Buracos negros em colisão: consórcio internacional anuncia segunda detecção de ondas gravitacionais

As ondas gravitacionais já dispensam apresentações desde fevereiro, com o espalhafatoso anúncio da primeira detecção feita por duas instalações gêmeas nos Estados Unidos. Mas houve aqueles poucos que ainda achavam que tudo podia não ter passado de um engano, um alarme falso. Cautela justificável, é claro. Mas agora essa possibilidade não existe mais.

Nesta quarta-feira (15), durante a 228a Reunião da Sociedade Astronômica Americana, em San Diego, o consórcio internacional de pesquisadores responsável pela primeira descoberta anunciou uma segunda detecção de ondas gravitacionais. O evento que a gerou aconteceu cerca de 1,4 bilhão de anos atrás, quando dois buracos negros (a exemplo da primeira detecção) espiralaram um ao redor do outro até se fundirem, numa monumental colisão.

Quando objetos com muita massa se deslocam pelo espaço, eles produzem flutuações no próprio tecido do espaço-tempo — como se o espaço fosse a superfície de um lago, e os buracos negros fossem objetos se deslocando por ele e produzindo ondas em sua superfície conforme se deslocam.

Em geral, os movimentos dos objetos celestes são muito suaves para produzir marolas detectáveis. Mas quando dois objetos com muita massa se deslocam um ao redor do outro perto da velocidade da luz e terminam por colidir, é como se uma pedra fosse subitamente atirada no lago do espaço-tempo, produzindo grandes oscilações que se propagam em todas as direções — e aí as ondas gravitacionais se tornam detectáveis por nossos instrumentos mais sensíveis.

É isso que o LIGO, com suas instalações gêmeas localizadas em lados opostos dos Estados Unidos, tem capacidade para detectar (para saber exatamente como, veja o vídeo abaixo). E foi o que ele captou em 26 de dezembro de 2015, à 01h38min53s (de Brasília), quando as ondas gravitacionais produzidas 1,4 bilhão de anos atrás finalmente atingiram a Terra, viajando pelo espaço à velocidade da luz.

Foi a segunda detecção do LIGO, sigla inglesa para Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferometria de Laser. “Ela colocou de fato o ‘O’ na sigla”, brincou Albert Lazzarini, professor do Caltech e vice-diretor do LIGO.

AS NOVIDADES
A exemplo da detecção inaugural, feita em 14 de setembro de 2015, essa também envolve a colisão de dois buracos negros. Mas dessa vez os objetos são bem menores, com respectivamente 14 e 8 vezes a massa do Sol. Ao se fundirem, produziram um buracão negro de 21 massas solares — o que significa dizer que o equivalente a um Sol inteiro foi dissipado na forma das ondas gravitacionais, que o LIGO conseguiu detectar a 1,4 bilhão de anos-luz de distância. Os resultados foram descritos em artigo aceito para publicação no periódico “Physical Review Letters”.

Na primeira detecção, os buracos negros em colisão tinham 29 e 36 massas solares — objetos tidos como atípicos pelos astrofísicos, pois as supernovas que observamos hoje (estrelas de alta massa que explodem suas camadas superiores após esgotarem seu combustível) não teriam massa suficiente para, após sua detonação, produzir buracos negros desse tamanho aí.

“Os modelos astrofísicos não preveem para essas estrelas massas maiores que 100 massas solares, portanto elas, nesses modelos, não conseguiriam formar buracos negros de 30 massas solares”, explica Odylio Aguiar, pesquisador do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e membro da Colaboração LIGO — o consórcio internacional de cientistas que analisa os dados do observatório americano.

“Entretanto, existem fortes indícios de que a primeira geração de estrelas poderia ter um limite muito maior — algo como 500 massas solares. Para essas seria fácil produzir um buraco negro de 30 massas solares”, complementa. “Portanto, existe a hipótese de que os buracos negros do evento GW150914 [sigla para Onda Gravitacional de 14 de setembro de 2015] teriam sido oriundos das primeiras estrelas formadas no Universo.”

Já a segunda detecção, GW151226 [26 de dezembro de 2015], envolve buracos negros “convencionais”, produzidos por restos de estrelas de gerações mais recentes. Mas não é por isso que o evento é menos interessante — ele permite pela primeira vez investigar a física de buracos negros a fundo, algo que evidentemente não se pode fazer com observatórios convencionais, que colhem luz. (O objeto se chama buraco negro justamente porque, em seu interior, nada consegue escapar de sua gravidade, nem mesmo a luz. Ou seja, se você tentar “enxergar” um buraco negro, está com um problema sério.)

Com efeito, os pesquisadores parecem ter conseguido identificar a rotação de um dos buracos negros envolvidos na colisão, e será possível confrontar o resultado com modelos, a fim de compreender melhor esses misteriosos objetos cósmicos.

“Esse evento consagra a astronomia de ondas gravitacionais, e o LIGO como um observatório de ondas gravitacionais”, festeja Aguiar.

NOVAS DETECÇÕES
Agora que o sistema atingiu comprovamente a sensibilidade necessária para fazer detecções desse tipo (graças a uma recente atualização, chamada de LIGO Advanced), a coisa deve esquentar mesmo. Aliás, houve uma “quase detecção” também em outubro de 2015 (entre as duas confirmadas), mas que não foi reportada por carecer de confiabilidade suficiente — “apenas” 85% de chance de ser real. Os cientistas são bastante exigentes com essas coisas: as duas ocorrências efetivamente anunciadas têm um nível de confiança de 99,9999%.

