Mais 1.284 exoplanetas descobertos — de uma vez!
Em anúncio realizado no Quartel-General da Nasa, em Washington, a equipe responsável pelo satélite Kepler comunicou a descoberta de mais 1.284 planetas fora do Sistema Solar — nove deles potencialmente rochosos e na zona habitável de suas estrelas.
É, de longe, o maior anúncio já feito no campo. Sozinho, ele mais que dobra o catálogo de exoplanetas identificados pelo Kepler, que até então tinha 1.041 mundos e agora passa a cerca de 2.325. (No total, agora, são cerca de 3.300 exoplanetas conhecidos.)
Os achados se baseiam nos dados colhidos pelo telescópio espacial entre 2009 e 2013, enquanto ele monitorava cerca de 150 mil estrelas num pequeno pedaço de céu entre as constelações Cisne e Lira.
O grande sucesso foi possível graças a uma nova técnica estatística usada para analisar os cerca de 5.000 potenciais sinais candidatos a planeta identificados pelo satélite.
O Kepler mede as pequenas reduções no brilho de estrelas causadas por planetas conforme eles transitam à frente delas (como Mercúrio fez com o Sol ontem). Mas há vários fenômenos que podem “imitar” um planeta, como variação natural da atividade estelar e a presença de uma estrela companheira próxima. Daí a necessidade de analisar individualmente cada “candidato” para ver se ele não é de fato um falso positivo.
A nova técnica combina a análise da curva de luz da estrela observada — para ver se ela segue com precisão o que se esperaria de um planeta — com a probabilidade de se encaixar a alguma das possibilidades de falso positivo. A partir disso, considera confirmados aqueles cuja chance de ser de fato planeta for maior que 99%. “Criamos um placar de confiabilidade para cada um: quando ele dá mais de 99%, nós os consideramos validados”, explicou Tim Morton, pesquisador da Universidade Princeton que trabalhou na análise dos dados e desenvolveu o método automatizado.
O HALL DA FAMA DO KEPLER
O principal objetivo da missão sempre foi determinar a frequência de planetas potencialmente rochosos — como a Terra — a uma distância de sua estrela que seja compatível com a presença de água em estado líquido, principal fator para a existência de vida como a conhecemos.
Até o anúncio de hoje, o Kepler já havia encontrado 12 mundos nessa categoria — com diâmetro entre 1 e 2 vezes o terrestre — em torno de estrelas tão brilhantes quanto o Sol (tipo G, anãs amarelas) ou menores e menos brilhantes (tipos K e M, as anãs laranjas e vermelhas). As novas descobertas adicionam mais 9 membros a esse grupo.
Um aspecto importante, contudo, é o fato de que o satélite só pode detectar sistemas planetários que estão alinhados favoravelmente, de modo que os planetas transitem à frente da estrela do ponto de vista do Kepler. Isso significa que apenas uma pequena fração (menos de 5%) de todos os sistemas são observáveis. Ainda assim, é uma amostra representativa que pode ser extrapolada para toda a galáxia. E este é o número que o satélite tinha a ambição de descobrir: qaul é a frequência de mundos de porte similar ao da Terra na zona habitável de suas estrelas?
Por uma questão de viés de observação, as estrelas que mais facilmente entregam essa resposta são as anãs vermelhas. Por serem menores, seus planetas produzem uma redução proporcionalmente maior de brilho (o que facilita a detecção), e além disso a zona habitável fica mais perto da estrela, o que permitiu observar mais trânsitos desses mundos durante os quatro anos da missão primária do Kepler.
De acordo com Natalie Batalha, cientista da missão do Kepler, as estatísticas nesse momento se mostram muito favoráveis à busca por mundos habitáveis. “Com todos os números, estimamos que cerca de 24% das estrelas [anãs vermelhas] têm um planeta com até 1,6 diâmetro terrestre na zona habitável”, disse. “Se você extrapola isso para toda a galáxia, são mais de 10 bilhões de planetas potencialmente habitáveis, e o mais perto daqui deve estar a 11 anos-luz. Esse é um vizinho muito próximo.”
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Salvador, por favor, me esclareça uma dúvida. Algum dos exoplanetas descobertos realmente vieram a ser avistados, ou foram apenas inferidos indiretamente?
