Os 5 segredos da Nasa para levar uma nave a Júpiter
A festa é grande pela chegada bem-sucedida da sonda Juno a Júpiter, após cinco anos de viagem. Os olhos do mundo agora se voltam para os resultados científicos que a espaçonave trará, desvendando os segredos de Júpiter e, por consequência, da formação do Sistema Solar. Mas peraí. Não nos esqueçamos do desafio que é meramente chegar até lá. Como se faz para mandar alguma coisa — qualquer coisa — até Júpiter? Conheça agora os cinco segredos da Nasa para o sucesso dessa incrível jornada.
1. VIAJAR SEM GASTAR COMBUSTÍVEL
Para ir de São Paulo a Brasília de carro, você não consegue chegar sem parar para abastecer pelo menos uma vez. Como pode uma espaçonave que, tirando os painéis solares, não é muito maior que um automóvel conseguir fazer um percurso de 2,8 bilhões de km para chegar até Júpiter sem ter um único posto de gasolina pelo caminho?
A resposta é mais simples do que você imagina. Quer ver? Vamos lá. Quanto combustível um paraquedista precisa para saltar de um avião a 5 km de altitude e chegar ao chão? Zero, né? Afinal de contas, ele está caindo — a gravidade faz todo o serviço por ele. É exatamente isso o que fazem praticamente todas as missões espaciais: elas são lançadas e depois simplesmente “caem” até seus destinos. Orbitar, parafraseando Woody e Buzz Lightyear, é cair com estilo!
Como funciona? Imagine uma bola de canhão. Ela é disparada na diagonal, para cima, sobe e depois cai, atraída pela gravidade da Terra, descrevendo uma parábola em seu percurso. Legal. Se você disparar com mais força, descobrirá que o trajeto da bola será uma versão ampliada do anterior — ela subirá mais e cairá mais longe. Em suma, sua curva ficou mais aberta. Agora imagine disparar com tanta força que a curva da bola acompanhe exatamente a curvatura da Terra. A bola estará sempre caindo, mas, como a Terra não é plana, ela nunca mais voltará ao chão. Pronto, temos uma bola de canhão em órbita.
Se você usar um foguete para lançar uma sonda até Júpiter, como a Nasa fez com a Juno, a primeira etapa consiste em acelerá-la além da velocidade em que ela ficaria em órbita da Terra. Usando somente a propulsão do lançador Atlas V (um senhor foguete, com muito mais combustível que o nosso modesto Fiat Uno), a sonda foi libertada da gravidade terrestre. Mas ainda assim ela seguia em “queda”, agora atraída pela gravidade do Sol.
2. USAR UM ESTILINGUE GRAVITACIONAL
A Juno partiu em 5 de agosto de 2011, depois de um grande empurrão de seu foguete, e passou a “subir” na direção da região mais externa do Sistema Solar. E assim ela cruzou a órbita de Marte, o quarto planeta, a caminho de Júpiter. Mas a gravidade é implacável. A nossa bola de canhão espacial está sendo puxada de volta pelo Sol. Sacomé, (quase) tudo que sobe tem de descer. E a Juno subiu, subiu, subiu e depois voltou a descer. Cruzou a órbita de Marte novamente e acabou de volta às imediações da Terra, em 9 de outubro de 2013. Eita. Voltou? Deu chabu?
Nada disso. Lembre-se: todos os movimentos da Nasa são friamente calculados, graças ao bom e velho Newton. Usando as equações gravitacionais, os cientistas podem calcular com precisão quanto a sonda ia subir e quanto ia cair. Eles planejaram essa passagem pelas imediações da Terra. Para quê? Para usá-la como um estilingue gravitacional!
A coisa se desenrola assim: conforme a nossa sonda Juno/bola de canhão se aproxima da Terra, a gravidade do nosso planeta a atrai — ou seja, ela acelera ainda mais. Mas sua trajetória foi calculada de forma que ela passasse de raspão, sem cair de volta aqui. Um erro na conta, e game over para a Nasa. Em compensação, acertando essa e fazendo a sonda só passar de raspão, ela sai do encontro com mais velocidade e uma chance de ir mais longe em sua segunda tentativa de chegar ao Sistema Solar exterior.
Um leitor mais atento pode — e deve — pensar: “Ué, mas a aceleração da nave quando ela está se aproximando da Terra não acaba anulada pela freada posterior, depois que a sonda passa e a gravidade terrestre passa a jogar contra, puxando-a no sentido contrário?”