E é importante notar que não é só de buracos negros que vive a geração de ondas gravitacionais — estrelas de nêutrons, que são um pouco menos densas, mas ainda assim reunem muita massa, também podem gerá-las. “Vamos torcer agora por um evento que envolva uma estrela de nêutrons”, diz Aguiar. “Nesta oportunidade, existe uma boa chance de descobrirmos coisas novas, tais como a equação de estado de uma estrela de nêutrons, sua ligação com disparos de raios gama e fenômenos em um ambiente onde efeitos quânticos e gravidade forte estão presentes.”

Ou seja, abrimos uma nova porta para descobrir os segredos do Universo. E agora ele nos convida a entrar. Vamos?

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Comentários

  1. Os experimentos foram realizados na superfície da Terra, cheias de eventos sísmicos que produzem o mesmo tipo de sinal observado pelos observadores americanos. A única saída é realizar este evento no espaço e naturalmente pela NASA com satélites.

  2. Povo devagar ainda não compararam o espaço com o mar.
    Um dia tropeçei e dei de cabeça na quina da porta e senti as ondas gravitacionais ao redor da minha cuca, e posso garantir, é igual a uma frequencia de radio (invisivel) mas na agua se torna visivel; Se conhecemos uma comunicação entre essas ondas, (transmissão de radio) se conseguir-mos uma frequencia para repelir a elas, será possivel viajar sobre elas sem combustivel
    apenas com um pulso… daí os astronautas não precisarão de espaçoanves e sim de uma bela prancha de surf futurista, kkkkk
    P.S. Se me acham louco, é porque quem ganhou um galo foi eu e não vcs, blaaahhh

  3. Pelo ideal que o corpo vivo pode realizar, perante tudo que já sentiu em sua existência contextual dentro da totalidade do contexto cósmico, assim, seus movimentos memorados podem convergir em eficiência com a potência maior que é a totalidade do contexto cósmico. Busca-se realizar aquilo que é mais consistente ao que já realizado, para uma realização mais consistente que dantes, assim, idealizamos e realizamos pelo que sentimos com mais potencia e eficiência antes, para melhor depois; porém, o mais próximo de toda realização daquilo que o idealizador realiza é o próprio idealizador realizado; então a ética sobre nossos movimentos realizadores estará primeiro no que diz respeito ao próprio idealizador realizado, e, segundo todo tipo de idealização e realização; portanto, de todos os sentimentos que nos conduzem à realizar um ideal, a ética sobre nosso ser e estar no mundo é o primeiro dos sentimentos mais potentes e eficientes. O ser sem ética é prisioneiro da estética, enquanto o ser com ética é passageiro da estética, o prisioneiro em sua parada tem à idealizar onde estar, enquanto o passageiro tem à realizar onde estar, pois seu ideal já é consistente; vivamos então em nosso universo infinito o que mais converge, e certamente que não são os buracos negros, vivamos pelo calor das estrelas, vivamos a ordem de qualquer universo infinito: o interno-externo, e, quanto ao externo-interno (buraco negro) é uma problemática de cada universo infinito e seu fluxo “prolixo” (reformador)…

  4. Pelo ideal que o corpo vivo pode realizar, perante tudo que já sentiu em sua existência contextual dentro da totalidade do contexto cósmico, assim, seus movimentos memorados podem convergir em eficiência com a potência maior que é a totalidade do contexto cósmico. Busca-se realizar aquilo que é mais consistente ao que já realizado, para uma realização mais consistente que dantes, assim, idealizamos e realizamos pelo que sentimos com mais potencia e eficiência antes, para melhor depois; porém, o mais próximo de toda realização daquilo que o idealizador realiza é o próprio idealizador realizado; então a ética sobre nossos movimentos realizadores estará primeiro no que diz respeito ao próprio idealizador, e, segundo todo tipo de idealização e realização; portanto, de todos os sentimentos que nos conduzem à realizar um ideal, a ética sobre nosso ser e estar no mundo é o primeiro dos sentimentos mais potentes e eficientes. O ser sem ética é prisioneiro da estética, enquanto o ser com ética é passageiro da estética; vivamos então em nosso universo infinito o que mais converge, e certamente que não são os buracos negros, vivamos pelo calor das estrelas, vivamos a ordem de qualquer universo infinito: o interno-externo, e, quanto ao externo-interno (buraco negro) é uma problemática de cada universo infinito e seu fluxo “prolixo” (reformador).

  5. Pelo ideal que o corpo vivo pode realizar, perante tudo que já sentiu em sua existência contextual dentro da totalidade do contexto cósmico, assim, seus movimentos memorados podem convergir em eficiência com a potência maior que é a totalidade do contexto cósmico. Busca-se realizar aquilo que é mais consistente ao que já realizado, para uma realização mais consistente que dantes, assim, idealizamos e realizamos pelo que sentimos com mais potencia e eficiência antes, para melhor depois; porém, o mais próximo de toda realização daquilo que o idealizador realiza é o próprio idealizador realizado; então a ética sobre nossos movimentos realizadores estará primeiro no que diz respeito ao próprio idealizador, e, segundo todo tipo de idealização e realização; portanto, de todos os sentimentos que nos conduzem à realizar um ideal, a ética sobre nosso ser e estar no mundo é o primeiro dos sentimentos mais potentes e eficientes. O ser sem ética é prisioneiro da estética; vivamos então em nosso universo infinito o que mais converge, e certamente que não são os buracos negros, vivamos pelo calor das estrelas, vivamos a ordem de qualquer universo infinito: o interno-externo, e, quanto ao externo-interno (buraco negro) é uma problemática de cada universo infinito e seu fluxo “prolixo” (reformador).