Alguns foram avistados, mas só os que são muito jovens (e com isso emitem grandes quantidades de infra-vermelho) e estão bem distantes da estrela. A imensa maioria consiste em detecção indireta. Mas, por vezes, detecção indireta por dois métodos independentes, o que dá grande confiança aos achados.
Dúvida:
A que velocidade os foguetes conseguem atingir?
Quais os combustíveis atuais das nossas naves?
Apenas 1 ano-luz é uma distância totalmente fora da nossa realidade atual, infelizmente….
Até mesmo sobre a lua, tão perto e depois de pisar na lua o homem nunca mais voltou lá, porque será?
Será que a tecnologia da década de 70 era capaz de levar o homem até a lua?
Infelizmente acredito que ainda vai demorar muitos milhares de anos para os homens encontrem algum possível planeta habitável, isso se a nossa extinção não chegar antes…
Com a tecnologia atual, é difícil quebrar a barreira dos 100 mil km/s. A Voyager 1, por exemplo, viaja a 62 mil km/h no momento.
A propulsão mais comum é combustão química, usada pelos foguetes. Algumas sondas mais modernas lançam mão de propulsão iônica, que permite maiores acelerações a longas distâncias.
Sim, 1 ano-luz está fora do alcance de nossas tecnologias atuais, mas não de algumas propostas já em estudo, como propulsão por laser.
O homem nunca mais pisou na Lua porque os Estados Unidos desmantelaram o programa para financiar o ônibus espacial — que tinha uso estratégico e dual, civil-militar — e fica muito caro refazer tudo novamente. Contudo, com o fim do programa do ônibus espacial, é isso que está sendo feito — ainda que paulatinamente. Você pode esperar ver gente orbitando a Lua já na próxima década.
Acho que encontrar um planeta habitável se dará em menos de 20 anos. Agora, ir até lá, isso realmente pode demorar muito mais.
Salvador, estive pensando, e se tivermos um planeta próximo a uma anã vermelha, mas que rotacionasse de forma similar a Urano? Ou talvez até de maneira mais “alienígena” ainda, com o eixo de rotação paralelo ao de translação? Consequentemente ele não poderia ser gravitacionalmente travado kkk.. Ou estou viajando?
Tenho a impressão de que o efeito de maré endireitaria o eixo de rotação. Ainda mais porque o planeta já se formaria perto da estrela, de forma que seu eixo já estaria perto dos 90 graus com o plano do sistema.
explorador, esta sua forma “alienígena” de rotação acontece em urano também, duas vezes por ano. quer dizer, duas vezes por ano dee Urano, que tem 84 anos terrestres.
no “verão” e no “inverno” o eixo de rotação aponta (mais ou menos) para o sol, mas na “primavera” e “outono” o eixo de rotação é quase paralelo à trajetória de sua translação.
Pois é.. não pensei direito. Mas se for possível (embora improvável), seria uma boa perspectiva para esses sistemas pequenos. Até pouco tempo nós não tínhamos a menor ideia do que iríamos encontrar em outros sistemas, e eis que surgem exoplanetas em alinhamentos completamente diferentes do nosso sistema solar. Então, quem sabe não encontramos uns planetas malucos iguais Urano por aí? Contudo, na minha opinião de leigo, acho que a melhor alternativa de habitabilidade em sistemas de anãs vermelhas será nas luas..
Parabéns Salvador, excelentes textos e a velocidade de postagem, assim como a interatividade, o que desperta ainda mais a curiosidade dos leitores !
Acredito sim que iremos descobrir mais seres em outros planetas, assim como ainda descobrimos alguns por aqui.
Mas acho que a probabilidade de encontrar outro ser com vida inteligente ( ou eles nos encontrarem) muito baixa, basta ver o paradoxo de fermi, o grande filtro, a questão da nucleossíntese dos elementos químicos que ajudam a formar a vida, além da questão da equação de Drake não considerar variáveis de tempo(considera apenas uma variável de tempo, o que é um erro).
Somos considerados evoluídos a apenas 50 mil anos…qualquer outra civilização que esteja a apenas 1000 anos na nossa frente seria capaz de coisas fantásticas.1000 anos em relação ao universo não é nada, concorda ? Por isto foco na variável tempo, ao invés de apenas contar planetas como o Drake em sua equação.
