Os 5 segredos da Nasa para levar uma nave a Júpiter

Salvador Nogueira

A festa é grande pela chegada bem-sucedida da sonda Juno a Júpiter, após cinco anos de viagem. Os olhos do mundo agora se voltam para os resultados científicos que a espaçonave trará, desvendando os segredos de Júpiter e, por consequência, da formação do Sistema Solar. Mas peraí. Não nos esqueçamos do desafio que é meramente chegar até lá. Como se faz para mandar alguma coisa — qualquer coisa — até Júpiter? Conheça agora os cinco segredos da Nasa para o sucesso dessa incrível jornada.

1. VIAJAR SEM GASTAR COMBUSTÍVEL
Para ir de São Paulo a Brasília de carro, você não consegue chegar sem parar para abastecer pelo menos uma vez. Como pode uma espaçonave que, tirando os painéis solares, não é muito maior que um automóvel conseguir fazer um percurso de 2,8 bilhões de km para chegar até Júpiter sem ter um único posto de gasolina pelo caminho?

A resposta é mais simples do que você imagina. Quer ver? Vamos lá. Quanto combustível um paraquedista precisa para saltar de um avião a 5 km de altitude e chegar ao chão? Zero, né? Afinal de contas, ele está caindo — a gravidade faz todo o serviço por ele. É exatamente isso o que fazem praticamente todas as missões espaciais: elas são lançadas e depois simplesmente “caem” até seus destinos. Orbitar, parafraseando Woody e Buzz Lightyear, é cair com estilo!

Como funciona? Imagine uma bola de canhão. Ela é disparada na diagonal, para cima, sobe e depois cai, atraída pela gravidade da Terra, descrevendo uma parábola em seu percurso. Legal. Se você disparar com mais força, descobrirá que o trajeto da bola será uma versão ampliada do anterior — ela subirá mais e cairá mais longe. Em suma, sua curva ficou mais aberta. Agora imagine disparar com tanta força que a curva da bola acompanhe exatamente a curvatura da Terra. A bola estará sempre caindo, mas, como a Terra não é plana, ela nunca mais voltará ao chão. Pronto, temos uma bola de canhão em órbita.

Se você usar um foguete para lançar uma sonda até Júpiter, como a Nasa fez com a Juno, a primeira etapa consiste em acelerá-la além da velocidade em que ela ficaria em órbita da Terra. Usando somente a propulsão do lançador Atlas V (um senhor foguete, com muito mais combustível que o nosso modesto Fiat Uno), a sonda foi libertada da gravidade terrestre. Mas ainda assim ela seguia em “queda”, agora atraída pela gravidade do Sol.

A trajetória completa da Juno desde o lançamento até a chegada a Júpiter (Crédito: Nasa)
A trajetória completa da Juno desde o lançamento até a chegada a Júpiter (Crédito: Nasa)

2. USAR UM ESTILINGUE GRAVITACIONAL
A Juno partiu em 5 de agosto de 2011, depois de um grande empurrão de seu foguete, e passou a “subir” na direção da região mais externa do Sistema Solar. E assim ela cruzou a órbita de Marte, o quarto planeta, a caminho de Júpiter. Mas a gravidade é implacável. A nossa bola de canhão espacial está sendo puxada de volta pelo Sol. Sacomé, (quase) tudo que sobe tem de descer. E a Juno subiu, subiu, subiu e depois voltou a descer. Cruzou a órbita de Marte novamente e acabou de volta às imediações da Terra, em 9 de outubro de 2013. Eita. Voltou? Deu chabu?

Nada disso. Lembre-se: todos os movimentos da Nasa são friamente calculados, graças ao bom e velho Newton. Usando as equações gravitacionais, os cientistas podem calcular com precisão quanto a sonda ia subir e quanto ia cair. Eles planejaram essa passagem pelas imediações da Terra. Para quê? Para usá-la como um estilingue gravitacional!

A coisa se desenrola assim: conforme a nossa sonda Juno/bola de canhão se aproxima da Terra, a gravidade do nosso planeta a atrai — ou seja, ela acelera ainda mais. Mas sua trajetória foi calculada de forma que ela passasse de raspão, sem cair de volta aqui. Um erro na conta, e game over para a Nasa. Em compensação, acertando essa e fazendo a sonda só passar de raspão, ela sai do encontro com mais velocidade e uma chance de ir mais longe em sua segunda tentativa de chegar ao Sistema Solar exterior.