Bem, isso é mesmo verdade — com relação à Terra. A mesma aceleração da Juno vindo é a desaceleração da Juno indo. Mas lembre-se: nisso tudo, o nosso planeta também está em movimento, com relação ao Sol. Então, embora a nave não ganhe velocidade com relação à Terra, ela consegue aumentá-la com relação ao Sol. E sabemos que, desde o lançamento, sua trajetória sempre esteve regida pela gravidade solar. Ganhar velocidade com relação ao Sol foi a manobra que deu a ela a chance de vencer a parada.
3. TER A CAPACIDADE (MÍNIMA) DE ESTERÇAR
Durante essas idas e vindas pelo Sistema Solar, a Juno revela sua principal diferença com relação a uma simples bola de canhão. Embora a direção geral da sua trajetória seja ditada pela gravidade, ou seja, ela está quase o tempo todo em queda livre, a nave tem propulsores com que pode realizar pequenas alterações de curso.
Elas são pequenas mesmo. Mas, se você estiver suficientemente longe do seu alvo final, um pequeno empurrão dos propulsores pode fazer uma grande diferença em onde você estará dali a alguns anos.
A Juno fez várias manobras de ajuste de curso com seus propulsores ao longo da jornada de cinco anos até Júpiter, a maioria delas concentrada entre agosto e setembro de 2012, com o objetivo de chegar no lugar certo na hora certa.
E outra coisa importante nisso tudo é: como saber que a sua sonda está onde seus cálculos dizem que ela deveria estar? Entra outra diferença entre a bala de canhão e as sondas da Nasa — elas são equipadas com câmeras especialmente projetadas para determinar onde a nave está.
Chamadas de “star trackers”, elas basicamente identificam a posição das estrelas e dos planetas do ponto de vista da nave e, com isso, os cientistas podem dizer em que região do espaço ela trafega. Chega a ser poético que viajemos pelo espaço como os grandes navegantes do passado, que usavam a posição dos astros no céu para determinar sua própria localização em meio aos oceanos.
Além desse mecanismo “antigo” para determinar a posição da sonda, há outra técnica, mais útil para determinar se a velocidade da sonda é a esperada. Ela envolve a análise das transmissões de rádio enviadas pela espaçonave na direção da Terra. Ao medir a variação de frequência nelas, é possível dizer com que ritmo a sonda se afasta ou se aproxima de nós. Essa variação de frequência, por sua vez, é causada por um fenômeno físico bem conhecido do cotidiano, o efeito Doppler. Você com certeza já o ouviu por aí.
Manja como o tom da sirene da ambulância muda conforme ela se aproxima ou se afasta de nós, aquele “Uuuuuuóóóóó…”. Na verdade, o som que ela faz é sempre o mesmo, mas as ondas sonoras são distorcidas pelo movimento da ambulância, ora se comprimindo, ora se expandindo. Pela variação das ondas sonoras, você pode dizer se ela está indo ou vindo. E o mesmo acontece com as ondas eletromagnéticas (de rádio) transmitidas pela sonda. Ao medirem essa variação, os cientistas podem dizer a que velocidade ela está transitando. Ademais, a própria localização da transmissão no céu ajuda a determinar se a espaçonave está na direção prevista, com relação às antenas em solo.
4. PUXAR O FREIO NA HORA AGÁ
Eis que chegamos ao 4 de julho de 2016 — o dia do “vai ou racha”. A exemplo do que aconteceu em 2013, a sonda Juno ia passar de raspão por um planeta — não mais a Terra, mas Júpiter desta vez. Se fosse apenas uma bola de canhão, ela seria estilingada pelo gigante gasoso e sairia de lá ainda mais depressa, numa trajetória que a levaria para fora do Sistema Solar.
Isso significaria atingir a velocidade de escape do Sol (ou seja, se libertar de sua prisão gravitacional) e se perder para sempre nas profundezas do espaço. Nada de missão a Júpiter.
Para evitar esse fim melancólico, o truque final foi, ao chegar a Júpiter, puxar o freio com tudo. O combustível a bordo da Juno foi economizado ao máximo ao longo de toda a viagem (restrito às pequenas manobras de ajuste que mencionamos) justamente para este momento: de uma vez só, a espaçonave dispararia seu motor por 35 minutos seguidos, com o jato do foguete apontado para a direção oposta de seu movimento — em outras palavras, freando.