  6. O interno e externo são resultantes de uma divisória entre o que há no universo; entre o que há ante o movimento e após o movimento, onde a ordem do movimento é livre e acontece entre interno-externo ou externo-interno nos micros compositores universais infinitamente em múltiplos universos infinitos; em que a ênfase à uma ou outra ordem universal não pode ser ambas comtemplada num único universo infinito, assim, um observador não pode comtemplar o universo na mesma completude que outro. Quando um universo atinge seu auge entropico, ele reduz-se aos micros componentes universais, partilhando sua morte, dantes gradativa, como germe aos múltiplos universos infinitos pelo que resta dele que são eventos micro. A entropia em auge é um extra prolixo dos micros movimentos que resultam na morte de cada universo infinito; mas a entropia em si é todo o cosmo de cada universo infinito existente. Portanto, o buraco negro é uma observação quase possível daquilo que rege os micros componentes dos universos infinitos; com isso não há singularidade no buraco negro, mas a impossibilidade de observância, pois na possibilidade de observância de um buraco negro nos conduziria à contemplação de outro universo infinito, a contemplação do nosso universo como outro observador, como estando em outro universo infinito ao mesmo tempo em que estamos em um.

  7. Salvador realmente eu fico muito confuso quando vejo matérias de astronomia a respeito de buracos negros: buracos negros de apenas 14 e 8 massa solares? Tudo o que já li a respeito do assunto é que buracos negros negros são formados pelo colapso de estrelas com centenas ou milhares de massas solares e abaixo disso ou se transformam em anãs brancas ou estrelas de nêutrons, a verdade é que se vc assiste um documentário no Natgeo, Discovery Channelou outro qualquer as informações são contraditórias.

    1. Antonino, não se esqueça de que as estrelas perdem a maior parte de sua massa na explosão da supernova. Só o caroço sobra para formar o buraco negro. 😉

    1. Certo. Então ele não detectou ondas gravitacionais, mas um padrão de interferência compatível com as predições da teoria da relatividade geral em 99,9999% que no entanto não é produzido por algum outro fenômeno. Isso segundo dois “cientistas”, um do “Instituto de Física Inovadora” da China (dica: soa como um instituto não muito respeitável) e outro do Cognitech Calculating Technology Institute, em Los Angeles (dica: também não soa como uma instituição nem minimamente respeitável), que publicaram num journal chamado “Journal of Modern Physics”, cujo fator de impacto é inferior ao do “Brazilian Journal of Physics” (que, dica: também não é exatamente o journal mais citado do mundo). Contra duas publicações no “Physical Review Letters”, mais prestigioso journal de física do planeta, com fator de oito vezes maior.

      Estamos no limiar de uma nova revolução científica? Sim. Mas não a que você gostaria que fosse, claramente.

      1. Einstein não era einsteniano:

        “Considero que seja perfeitamente possível que a física não se baseie no conceito de campo, ou seja, em estruturas contínuas. Então, nada permanece de todo o meu castelo no céu, incluindo a teoria da gravitação, mas também
        nada do resto da física moderna. ”

        (Em uma carta a um amigo em 1954, o ano antes de morrer.)
        http://www.cosmic-mindreach.com/Quotes.html

        La imposibilidad de penetrar el esquema divino del universo no puede, sin embargo, disuadirnos de planear esquemas humanos, aunque nos conste que éstos son provisorios.

        A impossibilidade de penetrar o esquema divino do universo não pode, contudo, impedir-nos de planejar esquemas humanos, mesmo que nós estabelecemos que eles são provisórios.

        The impossibility of penetrating the divine pattern of the universe cannot stop us from planning human patterns, even though we are conscious they are not definitive.

        http://fisica2100.forumeiros.com/t1339-jorge-luis-borges-para-cientistas

        1. Einstein estava perfeitamente ciente da necessidade de compatibilizar a mecânica quântica com a relatividade geral e sabia que alguma das coisas teria de ceder — ou a estrutura descontínua, quantizada, ou a estrutura contínua, dos campos. É nesse sentido que ele expressa isso nesta carta, e não há quem possa discordar dele. Com efeito, hoje a maioria dos físicos (mas não todos) aposta que uma teoria unificada das forças passará pela quantização da gravidade.

          Note, contudo, que isso não significa que a relatividade esteja errada, do mesmo modo que a relatividade não implica que a gravidade newtoniana estivesse errada. É apenas questão de domínio da aplicabilidade. A relatividade geral, como sempre foi, tem domínio de aplicabilidade somente em situações em que efeitos quânticos são desprezíveis — do mesmo fodo que a gravidade newtoniana permanece válida no domínio de aplicabilidade que não envolve campos gravitacionais muito intensos.

          Você usar esse fascinante desafio da física (a unificação das forças) como argumento anti-relatividade é falacioso e tem dupla face — você pode ficar com a relatividade e jogar fora a quantização, tentando encontrar uma teoria de variáveis ocultas que explique os fenômenos quânticos. De toda forma, a fenomenologia não vai mudar: os efeitos descritos pela relatividade geral e observados em experimentos — dos quais a detecção de ondas gravitacionais são um dos mais incríveis — continuam todos de pé.

