Um milagre de Natal para o Philae?
Informações confirmadas pela ESA, a Agência Espacial Europeia, dão conta de que o pequeno Philae, módulo robótico que fez história ao pousar num cometa em 12 de novembro de 2014, pode ter retomado brevemente o contato com a Terra na última segunda-feira (21), por meio da orbitadora Rosetta.
O sinal foi detectado no fim da noite, no centro de controle do Philae em Colônia, na Alemanha — para a surpresa e o encanto dos gerentes da missão. Mas ainda é muito cedo para comemorar. A transmissão durou apenas 10 segundos. Aparentemente, continha pacotes de dados de telemetria, embora nada que fosse “informação usável”, segundo Walter Schmidt, do Intituto Meteorológico Finlandês, que está envolvido com um dos instrumentos do Philae, o SESAME. A essa altura, a ESA não descarta que o sinal seja só interferência, de uma fonte indeterminada.
“Basicamente, sinal nessa frequência só pode ser do transmissor do Philae”, disse Schmidt. “Estamos sendo cautelosos e pesquisando se poderia haver fontes alternativas poderosas o suficiente nesta banda.”
Caso seja confirmado, o contato, por si só, é uma grande notícia. Significa que o Philae sobreviveu bravamente à passagem do cometa Churyumov-Gerasimenko pelo periélio — o ponto de máxima aproximação do Sol — em outubro. Com a quantidade de poeira que é levantada nesses momentos, com o aumento de atividade na superfície do núcleo cometário, poucos esperavam que o pequeno módulo pudesse resistir.
Funcionar mesmo, para valer, o Philae só funcionou nos primeiros três dias após seu histórico pouso. Depois disso, as baterias se esgotaram e não havia luz solar suficiente incidindo em seus painéis para recarregá-las. O robô então entrou em hibernação, e só voltou a funcionar em junho de 2015, com o aumento de proximidade com o Sol. Só que, para aumentar o drama, na ocasião o problema passou a ser outro: com o alto nível de atividade do cometa, a orbitadora Rosetta precisou se afastar da superfície, ficando no limite da distância máxima viável para se comunicar com o Philae.
O resultado foram apenas sessões intermitentes de contato, que sequer conseguiram informar aos cientistas o nível de operacionalidade da sonda. O jeito era a Rosetta se afastar, seguir com sua missão, e só se reaproximar após o periélio, a partir de meados de novembro, conforme a poeira circundante diminuísse. É neste ponto que estamos agora, e lá está o possível contato com o teimoso Philae.
Outra corrida contra o tempo agora está em andamento: a cada dia, o cometa se afasta mais do Sol, e a quantidade de energia para os painéis do Philae diminui. Será que uma sessão de comunicação duradoura poderá ser estabelecida? Será que alguma coisa além do transmissor e do receptor da sonda ainda funciona? Haverá mais ciência a extrair da prolífica missão? A essa altura, só Papai Noel sabe.
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Feliz Ano novo a todos!
Sabemos que o ano terrestre dura 365 dias e seis horas. A cada quatro anos, soma-se mais um dia, como acontecerá neste ano, a fim de evitar a defasagem do começo das estações do ano.
Muitos de nós comemoramos a virada do ano por Brasília,
à Zero Hora do Horário de Verão…
Isso não tem muita importância para a maioria das pessoas.
Mas, em astronomia, tal qual acontece com as estações do ano, sabemos que elas acontecem em datas e horários diferentes a cada ano novo.
Quais seriam a data e hora exatas do ano novo adotadas pelos astrônomos?
Seria legal conhecer esse dado. Excluindo-se os regionalismos, sabemos que a humanidade é uma tribo só.
Fora uns dias e o volto com o blog de visual novo!! rsrsrs ano novo entrando, blog novo! abraço Salvador!
Salva, tomara que ela de uma “luz” neste natal…. ho ho ho… péssimo comentário. ..
Mas, off topic… que tal rolar um post com as top 10 notícias do ano e também as top 10 baboseiras que rolaram pela internet? Seria divertido… abs…
Vou fazer um top 5 de notícias importantes para a próxima coluna na Folha. Mas achei divertida a das top baboseiras. De repente rola um post. Querem sugerir itens para a lista? rs
Boa noite!
Longe de ser uma baboseira, mas eu acharia muito bacana uma matéria sobre os primórdios da exploração espacial moderna.
Algo tipo “Como os americanos/russos previram a ausência de gravidade no espaço? Como isso foi testado e calculado?”
A gente lê por aí, mas sempre fica aquela vontade de sentir como de fato foi a primeira experiência fora dos efeitos mais fortes da gravidade terrestre. “Uau! Por que tudo está flutuando?” Hsshshsshsj
De qualquer forma, mais uma ótima matéria no blog! Que a Philae retorne! Abraços!
“Como os americanos/russos previram a ausência de gravidade no espaço? Como isso foi testado e calculado?”
Bom, não previram mesmo porque isto não acontece. Todo local no espaço está sujeito a campos gravitacionais, menor quanto mais distante s está de corpos materiais, mas sempre existe gravidade. Exceto talvez em pequenas regiões pontuais onde a gravidade combinada de diversos corpos em direções diferentes acabam se anulando, mas isto só ocorre em pontos muito pequenos e bem localizados.