O objetivo era reduzir a velocidade e ser capturado pela gravidade do planeta gigante. Em vez de cair novamente em direção ao Sol, ela ajustaria sua trajetória e aceleração para passar a cair na direção de Júpiter. E foi essa a manobra crucial que foi realizada com sucesso na virada da segunda-feira para a terça.
5. PEGAR LEVE COM O COMPUTADOR
A essa altura, você já sacou que, se as coisas saíssem errado, não haveria como salvar a missão. Ela estaria perdida. Um erro de cálculo para cá, e a espaçonave mergulharia em Júpiter. Um erro para lá, e ela seria estilingada para fora do Sistema Solar. E mesmo que as contas estivessem certas, o pior de tudo ainda podia acontecer: no meio da manobra, o computador de bordo podia sofrer uma pane e os motores serem desligados inadvertidamente.
A confiança no piloto automático tinha de ser total. Afinal de contas, 48 minutos-luz separam Júpiter da Terra, de modo que não dá para enviar um comando de improviso para a sonda sem que ele chegue lá com quase uma hora de atraso. A Juno estava, para todos os efeitos, sozinha.
E o mais dramático: as proximidades de Júpiter estão cheias de radiação, com elétrons furiosos zanzando quase à velocidade da luz. Você sabe o que um elétron desses, desavisado, colidindo com um circuito eletrônico, pode fazer? Não foi por acaso que os componentes mais sensíveis da eletrônica da sonda foram instalados num invólucro de titânio — a ideia era minimizar o risco de o cérebro da Juno fritar justo durante a manobra crítica. (Eventualmente a exposição prolongada à radiação vai fazer essa fritura, e é por essa razão que a Nasa estima que a missão não deva ir além de 2018.)
OK, computador pifar, não bom. Entendemos. E aí veio o quinto segredo da Nasa para o sucesso — um que frustrou muita gente.
Quando você está trabalhando no seu computador e precisa se assegurar de que ele não trave ou lhe presenteie com aquela adorável tela azul da morte, é de bom tom não abrir oitocentos aplicativos e janelas ao mesmo tempo, certo? Quanto menos programas ele estiver rodando, melhor. Menos chance de crash. A mesma coisa vale no espaço.
Por isso, a equipe científica da Juno decidiu desligar todos os instrumentos — inclusive as câmeras — cinco dias antes da aproximação final de Júpiter. Assim a concentração dos engenheiros — e do computador de bordo — nas atividades ligadas à manobra de inserção orbital seria total, minimizando risco de falha.
Resultado: apesar de a Juno ter passado a meros 4.000 km da superfície visível de Júpiter, não temos nenhum cartão postal desse evento — ainda. A boa notícia é que a sonda desempenhou de forma admirável e se colocou na órbita planejada, que a trará de volta às proximidades de Júpiter em 53 dias — lembre-se, ela é agora uma bola de canhão subindo com relação ao planeta gigante, mas que eventualmente cairá de volta, agora totalmente dominada pela gravidade joviana. E o plano dos cientistas é registrar todo o mergulho, o que certamente deve consistir na mais espetacular sequência de imagens já feitas do maior planeta do Sistema Solar.
Guente aí mais um cadinho que vai valer a pena.
Acompanhe o Mensageiro Sideral no Facebook, no Twitter e no YouTube
Passando só para lhe parabenizar pelo belíssimo texto. Bem explicativo e principalmente agradável de se ler. Pra quem se interessa pelo tema e creio que mesmo pra àqueles curiosos, o texto foi uma verdadeira viagem imaginária à Júpiter. Parabéns !!
Sera que vai rolar umas fotos de Europa, Ganimedes, Io e Calisto???
Europa deve ser fantastica!!!
Com essa missão, nada muito épico das luas. O foco dela é no planeta em si.
Texto perfeito!!!! Muito explicativo e interessante! Parabéns!!!!!
Só quem sabe em profundidade o assunto que explana pode simplifica-lo para quem não entende.
Muito boa a matéria!!!