          Ou, resumindo em apenas duas palavras, “chola mais”. rs

          1. Salvador,

            Muito obrigado pelas suas explicações. Tenho sido um provocador, e você gentil e paciente comigo. Sua resposta sobre as “três físicas” que temos à disposição deixa claro que todas são úteis, porém limitadas aos seus campos de utilização. Note que no caso da física quântica a coisa se complica um pouco mais, pois em alguns casos se aplica a teoria ondulatória e em outros a teoria corpuscular. Minha implicância com a relatividade é por conta do bordão do clube relativista: “Einstein está certo”! A relatividade tem seus paradoxos e isso não pode ser ocultado. A teoria da relatividade não resolveu tudo.Einstein tentou a unificação da física, sem sucesso.O genial cientista alemão reconheceu que não está “tão certo assim”. O método científico foi “inaugurado” por Galileu, curiosamente com o estudo da gravidade. A gravidade, até hoje, é o maior pesadelo de todas as físicas. Newton e Einstein “descrevem” a gravidade, mas não justificam, isto é: não explicam a origem dessa estranha força. A teoria das cordas também não resolveu o problema.
            Você é jornalista científico está atento aos fatos revelados pela ciência oficial ou “mainstream”. Mas o movimento da “física underground” , daqueles que “pensam fora da caixa”, vem crescendo. Isso é um fato jornalístico. Convido à você e seus inúmeros seguidores a conhecer um pouco sobre essa conspiração:

            Questões da Ciência
            http://piaui.folha.uol.com.br/questoes-da-ciencia/os-erros-de-einstein/

            Entrevista com Millo Wolff
            https://www.youtube.com/watch?v=0dakES_qHbA

          2. Einstein estava certo. Mas só naquilo que ele estava certo. Ciência é acerto e erro, e todos os grandes cientistas cometem erros. (Aliás, só os medíocres não os cometem, porque não se arriscam a se aventurar por terrenos inexplorados.)

        1. Olha, que coisa maravilhosamente divertida! Mas não tem paradoxo nenhum!
          O tempo no núcleo passou mais devagar do que na superfície da Terra por conta da gravidade mais intensa lá. O efeito é negligenciável no curto prazo, mas se torna pronunciável no longo prazo — e eu diria que 4,6 bilhões de anos é longo prazo! O cara fez a conta e descobriu a diferença de dois anos e meio. O que isso quer dizer, que o núcleo surgiu depois da crosta? Não, claro que não! Quer dizer que ele envelheceu 2,5 anos a menos por conta do efeito relativístico! Se na superfície se passaram 4,6 bilhões de anos, no núcleo se passaram 4.599.999.997,5 anos! É como o paradoxo dos gêmeos, que também não é paradoxal quando você entende. Se um viaja a velocidades relativísticas e o outro fica na Terra, o que partiu envelhece mais devagar do que o que ficou. Quando eles se reencontram, eles já não têm mais a mesma idade, embora tenham nascido juntos! 🙂

          1. Se o núcleo é 2,5 anos mais novo, tendo surgido no mesmo momento em que a crosta, ele não existe em 2016 e está no reveillon de 2013?

      2. O que eu posso dizer a respeito de uma opinião sobre o fator de impacto da IMP? Desafio a publicar lá em menos de 60 dias, como autor, Ok? Nem vem que não tem!!. Existem pesquisas tão sérias a respeito da estatística de fatores de impacto validarem um determinada pesquisa quanto a de um placebo criado por um cientista cancerologista e que já curou milhares de pessoas. O que o diga as caravanas à São Carlos.

        É preciso entender de uma vez por todas que a formação de Relatividade Geral (RG) dos Físicos em Geral é Péssima. Só porque começam a entender um pouquinho as Equações de Einsten (são 10 no espaço de Minkowiski) já começam a Ver Buracos Negros e Ondas Gravitaconais. É preciso saber primeiro uma coisa: A RG é uma toria puramente GEOMÉTRICA. O lado esquerdo é APENAS MATEMÁTICA enquanto o DIREITO é FÍSICA: na melhor das substâncias no sentido físico: ENERGIA. Não sabemos ainda o que faz o lado DIREITO DA EQUAÇÃO SER EQUIVALENTE AO LADO ESQUERDO. Este fato é na melhor das definições: Coincidência. Temos uma abordagem, do que ninguém ainda explicou profundamente sobre a Inércia ou Gravitação que é Newtoniana (que funciona muito bem e que segundo a Navalha de Okam leva o prêmio em relação a RG) e a RG que é uma teoria matemática e descreve as órbitas dos planetas somente e somente se, a equação de Poisson, for o limite de convergência. Eu desafio alguém mostrar a prescrição orbital dos planetas, sem o acoplamento mínimo de Poisson. Por que eu sei que não existe. Tanto é que o maior programa russo orbital é baseado em cálculos orbitais em que nem de longe a RG dá o ar da Graça. Outra fato é que nosso espaço não é Minkowskiano ele tem curvatura e se não conhecemos a geometria do Universo ou seu tensor de Energia-Momentum como podemos encontrar as soluções?

        Ondas Gravitacionais? Eu gostaria de saber qual é a barra de incerteza do interferômetro? Com esta resolução eu fabrico um aparelho de ressonância magnética para identificar tumores de Graça. É claro, eu só quero tomar um cafezinho nas horas vagas, no café do Hospital A. Einstein, e conversar com a mulherada bonita Só mulher Bonita (Einstein era um mulherengo assumido, esse aí sabia das coisas!!!).

        Agora, colocando a brincadeira de lado: Ondas Gravitacionais? Isto sim é um brincadeira!!! Enquanto dezenas de Institutos de Física e Engenharia no Brazil e no Mundo não forem capaz de reproduzir o efeito e principalmente não formos capazes de fazer tecnologia com tais ondas acho muito difícil existir tais ondas. Mas mai do que isso existir e um instrumento com esta resolução!! Sabe por quê? Por que a resposta é muito simples a resolução necessária para a detecção, considerando os ruídos a serem eliminados equivaleria ao próprio principio da incerteza de Heisenberg.

