Astronomia: As sacadas de ‘Star Wars’

Salvador Nogueira

Com a estreia do novo filme, vale a pena darmos um mergulho na ciência astronômica de “Star Wars”

Pã-pã, pã, pã-pã-rã-pã! Pã-pã, pã-pã-pã-pã-pã-pã! (Crédito: Lucasfilm)
Pã-pã, pã, pã-pã-rã-pã! Pã-pã, pã-pã-pã-pã-pã-pã! (Crédito: Lucasfilm)

O DESPERTAR
O novo filme de “Star Wars” está chegando aos cinemas nesta semana, e orgasmos nerds se espalham por toda a galáxia. Mas muitos questionam se a série criada por George Lucas merece mesmo ser elencada como ficção científica ou é meramente uma obra de fantasia.

MITOLOGIA E CIÊNCIA
Embora seu próprio criador a descreva mais em termos de seus aspectos mitológicos do que com base nos elementos científicos, é notável como “Star Wars” fez bonito na astronomia até agora.

ENTRE ESTRELAS E PLANETAS
A galáxia muito distante da ficção é muito parecida com a nossa própria Via Láctea, uma espiral com pouco mais de 100 mil anos-luz de diâmetro. Mas onde George Lucas mostrou presciência mesmo foi na representação dos mundos habitáveis que existem nela.

DOIS SÓIS
Tatooine, planeta de origem de Luke Skywalker, é um mundo com dois sóis — algo tido pelos astrônomos como inverossímil em 1977, quando o primeiro filme chegou aos cinemas. Contudo, descobertas feitas quase quatro décadas depois pelo telescópio espacial Kepler, da Nasa, revelaram que esses mundos na verdade são comuns. Talvez haja até mais Tatooines que Terras lá fora!

AS LUAS HABITÁVEIS
Em “Star Wars”, também vemos luas habitáveis de grande porte, como Endor, o lar dos ewoks. Na época, ninguém sabia que planetas gigantes — normalmente prolíficos em luas de grande porte — podiam ocupar a zona habitável de suas estrelas. Hoje, sabemos que há casos assim, e não se descarta que existam em torno desses planetas satélites naturais capazes de abrigar vida na superfície.

QUE A FORÇA ESTEJA COM VOCÊ
Por isso, quando você sair do cinema e achar que um ou outro elemento astronômico do novo filme forçou a barra, cuidado! “Star Wars” já cansou de provar que o impossível de hoje é o provável de amanhã.

A coluna “Astronomia” é publicada às segundas-feiras, na Folha Ilustrada.

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Comentários

  1. Layout novo! Estranho. Prefiro o Disqus. As respostas para os comentários ficam com as letras menores a cada replica, parece até o prólogo de Star Wars ao contrário. Foi de propósito?

  2. Salvador,
    Tem como pedir para o grupo da Folha colocar uma caixa contendo a relação das últimas publicações?
    Hoje existe 3 caixas: Busca, Mais acessadas e Categoria.
    Sugiro colocar mais uma: As últimas

    Nem todo mundo vai sacar que tem de clicar no título Mensageiro Sideral para acessar as últimas publicações.

    1. É legal mesmo. Tenho certeza de que eles vão aperfeiçoar esse troço ainda. Entrou ontem! 🙂

  3. Star Wars, na minha opinião é um dos melhores filmes já produzidos, todos, sem dúvida!
    Desde as letrinhas subindo no começo, trilha sonora e a história… fantástico! Espero que o novo faça jus aos anteriores!
    Um abraço Salvador!!

  4. Desde pequeno na verdade os erros científicos de Star Wars sempre me irritaram… a cena em que eles adentram um asteroide e saem da nave com uma mera máscara de oxigênio e sob gravidade normal… e saem perseguidos por uma minhoca gigante! O barulho no vácuo, explosões com fogo no espaço. Aliás não aparece um único traje espacial na série.