Caraca Salvador, meus parabéns pela maravilhosa narração dessa épica jornada… Tudo muito esclarecedor, como sempre. Nós, os leigos do lado de cá, nos esbaldamos tendo a oportunidade de entender, ao menos um pouquinho com funciona tudo isso!! Abs
Muitos já deram os parabéns, mas eu também gostaria de deixar os meus rs! Ótimo texto! Perfeito para leigos como eu. Somos curiosos e queremos saber das coisas, mas a limitação dos termos técnicos acabam com a nossa alegria kkkkk. Assim fica mais fácil entender! Parabéns por sua didática! Sensacional!
Vai ser realmente interessante descobrir o que se passa dentro dessa “bolota” Jupiter. De onde vem tanta radiação? De onde vem esse campo magnético feroz? E essas nuvens? E esse “olho” vermelho? Como o planeta se formou? Por que nessa órbita?
Mal posso esperar até a informação começar a chegar
Poxa, que aula incrível!!! Muito obrigada! Eu não entendo absolutamente nada sobre este tópico, comecei a ler de pura curiosidade mas o texto me prendeu e fui entendendo tudo. Incrível. Parabéns senhor professor, mestre, doutor
Valeu! Mas esse fim do seu comentário me fez me sentir com, tipo, 90 anos. rs
Poxa, que aula incrível!!! Muito obrigada! Eu não entendo absolutamente nada sobre este tópico, comecei a ler de pura curiosidade mas o texto me prendeu e fui entendendo tudo. Incrível. Parabéns senhor professor, mestre, doutor
Mas sua didática e conhecimento vai além dos 90 anos. Kkkkkkk
Aconteceu o mesmo comigo. Parabéns Salvador Nogueira.
Parabéns pelo texto. . E gratificante ainda encontrar jornalistas como vc que conseguem transmitir situacoes tao complexas de forma a torna-las compreencíveis a todos… continue sempre com esse grandioso trabalho … abç
Boa tarde. Apesar de não ter nenhuma dúvida, sempre entro para ver os comentários e as respostas. Sem dúvidas, o fato de vc ser atencioso e responder a todos os internautas merece elogios. Parabéns pelo texto e pelas respostas. Abs
Eu confesso que hoje estou até com dificuldade de responder tudo, porque é uma sequência quase interminável de “Valeus!”. Fica o registro: agradeço a TODOS que perderam uns minutinhos do seu dia para demonstrar sua apreciação do texto de hoje! VALEU! 🙂
Ninguem perdeu minutinhos.
Quem leu só ganhou conhecimentos.
Mandou bem, como sempre (no bom sentido)
😉
Salvador, parabéns!
Texto excelente, com correção científica e didático na medida certa. Admirável!
Só posso lhe dar os parabéns por ter dedicado esse tempo tão precioso para explicar a nós, que comparados a você, somo analfabetos nessa ciência maravilhosa.
Espero que essa missão a Júpiter nos traga imagens maravilhosas, e desejo que todas as suas expectativas sejam superadas.
Grande Abraço…
Outra pergunta….
Sendo Júpiter é um Planeta Gasoso, como ele tem marcas de impacto de cometas e asteroides?
Quando bate alguma coisa lá, produz uma cicatriz (como vimos em 1994, quando o cometa Shoemaker-Levy 9 se despedaçou e se chocou contra Júpiter, e em alguns eventos posteriores), mas ela logo desaparece, dado o dinamismo da atmosfera.
Mais um texto belo e esclarecedor!
Parabéns!!!
Salvador, li o texto com atenção, muito esclarecedor, objetivo, exemplos simples, como da bola de canhão, essa diz tudo como aconteceu a viagem, com explicações bem populares, ao alcance de todos. Sou aficcionado pela astronomia. Obrigado por esta aula astronômica, aprendi muito.
Legal, valeu!
Assim como alguns leitores disseram, tbm não gosto de comentar, mas parabéns pela matéria. Muito lúcida é bem explicada. Bem, para um leigo como eu, me faz descobrir cada vez mais sobre astronomia. Quero muito ver os resultados. Parabéns
Show!
Salve, Salva!
Você, como sempre, genial nas suas palavras e na sua capacidade ímpar de transformar um assunto tão complexo em algo tão divertido e gostoso de ler. Você é um dos maiores culpados por eu ter me tornado ainda mais aficcionado pela astronomia!
Parabéns e continue sempre esse excelente trabalho que você realiza!
Abraço!
Opa, meu objetivo é sempre ser “culpado” assim. rs Abraço!