        Concordo com a intensa exigência de revistas como a Nature e Science. É melhor dar espaço para que quer escrever equações para a criação de uma pílula contra vírus e câncereres do que para um bando de recalcados que não ganharam a medalhinha de Matemática da CRECHE.

        1. Comparar a relatividade ao charlatanismo da fosfoetanolamina é tão absurdo quanto fazer caravana a São Carlos em busca da cura do câncer, na minha opinião…

  8. Quanto ao enorme objeto atrás do sol, que, segundo dizem,está provocando uma reação nos planetas mais próximos da terra. Invenção ou realidade ?

    1. Invenção. Não há como esconder um objeto atrás do Sol, porque estamos girando em torno dele. Se está atrás do Sol agora, em seis meses estaria do lado oposto.

    2. Tem milhares de vídeos na Internet mostrando ou tentando mostrar que há um outro “sol” ou planeta gigante perturbando o movimento dos planetas do Sistema Solar ao se aproximar da parte interna do sistema. Cada um chama o tal astro de algum nome que já foi e ainda é muito citado aqui: Nibiru, Hercolubus, Planeta X, etc. Fantasia de apocalípticos que não tem mais nada para fazer a não ser querer bancar os terroristas na rede mundial já contando com o retardo mental de gente que crê que até mancha de detergente em vidro mal lavado é alguma aparição de uma santa ou espírito qualquer. Costumo sugerir que todos eles façam turismo na “Casa do Caralho” com passagens só de ida:

      https://www.youtube.com/watch?v=fIYWVhOFqL4

      1. hahahahahahaha… ri muito aqui!!! Engraçadíssimo o vídeo, só os portugas mesmo para ter esse senso de humor… fantástico!

      2. Boa tarde,

        Cuidado com o que é publicado na Internet. Algumas coisas são pura especulação, nos melhores casos, ou pura mentira/desinformação nos piores casos! Já passei vergonha na faculdade quando levava “estórias” que lia em revistas ou em canais de tv a cabo que se diziam divulgadores de ciência! É verdade que um cientista deve buscar pensar fora da caixa mas é necessário sempre ter um critério para isso!

    1. Opa! Farei quando chegar mais perto. Já escrevi um texto sobre isso, mas só sai em julho na SciAm Brasil. Farei outro para o blog em breve. Guenta firme! 🙂

  9. Bom dia Salvador.

    Muito legal ver que ainda há muito a se descobrir nesse universo.
    Minha dúvida é: falta muita coisa pra ser comprovado da teoria da relatividade? Ou já chegamos ao fim da era das descobertas propostas pelo Einstein?

    1. A teoria da relatividade foi confirmada de cabo a rabo. Claro que ainda há efeitos relativísticos a observar, e sempre se pode buscar um desvio da previsão teórica aumentando a precisão das medidas, mas de essencial nada resta a ser confirmado.

      1. Quem ganha com as sucessivas tentativas provas da relatividade são a indústria tecno-científica e militar. Ambas obtêm poupudas verbas públicas para desenvolvimento de instrumentos que não tem a mínima relação com as idéias de Einstein.

        A sonda Gravity Probe é um exemplo. Esse artefato serviu para o desenvolvimento de giroscópios de altíssima precisão. Giroscópios são usados em mísseis balísticos, por exemplo.

        Acredito que o Observatório LIGO pode ser útil para detetar testes nucleares remotos.

        Para saber mais:

        http://gpcpublishing.com/index.php?journal=gjp&page=article&op=view&path%5B%5D=461

        1. A teoria da relatividade é uma teoria “sabonete”, pois é uma construção intelectual fechada em si mesma. Não há como negá-la, nem como prová-la.
          Lord Kelvin comentou que a física teria acabado no fim do século 19. O mérito da relatividade, obra do início do século 20, foi transformar a física numa rentável polêmica que não tem mais fim.

          1. Você parece alimentar a polêmica. O resto de nós está bem satisfeito com os sucessos preditivos da relatividade.

        2. Vá ter imaginação assim lá longe. 😛
          Como se fosse mais fácil pegar dinheiro da NSF para investir num falso detector de ondas gravitacionais do que gastar dinheiro do Pentágono (dica: o orçamento é muito maior) para o perfeitamente legítimo objetivo militar de monitorar detonações nucleares…
          Pensa um pouco no que você está dizendo.

          1. Para “aceitar” a teoria da relatividade, basta abandonar a lógica e razão humanas. Renuncie a lógica e razão humanas e transforme-se em um idiota.
            Prefiro ser tratado como um idiota do que ser um deles.

          2. Verdade. Einstein era um idiota. Esperto é você. Na próxima edição do meu livro dos gênios, vou trocar a biografia dele pela sua. 😉

          3. Mas por que precisaria ser secreta? Nem tudo que tem objetivo militar é secreto. Detectar detonação nuclear não me parece ser um objetivo que exija segredo. Ou é segredo para alguém que países monitoram atividade nuclear de outros países??

  10. O Amor de Deus gerou todas estas maravilhas, quando decidiu dar uma nova chance aos “Anjos Caidos”, ordenou a reunião de todo o pó, em que se transformaram, através do magnetismo, forneceu a energia necessária, e criou o “Big Bang”, início do plano “B” da nossa criação.

    1. Jonas. Giroscópios de altíssima precisão foram desenvolvidos para se comprovar que o giro do planeta Terra – assim como outros corpos no espaço – distorcem o tecido Tempo/Espaço ao seu redor.
      Parece que nesse caso específico outras indústrias é que se aproveitaram do desenvolvimento alcançado para um fim muito mais digno.

