ideia, no entanto, é temerária e perigosa, pois pode levar a noção errônea de superioridade de determinados tipos humanos.

      Como disse, o meio é que favorece o estímulo para que mentes brilhantes se desenvolvam. A inteligência da espécie humana já está balizada há uns 200.000 anos, a diferença é que países desenvolvidos estimulam as mentes dos seus jovens.

      Quando se valoriza o potencial humano por meio de um sistema de educacional de qualidade, o nível de QI da população amentará como um todo e para isso acontecer, nem é preciso induzir mutações genéticas. hehe

      1. Exatamente o que eu ia escrever. Não são os mais inteligentes que estão evitando uma prole numerosa, mas os melhor informados. Os pobres precisam receber mais educação e melhor informação.

        As religiões são outra fonte de desinformação e erro, ao incentivar a procriação e não se pode dizer que seus líderes e seguidores não sejam inteligentes.

    3. Pense assim, se Einstein tivesse crescido numa tribo na África ele não receberia a educação que recebeu, nunca ouviria falar de Newton, Maxwell, etc.

      Ele teria uma expectativa de vida curta pois não teria acesso a um sistema de saúde, a não ser o curandeiro da sua própria tribo. Mas em compensação casaria jovem e teria um prole de filhos e diversas esposas.

      Seus genes que favorecem a inteligência repousariam em seus muitos descendentes, contudo, eles também, muito provavelmente nunca ouvirão falar falar de Newton ou de Maxwell.

      No entanto, nada impede de que este Einstein possa ter tido uma vida feliz como um exímio pastor de ovelhas e mesmo não sendo um gênio da física, ele se sentiria realizado como tipo de vida simples que os seus deuses lhe deram, no meio das montanhas africanas e da sua numerosa família de muitos filhos e esposas carinhosas.

      Quantas mentes brilhantes no mundo não desenvolvem todo o seu potencial em razão do meio em que vivem? Não dá para saber.

      1. Entendi a sua colocação, Victor. Porém não disse que pessoas pobres são menos inteligentes, q que eu disse é que as pessoas menos inteligentes, tendem a ter maior taxa de natalidade.
        Sei que existem pessoas com uma genética privilegiada, mas que não tiveram suas aptidões desenvolvidas, e por consequência disso, acabam também gerando tanto descendentes quantos os com menor QI. Porém, ainda assim é mais fácil a propagação genética de pessoas com menor QI do que aqueles com maior QI.
        Embora muitas pessoas não tenham condições de desenvolver todo o seu potencial de inteligência, porém quando esse potencial é desenvolvido, acabam gerando menos descendentes. Diferentemente do que aconteceria com pessoas de menor QI, que tenham alcançado plenamente suas condições cognitivas.
        Se levar em consideração um cenário ideal, onde toda a humanidade alcance plenamente seu potencial, ainda assim a caracteristica genética ligada a inteligência de certos individios sempre terá menor facilidade de propagação dos seus genes, em relação aqueles com menor inteligencia.

        1. As mutações são aleatórias para o bem ou para o mal. No entanto, como espécie dominante, mitigamos o poder da seleção natural. O meio não seleciona mais as mutações como antes e elas irão ocorrer naturalmente.

          Algumas mutações que favorecem ou não a inteligência podem surgir por uma “falha” na transcrição de algum gene e podem ser passadas a diante.

          No entanto, penso que a aqui discutida está errada. O planejamento familiar está ligado à educação, escolaridade e questões sociais.

          Em países com um alto nível de IDH, tanto as pessoas mais inteligentes ou menos inteligentes tem em média o mesmo número de filhos, no máximo 1 ou 2.

          Em países mais pobres, com grande mortalidade infantil, os número de filhos tende a ser maior.

          Assim, a inteligência de alguém não necessariamente limita o número de filhos, o número de filhos está intimamente ligado a questões culturais e sociais.

          Ao meu ver a inteligência humana como um todo, já está balizada, mesmo que surjam alguns gênios aqui ou acolá ou pessoas intelectualmente desfavorecidas.

          O cérebro humano é praticamente o mesmo há milhares de anos, não acredito inteligência humana irá decair ou aumentar ao longo das próximas gerações.

          Se ela inteligência da espécie humana tivesse que decair, já teria decaído ao longo da história humana e não vimos isso.