Defendo a mesma ideia. E diria mais: 1.000.000 não é nada. Assim, se supercivilizações não nos visitam corriqueiramente, pode não ser tão fácil assim as viagens e a comunicação interstelares. Pode ser um limite imposto pela física que simplesmente não pode ser superado. A falta de contato por sinais de comunicação é mais preocupante. Uma civilização centenas de milhares de anos mais desenvolvida que a nossa já tem a tecnologia para nos achar e enviar sinais de contato. Se ainda não o fizeram, podemos ser bem mais raros do que pensamos.
Caro Paulo Schaefer, eu compartilho esse pensamento contigo. É muito fácil falar sobre civilizações extraterrestres, OVNIs e ETs, mas, a própria Física nos diz que há limites e que, para nós, que começamos a nos ver como tecnologicamente ativos há pouco tempo, talvez esses limites da física existem por ainda não termos alcançado a “glória” nesse sentido. E, como você mesmo disse, talvez sejamos, mesmo, indivíduos dentro de uma raridade enorme, pois, não fosse assim, já estaríamos sendo assediados por outras civilizações mais avançadas. Ou, quem sabe, nós já sejamos objetos de estudos para seres que já estariam por aqui, e vindo aqui, desde os primórdios.
não é bem assim, nossas comunicações que “vazam” para o espaço nas transmissões de TV não são direcionadas e quanto mais longe fica o transmissor, maior deve ser a antena. Também tem que ver o quanto de interferência tem no meio do caminho e se fosse fácil a comunicação a sonda que passou por Plutão transmitiria em banda larga ou usaria laser etc. Considerem que no universo há muitas fontes de rádio fortíssimas e de duração indeterminada como nas estrelas de nêutrons e etc. A equação de Drake nem deveria ser levada a sério porque foi levantada com multiplicadores, um tremendo chute sem rumo. O paradoxo de fermi tenta levantar algumas questões que poderiam explicar o silêncio no espaço, mas veja que à época a tecnologia de comunicações dava a entender que o vazamento de dados para o espaço poderia crescer exponencialmente, mas na verdade a tecnologia tende a reduzir a fuga de dados porque isto é desperdiçar energia.
O paradoxo de fermi até ajuda a tentar compreender a situação dado ao nosso próprio modelo de vida quando já passamos por muitas situações que ainda nos dão risco de extinção. Como um fato desse pode corroborar para o fim de uma civilização inteligente, daí a possibilidade de que os planetas mais próximos já não terem habitantes, também pela própria hostilidade interna no sistema extra solar, como a queda de um enorme cometa em um planeta habitado e isto poderia acontecer aqui.
Talvez o melhor lugar para ouvir transmissões de fora seja no lado oculto da Lua.
Nem a gente anda enviando transmissões ao espaço com tanta frequência para pontos com chance de abrigar vida, e ainda assim a velocidade da luz é o limite, então, 100 anos-luz é o raio de distância onde deve existir ao menos mais uma civilização inteligente, nossos vazamentos de rádio transmissão aconteceram em meados de 1890, isso se realmente alguma coisa fugiu da atmosfera (porque algumas frequências podem voltar).
E a mensagem de Arecibo é uma transmissão que foi feita com o rádio telescópio Arecibo, localizado em Porto Rico, e direcionada ao agrupamento de estrelas M13 (que fica a “apenas” 43 mil anos-luz da Terra). Então, sinto muito, mas a mensagem ainda não chegou lá.
Prezado Salvador Nogueira :
Salvador Nogueira e Raf : eu ACHO que a pergunta do Lucas Reis ” traduzindo-a ” numa linguagem um pouco mais científica é a seguinte : ” onde entram nas EQUAÇÕES MATEMÁTICAS de KEPLER as chamadas Zonas ” MORTA ” e ” VIVA ” para haver algum tipo de vida , as quais os físicos e biólogos se referem ???
Ray Viana Sampaio .
Ray, li e re-li sua pergunta várias vezes… E ainda não entendi exatamente o que quer saber.
Curioso…
Com 1041 foram descobertos 12 favoráveis na zona habitável.
Uma simples regrinha de 3 nos daria algo em torno de 15 para os novos 1284.
Pergunto: Por que então temos apenas 9?
Provavelmente porque os anteriores foram confirmados com métodos mais certeiros, que dão menos margem para falsos negativos. (Há uma grande quantidade de candidatos a planetas que têm chance maior que 50% de serem de fato planetas, mas não atingiram o limite de 99% adotado pelos cientistas para confirmar uma descoberta. E planetas pequenos e em órbitas mais largas, na zona habitável, tendem a ser mais difíceis de confirmar do que os próximos e maiores.) Ainda assim, a proporção na ordem de grandeza é aproximadamente a mesma — a cada 1.000, 10 potencialmente habitáveis.