  11. Salvador, simplesmente sensacional!! Ver o surgimento de uma nova ciência tão interessante como essa nos faz até sentir especial …sabe aquela sensação de pensar que os avôs tiveram a guerras mundiais, nossos pais a guerra fria…rsrs…nós agora temos as ondas gravitacionais!! Nossa geração também é especial!! rsrs…

    Salvador, uma dúvida, já vi aqui você comentando sobre isso, mas se tivéssemos um “LIGO” no espaço…tipo uma instalação na lua por exemplo… a sensibilidade de detecção seria muito maior? ou simplesmente não compensa o custo que teríamos?

    Parabéns pelo blog, passagem obrigatória aqui ao menos umas 2 vezes ao dia!!

    1. Seria. E há planos. Na verdade, estão testando essas tecnologias agorinha, num satélite da ESA chamado LISA Pathfinder. Abraço!

  12. Salvador muito bacana!

    Tenho uma dúvida: como se formam aqueles buracos negros supermassivos? Quando duas galáxias colidem, eles também podem se juntar, não é? Imagina o tamanho das ondas gravitacionais!

  13. Salvador, interessante a descoberta, que pode vir a gerar evidências para as teorias das cordas ou supercordas. Impactos dessa magnitude poderiam romper o tecido espaço-temporal (dimensões), e a teoria das supercordas prevê mecanismos que “consertam” essa ruptura, mantendo o espaço-tempo estruturalmente estável. Por outro lado, sobre a formação de estrelas de primeira geração e demais, não encontrei até hoje, equações em astrofísica, que demonstrem, respeitadas as leis físicas envolvidas (leis dos gases e gravidade), que uma nuvem de hidrogênio molecular possa compactar até o ponto de entrar em ignição. As equações que encontrei, mostram, no entretanto que a pressão dos gases no interior de uma nuvem molecular de hidrogênio neutro é 64 vezes superior à gravidade. Gases sempre tendem a se expandir, nunca a se contrair.

    1. Caro Célio, intrigante a sua questão, mas penso que, se temos uma nuvem de gás sobre a qual não há grandes forças atuando, a força gravitacional dos seus elementos irão fazer com que se aproximem cada vez mais, portanto contraindo a nuvem. Só a repulsão elétrica entre os átomos, se houver, poderia evitar o colapso. Assim imagino, sem equações ou sem aprofundamento, meio-leigo que sou.

  14. Seguindo o raciocínio das ondas gravitacionais semelhante a ondas de um lago, ocorrendo mais de um evento as ondas não colidem, mudam a direção, amplitudes etc uma da outra. Em resumo, como as ondas de um evento não interfere na outra? Não estaria tudo no mesmo lago?

    1. Está tudo no mesmo lago, mas a amplitude das ondas cai com a distância. Se duas pedras caírem suficientemente longe uma da outra, haverá pouquíssima interferência de uma onda com a outra.

  15. Olá Salvador, considerando que a massa do buraco negro resultante é menor do que a soma dos buracos negros originais, isso significa que nessas colisões os buracos negros estão convertendo massa no interior do horizonte de eventos em energia gravitacional e emitindo-a? Na forma de ondas gravitacionais?

      1. E eu, sem muito o que fazer, peguei essa informação, transformei em energia (pois Einstein nos disse: E=mc² ), e dividi pela área duma esfera de 1,4 bilhões de anos-luz de raio. Depois, multipliquei o resultado pela máxima área circular de uma seção transversal do planeta Terra (eu disse que não tinha muito o que fazer).

        Se não fiz besteira nas conversões, isso significa que essa onda gravitacional chegou à Terra com energia suficiente para aquecer em 31ºC um litro de água. Para um evento tão distante, é uma energia considerável!

        1. Você calculou a energia total que o evento gerou e a parcela total que passou pela Terra. Pelas minhas contas isto deu 2,5 bilhões de calorias, como você chegou a conclusão que esta energia daria para aumentar a temperatura de um 1 litro de água em 31ºC?

  16. Olá salvador, seria possível desverdar os segredos da singularidade do buraco negro, que fica escondido atrás do horizonte de eventos, apenas observando os dados de uma onda gravitacional gerada por uma fusão desses corpos ?
    E com esses dados da singularidade seria o suficiente para unir relatividade e mecânica quântica ?

    1. Aparentemente não. Ondas gravitacionais são um efeito 100% relativístico, então em tese ela não deve informar nada sobre mecânica quântica (ou o que acontece quando a teoria da relatividade se quebra, que é o caso no interior de um buraco negro). Em tese. 😛

  17. Salvador, se não me engano o LIGO tem mais de 10 anos, quais os progressos permitiram essas primeiras descobertas depois de tanto tempo? abç.

    1. Eles fizeram updates tecnológicos que resultaram no Advanced LIGO, mais sensível. Curiosamente, o primeiro evento detectado estava no limiar do LIGO original — podia ter sido detectado na época em que ele estava em operação

  18. Salvador uma duvida:
    Quando se atira uma pedra em uma lago,a onda gerada.é mais forte próximo ao local da queda da pedra e vai enfraquecendo a media que se distancia,supondo que as ondas gravitacionais sigam a mesma lógica,o que ocorre no espaço tempo próximo ao evento que as gerou ?
    Acontece algum tipo de anomalia como uma buraco de minhoca ou algo parecido,visto que o efeito dá onda lá deve ser bem forte?

    1. Não existe probabilidade de buracos, nem na água, nem no espaço. Um buraco eventualmente formado é imediatamente ocupado.