          1. Todavia, pela longa história evolutiva da vida na Terra, acredito que a espécie humana possa sim representar o ápice de um tipo de inteligência animal, biológica, aquela moldada por forças evolutivas. Todavia esse ápice foi alcançado há uns 200.000 anos atrás quando do surgimento do homo sapiens.

            A nossa inteligência é fruto de centenas de milhões de anos de evolução, algo que a vida da Terra experimentou nunca experimentou antes.

            E embora acredite que a nossa inteligência não irá involuir, acredito que já estamos perto do seu limite.

            Mesmo que vivêssemos num mundo ideal aonde as pessoas pudessem explorar todas as suas potencialidades. Mesmo considerando os melhoramentos genéticos que possamos induzir por meio da eugenia.

            A questão que coloco é, o potencial do nosso cérebro biológico ainda será limitado perto do que as máquinas poderão um dia fazer. Especulo que uma nova inteligência artificial superior a humana, poderá surgir num futuro próximo.

            Penso que é inevitável, uma forma de inteligência sucederá outra. E quando cruzarmos esse limite, teremos que conviver com uma nova forma de inteligência, uma nova forma de pensar e entender o mundo.

            Quando uma máquina for inteligente será independente de nós e a sua inteligência crescerá em progressão geométrica.

          2. Um estudo recente mostrou que altura e inteligência têm sido favorecidas pela seleção natural ainda hoje. Então, o ser humano continua em evolução, e a tendência é que no futuro acabe mais inteligente do que é hoje.

          3. Excelente analise, Victor. Analisando esses parâmetros, é bem provável que esteja certo.

            Quanto a esse estudo, Salvador, é complicado quantificar as vantagens de ser mais alto na evolução humana. Há inumeros exemplos de pessoas com baixa estatura com grande poder de liderança, como o Napoleão ou mesmo o Putin. É capaz que a estatura tenha influência na questão da atitude. Talvez pessoas mais altas sintam-se mais seguras para se expressar do que aqueles mais baixos, e ai entraria o fator seleção natural.

            As vezes pensamos que tudo sempre tem que trilhar um caminho evolutivo constante, e que a humanidade, consequentemente, também trilhará um caminho constante na evolução da sua inteligência. Porém, isso está longe de ser verdade.

            Veja o exemplo da libélula, existem fósseis da espécie com milhões de anos, e até hoje ela é exatamente igual. A impressão que dá é que a espécie atingiu seu ápice evolutivo, sendo capaz de evitar a interferência da seleção natural sobre o rumo da espécie.
            Outras espécies evoluiram regredindo nas caracteristicas físicas, como por exemplo as verminoses que se instalam no intestino humano. Embora incapaz de se defender, é perfeitamente adaptado para viver como um parasita.

            É dificil usar parametros para avaliar se a espécie humana vai estacionar, progredir ou regredir. Tudo depende de uma infinidade de fatores, conforme os pontos abordados na nossa discussão. Mas a discussão foi bastante interessante.

          4. Desde que continuem se instruindo, como fazem os freqüentadores deste blog!
            Por favor, não entrem na piscina! kkkk

          5. Milton, altura depende muito da alimentação na infância, não é só questão genética (mas a inclui, claro).

    4. Acho bem interessante esse tipo de exercício mental. Também tenho a impressão de que um próximo avanço significativo da inteligência humana deverá necessariamente passar por alguma forma de engenharia genética.

      As vezes eu fico pensando como que o surgimento da vida, a evolução das espécies, a origem da espécie humana e das civilizações – a raiz de tudo isso é a capacidade de se armazenar e transmitir informação. Talvez possamos dizer que a origem da vida se deu com a criação das primeiras moléculas complexas de RNA ou DNA, que nada mais é do que uma forma de se guardar informação e a capacidade de reproduzi-la. A partir disso, deu-se início a toda a evolução da vida até a espécie humana. A inteligência humana da forma como conhecemos, talvez, só foi possível se desenvolver quando as espécies começaram a possuir mecanismo de armazenar e transmitir informação (memória, fala, desenhos) mais elaborados. Da mesma forma, não é a toa que um dos marcos utilizados para definir o início da civilização seja a escrita.