Um leitor mais atento pode — e deve — pensar: “Ué, mas a aceleração da nave quando ela está se aproximando da Terra não acaba anulada pela freada posterior, depois que a sonda passa e a gravidade terrestre passa a jogar contra, puxando-a no sentido contrário?”

Bem, isso é mesmo verdade — com relação à Terra. A mesma aceleração da Juno vindo é a desaceleração da Juno indo. Mas lembre-se: nisso tudo, o nosso planeta também está em movimento, com relação ao Sol. Então, embora a nave não ganhe velocidade com relação à Terra, ela consegue aumentá-la com relação ao Sol. E sabemos que, desde o lançamento, sua trajetória sempre esteve regida pela gravidade solar. Ganhar velocidade com relação ao Sol foi a manobra que deu a ela a chance de vencer a parada.

Imagem da Terra feita pela JunoCam durante o sobrevoo de 2013 (Crédito: Nasa)
Imagem da Terra feita pela JunoCam durante o sobrevoo de 2013 (Crédito: Nasa)

3. TER A CAPACIDADE (MÍNIMA) DE ESTERÇAR
Durante essas idas e vindas pelo Sistema Solar, a Juno revela sua principal diferença com relação a uma simples bola de canhão. Embora a direção geral da sua trajetória seja ditada pela gravidade, ou seja, ela está quase o tempo todo em queda livre, a nave tem propulsores com que pode realizar pequenas alterações de curso.

Elas são pequenas mesmo. Mas, se você estiver suficientemente longe do seu alvo final, um pequeno empurrão dos propulsores pode fazer uma grande diferença em onde você estará dali a alguns anos.

A Juno fez várias manobras de ajuste de curso com seus propulsores ao longo da jornada de cinco anos até Júpiter, a maioria delas concentrada entre agosto e setembro de 2012, com o objetivo de chegar no lugar certo na hora certa.

E outra coisa importante nisso tudo é: como saber que a sua sonda está onde seus cálculos dizem que ela deveria estar? Entra outra diferença entre a bala de canhão e as sondas da Nasa — elas são equipadas com câmeras especialmente projetadas para determinar onde a nave está.

Chamadas de “star trackers”, elas basicamente identificam a posição das estrelas e dos planetas do ponto de vista da nave e, com isso, os cientistas podem dizer em que região do espaço ela trafega. Chega a ser poético que viajemos pelo espaço como os grandes navegantes do passado, que usavam a posição dos astros no céu para determinar sua própria localização em meio aos oceanos.

Além desse mecanismo “antigo” para determinar a posição da sonda, há outra técnica, mais útil para determinar se a velocidade da sonda é a esperada. Ela envolve a análise das transmissões de rádio enviadas pela espaçonave na direção da Terra. Ao medir a variação de frequência nelas, é possível dizer com que ritmo a sonda se afasta ou se aproxima de nós. Essa variação de frequência, por sua vez, é causada por um fenômeno físico bem conhecido do cotidiano, o efeito Doppler. Você com certeza já o ouviu por aí.

Manja como o tom da sirene da ambulância muda conforme ela se aproxima ou se afasta de nós, aquele “Uuuuuuóóóóó…”. Na verdade, o som que ela faz é sempre o mesmo, mas as ondas sonoras são distorcidas pelo movimento da ambulância, ora se comprimindo, ora se expandindo. Pela variação das ondas sonoras, você pode dizer se ela está indo ou vindo. E o mesmo acontece com as ondas eletromagnéticas (de rádio) transmitidas pela sonda. Ao medirem essa variação, os cientistas podem dizer a que velocidade ela está transitando. Ademais, a própria localização da transmissão no céu ajuda a determinar se a espaçonave está na direção prevista, com relação às antenas em solo.

4. PUXAR O FREIO NA HORA AGÁ
Eis que chegamos ao 4 de julho de 2016 — o dia do “vai ou racha”. A exemplo do que aconteceu em 2013, a sonda Juno ia passar de raspão por um planeta — não mais a Terra, mas Júpiter desta vez. Se fosse apenas uma bola de canhão, ela seria estilingada pelo gigante gasoso e sairia de lá ainda mais depressa, numa trajetória que a levaria para fora do Sistema Solar.