Salvador, não posso deixar de perguntar…
Mas Gilberto Kassab te soa como um bom nome pro Ministério da Ciência?
Não.
E aí Salva… ao que parece, vamos ter Kassab no MCTI.
Pra mim ele é um grande pilantra, safado e corrupto, MAS, pelo menos é engenheiro de formação (Poli-USP) que com certeza faz com a sua nomeação seja MUITO mais coerente que um pastor da IURD…
Concordamos?
É mais coerente, de fato. Mas os primeiros atributos que você cita pesam muito mais que o último, na minha modesta opinião. Má escolha. A única vantagem é que o Kassab tem pretensões eleitorais, o que pode motivá-lo a fazer boa gestão para angariar prestígio e votos. Agora, como disse a um amigo, nem se colocassem o Richard Dawkins haveria uma gestão elogiável, diante do estado de penúria das finanças da União. Sem dinheiro, não há milagre possível.
Tem razão, neste caso o gargalo não está no administrador, mas sim naquilo que existe para ser administrado. Este setor é muito subjugado no orçamento da união…
Agora houve a fusão com Comunicações, que fatalmente vai drenar ainda mais do dinheiro que deveria ser gasto com ciência…
A matéria foi muito bem explicada, gostei muito, mas quando quis Imprimir; Não tinha um link fácil para Impressão ! Vcs poderiam fazer esse link p facilitar um modo de Impressão fácil e de economizar páginas….. obrigada Paula sandroni.
Estimativa de 10 bilhões nesta galáxia. Considerando que contamos entre 100 e 200 bilhões de galáxias, isso dá em torno de um sextilhão e quinhentos quintilhões de planetas, se dermos como 150 bilhões as galáxias existentes= 1.500.000.000.000.000.000.000 de lugares para visitar antes de morrer…
Alguns números curiosos sobre o placar dos exoplanetas.
Confirmados: 3308
Em sistemas binários tipo P = 28 (orbita as duas estrelas do sistema)
Em sistemas binários tipo S = 151 (orbita apenas uma estrela do sistema)
Planetas órfãos = 2 (não orbita uma estrela)
Em pulsares = 18
Detectados por lente gravitacional = 38
Detectados por imagem direta = 42
São números de hoje (11/05/2016) e já contemplam os novos anunciados.
Como se encontra planetas órfãos? Planetas geram lentes gravitacionais com efeito detectável da Terra a vários anos luz?
Salvador,
Primeiro, sou um leitor assíduo das suas publicações, acho muito interessante.
Com relação a nova geração de Telescópios, você poderia criar um post e descrever um pouco o que cada um poderá fazer e quanto ele irá melhorar a nossa compreensão sobre os exoplanetas. Posso sitar três que estão por vir, Telescópio James Webb, Wfirst e o HDST (High-Definition Space Telescope).
Obrigado
Sr. Oswaldo,
Se o tópico científico não lhe interessa, por favor, não se dê o trabalho de ler e muito menos comentar sobre.
Peço encarecidamente que volte aos seus jornais sensacionalistas e deleite-se com suas matérias reais, de cunho controlacional.
Caro Rodrigo Carvalho.
Sinceramente não entendi o porque desse ataque a minha pessoa.
Aaaa… Ok. Agora entendi a resposta era para o Oswaldo Vicente… Putz nunca vi um lugar com tanto Oswaldo quanto nesse Blog…rs
Precisamos começar a apelidá-los hahahaha…
Vavá e Vadinho já são do queridão: Oswaldo Gil, quer escolher algum outro pra vc? hehehe
rodrigo, lamento dizer que ele nem vai levar seu pedido em consideração… 🙁 o que ele quer é causar mesmo! deve ter alguma carência mórbida de atenção, e sempre postará comentários “do contra” ansioso pelas reações…
E mais uma vez com esta arrogância. Infelizmente a sua ética com suas colocações para com leitores assíduos por diversas opiniões vem a publico.
é chato ver suas opiniões sobre os comentários , passa um ar de superior , sendo apenas um jornalista ciêntico deveria no minimo mostrar respeito pelos Comentários de seu blog.