Salvador,
Como é bom ler as suas explicações sobre estes assuntos tão complexos para nós leigos.
Maravilhoso entender e apreciar este belo momento para a astronomia.
Tá todo mundo tão gentil comigo hoje que parece que hoje é feriado para todos os trolls da internet. 🙂
Nada disso, Salvador. É que fundiu o cérebro deles. HD ultrapassado. rsrs
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk…. Nao diz muito não que daqui a pouco vem algum pastor ai…rs
Sem querer você acertou, cara! Sou o pastor que vocês temiam. Sou quase zero em astronomia, mas dá pra entender que sem a maravilha da matemática nada acontece. Parabéns aos gênios que usaram a matemática para calcular essa viagem fantástica, começando por Isaac Newton. Alexander Pope escreveu o epitáfio de Newton: A natureza e as leis da natureza estavam imersas em trevas; Deus disse “Haja Newton” e tudo se iluminou. — Newton tinha grande respeito pelo Criador do universo.
Ops… Não estraguem esse momento de evocação da beleza e aplausos do texto, com menções generalistas e preconceituosas contra pastor, padre, pai-de-santo ou qualquer outro religioso. Saibamos separar: ciência, ideologia e senso comum (feliz quem consegue conciliar todos esses caminhos para apropriação do saber!). Esse é um caminho saudável, sempre!!
Devem estar com tela azul… Abriram vários aplicativos para tentar entender seu texto ao modo deles… Kkkkkkk….
Salvador, vc é muito foda cara!
Clone spotted! Esse não sou Eu™.
A necessidade de usar o estilingue gravitacional se da por conta de os foguetes ainda são incapazes de sozinhos gerar força para jogar a nave até Júpiter?
Não. Daria para jogar a nave direto na direção de Júpiter (como foi feito com as Voyagers, com a New Horizons). Mas aí ela chega lá com tanta velocidade que não há meio de frear e se colocar em órbita. Ela estaria condenada ao estilingue. 😛
Parabéns
A FISICA explicada desta forma didática, assim como pelos fenômenos naturais e cotidianos é maravilhosa e a meu ver, prende o interesse não só de crianças, mas de quase todo ser humano.
Nunca comentei nenhuma matéria, mas essa foi SENSACIONAL.
Texto motivante.
Parabéns!!
🙂
Salve Salva….
Uma dúvida…
Quando a Juno começar a enviar as fotos, elas serão mais ou menos como as que tirada de Plutão? Digo a distancia, o tipo de fotografia…
E o que você espera ver nessas fotos? Veremos somente as Nuvens…ou o planeta a distancia…O que você acha que conseguiremos ver nessas fotos?
abçs
Oswaldo, nunca vimos Júpiter tão de perto, então não sei o que esperar. E isso é que é o mais incrível, o inesperado. Será que as nuvens de Júpiter são “lisas” vistas tão de perto? Ou enxergaremos novos padrões? Espero algo encantador — e diferente — do que vimos na imagem da Cassini que postei no post “Conheça Júpiter”.
Putz esperar um mês e meio pra poder ver uma fotografia é muito tempo, muita ansiedade, está parecendo minha adolescência quando não existia maquina digital e eu ia viajar e batia um monte de fotos, porem quando chegava da viagemn estava duro pois torrei todo o dinheiro na viagem e tinha que esperar mais um mês pra ter dinheiro pra revelar as fotos…rs
Pensa que é um mês e meio para ver um vídeo. Alivia. rs
Salvador tem como linkar esse artigo sobre júpiter que vocÊ citou?
Três posts pra trás. Clica aí no título do blog que você o acha!
Sensacional, Salvador! Muito obrigada por nos presentear com explicações tão didáticas que fazem uma leiga curiosa com a astronomia compreender procedimentos complexos. Sempre leio suas publicações, mas é a primeira vez que comento.
Legal, Paula! Fique por aqui! Sempre tem discussões legais nos comentários! 🙂
Sempre que posso leio os comentários também kkkk. Legal ver que muitas pessoas se interessam por essa parte da ciência que é demais!
Seja muito bem vinda, Paula. Participe.
Salvador, obrigado por explicar aquilo que eu sempre quis saber e nunca me foi contado, ou seja, como ter orientação de rota para um objeto em trajeto interplanetário. Fantástico, mais ainda se considerarmos que TUDO esta em movimento.