Isso significaria atingir a velocidade de escape do Sol (ou seja, se libertar de sua prisão gravitacional) e se perder para sempre nas profundezas do espaço. Nada de missão a Júpiter.

Para evitar esse fim melancólico, o truque final foi, ao chegar a Júpiter, puxar o freio com tudo. O combustível a bordo da Juno foi economizado ao máximo ao longo de toda a viagem (restrito às pequenas manobras de ajuste que mencionamos) justamente para este momento: de uma vez só, a espaçonave dispararia seu motor por 35 minutos seguidos, com o jato do foguete apontado para a direção oposta de seu movimento — em outras palavras, freando.

O objetivo era reduzir a velocidade e ser capturado pela gravidade do planeta gigante. Em vez de cair novamente em direção ao Sol, ela ajustaria sua trajetória e aceleração para passar a cair na direção de Júpiter. E foi essa a manobra crucial que foi realizada com sucesso na virada da segunda-feira para a terça.

Imagem mais próxima de Júpiter feita pela JunoCam até agora, 5 dias antes da inserção orbital. (Crédito: Nasa)
Imagem mais próxima de Júpiter feita pela JunoCam até agora, 5 dias antes da inserção orbital. (Crédito: Nasa)

5. PEGAR LEVE COM O COMPUTADOR
A essa altura, você já sacou que, se as coisas saíssem errado, não haveria como salvar a missão. Ela estaria perdida. Um erro de cálculo para cá, e a espaçonave mergulharia em Júpiter. Um erro para lá, e ela seria estilingada para fora do Sistema Solar. E mesmo que as contas estivessem certas, o pior de tudo ainda podia acontecer: no meio da manobra, o computador de bordo podia sofrer uma pane e os motores serem desligados inadvertidamente.

A confiança no piloto automático tinha de ser total. Afinal de contas, 48 minutos-luz separam Júpiter da Terra, de modo que não dá para enviar um comando de improviso para a sonda sem que ele chegue lá com quase uma hora de atraso. A Juno estava, para todos os efeitos, sozinha.

E o mais dramático: as proximidades de Júpiter estão cheias de radiação, com elétrons furiosos zanzando quase à velocidade da luz. Você sabe o que um elétron desses, desavisado, colidindo com um circuito eletrônico, pode fazer? Não foi por acaso que os componentes mais sensíveis da eletrônica da sonda foram instalados num invólucro de titânio — a ideia era minimizar o risco de o cérebro da Juno fritar justo durante a manobra crítica. (Eventualmente a exposição prolongada à radiação vai fazer essa fritura, e é por essa razão que a Nasa estima que a missão não deva ir além de 2018.)

OK, computador pifar, não bom. Entendemos. E aí veio o quinto segredo da Nasa para o sucesso — um que frustrou muita gente.

Quando você está trabalhando no seu computador e precisa se assegurar de que ele não trave ou lhe presenteie com aquela adorável tela azul da morte, é de bom tom não abrir oitocentos aplicativos e janelas ao mesmo tempo, certo? Quanto menos programas ele estiver rodando, melhor. Menos chance de crash. A mesma coisa vale no espaço.

Por isso, a equipe científica da Juno decidiu desligar todos os instrumentos — inclusive as câmeras — cinco dias antes da aproximação final de Júpiter. Assim a concentração dos engenheiros — e do computador de bordo — nas atividades ligadas à manobra de inserção orbital seria total, minimizando risco de falha.

Resultado: apesar de a Juno ter passado a meros 4.000 km da superfície visível de Júpiter, não temos nenhum cartão postal desse evento — ainda. A boa notícia é que a sonda desempenhou de forma admirável e se colocou na órbita planejada, que a trará de volta às proximidades de Júpiter em 53 dias — lembre-se, ela é agora uma bola de canhão subindo com relação ao planeta gigante, mas que eventualmente cairá de volta, agora totalmente dominada pela gravidade joviana. E o plano dos cientistas é registrar todo o mergulho, o que certamente deve consistir na mais espetacular sequência de imagens já feitas do maior planeta do Sistema Solar.

Guente aí mais um cadinho que vai valer a pena.

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Comentários

  1. Simplesmente genial, comecei lendo por curiosidade e ia desistir porque o texto era grande e estou no meio do trabalho. Mas sua didática e forma divertida sem excessos de explicar me segurou até o fim. Resultado, foi uma experiência gostosa e um aprendizado mágico ver como tudo aconteceu. Parabéns e continue assim. Muito obrigado pelo texto.