  5. Salvador, tentei assistir a saga pela 3ª vez com a aproximação do lançamento do episódio 7. Mais uma vez fui tomado pela sonolência profunda na maioria dos episódios. Pode parecer um sacrilégio trazer um comentário negativo para a saga Star Wars, mas eu sinceramente acho a dinâmica do enredo ruim. Ok, o primeiro filme da década de 70 foi produzido com orçamento limitado e atores desconhecidos, isso tudo agente entende, foi, contudo, um marco em ideias inovadoras tanto em efeitos especiais quanto em conceitos, mas a dinâmica é de matar.

  6. Mas Salvador, não teria sido um pecado mortal da ficção do filme aquela viagem intergalática (não me lembro se no final do primeiro ou segundo, não sou tão grande fã…), de modo que nossos heróis aparecem contemplando uma galáxia. Pra se ter uma visão daquelas eles necessariamente deveriam estar viajando no imenso espaço vázio entre as galáxias ou estou errado? E pelas minhas contas simplórias nem mesmo próximos à velocidade da luz seria possível viajar por esses lugares tão distantes ou estou errado? Aliás, algum fã mais nerd poderia me explicar o que eles faziam ali…

    1. Jorge, claro que estamos falando de ficção, mas há uma lógica interna. (Toda ficção com voo interestelar mais rápido que a luz vai precisar de um truque desse tipo.) A ideia é que existam corredores no hiperespaço (uma dimensão fora das quatro que conhecemos) que sirvam como atalhos entre diversas partes da galáxia e, neste caso, para fora dela. Uma vez que uma nave salta para o hiperespaço em Star Wars, ela está livre da barreira da velocidade da luz, mas tem de fazer rotas que façam uso desses “corredores”, sempre tomando o cuidado de calcular o percurso de forma a não colidir com nada na saída do hiperespaço.

      Trata-se de algo mais fantasioso do que a dobra espacial, de Star Trek, mas, de novo, contanto que os roteiristas respeitem a lógica interna, não me incomoda.

    2. Na verdade todas as viagens interplanetárias em Star Wars são mais rápidas que a luz, pois praticamente todas são interestelares. O mesmo vale para a comunicação que é instantânea, não importando a distancia.
      De alguma forma desenvolveram uma tecnologia que o limite da velocidade da luz deixa de ser um problema e violar essa lei é tão trivial quanto andar de bicicleta anti-gravitacional… opa, essa tecnologia tb é muito trivial.
      Enfim, a explicação é essa: eles possuem uma tecnologia muito avançada, muito alem da nossa. O que para nós é “mágica” para eles é ciência.
      É só pegar a pipoca e curtir 😉

      1. Star Wars viola todas as leis da física que conhecemos. Se as leis da física fossem tipificadas em um código penal, George Lucas seria condenado à prisão perpétua e a chave seria jogada fora. 😛

        Uma crítica rotineira é de que o som não se propaga no vácuo haha. Vai ver não existe o vácuo em Star Wars, o espaço estelar é preciso com algum tipo de sustância ou partículas subatômicas que propagam o som, substância que é altamente inflamável.

        Por que outra razão as naves explodem no vazio do espaço, como se houvesse oxigênio para alimentar as chamas?

        As gravidade artificial, é uma tecnologia interessante, funciona mesmo com a nave em frangalhos com todos os sistemas em colapso. Tudo pode falhar, mas a gravidade artificial de uma nave sempre estará lá. Ou seja, uma vez ligada não pode ser desligada.

        Os sabres de luz são outra tecnologia interessante. Eles fazem a luz ter um comportamento anômalo. A luz de um sabre se comporta como um material sólido superaquecido, altamente energético e denso. Estranhamente, toma a forma de raio de luz estável e compacto que se propaga em linha reta, mas somente até alguns poucos centímetros acima da sua fonte original e subtamente para de se propagar, como se houvesse um campo de força gravitacional, semelhante a um buraco negro atuando ali. Seriam sabres de luz pequenos buracos negros? Mas algo assim não existe no nosso universo.

        Tais discrepâncias me leva a formular a hipótese de que Star Wars além de se passar numa galáxia muito distante, na verdade, se passa num outro universo que diferente do nosso, universo esse permeado com outras leis da física, aonde as partículas e a matéria atuam de forma diferente.