Qto a gastar menos combustível ao sair para viajar de um local de menor gravidade, lembra mesmo Conservação de Energia, mas mesmo assim , a nave poderia iniciar o trajeto com o tanque mais cheio, que poderiam ser maiores, pois a velocidade de escape seria menor, e talvez alcançar maior velocidade. Porém ( eta palavrinha sacana) precisaríamos de combustível para frear a nave! Como fechar a equação do Tio Lavô?
Sim, é isso aí, você pegou o problema. A New Horizons saiu com muito mais velocidade da Terra e passou por Júpiter em menos de dois anos, em vez de cinco. Mas não teria combustível suficiente para frear a sonda lá, se quiséssemos fazer isso. E a coisa do mais combustível-mais rápido não é tão simples, porque combustível aumenta a massa também, o que implica que a mesma combustão de antes produz menos aceleração. 😛
Sensacional! Muito obrigada por ser tão didático e nos presentear com explicações que fazem uma leiga curiosa com a astronomia compreender processos tão complexos!
Que delicia de texto… Parabéns.
Nota 10 “com estrelinha” para esse seu texto! Me diga uma coisa: a Juno vai se chocar com o planeta ao final da jornada por decaimento natural e gradual da sua órbita ou a atual órbita será praticamente estável e na hora do adeus os motores serão acionados uma última vez? Valeu!!
Não, ela vai ser atirada em Júpiter para evitar potencial colisão e contaminação das luas jovianas.
Não entendi uma coisa no figura do sistema solar. A diferença de meses entre o lançamento e o estilingue eh de 4 meses, mas a Terra está quase na mesma posição na órbita. Não era pra estar 1/3 de órbita em relação ao lançamento?
Você está enganado. A diferença entre o lançamento e o estilingue é de 2 anos e 2 meses (ago.2011 a out.2013). Veja o vídeo para entender exatamente o percurso feito e o tempo gasto. 😉
Extraordinário texto Salvador. Parabéns e obrigado pela aula. Além de um texto claro, de simples entendimento e muito didático ainda com humor. Ri demais com a menção a Woody e Buzz rsrs….
Abraço
E não é que eles tinham razão? Buzz Lightyear, por definição, como astronauta, é um especialista em cair com estilo! 🙂
Não entendo quase nada de astrofísica, mas entendi bem sua explicação dessa viagem a Júpiter. Transformar um assunto tão complexo em algo compreensível aos leigos é tarefa pra quem conhece muito! Parabéns!
Valeu!
Ótimo texto!!!! Totalmente didático e de fácil entendimento. Lendo esse texto, me faz pensar: como a física é maravilhosa!!! PARABÉNS!!!!
É isto que a molecada precisa descobrir na escola: a física É maravilhosa. 🙂
Salvador, BELA explicação parabéns valeu…………….
Assim como outros, não tenho muito o hábito de fazer comentários.
Não sei se foi baseado em alguma matéria publicada no exterior. Mas se foi, conseguiu nos passar de uma forma bem pessoal, bem esclarecedora. Se não foi, genial, poucos tem o empenho em fazer um trabalho como esse.
Muito bem, parabéns e estamos sempre aqui contigo, acompanhando, mesmo sem nos manifestar. =D
Abraço totalmente os créditos então. Não é meu hábito copiar.
Aliás, para não ficar 100% com o crédito, a ideia para o texto veio de sugestão do Diego Assis, editor do UOL Entretenimento. Baita bola dentro. 😉
Ótima matéria, muito fácil de entender, parabéns !!!
Professor, muito obrigado pela aula, texto delicioso… Me senti como um engenheiro da NASA e membro da missão.
Me permita uma pergunta, professor: pode existir algum tipo de som em Jupiter?
Dentro da atmosfera sim. O som se propaga como em qualquer meio material. Mas não há como ele “vazar” para o espaço, naturalmente.
Seguinte, eu amo este assunto mas sinceramente? Seria mais inteligente da parte dos governantes se preocuparem com a FOME e a MISÉRIA que exite em nosso planeta. Rapaz, eu fico daqui olhando e tanta grana jogada no espaço para a busca de alguma forma de vida em outros planetas. Já ta mais que comprovado que eles (Os ets) existem, no qual dispomos de varias evidencias desde a imagens de naves, desenhos em cavernas, monumentos,e etc e ainda ficam nesse “Saci”? E eles (os Ets) não estão nem ai para esta busca constante dos nossos governantes, para este contato. Olhe, você me deixe viu? Procurar melhorar a situação critica que o mundo se encontra não, fiquem ai.