    1. Show de bola, Wellington! Agora, se o patrão te flagrar, você indica o texto. 🙂

  2. Salvador, que bom que existe você para nos ajudar com belíssimos textos e explicações. Cada matéria sua postada é motivo para grande aprendizado !

  3. Fascinante! A propósito, já que estamos falando de sondas, gostaria de saber se as sondas Pionner e Voyager ainda mandam informações para a Nasa.

  4. Mais uma vez obrigada Salvador! Eu não fazia ideia de como se calculava uma trajetória no espaço! Me lembrou o filme Perdido em Marte…

    1. Perdido em Marte de fato dá aulas de navegação espacial, com toda a dificuldade de lançar um cargueiro para fornecer suprimentos ou resgatar o Whatney fazendo uma “meia-volta” da nave já no espaço.

  5. Parabéns pelas explicações didáticas facilitando o compreender.

  6. Texto clarissimo. Excelente.
    Poderia me tirar uma dúvida?
    Agravidade é uma força ou a deformação do espaço-tempo?

    1. A gravidade é uma deformação do espaço-tempo que pode ser equacionada, para todos os fins práticos, como uma força.

  7. Que lindo tudo isso, a aventura da Juno, todo o estudo da NASA, e também esse texto tão simples e até divertido. Tudo isso faz agente ficar de boca aberta igual criança, literalmente encantado.

    1. Cunha, ela usa pequenos propulsores para ajustar a orientação dela no espaço (atitude) e então dispara o propulsor principal, movido a hidrazina, para realizar manobra de mudança de curso. A maior manobra, naturalmente, foi a inserção orbital, que exigiu que o motor funcionasse ininterruptamente por 35 minutos.

  8. Salva, pode parecer macaquice minha, mas fiquei com uma pulga trás da orelha.

    Será que a NASA não deu um “totozinho” na Juno, seja acelerando ou freando, para que ela não chegasse ao destino (p. ex.) no dia 3 ou no dia 5, mas sim, em 4 de julho, o mais importante dos feriados nacionais? Existe um simbolismo muito forte aí para ser totalmente ignorado, mesmo que não tenha importância prática/científica para a missão…

    1. Bruno, acredito que eles façam uma forcinha para cair nessa data sim — muitas coisas acontecem no espaço em 4 de julho para a gente ignorar. Mas isso é feito já na saída, no planejamento inicial da missão — ela é projetada para chegar lá no dia 4 desde a saída, e o plano é seguido à risca. Não tem um “totozinho” para fazer isso. Mecânica celeste não perdoa improvisos. rs

  9. Fantástica matéria. Parabéns. Me lembrou a cena do 2010 com Roy Scheider quando eles fizeram também o “estilingue” para chegar nas proximidades de Júpiter. Abraços

    1. RC, em 2010 a manobra é ainda mais radical, é a chamada aerofrenagem (já usada com sondas de verdade em Marte!). A espaçonave passa literalmente raspando na atmosfera, e usa o atrito para frear e ser capturada em órbita. No caso da Juno, eles não usaram isso (não deve ser brincadeira usar aerofrenagem em Júpiter, como podemos ver no filme!), a freada foi só com propulsores, sem ajuda da atmosfera joviana.

  10. Excelente poder ler um artigo sobre um tema dessa magnitude e entendê-lo.
    Você é realmente um professor, obrigado.

  11. Parabéns, Salvador. Excelente texto.
    Mais claro que este texto para explicar como é preparado uma Missão, não há.
    Parabéns, mesmo.

  12. Salvador, sou seu leitor contumaz e me agrada muito a maneira didática como você explica as complexidades da Física envolvidas na Astronomia. Desta vez, você se superou! Foi uma excelente ( e merecida ) reportagem sobre a chegada da Juno a Júpiter. Tenho o hábito de registrar nas minhas agendas as datas de chegada das sondas espaciais aos planetas. Foi assim com a Galileo, Cassini, New Horizons e agora a Juno. É uma espera de anos, mas que vale toda a pena. A propósito, me parece que o próximo grande evento astronômico será o lançamento do telescópio espacial James Webb, em 2018. É isso mesmo ou tem mais alguma
    coisa programada?

    Grande abraço!