      1. É por isso que não gosto desse nome: Buraco Negro.
        Ele sugere um furo no espaço/tempo, o que não é verdade.
        O que acontece dentro de buraco negro?
        Ao meu ver o tecido espaço/tempo é esticado de forma fenomenal, criando um outro Universo de proporções gigantescas.

  19. Salvador, eu tenho uma dúvida: essa margem de confiabilidade é realmente segura?Quero dizer, mesmo que a chance de outro evento idêntico ser extremamente pouco provável, dado o tamanho do universo essa coincidência não seria realmente possível com esse percentual utilizado?

    1. É o que é: 99,9999%. Isso significa que tem 0,0001% de chance de ser coincidência. Mas componha isso em dois (ou três) eventos em um período de três meses para repensar quais as chances. 😉

  20. Salvador,
    Acabei de completar 69 anos. Sempre tive muita curiosidade sobre as coisas da astronomia. Mas, por razões de sobrevivência, tive que me enveredar por outro caminho (medicina). Queria ter hoje 16, 20 anos para estudar essa ciência.

    1. Medicina é uma nobre carreira, não cogite se arrepender do caminho seguido. E a astronomia é um bem comum da humanidade, nunca é tarde para tomar parte nela! 🙂

  21. Tenho somente uma dúvida, o experimento é feito na superfície da terra, ocorre eventos sísmicos a todo momento na superfície da terra. Não vi nenhum comentário sobre isto. Poderia me dar uma informação sobre isto?

    1. No artigo anterior, num comentário (vide o link no post), o Salvador fala sobre isso: “E o que os caras precisam filtrar dos detectores são todas as flutuações mundanas (terremotos, carros passando perto e fazendo vibrar o solo etc.) para poder detectar as ondas gravitacionais.” 🙂

    2. Foi falado bastante sobre essa questão sim, lá no início do ano, quando divulgaram o primeiro resultado.

      Pense na suspensão do seu carro. Pneus, molas e amortecedores filtram as vibrações que a irregularidade do asfalto causariam nos passageiros. Já reparou que quanto mais caro é o carro (tende) a ser mais confortável para os passageiros?

      Então, agora pense na “suspensão” para filtrar essas vibrações de um aparelho que custou mais de 650 milhões de dólares. Não apenas devem ter usado o que há de melhor nesse sentido, mas devem ter inventado muita tecnologia nova para conseguirem atender aos requisitos técnicos da máquina e filtrar essas vibrações.

      O legal é que essas inovações serão úteis para nós. Pense o quanto máquinas de precisão poderão se beneficiar de uma melhor filtragem de vibrações (arrisco dizer aparelhos de ressonância magnética, fábricas de micro-chips e por aí vai).

      1. O filtro talvez não seja somente físico. Por meio de um software, todo ruído (oscilações causadas por fontes diversas) que não tenha o padrão esperado é eliminado.

  22. Magnífica a capacidade humana de perceber o Universo com tamanho alcance. Sou parte, faço parte e tenho parte do “Todo” ! O Universo é o Deus de Baruch de Espinosa. Um esplendor na minha consciência !!!

    1. Un detalhe curioso sobre o filósofo Baruch Spinoza (1632-1677). Sua profissão era a de polidor de lentes e fabricante de instrumentos óticos, fornecendo telescópios e microscópios, entre outros, aos irmãos Huygens.

  23. Magnífica a capacidade humana de perceber o Universo com tamanho alcance !!!

  24. Caro Salvador, fiquei com algumas dúvidas. Por favor, seria possível esclarecer os pontos abaixo?
    1. Como se chega ao limite de aprox. 100 massas solares para uma estrela? E por que tal limite não era aplicável ás estrelas da “1a. geração”?
    2. Existe a possibilidade dos “monstros” da 1a. detecção terem sido formados a partir de fusões anteriores?
    3. Existe a possibilidade de que o colapso gravitacional de uma nuvem de gás suficientemente grande gere diretamente um buraco negro, sem passar por uma fase “estável” como estrela? (Se houver, isso talvez pudesse explicar esses buracos negros de tamanhos não previstos pelas teorias de evolução estelar… e talvez até mesmo responder por uma parte da matéria não-observável exceto pelos efeitos gravitacionais).

    1. Marcelo, vou tentar, mas essas coisas ainda são muito debatidas.
      1. Acredita-se que poucos milhões de anos após o Big Bang o Universo era muito mais quente e não tinha nada que não fosse hidrogênio e hélio — duas coisas que facilitavam a coalescência de estrelas “monstronas” gigantes. Essas aí detonaram como supernovas, gerando os elementos mais pesados. Ao mesmo tempo, o Universo foi esfriando. E aí ficou mais difícil fazer estrelas monstronas. Daí as limitações para populações mais recentes de estrelas.

      2. Não, a ideia é que elas nascessem monstronas já.

      3. Que eu saiba não.

  25. Dileto Salva, ouça bem!

    Tudo o que observamos além do nosso sistema solar, nos remete a um passado distante ou remoto.
    É impossível observarmos eventos presentes no universo profundo.
    Às vezes, observamos um fenômeno que já não existe mais, já aconteceu a milhares, milhões, bilhões de anos passados.

    Assim sendo:

    Tudo o que observamos, terá dois parâmetros:

    – Se observarmos o nosso sistema solar, será uma observação do presente, mesmo assim, com pequenas diferenças temporais.

    – Se observarmos o espaço profundo será sempre o passado distante.

    Ex:

    Quando focamos a estrela Alfa Centauri, nosso quintal, estaremos “olhando” para um passado muito antigo, mais que o do Império Romano.