Então, é isso que eles estão fazendo. Você acha que o dinheiro desses projetos vai aonde? Os trabalhadores que estão nas fábricas de foguetes e espaçonaves passariam fome se não houvesse coisas assim. O mesmo podemos dizer dos cientistas, engenheiros e técnicos envolvidos com a missão, assim como toda a equipe de relações públicas, comunicação social etc. Não é que eles peguem US$ 1,1 bilhão, coloquem na espaçonave e mandem para o espaço. O que esses projetos fazem é gerar empregos — e empregos qualificados, algo que, no Brasil, por exemplo, falta, com um monte de doutores sub-empregados por aí — e ajudam a combater a fome e a miséria produzindo DESENVOLVIMENTO e RIQUEZA. Talvez um dia eu precise escrever um texto tão didático quanto esse explicando como se gasta (e sobretudo se ganha!) dinheiro com programas espaciais.
Talvez um dia eu precise escrever um texto tão didático quanto esse explicando como se gasta (e sobretudo se ganha!) dinheiro com programas espaciais.
Demorou, Salva. De verdade, acho que vc deveria fazer um texto didático desses por semana. Olha que assunto não vai faltar! (o que te falta é tempo, e eu sei disso.. hehe)
Em tempo, pro imediatista ali pra quem você respondeu, fica a dica:
http://ceticismo.net/ciencia-tecnologia/por-que-gastar-em-exploracao-espacial-com-tanta-gente-passando-fome/
Fazia tempo que não postava esse link, inclusive!
E é bom esse link. Recomendo! 🙂
Eita, juntou a ladainha da fome e miséria com ETs, essa combinação é nova!
Nossa!! não consegui parar de ler, parabéns, Doutor!! Ratifico tudo que já foi dito aqui, (tirando aquele imediatista, que por ele, ainda estaríamos andando de carroça, com a barriga cheia, isto é, se ele não achasse desperdício alguém estar inventado a roda, ao invés de estar plantando feijão, rsrs).
Confesso, Professor, que me ajudou a perder o medo de avião, com tanta confiança que adquiri na Física. Se esses cálculos dos cientistas podem ser tão precisos a ponto de fazer isso tudo aí, fazer um avião voar em segurança é fichinha, Uffa!!
Sim, o nível de segurança de um avião é bem maior que o de uma espaçonave. 😉
Salvardor!
Excelente texto, padrão PHD.
– Quanto a sonda Voyager-I, ela saiu do sistema solar em direção as estrelas, aí pergunto:
– Ela ainda emite sinais?
– É possível saber sua posição exata?
– Ela resistirá essa “pequena travessia” de mais de 40 mil anos?
– Que força gravitacional a está atraindo, Alfa ₢entauri?
– Sim.
– Sim.
– Não. A pilha vai acabar em mais uns anos — 2030, se não me engano.
– Não. Ela está, a rigor, orbitando o centro da Via Láctea, do mesmo jeito que o Sol (sempre tem um peixe maior!).
Quem estudou no livro de Geografia do antigo primeiro ano ginasial sabe pela Lei de Kepler que os corpos em órbita descrevem áreas de varredura iguais, qualquer que seja a posição. Portanto à mediada que se aproximam ganham velocidade e à medida que se afastam perdem velocidade. Um lei simples que explica o que precisa de duas paginas e mais os rodeios para explicar.
Sim, mas note que a maior parte das pessoas passa “lotada” por essas duas páginas e sai sem entendê-la. Ao correlacionar com o cotidiano, fica muito mais fácil de entender — e Newton, esperto como era, sabia disso, ao correlacionar a queda da maçã com o movimento da Lua! Você falar que planetas varrem áreas iguais em tempos iguais é complicado. Mas você falar que um objeto em queda fica mais rápido quanto mais perto ele estiver de para onde está caindo torna tudo muito mais compreensível. E aí as leis de Kepler ganham uma beleza sublime — a de que o entendimento da física permeia tudo, desde o movimento dos planetas (e das sondas) até o daquele copo cheio de Coca Cola que seu filho derruba no chão. 😉
Salvador, boa. Matou a cobra. Foi jogar o veneno e morreu. rsrs
Texto espetacular. Agora é tomar um cafezinho e aguardar a volta de Juno ás proximidades de Jupiter.