    1. Roque, temos a chegada da ExoMars a Marte no fim deste ano, o lançamento da sonda americana Osiris-Rex, o lançamento do novo laboratório orbital chinês para este ano também, e o primeiro voo do foguete de alta capacidade Falcon Heavy, da SpaceX. Para o ano que vem, devemos ter as primeiras missões comerciais de envio de tripulação à Estação Espacial Internacional, o lançamento de uma missão de coleta de amostras lunares chinesa e o satélite TESS, futuro caçador de exoplanetas. Isso sem falar no fim da missão Cassini a Saturno. Então, como você pode ver, o espaço nunca esteve tão agitado. Sorte a nossa! 🙂

  13. Parabéns pelo artigo, Salvador ! Esta foi a melhor explicação para leigos, como eu, que já li na internet !

  14. Ao final da missão a sonda vai mergulhar naturalmente na atmosfera de Júpiter? Ou vai ocorrer uma espécie de suicídio com a nave mergulhando ativamente no planeta?

  15. Para quem é fascinado pelo espaço e quer praticar manobras orbitais, uma dica: Kerbal Space Program. E foi originalmente desenvolvido por um brasileiro.

    1. Já ouço do Kerbal há tempos — o Eu ainda tenta me convencer a jogá-lo de vez em quando –, mas não sabia que foi desenvolvido por um brasileiro!

      1. Pô, não te falei? O chefe da Squad, que desenvolveu o jogo, é o Felipe Falanghe, nosso compatriota. Infelizmente ele saiu da empresa há algumas semanas… mas o jogo está a todo vapor, com várias atualizações programadas. Quem tiver interesse, dá uma olhada no Tumblr deles:

        http://kerbaldevteam.tumblr.com/

        😉

  16. Cara, a melhor matéria do gênero que já li em toda minha vida!!! Tenho a dizer: Salvador Nogueira, parabéns!!! E obrigado por me ajudar a compreender um pouco o universo em que vivemos. E vamos aguardar as imagens reais de Júpiter, afinal faltam menos de dois meses. Certamente você vai escrever mais sobre esse espetacular trabalho da Nasa. Salvador, aguardo mais matérias suas sobre esse evento. Vou te cobrar! Tá

  17. Mais um parabéns pela sua qualidade didática e a precisão da sua explicação. Mas vai uma critica/pedido : No trecho “como saber que a sua sonda está onde seus cálculos dizem que ela deveria estar?” está faltando um aspecto essencial. Ela utiliza sim um seguidor de estrelas para saber a sua orientação em relação a estrelas de referencia, mas elas não dizem sozinhas onde a nave está, já que a paralagem estelar não pode ser utilizada para esse propósito. É necessário saber as componentes de velocidade da nave, para saber onde esse jogo encaixa nas equações de mecânica orbital, e para isso os próprios sinais de radio, seus retardos, arribo diferencial às antenas do Deep Space Network e o efeito Doppler são uma mão na roda para determinar as componentes de posição e velocidades. Sem essa informação, não ha como determinar os vetores a serem aplicados nos motores da nave para continuar navegando rumo ao destino. Não lhe parece interessante escrever uma matéria sobre isso ? A turma vai ficar esclarecida sobre esse tema tão importante e sobre a qual não ha quase divulgação. Grande abraço “cósmico !

    1. Verdade, faltou mencionar o efeito Doppler — estava com ele na cabeça, mas esqueci de incluir no texto. O farei agora! Abraço!

  18. Salvador!

    Muito grato, amortizou muito nossa ignorância. Sensacional explicação! Simples e prática! Parabéns!

  19. Este é um feito estrondoso, realmente. Tem brasileiros envolvidos ou tomando parte em algo relacionado?

  20. Minha dúvida é se a NASA tem como precisar exatamente a órbita da Juno.Na partida da nave aqui da Terra, eles já sabiam que iriam sobrevoar a 4000 Km a superfície visível de Júpiter?Ou isso é meio aleatório, ficando mesmo para quando a nave puxar o “freio de mão”, e deixa a gravidade fazer a órbita?.
    Abraços..

    1. Sim, já sabiam. Como eu disse, todos os movimentos são friamente calculados. A margem de erro era de uma dezena de quilômetros apenas, e a Juno foi na mosca! 🙂

  21. Salvador, meus parabéns. O seu texto nos permite entender de forma clara os procedimentos complexos envolvidos nesta viagem. Eu acho que o trabalho de divulgação científica para o público leigo é tão importante quanto a ciência em si.