      1. Só espero que isso aconteça antes da IA (inteligência artificial). Pois no ritmo que a IA tem se desenvolvido, não demorará para ela ultrapassar as capacidades humanas. E se isso acontecer, deixaremos de ser a espécie subjugadora para se tornar a espécie subjulgada. rsrs

  5. O post vai bem até o terceiro parágrafo. A partir daí começam as insanidades. O simples fato de se imaginar em “uma civilização nascida num planeta distante…” já mostra um imenso grau de arbitrariedade. Além disso, não é necessária nenhuma “hipótese Gaia” para se saber como é importante ter uma boa relação com o meio ambiente. Finalmente, muito mais provável e verossímil é a “rare earth hypothesis” que confirma o que eu tenho dito aqui nesse blog há anos: nosso querido planeta Terra é um mundo excepcional, que precisa ser muito bem cuidado.

    1. 1- A maioria massiva de frequentadores deste blog concorda com você (eu inclusive) no fato que que nosso planeta é raro, excepcional e precisa ser muito bem cuidado.

      2- A mesma maioria acredita que, devida à extensão do universo com seus trilhões de sistemas semelhantes ao sistema solar, seria improvável não existir quaisquer condições de suporte à vida em alguns deles.

      Quero dizer com isso que: Pode ser que só haja vida no planeta terra? Sim, pode, mas é improvável. Na verdade, o mais provável é que até hoje só não conseguimos encontrar quaisquer formas de vida extraterrestres devida à nossa miopia (falta de tecnologia e estrutura) para enxergá-las. Precisaremos de alguns anos, décadas talvez, mas esse grau de miopia vai continuamente ser reduzido, e com um menor grau, mais longe enxergaremos.

      1. Bruno, eu concordo que nosso planeta precisa ser bem cuidado. No contexto do Sistema Solar, ele é bem especial e não tem semelhante. Como não temos acesso a voo interestelar, é o melhor que fica para nós.

        Contudo, acho cedo para dizer que a Terra é incomum num contexto mais amplo. Até agora, sabemos que planetas do tamanho da Terra são comuns, que a composição de núcleo de ferro e manto de silicatos é comum, que água é extremamente abundante no Universo e que planetas com o nível certo de radiação para preservar água em estado líquido também são abundantes.

        Ainda não sabemos se a evolução desses astros conduz a ambientes tão amigáveis quanto o da Terra, mas saberemos num horizonte relativamente próximo. Aí poderemos testar o quanto a Terra é ou não rara num contexto galáctico.

        1. Sim Salvador, é o que quis dizer com miopia…

          Já enxergamos os planetas que se assemelham com a terra, mas ainda não enxergamos seus detalhes, seus mecanismos e fatores intrínsecos, que podem favorecer ou não o surgimento de formas de vida.

          1. Exato! Mas logo teremos uma ótima noção disso! O cerco está se fechando — a origem da vida vamos matar em Marte, Encélado e Europa. E a habitabilidade vamos investigar com a espectroscopia dos exoplanetas. As próximas décadas serão incríveis.

          2. Marte é um planeta morto. Além disso, a Terra é especial para MUITO além do sistema Solar. Os exoplanetas considerados “habitáveis” estão a milhares de anos-luz de distância. Menos delírio, por favor…

          3. Na verdade, o planeta habitável mais próximo está a menos de 25 anos-luz de distância, segundo as estatísticas.

          4. Bruno, como seria um ser que não respirasse oxigênio, não tivesse sangue, que não se alimentasse de frutas, legumes, carnes, etc., provavelmente não bebesse água, cerveja, etc., não praticasse, ou tivesse sexo, não tivesse um esqueleto: bizarro. E tivesse a vida, que vida, voltada para encapsular estrelas e passear pelo Universo ensinando (o que?) os povos menos desenvolvidos.

          5. Apolinário, você é um matemático, então confia nos métodos estatísticos… Use-os para ver se existe ou não probabilidade de vida fora da Terra.

            Numa amostra de trilhões de trilhões de trilhões de sistemas estelares, a Terra é única? Por favor…

          6. Oswaldo, não sei se entendi o seu comentário, mas não acredito que existam espécies encapsulando estrelas e passeando a esmo pelo universo e, principalmente, repudiando outras espécies sexuadas e que bebem cerveja.

            Analisando por outro enfoque: Não seria possível termos uns “camarõezinhos” nadando despretensiosamente por aí em algum oceano desses planetas que, como já é sabido, são parecidos com a Terra?

            Daqui, certamente não os enxergaríamos, ainda.

  6. Não sou fã do aquecimento global e considero que ele vai causar sérios problemas de controle de temperatura, mas se pensarmos a muito longo prazo a quantidade de CO2 que estamos injetando da biosfera a fara durar muito mais que na quantidade anterior a revolução industrial. A vida estava retirando CO2 da atmosfera acima da quantidade reposta por vulcões.