Quanto ao fato de “flutuar” no espaço, isto o próprio Newton havia previsto vários séculos antes. Só que o efeito não é causado pela falta de gravidade, e sim pelo fato da gravidade ser a única força resultante agindo sobre o corpo. Flutuamos no espaço porque estamos em “queda livre”, e sentiríamos o mesmo efeito pulando de uma grande altura sem paraquedas… Mas não recomendo fazer esta experiência… 😀
Na aviação, durante o treinamento e reciclagem dos pilotos, entre outras, avaliamos a capacidade de reação a eventual perda de controle da aeronave por falta de velocidade, realizando as manobras chamadas de “Perda” tipo 1, 2 e 3, (sempre bem alto na atmosfera, nunca abaixo de 5.000 pés). Para tanto, diminuindo a potência dos motores, até que a velocidade fique abaixo da VMC – Velocidade Mínima de Controle. Nesta situação o avião aerodinamicamente estável, tem a tendência de baixar o nariz, perder altura e recuperar parte da velocidade “Stall” (transformando a energia potencial em energia cinética).
A perda tipo 1, consiste em simular esta condição como se estivesse muito próximo ao solo, e o piloto deverá rapidamente, logo após a perda de controle, recuperá-la sem deixar que a aeronave perca 1 pé se quer de altitude, devolvendo a potência e segurando o nariz.
A perda tipo 2, simular a condição como se estivesse numa aproximação ou operação de subida, com distância considerável do solo. Neste caso o piloto deverá, logo após a perda de controle, recuperá-la, podendo manter a razão de decida ou de subida sem grandes riscos de penalizar a performance.
A perda tipo 3, tem como finalidade treinar o piloto a sair de uma atitude potencialmente catastrófica chamada de “Parafuso”, onde o avião sem controle, em queda livre e com o nariz em baixo, pode executar rotação sobre seu eixo longitudinal, (força de Coriolis) que se não corretamente e prontamente corrigida pelo piloto, progredirá até a colisão com o solo.
Durante o treinamento da perda do tipo 3, mantendo as asas niveladas e o nariz em baixo, se acelerarmos a aeronave com a potência dos motores até atingir velocidade maior que a de queda livre, nos colocaremos na condição de imponderabilidade, que é a condição real experimentada pelos astronautas dentro das cápsulas espaciais e das estações orbitais.
Se iniciarmos a perda próxima dos 30.000 pés de altitude, conseguiremos de um minuto e meio a dois minutos desta sensação.
Infelizmente já tem mais de 10 anos que não me divirto com este delicioso brinquedinho!
Vejam dois vídeos que mostram treinamento nas condições que descrevi! Manobra que aqui realizávamos por puro prazer.
https://www.youtube.com/watch?v=ip87-bQOedc&feature=iv&src_vid=TjfVR2FvW24&annotation_id=annotation_589598
https://www.youtube.com/watch?v=1ieR8hIXUIg
Sugestão para o primeiro lugar do top baboseiras (se bem que seria muito bom se fosse verdade):
http://arquivoufo.com.br/2015/04/29/nasa-pode-ter-descoberto-a-dobra-espacial-de-star-trek/
Também pode ser incluído qualquer “novo dado” sobre as teorias malucas de que as missões Apollo foram uma fraude.
Boa tarde Salvador!
Bem que poderia ser um sinal da Philae mesmo dando o ar da graça novamente, com mais informações e fotos do local em que se encontra.
Nossa Salva, aquele site que comentei num post anterior (www.asterank.com) é realmente fantástico, muito completo.
Acabei de pesquisar o 67P e tem muita informação… fora os asteroides que, como o nome já diz, é o foco do site.
Acho muto legal olhar as órbitas, dá para pesquisar as passagens próximas que os asteroides vão fazer da terra até daqui mais de 1 século, encontrei alguns que vão passar a menos de 0,001 UA (tem um grande… com mais de 400 metros de diâmetro).
Muito interessante este site. Obrigado por colocar o link dele aqui.
Sou daqueles que torcem para que a Rosetta consiga (ainda que aos 48′ do 2º tempo) alguma imagem com resolução suficiente para um mínimo de vislumbre do Philae de modo a identificar sua derradeira posição na superfície… seria lindo.
Será que o Philae teve mudança de posição ou de orientação após a passagem pelo periélio? A Rosetta, após se reaproximar o suficiente, não teria condições de enviar fotos que permitisse analisar a posição, para a fim de saber se melhorou ou piorou a situação? Do jeito que falamos e escrevemos, até parece que é o R2-D2 ou mesmo o trapalhão e simpático C-3PO que está lá e não o Philae…
Tomara que dê certo, puta grana perdida. Mas valeu pelo pouso e de qualquer forma o orbitador não pode fazer umas fotos? Aí tem que entrar a criatividade japonesa…
O Philae já é um sucesso. O que vier é só bônus.
Não foi perdida!!! Ainda existe alguma chance, mesmo pequena, dele entrar em contato.
Se esta grana não tivesse sido “desperdiçada” com o módulo de pouso, então sim não haveria chance alguma disto acontecer. Já que ele não existiria…
O simples fato de conseguirmos remotamente descer um módulo no cometa e, bem ou mal, recebermos sinal de que ele continuou funcionando depois de pousar, já é um sucesso enorme!!!
A missão custou, no total, 1,6 bilhão de dólares, pouco para um projeto tão complicado como esse, e ínédito!
Ela conseguiu se aproximar de um cometa e pousar uma sonda de 100Kg e do tamanho de uma geladeira num objeto que gira loucamente enquanto se aproximava do Sol, e que, ao esquentar, iria começar a lançar vapores com força para o espaço…
O que agora sabemos sobre cometas é uma enormidade perto do que se conhecia antes. Um sucesso fantástico que compensou totalmente o valor gasto, com a vantagem de que a tecnologia ficou, o que foi é apenas material que pode ser refeito quando quiserem.