  22. Salvador,
    Bom dia. Entre a órbita de Marte e a de Júpiter existe um cinturão de asteroides, certo? Como são feitos os cálculos para conseguir desviar desse obstáculo natural?

    1. Ele não é um obstáculo, realmente. Os asteroides ficam bem afastados uns dos outros e a chance de colisão acidental é muito pequena. Tanto que diversas sondas já o atravessaram e nenhuma bateu.

  23. Eu esperava um cartão postal de Júpiter. Mas ok, aceito esperar mais 53 dias para ter belas imagens do gigante, afinal já sabemos qual é sua aparência, então não vou morrer de curiosidade. Já, com relação ao novo filme da franquia Star Trek, não disponho da mesma paciência!, A Paramount adiou a estreia do filme para agosto!!! Isso sim é maldade. :'(

  24. Prezado Salvador. Se não me engano a orbita de Juno vai ser circumpolar. Se assim for porque não equatorial?

    1. Pro objetivo da missão era mais conveniente polar. Era a que permitia o mapeamento mais completo de Júpiter e um perijove mais próximo fugindo dos cinturões de radiação o máximo possível, além de se manter sempre no Sol, por conta da missão operar com paineis solares.

  25. Show de matéria Salva!
    Agoniado aqui para ver as primeiras imagens!

    Em tempo… Contagem regressiva para os conspiraciotários iniciarem os comentários a respeito de terem desligado as câmeras 5 dias antes para não mostrar os seres jupterianos provenientes de Ninbiru.

    1. Não precisa contar, é só olhar os comentários dos últimos vídeos do Mensageiro no Youtube. Eles estão em todos os lugares!

  26. Incrível como a ciência se “vira nos 30” para realizar uma missão histórica como esta. E tem gente que lê a notícia no jornal “Sonda chega a órbita de Júpter” e acha que é bem simples, como programar o GPS e pisar no acelerador.

  27. Depois de detalhar e descrever todo esse show do intelecto humano, de descrever a capacidade e potencialidade da tecnologia, ainda vem gente dizer que esse tipo de coisa, a exploração espacial, é inútil. É muito triste!

  28. Salve salve Salvador Nogueira!

    Acompanho teu blog intergalático com muito prazer, a apresentação dos temas é feita de modo muito inteligente e interessante, mitigando a distância entre o conhecimento do leigo, do astrônomo amador ao conhecimento altamente específico e avançado das tecnologias aplicadas nesta ciência.
    Um abraço, na certeza de que os teus propulsores estão ajustados na órbita ascendente rumo ào confins do Universo, ou Multiverso, como querem os físicos e astrofísicos da nova geração.

  29. Parabéns Salvador! Belíssimo trabalho! Tão didático que até o meu cachorro entendeu!
    Acompanhei pelo site da Nasa e realmente a frustração foi grande pela ausência de imagens, apesar de ser totalmente compreensível.

    Valeu!

  30. Salvador, bom dia.
    A New Horizons, que passou por Plutão, fez trajeto semelhante a Juno? Ela pegou esse “estilingue” em Júpiter para seguir viagem?

  31. Não vejo sentindo falar em subir e descer no espaço; Fico feliz com o sucesso da missão e principalmente com a tecnologia de comunicação utilizada, considerando que meu celular não pega na maioria das cidades do interior.

  32. Salvador, acompanho as suas publicações e nunca deixo de ler as suas matérias, mesmo porquê a astrofísica me interessa e me fascina.
    Incrivel a sua facilidade de explicar em linguagem simples, assuntos tão complicados como as leis de Newton, velocidades de escape etc. As ilustrações da NASA também são incríveis e facilitam muito a compreensão dos movimentos envolvidos.
    Continue a nos brindar com as suas matérias a respeito da Juno. Quem sabe ela nos traga tantas supresas em relação a Jupiter, quanto à sonda New Horizons em relação a Plutão!

  33. Obrigado Salvador,belíssimo texto para quem é um leigo como eu.Adorei e fiquei seu leitor fiel.Abraços.

  34. Salvador, virei “especialista” com esta sua explicação. Obrigado por tornar simples o conhecimento que a Nasa e você têm sobre ciência e o universo. Assim todos nós leigos podemos aprender um pouco mais da importância da ciência para a humanidade.