Parabéns pela ótima explanação do tema . Nunca vi antes desta forma!
explicação fantástica em um texto longo – longo como deve ser todas essas explicações –
e muito empolgante a forma de ensinar.
Parabéns ao autor
Fantástico post Salva! Parabéns 😀
Nunca tinha olhado pra gravidade por essa perspectiva de “sobe e desce”. Vlwww
Parabéns !!! Muita gente, inclusive eu, achava que era só mirar a nave na direção de Júpiter acelerar um montão e depois a inércia faria o resto, não é bem assim e seu texto foi de uma simplicidade fantástica. Tudo muito claro agora, é um grande e complexo jogo de empurra e puxa. Valeu ! Hoje sei um pouco mais que sabia ontem.
De pé aplaudindo o mestre, parabéns
Nem vou te parabenizar, pois já estou cansado mesmo. Você é fera!
Uma dúvida: Estas fotos que a Nasa divulga são tratadas não é mesmo? Eu queria saber como são as fotos originais, as cores originais destes planetas? Como eu faço para ter alguma noção sobre isso?
Sim, em geral as fotos são tratadas, e isso é porque a câmera capta uma imagem com um filtro de cor vermelha, outro de verde e outro azul (o famoso padrão RGB dos monitores), e depois elas precisam ser combinadas para gerar a versão colorida. Aliás, a sua câmera do celular faz a mesma coisa também, tira três fotos e combina as três para deixá-la colorida. Então, no caso das fotos da JunoCam, elas representam bem o que veríamos. Mas há outras câmeras, com outros filtros. Você pode tirar uma foto em ultravioleta, que nossos olhos não podem enxergar, e aí convertê-la para alguma cor visível, para poder ver alguma coisa. E por vezes os filtros captam cada um um elemento ou composto diferente, e a combinação permite que entendamos que tipo de material tem em que parte da foto (algo muito comum em imagens de nebulosas produzidas pelo Hubble).
Sobre “cores originais”, é engraçado. Não existe um padrão exato nem entre seres humanos — a rigor, eu posso enxergar um pouquinho mais vermelho que você. E aí, quem tem razão? Qual é a cor exata de Júpiter, entre a que eu vejo e a que você vê? 😛
Pq Jesus Cristou diz… ops brincadeira! Bem didático, adorei a matéria!
Heheheh
Excelente e esclarecedor.
Fiquei com uma curiosidade em relação as velocidades mencionadas.
Acelerou e desacelerou, mas… de quanto pra quanto? hehehehe… O bicho gente é curioso!
Obrigado pelo excelente texto.
E tem que ser mesmo. Falando de cabeça, só do que vi durante a transmissão da inserção orbital, a velocidade da Juno variou de cerca de 170 mil km/h até uns 250 mil km/h. Já a freada do motor fez uma redução da velocidade na escala de apenas 2 mil km/h. Parece pouco, mas foi o suficiente para evitar o estilingue e ficar preso na órbita. Dá uma dimensão boa de o quanto a sonda está “caindo” e o quanto ela está “dirigindo”. 😉
Não consegui entender como ela ficará orbitando Jupiter em vez de cair no planeta ? Ela ficará orbitando ele para sempre ?
Outra dúvida. Como os cientistas podem ter certeza que os propulsores da sonda estão virados para o lado correto ? Ou seja. Ela pode estar indo na direção correta mas estar virada um pouco para um lado ou para outro . Ou até completamente invertida. Ja pensou se ela estiver indo na direção correta mas sua posição estiver invertida em relação aos propulsores na hora de frear ela vai acelerar ainda mais…
Ela ficará orbitando até uma outra manobra a direcionar para Júpiter. É como a bala de canhão que entra em órbita da Terra porque sua trajetória de queda acompanha a curvatura do planeta. Por isso a sonda não cai direto em Júpiter. Ela quase cai em Júpiter periodicamente — está em órbita.
Sobre como sabemos que os propulsores estão apontados para o lado certo, lembre-se dos star trackers — a sonda pode usar as estrelas como referência para sua orientação.
Parabéns!
Texto excelente!
Eu sou apenas um curioso da astronomia, gosto de leitura que abrange comparações, isto faz a gente raciocinar sempre a respeito do Universo!
Meus parabéns!
Abraços!