Não consigo imaginar respeito maior do que a proposta de dialogar. E estou sempre por aqui, respondendo, questionando, comentando e, por vezes, brincando, porque acredito estar lidando com seres humanos como eu, capazes das mesmas faculdades — razão, emoção, humor etc.
Salva, o cara acha que você é o Rodrigo Carvalho. Ele respondeu pro cara achando que fosse você. KKK
Eita. É o problema de não ver o thread direito daqui… 😛
o que é um “jornalista ciêntico” ????
Salva, outra coisa que quero te perguntar e sempre esqueço, fugindo do tópico.
Quais seus filmes de ficção cientifica favoritos?. Lembrando que 2001 é o’ concur..rs
Pergunta difícil, gosto de vários, e o favorito favorito você já descartou… rs
Vou citar alguns “top of mind”, sem ordem de favoritismo.
Blade Runner, Inteligência Artificial, O Quinto Elemento, Solaris (o russo), Minority Report, Contatos Imediatos do Terceiro Grau, Contato, Perdido em Marte, Gravidade, Interestelar, A Origem, O Dia em que a Terra Parou (o velho), Jurassic Park… e por aí vai.
E sou fissurado em todas as coisas Star Trek, mas acho que a franquia funciona melhor na TV do que no cinema.
Querido Salvador!
E sobre livros?
Eu já li tudo de Arthur C. Clarke (top), já li Duna de Frank Herbert (todos), A Saga “Fundação” de Asimov (todos), Tau zero, O Mochileiro das Galáxias de Aldous Huxley, 1984 de George Orwell.
Pergunto!
Qual é o teu livro predileto?
O meu ainda é 2001 e depois a saga Duna, a saga Fundação e As Canções da Terra Distante.
Asimov é muito bom. Tenho aqui o “Complete Robot”, uma antologia completa das histórias dele de robôs, e gosto bastante de tudo que tem ali. Gosto muito do 2001, também curto (num nível menor) o 3001, gosto do Admirável Mundo Novo do Huxley (Guia do Mochileiro das Galáxias é Douglas Adams, mas não é muito minha praia), gosto do Contato, do Sagan. Mas confesso que leio muito mais não-ficção do que ficção.
Clarke é top mesmo, As Canções da Terra Distante é uma obra prima!
só para avisar os fãs, o telecine está exibindo as três partes da versão cinematográfica da obra “o fim da infância” do Arthur Clark.
ontem, hoje e amanhã, por volta de meia noite.
lamento não conseguir avisar ontem, quem não viu já perdeu a parte 1 🙁 mas hoje e amanhã ainda tem as outras duas partes! muita ação ainda para rolar! 😀
Bem, ninguém me perguntou. Mas se tiver que recomendar UM livro dos citados na thread, recomendo Contato (que, na verdade, é a história COMPLETA do número Pi – o que não aparece no filme). É apaixonante! Recomendo também ler Perdido em Marte (para qual eu ainda prefiro o título original “O Marciano”). Tem uma ou duas passagens bem interessantes que não tem no filme. Dentre os não citados, o que me vem à cabeça é Turing Evolved (David Kitson). Além de uma excelente história, o autor é acessível e troca um bom papo sobre o livro com quem se interessar. Complementarmente, Kitson conseguiu a proeza de fazer um roteiro ser bem legal e ao mesmo tempo (na minha opinião) bem adaptável para Hollywood – e eu ficarei na eterna expectativa de ver um filme dele. Alguem avise o Ridley Scott, por favor.
Salve Salva….
Salvador pelo que li e se entendi um desses planetas em zona habitável está apenas a 11 anos luz…Não seria o caso de apontar os rádios telescópios do SETI para eles e ver se conseguimos buscar algum sinal? Outra, não seria o caso de já começarmos a preparar algum tipo de mensagem para enviar via rádio, visto que o tempo de partida e chegada de uma resposta seria apenas de 22 anos?
Não, você não entendeu. Levando em conta a amostra do Kepler, estimamos que o planeta habitável mais próximo deva estar a 11 anos-luz de distância (isso leva em conta a prevalência de planetas habitáveis e a densidade estelar da galáxia em nossa região). Mas não sabemos onde ele está. Pode estar a 4 anos-luz, em Alfa Centauri, pode estar a 6 anos-luz, na estrela de Barnard, pode estar a 12 anos-luz, em Tau Ceti… Pode estar em algum lugar desse volume aí de aproximadamente 11 anos-luz de raio. Precisamos procurá-lo agora. 🙂
Como essas descobertas afetam a equação de Drake?