  7. Salvador,
    Boa tarde
    “Tudo o que nós somos, que nos distingue dos chipanzés emerge da diferença de 1% no DNA.
    Somos 1% diferentes dos chipanzés e construímos o telescópio Hubble (… pousamos na Lua… e etc…)
    Imaginemos uma outra forma de vida que seja 1% diferente de nós.
    O que seríamos nós em relação a “eles” ???”
    (Neil deGrasse Tyson)
    Finalizo usando uma frase extraída do teu livro:
    ” Acho que o sinal mais garantido de que existe
    vida inteligente lá fora no Universo é que até agora
    ninguém tentou nos contatar.”
    (Bill Watterson)
    Livro Extraterrestre – página 143
    Eu acredito….
    É só uma questão de tempo…talvez muito mais tempo dos que gostaríamos.
    Obrigado e parabéns pelo teu trabalho.
    Saudações

  8. Salvador, outro dia eu estava pensando nessas coisas e fiz as seguintes considerações a respeito da inteligência humana, então gostaria de compartilhar aqui o meu pensamento.

    A nossa inteligência é fruto de centenas de milhões de anos de evolução, algo que a vida da Terra nunca experimentou antes pelo que sabemos.

    Se ao longo de todas essas eras que, repisa-se, se estendeu-se por centenas de milhões de anos, a evolução da vida um único ser pensamente, é possível concluir que, talvez, podemos ser o ápice desse tipo de inteligência, isto é, inteligência moldada apenas pela evolução e por processos biológicos.

    A humanidade há muito venceu as pressões do meio ambiente que moldaram da nossa espécie, a inteligência foi o nosso fato de sobrevivência, permitiu que nos adaptássemos às intempéries do meio.

    Assim, nos tornamos inteligentes o bastante para sermos a espécie dominante no planeta.

    O único predador do homem é o próprio homem. O dramaturgo romano Tito Marcio Plauto (254-184) sintetizou muito bem esse raciocínio em sua obra celebre frase “Lupus est homo homini” O homem é lobo do homem.

    Creio que as forças evolucionárias agora estão em nossas mãos. Observando os avanços da genética, penso que em breve seremos capazes de produzir seres humanos mais capazes e inteligentes, selecionando os genes certos.

    Logo poderemos intervir na evolução da nossa espécie, produzindo diretamente mutações que meio ambiente não selecionou, dando um passo além na evolução da nossa espécie.

    No entanto, não me parece ético ou mesmo correto submeter seres humanos a este tipo de experiência e eugênia, muito embora o prêmio seja tentador. Mas o desafios e a necessidade de irmos além do que a evolução nos programou nos empurre nesta direção.

    Outro caminho é fundir nossa inteligência com as máquinas, elas são capazes de computar dados à velocidades que deixa o cérebro humano comendo poeira, mas são incapazes de criar, de inventar ou mesmo raciocinar.

    Mesmo que venhamos dar um upgrade na nossa inteligência, como espécie biológica, acredito que a inteligência humana detenha um limite. E se for ultrapassado talvez nem mais possamos vir a ser considerados humanos.

    Outra forma de inteligência a ser considerada é a que possamos construir. Talvez em breve as maquinas comecem a pensar e quando isso ocorrer, a humanidade terá que lidar com uma nova forma de inteligência.

    Não seria surpreendente o fato de que a inteligência artificial venha a superar os padrões de inteligência humana.

    E se um dia fizermos contanto com alguma forma inteligente no cosmos, há grande chances que seja alguma forma de inteligência artificial.

    Ela olhará para nós e nos verá como seus antigos criadores, seres biológicos, inventivos, porém, racionalmente ilimitados.

    Talvez o nosso legado seja maior do que a nossa espécie, a criação de uma inteligência artificial que porá se lançar para além do sistema solar, quando nossa planeta se tornar inabitável.

    Poderiam as máquinas compartilhar os melhores valores da nossa espécie? Elas herdariam o melhor ou o pior da humanidade. Tendo a ser otimistas, uma inteligência artificial suprema não seria ignorante e egoísta como nós.