        A sinopse de Star Wars então deveria ser assim:

        A muito tempo atrás, num universo bolha muito distante… Hahaha

        1. Você exagera. Som no espaço é uma licença artística. Praticamente todos os filmes futuristas de ficção abusam de gravidade artificial. Sabres de luz são tochas de plasma (e, admito, são a mais improvável das tecnologias de Star Wars).

          O lance é que todo mundo olha pra isso e ignora onde Star Wars acertou. Astronomia presciente, biologia mais honesta (lançando mão de colonização para espalhar humanos pela galáxia, em vez de pressupor um bizarro desenvolvimento paralelo; alienígenas mais variados), medicina igualmente presciente (próteses robóticas, robôs cirurgiões).

          1. A verdade é que, com um orçamento maior, é mais fácil exagerar nas próteses e criar alienígenas menos “humanos”.

            Com um orçamento de onze milhões de dólares e gente criativa por de traz das artes conceituais, eles decidiram acertadamente tornar esse universo o mais fantástico e diversificado possível.

            As escolhas artísticas de Star Wars são de fato muito bem sucedidas e para mim artisticamente tudo é válido, desde que o resultado seja bom.

            No entanto, gosto de fazer um exercício imaginativo, de como, ou do porque essas coisas tão estranhas parecem funcionar e foi isso o que me propus a fazer. E conclusão é

            Alienígenas de formas variadas, robôs, ciborgues, isso os quadrinhos de ficção científica da época há muito já haviam incorporado. George Lucas foi o cara que conseguiu convencer um grande estúdio a financiar um grande filme com esses elementos, não foi, ao meu ver, um visionário.

            Star Wars é entretenimento puro, elevado nonagésima potência, com um pano de fundo espacial. Sempre será um belo espetáculo visual, com uma bela trilha sonora.

          2. *E conclusão é, esse universo de comporta de forma tão diferente que só pode ser outro universo rsrs

    1. Nem eu. Parece que o lado bom é que agora tem versão para celular, e o UOL pode voltar a me chamar. Veremos se compensa. rs

  7. Salvador, mudou o layout do blog? Antes os comentários apareciam dentro de um “quadrado” e aqueles novos que a gente fazia vinham com a observação “aguardando moderação”… Agora vem tudo direto, sem a observação e mais difícil de acompanhar.

    Uso o Chrome, mas tentei no Edge e deu a mesma coisa…

    Sinceramente, antes estava melhor. Ou será que a mudança é no meu browser?

    Não tem mais moderação nos comentários?

    1. Mudou o layout. Estive fora o dia todo, mas mudou sim. No geral, ficou pior. A vantagem é que, dizem, agora tem versão para celular, o que significa que o UOL pode voltar a chamar o material do blog. Veremos.

      1. E a moderação, antes de publicar, ainda existe, não é? Mas não aparece para quem escreveu…

        Tem que ter moderação, senão a vaca vai pro brejo…

        1. Tem moderação. Mas, por incrível que pareça, a única coisa que eu barro é spam. O resto passa como me chega. Salvo uma ou outra raríssima exceção.

          1. Olhei no tablet, lá está razoável, mas no micro está muito ruim. e essa redução no tamanho das letras é horrível, os debates que ocorrem aqui, inclusive com sua participação, acabam ficando ilegíveis. Por favor, peça a eles melhorarem isso…

    2. Eu estava no blog a tarde, tinha acabado de postar um comentário.
      Quando a tela deu refresh apareceu tudo diferente, com essas fontes espremidas. Achei que tinha bugado, apertei o F5 varias vezes e continuava esquisito. Fechei o browser e deixei para lá.
      Agora a noite vi que era uma mudança de fato, não estou achando tão ruim.

    1. Cuidado com o que diz. Quem manda em Hollywood, e nos enlatados americanos, são os judeus, e Deus é judeu. Respeitaê, pô. rs

      1. Não são mais os judeus, agora são grandes corporações, incluindo a Sony e outras, estrangeiras. Não é à toa que a qualidade dos filmes caiu, apesar do show de tecnologia.