    Portanto sobre o tema proposto, essas ondas gravitacionais em questão, são meras conjecturas e/ou hipóteses quanto a origem, causas e efeitos.

    Sigamos em frente!

    Ainda somos aprendizes, mas … com uma vantagem. Somos muito curiosos.

    1. Nyco, você está correto na ideia geral (só enxergamos o passado), mas está exagerando. Quando olhamos para Alfa Centauri, estamos vendo como ela era na última Olimpíada. Quatro aninhos só.

      Interessante notar que isso vale para tudo. Coloque o seu palmo à frente do nariz, e ainda assim você o verá como ele era uma fração mínima de segundo atrás. É passado também. Mas isso não impede você de “igualar” o passado com o presente num caso assim.

      A astrofísica é a mesma coisa, você consegue igualar o passado remoto ao presente, comparando objetos a diferentes distâncias. (Por exemplo, o Sol, que você vê com atraso de 8 minutos, desprezável, e estrelas mais distantes, mas com a mesma assinatura espectral.)

      Então, as ondas gravitacionais e sua origem não são meras conjecturas. Note que elas foram previstas! Se são uma hipótese, são uma hipótese confirmada por observação! 😉

      1. Dileto Salva!
        Tu estás correto quanto a alfa centauri.
        Meu raciocínio estava correto, porem, o cálculo falhou.
        Onde deveria ser 4 anos no passado, eu calculei 4 séculos, .. kkk., .. uma pequena diferença.
        É que uma vez, num determinado observatório, o astrônomo focou o telescópio na estrela adelbaran e me explicou que, no momento da observação, seria possível que ela nem existisse mais, pois a luz emitida por ela leva 65 anos luz até chegar a nós.

        1. Vou ser chato, com 400 anos luz não dá pra chegar no Império Romano. O do oriente acabou em 1453…

        2. Sim, estamos observando o passado, mas as medições trazem resultados previstos pela teoria, portanto, não são conjecturas, mesmo tendo ocorrido no passado. Há muito tempo, dois buracos negros colidiram e geraram ondas gravitacionais que agora atingiram a Terra. É fato.

      1. Sou apenas um curioso e sujeito a erros e acertos. Por isso, não posso desrespeitar
        opiniões alheias, mesmo que injuriosas.

        1. Nyco, perdoai os ímpios.
          Fica tranquilo. Até os maiores cientistas do mundo estão engatinhando quando se trata de universo.

  26. Salvador, vamos simular uma catástrofe cósmica, se assim posso dizer.
    Digamos que no centro de nossa Galáxia(Via Láctea) tenham dois Buracos Negros, massas próximas ás detecções acima descritas e entram em colisão.
    1)O que restaria das estrelas próximas?
    2)O Tsunami de Ondas Gravitacionais até onde varreria as estrelas mais distantes e qual o tamanho do estrago?
    3)O que sobraria da Via Láctea?
    4)O Sistema Solar poderia ser atingido?

    1. Nada catastrófico. Exceto, talvez, pelas estrelas realmente já prestes a cair no centro da galáxia. De resto, tudo tranquilo. Ondas gravitacionais são coisas discretas. Estamos falando de variações de tamanho de escala atômica.

  27. Salva, boa tarde! Muito legal ver a tamanha sensibilidade do LIGO… Conseguiu detectar a fusão de dois buracos negros “ordinários” a 1,4 bi A.L. Sensacional!!!

    Mas fiquei com uma dúvida. No centro das galáxias temos buracos negros colossais com milhares, milhões e até mesmo bilhões de vezes a massa do nosso famigerado Sol. Dentro do universo observável deve haver pelo menos alguns pares de galáxias em vias finais de se fundirem, certo? Então como seria detectar as ondas geradas pela fusão de dois monstros cósmicos? Eventos esses que geram as galáxias como a IC 1101…

    1. Deve ser incrível, e em tese o LIGO poderia detectar. Só não deve ser muito comum. Lembre-se: só conta o momento da colisão. Quase colidindo não vale, pouco depois da colisão também não. Mas imagino que, com o passar do tempo, seja possível detectar algo assim. 😛

      1. E o mais interessante é que será um evento totalmente previsível, pois enxergamos o enlaçamento entre as galáxias com milhões de anos de antecedência em relação ao momento derradeiro da fusão. Diferente destes buracos negros menores que não enxergamos.

        Agora imagine como seria fazer a detecção de ondas gravitacionais da fusão de galáxias, um evento visível: “Todos a postos, o LIGO deverá fazer uma detecção enorme em 5… 4… 3… 2… 1… ~~~~N~~~~

        1. Nah, não dá pra fazer isso. Vemos a fusão de galáxias, mas não conseguimos precisar quando os dois buracos negros centrais vão se encontrar. A coisa vai acontecer ao inverso. Quando tivermos mais detectores de ondas, capazes de dar um pinpoint melhor na região do céu onde se deu o evento, vamos detectar um evento imenso vindo de uma dada região do céu. Aí vamos apontar o telescópio e ver lá duas galáxias em colisão. E aí teremos um “ahhh, então foi isso”. 😉

          1. Invejável o conhecimento de Salvador,passaria a noite toda lendo suas respostas. Doí-me a cabeça a imaginação de quão fantástico é o universo,de quão fantástica é a ciência,de quão fantásticos são os homens como Salvador Nogueira.

  28. LIGO, sim. Será uma detecção atrás da outra. Abriram a porteira, passará a Boiada. rsrs.

  29. Como dizia Galileu Galilei, “meça o que é mensurável e torne mensurável o que não é.” Taí, mais um tipo de medição, fundamental para entendermos o Universo. Fantástica conquista!

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