Enquete elegerá nome de asteroide descoberto por brasileiros

Em 6 de setembro de 2014, o observatório SONEAR, em Oliveira (MG), fez a descoberta de um novo asteroide próximo à Terra. Agora, ele acaba de receber sua numeração oficial da União Astronômica Internacional – a Fifa da astronomia, por assim dizer – e seus descobridores precisam batizá-lo. Para isso, contam com a sua ajuda.

Sim, a sua ajuda! Uma enquete promovida pelo UOL em parceria com o SONEAR dará ao público a chance de decidir qual será o nome oficial do asteroide.

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“Segundo as regras, os NEOs [sigla para Near-Earth Objects, ou Objetos Próximos à Terra] têm de levar nomes relacionados a mitologia”, explica Cristovão Jacques, um dos descobridores do asteroide que no momento só tem número – 472263. “E aí tivemos a ideia de fazer uma enquete popular para a escolha do nome.”

As opções oferecidas pelos pesquisadores, inspiradas apropriadamente pelo folclore brasileiro, são Saci, Curupira e Mula-sem-cabeça. “Este vai ser o primeiro NEO descoberto no Brasil a ser batizado”, destaca Jacques.

A definição estrita de NEO é todo objeto cujo ponto de sua órbita que mais se aproxima do Sol está a uma distância menor do que 1,3 unidade astronômica, sendo 1 UA a própria distância média entre a Terra e o Sol, cerca de 150 milhões de km. Os pesquisadores usam a expressão “objeto” porque o grupo de astros engloba tanto asteroides como cometas.

O ASTEROIDE
No caso em questão, o objeto tem cerca de 1 km de diâmetro e completa uma volta ao redor do Sol em 387 dias – apenas 21 a mais que a própria Terra. Felizmente, a órbita dele não intersecta com a nossa e o bólido celeste nunca chega mais perto da Terra que 13,5 milhões de km, o que afasta qualquer perigo de colisão futura, pelo menos no futuro previsível.

O prazo para votação na enquete vai até o dia 29 de setembro, quando então será anunciado o nome escolhido, na página do SONEAR no Facebook. A aprovação final, claro, será feita posteriormente por um comitê da União Astronômica Internacional.

Recentemente, outro asteroide recebeu o nome por meio de votação popular. Foi o Bennu, prestes a ser visitado pela sonda americana OSIRIS-REx. Em 2013, a Universidade do Arizona, a Planetary Society e o Projeto LINEAR (responsável pela descoberta) colheram mais de 8 mil sugestões de estudantes espalhados pelo mundo. Bennu, seguindo as regras de nomenclatura, é uma ave mitológica egípcia.

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Comentários

  1. Salvador, ao observar o link acima (o Sol rodeado pelos planetas) lembrei-me de uma dúvida antiga: Todos os planetas circundam o Sol no mesmo sentido? Ou seja, o movimento de translação efetua-se uniformemente? Vênus é o único planeta que possui o movimento de rotação retrogrado? Porque? Agradeço pela atenção.

    1. Luiz, todos os planetas giram no mesmo sentido em torno do Sol, mas há asteroides e cometas em movimento retrógrado de translação! Faz sentido os planetas estarem todos no mesmo sentido porque nasceram de um disco giratório e são grandes demais para que um encontrão gravitacional os colocasse numa órbita radicalmente diferente — o que não se aplica a corpos menores.

      Em termos de rotação, Vênus e Urano têm giro retrógrado. Vênus, desconfio, pode ter sido originalmente freado por algum impacto violento e depois travado gravitacionalmente pelo Sol. Por fim, a superrotação de sua atmosfera pode tê-lo colocado para girar lentamente no sentido contrário, levando ao padrão atual. Mas ainda há muita discussão sobre a origem da rotação de Vênus.

      Quanto a Urano, provavelmente impactos ou encontros gravitacionais mudaram a orientação do seu eixo de rotação, de forma que ele girasse “deitado” com relação ao plano do Sistema Solar. E foi assim, ao inclinar seu eixo de rotação em mais de 90 graus com relação à normal do sistema, que ele ficou com rotação retrógrada.

  2. acredito que ainda esta muito cedo para se prever uma orbita; ou tanto a continuidade ou como a mudança(oscilação) dela. muito espaço para se percorrer(água de baixo da ponte).

  3. Salvador, se fosse “Headless-Mule”, seria excelente, a opção mais interessante. Do jeito que está, Mula-Sem-Cabeça, não vai ser bom, por ter letra exclusiva, não ser um nome internacional, ou vai ficar “mula-sem-cabeca”.

    Mas o UOL errou e muito nessa enquete. É possível votar várias vezes, o que não é normal para as enquetes do UOL, que sempre marcam o IP (ainda mais sendo assinante)… Só por teste, votei três vezes em Saci e ela aceitou. Não deveria!

  4. Salvador, no texto você diz que “felizmente a órbita dele não intersecta com a nossa”. Acredito que seja mais uma questão de evolução do sistema solar, já que todos os outros objetos parecidos com esse cuja órbita cruzava com a da Terra em algum momento ou colidiram com o planeta ou foram expulsos pela gravidade, certo? Me corrija se eu estiver errado.