    2. Esses fanáticos religiosos do tipo JR sempre decepcionam nos seus argumentos.
      A exemplo dum comentário anterior, em que o JR atribui os movimentos dos planetas à ação de Deus…

      Deus deve ter é se revirado lá nos céus não gostando nada dessa afronta às leis da física…

      Espero que ele não tenha postado esse comentário num “enlatado americano” de chips, no qual a grande maioria dos programas usados também o são hehehe…

    1. Eu também. Mas de uns tempos pra cá, depois que dei uma aprofundada em mitologia, pude fazer uma releitura de Star Wars, e a saga subiu no meu conceito. Mas, admito, ainda prefiro Star Trek.

  8. Salvador,
    Como faço para ver suas publicações anteriores?
    Com esse novo formato não sei como.
    Grato

    1. Clica no nome “Mensageiro Sideral”, no topo, e aí clique individualmente no “Leia mais” da publicação que quiser. Abraço!

  9. Muito legal a nova aparência da página, Parabéns. Realmente, Guerra nas estrelas é uma série fantástica (Já assisti umas cinco vezes – no mínimo – cada capítulo) a exemplo das outras mencionadas. Ficção é melhor que a realidade, como filme, pelo menos para mim.

      1. Não seria um dia ímpar? Daquele que não veremos igual?

        Mas, sim, o Oswaldo foi bastante espirituoso em seu comentário. Mas também teve um tapinha com luva de pelica para aqueles, como ele os chama, aloprados e sonhadores… bem sutil, é verdade, o que não lhe é típico…

        1. Não, em dia ímpar ele é cavalo. Em dia par, é gentil. Isso fora em dia de rodízio de veículo e nos fins de semanas e feriados, que seguem o último número do último sorteio da mega-sena. Hehehe

    1. Wadinho! Você nos surpreende! Permita-me cumprimentá-lo pelo comentário sem críticas, sem apedrejamentos, sem vieses radicais, sem HCl, enfim… um comentário apenas!

  10. Essa semana, na madrugada, na hora da estreia do despertar da força, estarei na fila do cinema como cosplay de Darth Vader e brandindo meu sabre de luz.

    1. Até onde eu sempre soube, “a Força é o que dá ao Jedi seu poder. É um campo de energia criado por todas as coisas vivas. Ele nos cerca e nos penetra; ele mantém a galáxia unida”. 🙂

      Falando sério, acho que o conceito da Força tem inspiração em certas religiões orientais, como o taoísmo, com aquela ideia de yin-yang, a noção de que tudo que existe no Universo é composto por duas forças diametralmente opostas. Daí a ideia de um lado luz e um lado sombrio para a Força.

      1. Salvador
        Não curti muito esse formato, mas se melhorar a audiência do seu blog, ótimo. O que me fascina mesmo é o conteúdo e a credibilidade.

        Gostei de sua avaliação nesse conceito religioso oriental sobre a força, todavia eu particularmente imaginava algo como a matéria escura, que a tudo envolve e que ninguém sente, exceto os privilegiados “jedis” ou “sith”.

        A força não é boa e nem ruim, mas quem a manipula é determina seu uso.
        É só uma concepção, numa tentativa de aproximar meio que toscamente de algo paupável.

  11. Eu realmente o episódio V da saga Star Wars (O Império Contra-Ataca). Este filme, melhor do que qualquer outro da franquia, sedimentou a mitologia dos cavaleiros Jedi, estendeu o nosso conhecimento sobre a misteriosa força, graças aos ensinamentos do mestre Yoda, aprofundando as diferenças entre os siths e jedis.

    Este filme estabeleceu o Darth Vader como grande vilão dos cinemas e cultura pop. Sua personalidade foi muito bem trabalhada neste filme. Os segredos sobre as origens do Anakin Skywalker e Darth Vader, as reviravoltas do roteiro, transformam este filme no melhor filme de toda a franquia. Sem perder de vista o romance entre Hans e Leia.

    No filme anterior, episódio IV, temos uma aventura despretensiosa, envolvendo um improvável herói, uma princesa em perigo, uma aventura. Os personagens ainda são bidimensionais, não há um aprofundamento, não há um conflito interno, no entanto, o carisma dos personagens é inegável.

