Brasileiro fatura prêmio de Fotógrafo Astronômico do Ano com a Grande Nuvem de Magalhães
Se uma imagem já costuma falar mais que mil palavras, calcule uma imagem que fala por mais de mil estrelas. O administrador e astrofotógrafo brasileiro Carlos Fairbairn acaba de conquistar o prêmio internacional de Fotógrafo Astronômico do Ano na categoria de recém-chegado.
A competição é organizada pelo Observatório Real de Greenwich e a categoria leva o nome de Sir Patrick Moore, um dos maiores comunicadores de ciência e astronomia do mundo.
Carlos Fairbairn faturou o prêmio ao clicar a Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia-satélite da Via Láctea visível a olho nu nos céus do hemisfério Sul (para quem não precisa enfrentar poluição luminosa, claro). O registro foi feito em 15 de agosto do ano passado, em Luziânia, Goiás, usando uma câmera plugada a uma montagem que permitia o acompanhamento do objeto no céu e exposição total de uma hora e meia.
“Moro no Rio, capital”, diz Fairbairn ao Mensageiro Sideral. “Fiz essa foto durante o ENOC (Encontro Nacional Observacional) promovido pelo CAsB (Clube de Astronomia de Brasilia).”
As imagens campeãs de cada ano ajudam a formar uma exposição e um livro. “Tenho três edições passadas do livro impresso”, conta Fairbairn. “Folheá-los é uma verdadeira viagem pelo cosmos, onde os diversos fotógrafos nos mostram as suas inúmeras belezas. É uma grande honra fazer parte desse concurso/exposição/livro no qual já busquei tanta inspiração.”
Para ver todos os vencedores de 2016 no IAPY (Insight Astronomy Photographer of the Year), clique aqui. E fica registrada a saudação do Mensageiro Sideral a Carlos Fairbairn pelo sucesso atingido!
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Grande Magalhães…. gente finíssima….. saudade da música japonesa…..
Salvador, uma coisa que sempre me intrigou e agora é uma ótima hora para perguntar: como este sistema de acompanhamento do objeto celeste pode ser tão estável por uma hora e meia e não errar nem um pouquinho? Porque qualquer balançada que ele der, a foto já era. E fico pensando no Hubble: como ele faz fotos de espaço profundo ficando dias com o obturador aberto? Afinal ele está se movimentando, certo?
Cleber, não é tão complicado assim. O movimento celeste é o de rotação da Terra, então se você alinhar o eixo de movimento com o eixo celeste basta girar no ritmo certo para acompanhar o objeto. Há vários sistemas automatizados à venda hoje que fazem isso.
No caso do Hubble, é mais delicado, porque ele está em órbita. Então, o que acontece é que por vezes ele colhe a imagem em múltiplas passagens, juntando os fótons de órbitas diferentes numa mesma imagem combinada.
Sim, o Hubble é como uma máquina fotográfica que não gira o filme imediatamente. Abre o obturador, capta a imagem e o fecha. Na outra volta, abre de novo,capta a luz na mesma imagem anterior e fecha de novo… Depois de muitas voltas, “enrola o filme” e parte para outra foto. 🙂
Claro, isso usando um sistema digital sofisticadíssimo, que lhe permite administrar muitas fotos diferentes a cada volta.
Show de bola pro Carlos Fairbairn.
Sempre curti fotografia e astronomia, os dois juntos seriam uma consequência se eu fosse mais paciente. Afinal astrofotografia é pra gente com muuuuuita paciência, e tenho muitos hobbies.
Fico imaginando quanto tempo ele investiu pra desenvolver o equipamento certo, tentativas e erros, imagens borradas, viagens intermináveis, viagens perdidas com céu nublado, assaltos, furtos, etc.
Merece muito respeito.
Salvador, não poderia deixar de indagar sua posição, o que acha ?
“Não dá para provar se Deus criou o universo ou não, mas dá para provar que, se não foi Ele, não foi ninguém mais — muito menos o próprio universo. A prova é simples e já a enunciei mil vezes. O universo só se tornou possível graças às proporções matemáticas que o moldaram. Se foi assim, e toda a ciência prova que foi, então essas proporções já eram válidas desde antes da criação do universo. Mas, para que algumas proporções fossem válidas, era preciso que todas fossem válidas, que a razão matemática INTEIRA fosse válida eternamente, acima e independentemente do próprio universo. Mas como ela poderia ser válida se não contivesse em si mesma o princípio da sua própria inteligibilidade? A Razão que tudo molda e explica explica-se a si mesma e de nada depende. Isso é o Logos divino. Ponto final.”