Em nada. Elas apenas confirmam os números que já estávamos usando para a equação de Drake.
Salvador, acredito que os números da equação de Drake eram muito menores em relação a:
1. Estrelas que possuem planetas.
2.Planetas na região habitável.
Tenho a impressão de que o trabalho do telescópio Kepler, tenha multiplicado o resultado final da equação de Drake, no mínimo por 1.000 !
Mas valeria a pena detalhar cada item.
Abraços.
Anibal, na estimativa original da equação de Drake, o grupo da “Ordem do Golfinho” só ofereceu intervalos, não números exatos.
1. fp, eles deram como algo entre 0,2 e 0,5.
2. ne, eles deram como algo entre 1 e 5.
Tirando a média dos dois fatores, podemos pegar 0,3 e 3, terminando com 1.
Estimativas com o Kepler sugeririam que:
1. fp = 1
2. ne = 0,2
Terminamos com 0,2, ou um quinto do valor médio estimado pela Ordem do Golfinho em 1961, e exatamente o número dado pela proposta mais pessimista deles (fp=0,2 e ne=1).
Essa grande quantidade de planetas, coloca-nos um fato quase incontestável: Nossa estrela, com planetas, foi formada da mesma maneira que todas, ou a maioria esmagadora das demais.
Não somos um sistema estelar especial.
Por enquanto podemos até pensar, que continuamos sendo a mosca branca universal, por haver vida, ou por haver vida inteligente.
Por haver vida, duvido que sejamos especiais.
Quanto ao desenvolvimento da vida inteligente, talvez sejamos especiais, pois o surgimento da nossa inteligência é muito recente, quando comparada ao surgimento da vida. A janela temporal da nossa inteligência é insignificante perto da enorme extensão temporal da vida não inteligente.
Estamos caminhando a passos largos para descobrirmos finalmente aquilo que a lógica simples já nos apontava: Não somos excepcionais. Somos muito COMUNS !
Aníbal, Vitor e Marcelo:
Ótimos comentários. Sigo a opinião de Sagan e Tyson, também penso que não somos a mosca branca, exclusivos ou especiais, de qualquer maneira. Pelos cálculos feitos até hoje temos um universo cujo fim não se observa. Portanto, talvez ele não tenha fim. Talvez tenha e estejamos em um multiverso, são teorias complicadas por sua imponderabilidade imediata. Penso que em qualquer uma das duas situações (universo infinito ou multiverso) temos uma mesma realidade: o infinito.
Pensando neste infinito tempo-espaço, como poderíamos nos limitar à visão (ou falta de visão) da matéria que conhecemos? Parece racional que, num universo infinito, também a matéria possua confirmações infinitas.
Vejamos: hoje à menor partícula conhecida é o bóson. Quantas formas de matéria esta partícula permite, a partir de organizações variadas? E se, em breve, descobrimos as partículas que formam bósons e fótons? Quantas serão as novas possibilidades? Como dividir uma reta, parece-me, pela história, que sempre encontraremos uma partícula menor a ser estudada.
Concluindo: não seria possível existir outros tipos de matéria ou mesmo de estados da matéria que desconhecemos? Da mesma forma a vida inteligente poderia existir até em Marte, mas com uma conformação material que não nos permite enxergá-la.
Deixo esta reflexão e meus cumprimentos ao autor. Que possamos, em breve, contemplar novos horizontes.
Não sei se somos muitos comuns, porque no exemplo concreto que temos é que somos a única espécie dentre as quase 9 milhões de espécies existentes.
Que fatores levaram a isso ? Quanto tempo foi necessário ? Quais os elementos químicos ? Porque não fomos extintos ainda ?