  9. Sou fã de assuntos do espaço, sempre leio blogs e tudo mais a respeito.

    Uma coisa que realmente não entendo: por que ficam sugerindo criar coisas, escalas, etc, sem nem ao menos termos um “peido” de vida SIMPLES (unicelulares, meras cadeias de DNA, RNA, proteínas, etc)?

    É interessante termos isso para o dia que acharmos algo já estar tudo mais ou menos feito. Porém, vamos dizer que no momento que se encontre vida seja tudo tão diferente que qualquer escala que sugiramos não sirva par nada?

    Não entra na minha cabeça isso. A própria definição de Método Científico requer que você baseie suas hipóteses em eventos observados. Esses caras só estão chutando coisas!

    1. Victor, a ideia independente da existência de inteligência extraterrestre. Ela só mostra que temos uma visão enviesada do que é inteligência, enviesada por nosso próprio nível de inteligência. (E está claro hoje pelos estudos com animais que inteligência é uma questão de gradação, não de ter ou não ter.)

  10. Minerar asteróides é mais uma sandice da falta de inteligência planetária. Não basta transformar a Terra num grande depósito de lixo, agora queremos transformar o espaço também… Não entendo as pessoas que defendem essa ideia, ainda mais, uma exploração via empresas privadas… Para onde vai esse mineral todo explorado no espaço? Para a Terra, óbvio! Com mais minerais teremos mais máquinas, equipamentos, mais lixo… Para onde vai esse lixo? Para o espaço…

    1. Davi, acho que, se a humanidade vai colonizar algum outro lugar do Sistema Solar (o que é indispensável à sobrevivência a longo prazo), terá de explorar recursos naturais no espaço. De início, fato, a exploração servirá para atender à demanda da própria Terra. Mas depois de algum tempo é o que irá viabilizar a sustentabilidade de colônias fora do nosso planeta.

        1. Como você consegue ao mesmo tempo ser tão ofensivo, ultrajante e insolente em seus comentários?

          Desde o momento em que nos propomos a estudar, frequentar um curso superior, escrever trabalhos de formatura, teses de mestrado e doutorado, papers, artigos… estamos contribuindo com a ciência (seja esta uma ciência exata, humana ou biológica, variando com a especialidade de cada um), além de estarmos agregando conhecimento, evoluindo e desenvolvendo a sociedade e a nós mesmos.

          No significado cru da palavra, todas estas pessoas são cientistas, assim como quem se propõe a divulgar a ciência, afinal, conhecimento sem divulgação não tem utilidade.

          Chamar um dos maiores divulgadores da ciência aeroespacial no Brasil de pseudo-cientista é ser, no mínimo, tacanho, ignorante e obtuso. Assim como o é fazê-lo com qualquer pessoa cujo trabalho seja produzir e/ou divulgar conhecimento. E por mais que você não concorde com o que está sendo divulgado (ou queira simplesmente chamar atenção, como qualquer criança mimada sabe bem fazer), exige-se apenas respeito.

          1. Divulgador não é cientista. Divulgador pega ou tenta pegar o impalpável e tenta transformar em palpável.

          2. Oswaldo, visto que respondeu meu comentário com educação, vou treplicar da mesma forma:

            Para mim, existe ciência em criar o blog mais visitado e mais comentado de um portal de notícias grande como a FSP, e existe ciência na elaboração de textos tão instigantes como os que encontramos aqui.

            Ainda assim, como o Salvador não está de jaleco branco trancafiado em um laboratório hi-tech, entendo a falta de associação com a imagem do “cientista”, mas, para tal, reitero que, tão importante quanto desenvolver a ciência é divulgá-la, fazê-la alcançar os cantos mais distantes.

            Se você ainda não quiser chamar o Salvador de cientista, não tem problema. Na verdade, o problema é usar a palavra PSEUDO, pois com ela você quer dizer que a pessoa está propositalmente tentando se passar por uma coisa que ela não é, ou seja, que ela é uma charlatã, uma enganadora. Isso é desrespeitoso.

          3. Não só é desrespeitoso, como é falso.

            Pseudo-ciência é aquela que usa parcialmente métodos científicos e tira conclusões sem confirmação. Ela associa alhos com bugalhos sem correlação real.

            Bio-ritmo usa a matemática e uma semelhança com os ciclos naturais biológicos para concluir o futuro das pessoas. Astrologia usa a astronomia para determinar o temperamento das pessoas e prever o futuro.

            Divulgação científica é uma área das ciências humanas que visa captar os conceitos obtidos pelos cientistas e informar aos leigos o progresso nesses conhecimentos. Não há nada de pseudo nessa área.