  35. Olá Salvador! Boa explicação para os leigos entusiasmados com o espaço sideral e com as tentativas desses insignificantes humanos em desvendar o universo. Realmente é uma frustração a JunoCam não nos oferecer uma profusão de fotos. Aguardar mais 2 meses para isso só aumenta a ansiedade. Fico pensando, para uma missão que está gastando mais de 1,1 bilhão de dólares não seria nada oneroso ter uma duplicação dos sistemas computacionais, reservando um sistema todo para as atividades prosaicas que causam deleites e arrancam suspiros dos poetas siderais. Abraços.

    1. Na verdade, seria sim — aumentaria o peso da espaçonave, e muito. Você pode pensar que os chips são levinhos, e tal… mas protegê-los exigiu 200 kg de titânio. O dobro deles, o dobro de titânio! 😛

  36. Um texto perfeito no que toca à compreensão por leigos e ignaros(como eu). Faria apenas um reparo quanto ao uso de estrangeirismos, um “pocochito demás”. No restante grato pela Aula Magna!

      1. O meu…! O que que é isso Pô …? Acordou hoje tão radiante pelo estrondoso sucesso da cobertura e da missão que está até zoando seu admirador Ramses … “Sorry pelos estrangeirismos!“ kkkk

      2. Um cara que se chama RAMSÉS não pode cobrar nada sobre “estrangeirismos”.

        Além do mais, o Salvador deu uma verdadeira aula e a preocupação do cidadão é o “estrangeirismo”.

        Ah, FUCK YOU!

        1. Calma, o Ramsés é gente fina. E, como diria o poeta, “essa é a mistura do Brasil com o Egito, tem que ter charme pra dançar bonito”. 🙂

  37. Realmente é um privilégio ser contemporâneo desses feitos da ciência. Poder presenciar tais façanhas é poder vivenciar a construção da história e do conhecimento em tempo real. A descoberta do Bóson de Higgs, das ondas gravitacionais, a chegada a Plutão, a Júpiter entre outros tantos feitos recentes e poder observa-los no acontecer é sensacional.

  38. Belíssima explicação, não poderia ser mais claro. E vamos segurar a ansiedade até vir as imagens de Júpiter.

  39. Bela explicação para nós reles mortais.
    Apenas para finalizar, cabe a frase:
    Audaciosamente indo, onde nenhum homem jamais esteve.

  40. Claro, límpido e esclarecedor. Excelente a explicação. Parabéns, e aguardando os próximos passos. Ah, e a chegada em 4 de julho, exata, é impressionante. Nota 100 para Nasa.

  41. Quero agradecer e parabenizar você Nogueira, por esse texto que nos facilita a compreensão de um feito humano tão complexo e tão extraordinário.

  42. Salvador,será que um dia,haverá a possibilidade de sondas ou naves espaciais serem lançadas da órbita de nosso planeta ou Lua,onde as gravidades são menores e assim usarem menos combustíveis?Será que um dia teremos essa tecnologia?
    Adorei o texto e o vídeo,pois são explicativos e de fáceis entendimentos.
    Abraços para você,Salvador,pois,eu,continuo aqui a ler o “Mensageiro Sideral”!

    1. A Lua seria um ótimo lugar de onde lançar. Mas precisamos de uma base lá antes. 🙂

      1. Verdade que a Lua seria uma ótima base de lançamento, mas acho que a ideia de que isto pouparia combustível faz Lavoisier revirar na tumba… Não há recursos materiais para a construção de naves, tudo (ou quase) teria que ser levado da Terra. E ainda como menciona seu texto, a gravidade principal a se vencer é a do Sol. A vantagem do lançamento lunar estaria principalmente na engenharia naval, as naves não teriam que ser aerodinâmicas. Parabéns pelo texto!

        1. Marcelo, Lavoisier pode pedir licença neste caso. Se houver gelo de água em crateras nos polos lunares, como sugerem as evidências, ele pode ser facilmente convertido em hidrogênio e oxigênio, respectivamente o combustível e o oxidante preferenciais para foguetes. O resto também existe na Lua, e as técnicas de impressão 3D aplicadas a componentes espaciais podem perfeitamente facilitar isso. Ainda não temos condições de lançar coisas da Lua, mas no futuro não seria nenhum absurdo. 😉

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