    Infelizmente, o episódio VI deixou a desejar, trata-se de uma aventura infantiloide com desajeitados “ursinhos carinhosos” munidos com uma tecnologia da idade da pedra que no final das contas salvam o dia, vitória essa bastante inverossímil!

    O roteiro do episódio VI é fraco, mau trabalhado. O fato do Luke e da Leia se descobrirem irmãos soou tão forçado que dá vergonha até aos roteiristas de novela mexicana. Aliás, a redenção do Darth Vader não é nenhum pouco convincente. Em momento nenhum ele demostrou titubear, em momento algum nos outros filmes ele demonstrou humanidade ou compaixão.

    No Episódio V, Darth Vader queria unir forças com o Luke para destruir o imperador, em suas próprias palavras era para que pai e filho pudessem governar juntos a galáxia. Assim, faz sentido o Darth Vader querer aliciar o próprio filho para lado negro, faz sentido ele tramar contra o imperador para usurpar o trono, mas a compaixão dele pelo Luke, não faz sentido. No entanto, lamentavelmente, vemos que o Lord Sith abortou os próprios planos.

    Infelizmente, pouco ou nada vemos daquele estrategista brilhante do filme O Império Contra-ataca. Em o Retorno de Jedi, o Darth Vader é reduzido há um simples pião do imperador e este, por sua vez, invoca para si todas as estratégias ardilosas.

    A redenção do Darth Vader não é nenhum pouco convincente, aliás, como alguém responsável dizimar bilhões de vidas humanas, de destruir um planeta inteiro, pôde encontrar a redenção? Como ele pode redimir de suas monstruosidades só porque praticou um único ato de compaixão?

    Star Wars poderia ter sido a maior franquia do cinema, mas vou deixar esse título com o Senhor dos Anéis. Nem vou comentar aqui os episódios I, II e III porque prefiro esquecê-los.

    Torço para que a Disney nos traga algo melhor do que já foi feito.

    Agora em termos de ficção científica, fico com Jornadas nas Estrelas. 🙂

      1. Realmente, o episódio V é o melhor de toda a Saga, não só pelo feedback do final, mas também pela fotografia, vastidão de cenários, e iluminação que via de regra procuram, acentuar a ideia de escuridão do “strike back” do império em cima dos rebeldes, e mostrar que a luz, embora não se apague no caos, sofre para se manter, e nesse filme não morre, porém não triunfa de jeito algum.
        Por isso é um filme Dark, do começo ao fim e que aprofunda a natureza da força, por metáforas.
        Embora gostei bastante do seu texto, Victor, discordo um pouco do que você disse do episódio VI. Na verdade o G.L queria usar Wookies nesse filme no lugar dos Ewoks, porém não havia como fazer isso naquele tempo. E as fantasias naquele tempo eram as que melhores existiam… Se você projetar a história e trouxer para hoje, vê que quase nenhum filme atual possui criatividade de roteiro desse porte e extraiu tanto suco de tão limitado mundo de desenvolvimento técnico, (só para lembrar demorou muito para alguma coisa chegar perto da cena da batalha espacial final desse filme, incluindo a entrada na Death Star, lembrando que é de 1983, quando não tínhamos nada mais que um Atari por aí).
        Discordo também sobre o Darth Vader ser um personagem raso nesse filme, mas tenho meus motivos, mas não vou me prolongar, se quiser saber fica a dica do nome do episódio VI somado com a densificação da personagem feita na trilogia 2 (isso se o Lucas de fato escreveu tudo do jeito que apareceu na tela antes e não houve pitaco da FOX nessa trilogia… senão tira a trilogia 2 da soma) e de qualquer forma a soma com alguns pontos da primeira trilogia (verdadeiras pistas incontestáveis pelos três primeiros filmes que a) ensejam que parte da história da segunda trilogia de fato estava escrita antes e b) justificam e sugerem explicação para a possibilidade da redenção súbita e a naturalidade com que foi apresentada no VI, inclusive explicando sugestivamente porque Lucas escolheu o Anakin Jovem na versão final para ficar ao lado de Yoda e Obi Wan).
        Quanto a segunda trilogia, de fato a fox cada vez mais peca na ação, já que inunda os filmes com um monte de chavões subliminares que ficam travando a pancadaria. Por isso tá tudo boring, desde x-men a outros filmes que eram para ser mais legais. Star wars perdeu muito com isso também.
        Parabéns pelo texto, by the way.