Esse pensamento tá no blog do Olavo de Carvalho, achei interessante e resolvi compartilhar aqui pra todo mundo debater (Alô Radoico! e Apolinário) hehe…
Acho que, embora a inteligibilidade do Universo seja intrigante, tenho certeza de que ela não precede sua própria existência. O nada absoluto é absolutamente ininteligível. E ele está se apegando erradamente à matemática. A matemática é uma ferramente incrível, mas ela não descreve apenas o nosso Universo — ela descreve QUALQUER Universo. Você pode descrever um Universo heptadimensional com a matemática, muito embora ele não exista (ou, pelo menos, não corresponda ao Universo em que vivemos). Então, o perigo aí é cair na armadilha de que a matemática descreve verdades superiores. Não descreve. Ela é apenas um instrumento útil na compreensão do Universo, mas que descreve diversas circunstâncias falsas também.
Salvador, nem chegou dia 26 ainda, e o nível de radiação, já ta no máximo.
http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2016/09/17/radiacao-solar-atinge-indice-extremo-em-todo-o-pais-veja-como-se-proteger.htm
Sim, mas você tá ligado que isso não tem a ver com o Sol, né? 😛
Sim, mas pelo menos “1%” tem, eu acredito que esta acontecendo, algo , que esta ficando omitido , e só saberemos , se buscarmos os bastidores, pode esta só especulação ou não, eu acredito que nêmesis esteja vindo por ai sim, e modificando o sistema. o sol esta produzindo ,algum tipo de elemento químico, estou “vendo” isto, acredito que possa estar o silício mesmo ate, acredito que uma combinação de novos e de sorteados fatores, podem ampliar algum tipo de fenômeno vindo do sol e também do sistema solar,.como da galaxia; e que por estes tempos, alguma combinação de fatores, possam acarretar em um fenômeno que ainda não conhecemos.
Vamos aguardar para “ver”, o que vai dar isso. estamos entrando numa fase e estagio mais vulneráveis, para logo agora , estas novidades de raio x , que vão chegar. devido a estes buracos coronais gigantes que estão para surgir. ainda tem a análise dos raios gamma, que dificilmente estão divulgados pelas agencias.
Vixi, essa droga é bem forte né? Recomendo moderar o uso…
Põe o boné! asap
Parabéns ao Carlos Fairbain! Para um país grande e populoso como o Brasil, e com poucos astrônomos amadores, um que ontém destaque assim é digno de nota!
Oi Salvador, e o que ou quanto o Carlos Fairbairn ganhou como premio? Antes que me critiquem pela pergunta, digo que é só uma curiosidade, claro que uma foto linda dessas não tem preço. ..
André, é uma boa pergunta. Não sei se houve algum prêmio em dinheiro. O prêmio óbvio é ter uma foto sua exposta no Observatório Real de Greenwich e figurando no livro anual deles.
Pois é. Ajudará em algo o Carlos Fairbairn e a astronomia amadora braseira? Veja o caso do Wendel Lira que ganhou o prêmio Puskas pelo mais belo gol em 2015 – sem dinheiro e que de nada serviu, apenas como recordação atualmente… ele é gamer agora.
Carlos Fairbairn tem outra profissão. Astrofotografia é hobby. Aliás, um dos charmes da astronomia é que ela atrai os amadores como nenhuma outra ciência. A ideia NÃO É ganhar alguma vantagem financeira.
Fico me perguntando se ele ganhou medalhinha de ciências quando ainda era menino…
Não sei. Sei que eu ganhei uma, de Olimpíada de Matemática, na oitava série. Guardo com carinho até hoje. E odiaria pensar que meu filho não vai ter a mesma chance. Mas tudo bem, já entendemos que você acha medalha uma babaquice. Não precisa repetir 800 vezes. Cada um no seu quadrado. Se por acaso um dia você tiver um filho e ele ganhar uma medalha, jogue fora e explique para ele a sua opinião. Para nós, não precisa mais. Já entendemos.
Nesse caso acho o reconhecimento, orgulho, a imensa satisfação pessoal e o contato com a natureza são mais que suficientes. Não que uns 10 mil réis não seriam de valia para bancar o próximo equipamento…
Belíssima foto, Salvador! Parabéns ao autor!
O Universo é belíssimo, felizmente temos instrumentos e conhecimentos para aumentar a nossa capacidade visual a ponto de podermos registrar e ver imagens como essa. Mais um ponto para a “inútil” Ciência Básica!
vão se fuder com essa história de conteúdo restrito!!!!!!!!!!!!!
Uiuiuiui. Também não gosto, mas são as regras. rs
Devia ter regra pra palavrão também. Comentário com palavrão deveria ser sumariamente descartado. Não é questão de censura, mas de um mínimo de comportamento. Não é a toa que brasileiro é visto como boca suja mundo afora, usamos tanto palavrão no dia a dia que nem notamos mais.