            Divulgadores são tradutores das insípidas formulações científicas para linguagem coloquial, entendível por nós, leigos.

            Podemos fazer o paralelo com o “divulgador religioso”, que o sacerdote, aquele preparado para traduzir ao homem comum as palavras dos deuses, com a diferença que o divulgador científico deseja apenas esclarecer, o sacerdote quer dominar.

            E o Salvador Nogueira é o divulgador científico mais prolífico do Brasil, ouso dizer o melhor deles, sem demérito para outros.

      1. Pseudo no caso concreto é um referencial mais ao caminho, a meu ver, fantasioso e carecedor de verdades insofismáveis do que da atividade profissional, que sem dúvidas, admiro. Para seu entendimento, minhas contestações são sempre com relação ao entusiasmo latente não com a pessoa.

        1. Oswaldo,

          Em se falando de pseudo, você é um pseudo intelectual (cadê sua contribuição para a ciência? Coloque o link aqui!). E também um pseudo cristão (cadê o amor e o respeito ao próximo e às suas convicções?). No fundo você mesmo sabe o que és: uma fraude, que rosna como um cão covarde àqueles que opõe-se à sua limitada visão de mundo, talvez contrapondo as humilhações diárias que sua vida ordinária impõe a ti. Vive à procura de alguém a quem você possa descarregar sua pseudo superioridade, já que na vida real provavelmente seja muitas vezes ridicularizado e sinta e se perceba inferior aos que te circundam. Te alerto que esse caminho é triste, medíocre e angustiante (eu sei porque já trilhei). Tomara que ao se olhar no espelho a partir de agora, não tente mais se enganar e tentar parecer mais do que você é, mais do que qualquer um de nós é: simples poeira de estrelas.

  11. Concordo. Estamos em uma fase de amadurecimento dos direitos humanos, desenvolvidos a partir da revolução francesa. Até 1945, era um pega para capar danado, mesmo entre as potências mais “civilizadas”, coisa que hoje só E.I, e grande parte dos subdesenvolvidos teima em manter no mundo. A consciência global tá pegando, principalmente porque o mundo tá cada vez mais apertado. Daqui pra frente cada vez mais vamos perceber que só temos esse mundo, vamos ficar nele ainda um bom tempo e ele tá uma caca, que precisa ser limpa. Felizmente, a padronização cultural conflui pra isso, pois é guiada por quem já “dominou” o pedaço e amansou a selvageria suficientemente pelo menos pra guiar o mundo pro mesmo futuro. A tendência do pensamento humano é a paz geral e a expansão, com a conquista da segunda casa, no Cosmos, abstraindo os pesares e os fatores aleatórios que podem acabar com tudo. Tem chão pra isso e infelizmente não vamos tar vivo pra ver…

    1. Depende da disponibilidade. Se não contarmos hidreletricidade (há controvérsias sobre quão limpa ela é de fato) e nuclear (mesma coisa), a eólica tende a ser mais barata, contanto que haja vento disponível. Em seguida, vem solar. O Santo Graal, contudo, é fusão nuclear. Mas ainda não temos a tecnologia.

    2. Energia eólica não é eficiente no Brasil. Você pode ver neste site que só temos um pouco de vento no nordeste.
      https://www.windyty.com/?-25.417,-49.250,4

      Hoje, agora, já, a melhor opção para energia limpa e barata seria a nuclear, mas ela não é para amadores e irresponsáveis.

      Resumindo: os caciques lá na França podem assinar o documento que quiserem, ainda vamos continuar queimando petróleo, gás e carvão…

      1. Toda a região litorânea desde o AP até o RN é muito boa para a energia eólica, tanto que alguns parques já estão em construção e muitos outros estão em projeto.

        Imagine quando for possível abastecer os estados do nordeste majoritariamente com energia eólica, principalmente pela escassez hídrica da região? Como o sistema nacional de distribuição é integrado, sem dúvida representaria um grande alívio.

        Observe a linha de tempo no site que você linkou, veja que o vento na região é constante, dia e noiite, perfeito para a geração de energia.