    1. Para mim todos tem algo de bom, mas em termo de “curtir o filme” e gostar eu colocaria na seguinte ordem:
      V – Fodástico!
      IV – Foda!
      II – Bom demais!
      III – Legal!
      I – Hum… serve.
      VI – Morte aos ursinhos carinhosos!!!

    2. Victor, também acho o episódio VI o mais fraco da primeira trilogia, mas se reparar bem, há momentos em que Vader parece confuso sobre qual lado está.
      Se algum dia tiver tempo, observe o trecho em que Luke se entrega, e conversa com Vader antes de ser apresentado ao imperador. Lord Vader fica o tempo todo bancando o senhor Sith, o malvadão, mas quando os guardas levam Luke e a porta se fecha, a câmera fecha em Vader, que dá um ou dois passos para a frente, e mesmo com a máscara, passa uma sensação de apreensão, desconforto, talvez até dúvida.
      Nesse filme não me lembro de outro momento assim, mas se pegarmos por base as duas trilogias, podemos perceber que Anakin realmente sempre quis derrubar o imperador, primeiramente para governar ao lado de Padmé, depois depois propondo o mesmo a Luke.
      Só pra reforçar, também acho O Retorno de Jedi o mais fraco dos seis filmes. A forma com que Vader mata o imperador é muito tosca. Quando assisti a primeira vez, com 10 anos, já me deu vergonha! huahuahuahuahuahahuahuahua

      Um abraço a todos, e parabéns pelo novo layout Salvador, sei que não gostou, mas eu achei bem bacana! hehe

    3. Concordo 100% com você, Victor! Excelente análise dos episódios. quanto aos episódios 1, 2 e 3, nada sei, nunca assisti, mas irei ao cinema ver o episódio 7, com certeza!

  12. Sou muito fã de Star Wars! Mas sabe porque nesta matéria não existiram muitos exemplos (dois para ser mais exato)? Porque Star Wars não é ficção científica. Não existe ciência na saga. E não é o fato de ser verossímil ou não, é simplesmente porque não há ciência no enredo. É apenas uma fábula. Poderia ter cavalos no lugar de speeders, navios no lugar de naves espaciais, e espadas de aço em vez de sabres de luz. Não mudaria em nada a estória. Star Trek, Matrix, Blade Runner, O Exterminador do Futuro, Planeta dos Macacos, Interstelar e até Jurassic Park tem ciência no enredo, Star Wars só usa a imagem, só o pano de fundo.

    1. Erik, discordo um pouco, e o fato de haver um background técnico obsessivo por trás do universo de Star Wars parece contradizer essa sua noção. É óbvio que a ciência não é protagonista em Star Wars — como não é em filme nenhum aliás. Você citou Jurassic Park, mas se você tira clonagem e dinossauros e coloca Godzillas encontrados na fossa das Marianas, pode fazer o mesmíssimo filme. A ciência é dispensável ali, como em qualquer outro filme. Ela só serve para produzir verossimilhança, mas o que conta é o drama e os personagens.

      Aliás, ficção científica começa a ficar chata quando esquece que é ficção e acha que é ciência. O foco tem que ser nos personagens e nos dramas humanos com os quais nos identificamos. É o que funciona. Se a ciência servir de suporte para o drama, ótimo (e argumento que há mais ciência em Star Wars do que querem admitir alguns). Mas ela não é protagonista, nem mesmo essencial, para nenhuma história.