Acredito que iremos encontrar mais alguns milhões de especies com o passar do TEMPO, o que reforça minha equação complementar a de Drake, onde se coloca variáveis de tempo a cada variável de quantidade, uma vez que na equação dele só temos uma variável de tempo, e isto é um grande erro básico em formulas físicas/matemáticas.
o que ainda não vi ninguém comentando é o fato de que a inteligência, que valorizamos tanto, pode estar longe de ser o “objetivo” da seleção natural. é bem provável que tenha sido uma mutação benéfica aqui em nosso planeta para nossa espécie conseguir se adaptar, mas em ambientes alienígenas talvez o tamanho, capacidade de correr, capacidade de atacar, etc podem ser fatores muito mais importantes para a sobrevivência da espécie do que a inteligência. pode ser que nosso cérebro super desenvolvido não passe de uma mutação muito curiosa, mas sem valor prático em ambientes diferentes do nosso.
ou quem sabe exista uma razão mais pessimista ainda: quando uma mutação faz a inteligência se desenvolver numa espécie, ela adquire com o tempo condições tecnológicas capazes de provocar sua própria destruição em pouco tempo (uns 120 mil anos, por exemplo, não representam praticamente nada para o resto do universo). desta forma, pode ser que o surgimento desta mutação que provoque o desenvolvimento de inteligência numa espécie também acelere sua capacidade de auto extinção, e em todos os planetas onde isto acontece tais especies acabam fatalmente desaparecendo… espero mesmo que esteja enganado quanto a isto, mas para sermos bem científicos devemos considerar todas as possibilidades, por piores que possam nos parecer… 🙁
na mensagem anterior, um erro de digitação: lógico que quis dizer 10 mil anos, e não 120 mil anos… 🙂
Não tão errado, pois uns 120 mil anos não representam mesmo praticamente nada para o resto do universo
é verdade. mas eu falava do desenvolvimento da civilização, e neste caso 120mil aos é muito tempo! 🙂
Com certeza encontraremos algum planeta para explorar (seja para colonizar ou para extrair material), alguns destes terá vida até semelhante com a que conhecemos.
Já para encontrar vida com o nosso grau ou até maior de evolução cientifico e tecnológico, acho muito difícil, entraríamos na ficção cientifica, ovnis, antigos astronautas,etc .Porque alguns tipos de sistema planetários não tem a nucleossíntese adequada para formar os elementos da vida como a conhecemos, por isto afirmo que quantidade não é qualidade, a variável tempo tem que ser exata, além de todas as situações tem que bater com a variável tempo.
Agora só falta aparecer um buraco de minhoca para termos um atalho para chegar a algum deles! Salvador, existe alguma técnica que pode ser feita a distância para estimar as condições atmosféricas e a gravidade nesses planetas? Ou tem que ir até lá? Muito legal esse post, realmente uma das noticias mais interessantes que vejo em muito tempo!!
Notícia que só vem acrescentar mais uma babozeira neste mundo nosso que ainda não conhecemos.
Qual a utilidade prática de um ou mil planetas no infinito, é a mesma coisa que serve a rainha da inglaterra.
O que isso vem ajudar a resolver a crise suja no Brasil.
Parem de poluir a mente de todos com notícias de quem não tem o que fazer na vida. Que vão pra marte; que vão pra….
Comentário que só vem acrescentar mais uma baboseira neste mundo nosso que ainda não conhecemos.
Qual a utilidade prática de um ou mil comentários tão imbecis quanto o seu, é a mesma coisa que serve à Rainha da Inglaterra.
O que isso vem ajudar a resolver a crise suja no Brasil?
Parem de poluir a mente de todos com comentários de quem não tem o que fazer na vida. Que vão pra Marte; que vão pra….
bom, e você faz o que para resolver estes problemas que citou? passa o dia postando off topics em blogs de astronomia?
Se os seres humanos pensassem realmente assim como você, ainda estaríamos residindo em cavernas, e nossa maior arte seria pinturas com sangue e barro…
Ainda bem que a esmagadora maioria NÃO pensa como o senhor, não é mesmo Oswaldo?!?
Eita, fera, volte para a leitura de sua Folha Universal, porque aqui exige mais intelecto, o que o senhor provavelmente não usa ou não tem.
comunicação*
SALVADOR
Não seria possivel ao invés de procurar diretamente estes planetas, PROCURAR sinais de comunicação? eu acredito em vidas em outros planetas, há algum estudo relacionado a isto? (sinais de comuninação)
perdão… *comunicação*
A galera procura sinais de comunicação há décadas, muito antes de acharmos o primeiro exoplaneta. Nada conclusivo foi encontrado até agora.
já procuram desde a década de 70, mas o melhor que se conseguiu até agora foi o famoso sinal WOW: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sinal_Wow! e mesmo para ele já têm pesquisas tentando demonstrar que foi gerado por causas naturais… 🙁