        1. Traetz, a energia eólica ainda tem muitos empecilhos técnicos para superar (não duvido que serão superados), mas um que que não pode ser evitado é que não se pode ter uma geração majoritariamente eólica.
          E a razão disso é simples: não se pode modular a geração eólica de acordo com a carga, como podemos fazer com as hidros e as térmicas. Nessas, podemos “descer mais água” ou “queimar mais combustível” instantaneamente para atender as variações do consumo, mas não podemos mandar “ventar mais”.
          As eólicas, assim como as solares, devem ser utilizadas para compor o sistema, nunca como fonte principal.

          Daí se entende o devaneio da nossa ilustríssima como “estocar o vento”…

          1. Sim, o seu raciocínio está correto. Mas nesse caso, vamos desassociar os termos: majoritário e principal. Não existe constância perfeita nos padrões de ventos, mas vamos fazer uma conta fácil:

            1- Demanda total (picos): 1.000 MWh
            2- Potência eólica instalada “máxima”: 600 MWh
            3- Potência termelétrica instalada: 600 MWh

            Neste exemplo, a fonte termelétrica será considerada a principal, pois é o fornecimento 100% controlável. Porém, em condições de vento favoráveis, a geração eólica pode vir a se tornar a fonte majoritária de energia.

            No site da GE, as turbinas grandes (>3 MW) destinadas a ventos classes III e IV, podem atingir a condição ideal de funcionamento com ventos de 6,0 a 7,5 m/s, como é o caso do modelo 3.4-137.

            Pode-se notar pelo site que você linkou que estes ventos são comuns nas regiões que eu citei nos comentários acima.

            Agora, se vamos analisar esta questão levando em consideração a capacidade e o preparo da nossa classe política, bom, aí vou concordar com você em gênero, número e grau: energia eólica no Brasil é ineficiente (mas a culpa é do Brasil e não dos ventos).

  12. Imagino outra civilização olhando a Terra e enxergando os funkeiros, as discussões idiotas por causa de religião, a destruição do meio ambiente, as guerras sem motivo. Vão chegar a conclusão que aqui também não existe vida inteligente.

  13. E se amanhã aparecer alguém com uma tecnologia barata e limpa, capaz de gerar energia em escala suficiente para zerar a emissão dessa “sujeira” na atmosfera em, digamos, 10 anos, nos tornando capazes até de retirar CO2 da atmosfera?

    Nesse cenário a Terra seria um mundo mais inteligente pelo critério proposto, mas “nós” não teríamos nos tornados mais inteligentes, apenas mais eficientes.

    1. Apesar da definição de que todo ser humano apresenta vários tipos de inteligencias… fica muito difícil combater com os 10% que estão acima de tudo e detendo o poder. Opressores e oprimidos, sempre tivemos os que se diferenciaram de alguma forma, vários revolucionários desde Confúcio.
      Infelizmente em toda aldeia há uma fera, não tenho como escapar. Sou eco-chata. Eles já tem seus planos para fugir.

    2. Será que já não existem descobertas incríveis, mas que abalaria o mercado atual! O Brasil por exemplo, mesmo não sendo exemplo para nada. Depois da descoberta do pré-sal vai querer investir em energia solar e mesmo sendo um país a beira mar, porque não investir em energia eólica e ainda outras formas de captar através das ondas do mar, sem poluição, para gerar energia.
      Incrível, o tempo que fiquei em Angra dos Reis passava com lamparinas e lanternas. Todos os dias, principalmente a noite, não havia um tico de luz!

      1. Primeiro que no Brasil não existe o nível de investimento em pesquisa que existe lá fora. Temos excelentes cientistas, mas com poucos recursos (e que mesmo assim conseguem alguns pequenos milagres). Mas não espere que a próxima descoberta que irá mudar o mundo venha destas bandas.

        Energia eólica no Brasil só vale a pena no nordeste, pero no mucho (dá para ver aqui: https://www.windyty.com/?-25.417,-49.250,4).

        Tecnologia de ondas do mar precisa de uma infraestrutura que inviabilizaria o litoral para qualquer outra coisa, caso quiséssemos que ela fosse significativa (acabaríamos com as praias de vez).

        Por pior que possa parecer, tecnologia revolucionária existe: energia nuclear. Mas considerando que não damos conta nem de uma barragem de lama, não temos maturidade suficiente para utilizar a nuclear como se deve.

    3. O simples fato de criar uma nova tecnologia barata e limpa, que deixe de poluir a atmosfera com o CO2 e que, além disso, tenha a capacidade de retirá-lo, é uma prova cabal de inteligência, pois tudo que é eficiente, é de alguma forma, minimamente, inteligente.

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