      1. Obrigado pela resposta Salvador. Reitero que sou fã de Star Wars e, tá bom, forcei um pouco em Jurassic Park. Mas em todos os outros exemplos se vê muito mais conceitos científicos do que em Star Wars. E Repito, não é questão de ser um chato querendo um documentário científico com verossimilhança em cada cena, ou que a ciência seja o ponto central do filme, mas eu simplesmente não enxergo ciência em Star Wars, salvando uma cena ou outra onde a Millenium Falcon ultrapassa a velocidade da luz (o que é indicado apenas por umas estrelinhas se esticando ao fundo) só vejo ciência como alegoria. Em Star Trek eu vejo smartphones, tablets, velocidade de dobra (com indicação de quem criou o primeiro motor desse tipo), viagem no tempo, teletransporte, motor à antimatéria, torpedo de fótons, nanotecnologia, tudo isso e mais um pouco em 1969, e com o foco em dramas humanos (e não humanos hehehe). O que eu vejo em Star Wars? Um planeta com dois sóis? De novo, sou muito fã de Star Wars, só não vejo tanta ciência assim na saga. (Ansioso pelo episódio VII). Grande abraço!

      2. 100% de acordo! Basta ler a vasta série de Isaac Asimov para perceber isso e ele é o maior e melhor escritor de ficção científica do século XX.

        Por exemplo, os robôs de seus contos e livros são especialmente dramáticos em sua condição humano-metálica.

  13. Naturalmente, o autor da película não tinha a menor intenção de parecer verossímil. Tudo o que está ali é fantasia e o objetivo nunca foi fazer com que a saga pudesse se aproximar real. O que existe é uma apropriação indevida de episódios bíblicos, canhestramente adaptados para agradar uma certa audiência.

    De qualquer maneira, isso evidencia (ainda que de maneira involuntária) a grande influência da cultura Cristã em nossa sociedade. Certamente, quando o ser humano for capaz de habitar outros mundos, levará consigo esse maravilhoso patrimônio cultural e espiritual.

    Até os ETs (caso existissem) iriam prestar reverência ao soberbo conteúdo do Evangelho…

    1. Você está parcialmente certo. George Lucas bebeu na fonte da “jornada do herói”, um mito recorrente que aparecem em muitas religiões, inclusive na judaico-cristã. Mas ele mistura inspirações de diversas fontes. Em outro comentário, falando sobre a Força, mencionei que ela não se parece nada com o “Deus” da cultura ocidental, pois não tem pessoalidade, mas lembra mais noções orientais, como o taoísmo, que se baseia no yin-yang, a noção de que tudo se constrói em torno de forças diametralmente opostas, o lado luz e o lado sombrio. Em Star Wars, o equilíbrio da Força é um tema essencial. Nas religiões judaico-cristãs, nada disso — a busca é pela vitória suprema de Deus, e não pelo equilíbrio entre o lado sombrio e o lado luz.

      A jornada de Anakin Skywalker está mais para “A Última Tentação de Cristo” do que para o Evangelho. Note que Anakin sucumbe ao lado sombrio e só ao final se redime. Jesus, a não ser nesse filme que você não deve curtir, jamais sucumbe ao lado sombrio. De certa forma, Anakin é uma versão grosseira do que temos dentro da cada um de nós — por exemplo, ao mesmo tempo que tenho vontade de mandar você catar coquinho, preciso me refrear e responder educadamente. Não nego o primeiro sentimento; meramente o controlo. E Anakin é basicamente um cara que perdeu o controle. Já Jesus não só nunca perdeu o controle, como supostamente jamais sequer teve o lado sombrio sobre si. Ele é uma versão idealizada do humano. Não por acaso ninguém se identifica com Jesus — como personagem, ele não ressoa com o público.

      Agora, engraçada mesmo é a ideia de ETs reverenciando o Evangelho. Adoraria mandar você catequizar os aliens do Independence Day… rs

      1. Caramba Salva!
        Gostei de sua interpretação da pessoa de Jesus, expôs alguns aspectos muito interessantes que poucos relevam.Jesus jamais sucumbe ao lado sombrio, jamais perde o controle, Ele extrapola o humano e se torna o ideal humano.
        Só que ideal humano de Jesus é tão simples e tão pacifico que muitos rejeitam, preferem o complexo, o difícil e a disputa.