De um lado queremos dar medalhas pra incentivar jovens, de outro os confrontamos com esse palavreado de gente que não tem muito mais a dizer num dos poucos sites nacionais sérios sobre ciência. Isso aqui não é boteco.
Vamos parar com essa mentalidade da idade da pedra, em que as pessoas apenas colhiam na natureza os alimentos, tudo era “de graça”? Só crianças sortudas têm tudo o que querem e não precisam pensar no que papai e mamãe fazem para consegui-las para eles!
Informação de boa qualidade não sai de graça, exige recursos técnicos e esforços humanos que precisam ser pagos e recompensados. Imaginem como seria esse blog com o Salvador saindo às seis da manhã para trabalhar no banco, voltar exausto às oito da noite, jantar, conviver com a família, descansar e só então ter tempo para estudar e pesquisar nos “papers”, elaborar seus textos e publicá-los? Um post por mês, bem fraquinho e olhe lá!
Se tiverem oportunidade, vão para o interior, em algum sítio bem Isolado e olhem para o céu em uma noite limpa e de lua nova, é simplesmente assustador e maravilhoso, podemos ver até aquele famoso “braço” da nossa Via Láctea, é incrível até mesmo sem qualquer instrumento ótico.
Indescritível.
Só quem já viu sabe como faz sonhar longe, muito longe…
Tem uma ampliação bem boa aí na foto não é Salvador? Um zoom de quantos pra ver essa galáxia assim?
Não faço ideia, teria de fazer as contas com base na lente e na distância focal. Estou enferrujado em ótica. rs
Salve salve, Salvador.
Há um tempo havia requisitado para você informações sobre como melhor fotografar imagens de luas, planetas, etc..
Acho que agora seria um momento apropriado, que voce acha? kk
Você sabe de algum site bom para iniciantes?
grato.
Abs!
Rafael
Rafael, tem gente muito boa de astrofotografia que frequenta o blog aqui. Eles podem te dar dicas! Eu, confessamente, não sou lá um astrofotógrafo de primeira grandeza… rs
Não sei como deve ser a visão do “nosso céu” em todo o território nacional, mas fico imaginando como deve ser a visão de quem está no meio do sertão australiano longe de tudo que é iluminação artificial e olhando para o mesmo céu.
Sempre imagino quão fantástica deve a visão das estrelas a bordo da estação espacial, sem atmosfera, luzes, etc. As fotos são sempre da Terra (obviamente lindas também).
Mas imagino que não deve ser tão bacana senão já teríamos visto diversas.
Grande fã aqui, Salvador!
Me diz uma coisa… Você tem uma lista de lugares no Brasil (preferencialmente no Paraná) onde podemos ter paisagens espaciais como essa? Não tenho uma câmera como essas, seria mais para uma ‘quiet contemplation’ mesmo 🙂
Rapaz, o lance é fugir das luzes da cidade e pegar céu sem nuvens. Qualquer interiorzão aí com condições de nebulosidade adequadas serve. 😉
Salvador, essa imagem é em ‘tamanho real’, conforme é vista a olho nu no céu, ou foi obtida com zoom? Se foi zoom, sabe quantas vezes?
Ela é ampliada, claro. No link pra página do prêmio há o setup completo usado pelo Carlos. Não coloquei no texto pra não fazer propaganda de marca: Canon EOS 5D Mark III camera with Sky-Watcher Star Adventurer mount, with Canon 200 mm f/2.8 lens at f/4 lens, at ISO 6400 with 1.5-hour total exposure.
Cara, é o tipo de fotografia que me hipnotiza…. sou capaz de ficar horas imaginando que cada ‘pontinho’ desses é um mundo, que pode ter vida e civilização…. Impossível não lembrar no ‘pale blue dot’ e não pensar na insignificância de nossos problemas.
Salvador, deixo registrado o pedido, compartilha mais fotos como essa aí pra gente!
abração.
É uma boa! Abraço!
Por falar em Grande Nuvem de Magalhães, ouvi outro dia um programa de um pessoal da UFRGS que faz o Fronteiras da Ciência que fala sobre um estudo tratando de duas estrelas naquela galaxia que estão em contato uma com a outra e trocam material entre si (ou possuem uma quantidade razoável de matéria comum). O áudio pode ser encontrado aqui:
http://www.ufrgs.br/frontdaciencia/
Esse pessoal tá sempre abordando astronomia. Bem legal! Nogueira, você pode indicar algum site em português no estilo do Bad Astronomy, que fale de astronomia de um modo simples, para leigos ?
Tirando o meu blog e o do Cássio no G1, sei não… 🙁
http://www.silvestre.eng.br/astronomia/