    2. Quero lembra-lo que Jesus também teve momentos de fúria, por exemplo, no episódio no qual expulsou os cambistas e vendedores de animais do Templo (Mateus 21:12-13, Marcos 11:15-18, João 2:13-22). Também houve o caso dos fariseus que se recusaram a responder às perguntas de Jesus (Marcos 3:5).

      Mas, como você anda muito temperamental (“plantar coquinho” é uma gíria muito cafona), lembro que eu às vezes também tenho vontade de escrever algo inapropriado no blog, como faz frequentemente aquele seu amigo “Eu”. Principalmente quando seus posts começam a divagar sobre a possibilidade de vida extraterrestre…

      Mas, por outro lado, é com grande prazer (e com uma certa perversidade) que vejo cada um dos argumentos pró-existência de ETs ser derrubado pela força dos fatos. É divertido ver o desespero dos adeptos de tão absurda teoria. Por isso estou sempre por aqui…hehehe

      1. Teve, minha passagem favorita de Jesus é justamente essa em que ele quebra tudo na porta do templo. Foi o único momento em que você tem a chance de ver que Jesus era humano, e paciência, até para ele, tinha limite.

        Sobre meus argumentos sobre ETs, você está confundindo as coisas. Quem vem com a resposta pronta aqui (“não tem e pronto!”) é você. O meu argumento básico é “não sabemos se tem, mas vale a pena procurar com base em tudo que vimos, e em coisa de duas décadas teremos uma noção muito melhor de qual é a resposta”.

        E se o seu lance é ver gente falando de fantasias de ETs, em vez da ciência, você devia abandonar este blog e frequentar os espaços dos ufólogos. 😉

        1. Salva, contenha-se….
          Eu adoro ler as imbecilidades super bem escritas nos comentários do Apo.
          Não o espante daqui, sentiremos falta! Rss

  14. Admito que sou louca por Star Wars! É tão legal que perdoamos o som dos tiros e explosões no espaço, ahhh acabaria com a graça do negócio vai kkkkk

    1. Isso não me incomoda em nada. A Enterprise também faz barulho quando passa pela câmera… 🙂

      1. Os microfones estão do lado de dentro das naves. Simplesmente não teria sentido indivíduos de sociedades tão avançadas cientificamente colocarem microfones do lado de fora das naves.

    2. Um dos seriados de ficção mais alinhados com a a realidade durou uma única mísera temporada. Num futuro distante, colonizamos a galáxia, não existem seres alienígenas e não há o som de tiros ou coisas explodindo no espaço. Vale a pena assistir: “Serenity”

        1. Falando em Galactica, minha dica é ver também Caprica.
          Não é tão “espacial” mas vale muitíssimo a pena.

  15. Apesar de ser um filme de ficção é claro, uma das coisas curiosas que reparei, é em relação a nave. Eles estão no espaço (a uma velocidade absurda) e no entanto tem uma abertura na nave mãe por onde entra e aterriza as outras naves, e a “porta” é aberta, mais isso nada influencia.

    1. Nesse caso, se não me engano, já houve uma explicação de que há uma espécie de campo de força isolando o interior das naves do espaço, mas esse campo permitiria a passagem das naves menores sem ser comprometido.

    2. Deve ser pq eles utilizam um campo de força que impede o ar de escapar para o espaço.
      A ficção é legal por causa disso, tem solução para tudo 😉

    3. Mas é assim mesmo… A Estação Espacial Internacional avança em grande velocidade na sua órbita da Terra e, mesmo sem parar, naves se acoplam a ela, sem problemas.

      Você está se esquecendo do conceito de “velocidade relativa”. Se ambas as naves estão a, digamos, 50 mil km/h, elas têm velocidade relativa de zero… Uma aceleraçãozinha mínima já permite à pequena se aproximar gentilmente da grandona e nela se acoplar, ou, havendo uma abertura, pousar e ser fixada.

  16. Salvador Nogueira, gosto de saber que um cara culto igual a você, que lida com uma coisa tão bacana e séria como astronomia, também é fã de Star Wars. Que a Força esteja com você.

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