    1. Ainda há uma terceira opção, que é a ressonância. Plutão cruza a órbita de Netuno, mas nunca foi expulso, nem colidiu, porque completa 2 voltas ao mesmo tempo que Netuno completa 3, de modo que nunca se encontram. 😉

  5. Eu votei em Saci porque as opções não ajudam. E o pessoal do SONEAR deve ter se arrependido amargamente de ter aberto essa votação no site do Uol, só pelos comentários dá pra ver que virou trollagem.

    1. As três opções foram selecionadas pelo SONEAR. Eles tinham de estar preparados para qualquer resultado!

  6. faltam dados adicionais sobre o asteroide para decidir!!
    se ele tiver uma órbita em sentido contrário à da terra e todos os demais planetas, por exemplo, Curupira serviria como uma luva! 🙂 mas foi só um chute, não sei se este é o caso nem se tal órbita “retrógrada” é possível para um asteroide…

  7. SE a regra NÃO fosse clara, bem que poderia ser “MULO”, aquele ser mutante que tocou apavoro na Fundação., hehehe! …

    Outra!

    Concordo que a nomeação Tupã (trovão) destinada a uma pedra, seria anti-ético para com os nossos índios.

    O meu nome preferido seria CAIPORA, o mesmo que Curupira.
    Na pronúncia dos gringos seria algo tipo “Caiporra”, .. kkk!

  8. Putz, hoje de manhã quando votei Saci estava com 50% e a Mula em último lugar.
    Fui olhar agora e a Mula esta ganhando e Saci em último… Ah, Saci é fácil de escrever e ler em qualquer linguá, deveria ganhar.
    Só pode ser trolagem mula-sem-cabeça estar na frente.

    1. Eu acho que é trolagem sim. Mas o pessoal do Sonear submeteu esse nome, eles têm de estar à vontade com qualquer das três escolhas…

      1. Não acho que seja trollagem… eu votei ‘consciente’ na Mula-sem-cabeça. Candidata ficha limpa.

    2. Pensei como você. Votei em Saci por ser mais fácil em termos mundiais, apesar de achar Mula-sem-cabeça mais chamativo. Como escreverão, em português, se não usam “ç”? Ou vão traduzir para “Headless-Mule”, Salvador?

      1. Acho que vai ser Mula-sem-cabeca. Mas tudo bem, não vejo problemas com a troca do cedilha pelo cê.

  9. A olimpiada acabou mais tem gente que não aprendeu ainda que esse negócio de asteróide é proibido isso causa câncer, enfarte, amnésia e mais umas coisa que eu não lembro agora não tomem asteróide galera vamo malha limpo que esporte é saúde

  10. Vote em “Saci” para georrasante brasileiro!
    Pois bem, tanto “Saci” como “Curupira” são nomes simples, com sílabas simples. A votação parcial (14:35 em 22/set) indica uma pequena vantagem para “Mula-sem-cabeça”.

    Atenção! Minha opinião: os nossos colegas do SONEAR já conhecem as orientações do MPC e CSBN-IAU quanto à nomenclatura de asteroides, tanto que nomearam outros objetos tais como Simon-Garfunkel.

    As regras estão aqui:
    http://www.ss.astro.umd.edu/IAU/csbn/mpnames.shtml

    O MPC faz ligeiras modificações no nome proposto, eliminando sinais diacríticos. Podemos ver a relação oficiais de nomes de asteroides e os nomes originais aqui: http://www.minorplanetcenter.net/iau/lists/MPNames.html

    Então, caso “Mula-sem-cabeça” ganhe a enquete, corre o risco de ser denominada:
    “Mula-sem-cabeca” ou
    “Mula-Sem-Cabeca” ou
    “Mulasencabeca”, descaracterizando o nome original.

    1. Sim, o cedilha vai perder.
      Sobre as regras, leia o link e veja o que diz sobre NEOs. Tinha que ser mitológico. Não podia ser Simon-Garfunkel nesse caso. 😉

      Minor planets in certain dynamical groups should be named within more restrictive guidelines. For example,
      Trojan asteroids (those that librate in 1:1 resonance with Jupiter) are named for heroes of the Trojan War (Greeks at L4 and Trojans at L5).
      Trans-Jovian planets crossing or approaching the orbit of a giant planet but not in a stabilizing resonance are named for centaurs
      Objects crossing or approaching the orbit of Neptune and in stabilizing resonances other than 1:1 are given mythological names associated with the underworld.
      Objects sufficiently outside Neptune’s orbit that orbital stability is reasonably assured for a substantial fraction of the lifetime of the solar system are given mythological names associated with creation.
      Objects that approach or cross Earth’s orbit are given mythological names.

      1. Sim, para os NEA’s a regra é nome mitológico, desde que, é claro, não seja um nome mitológico já catalogado.
        Mas já pensou se na reta final a “Mula-Sem-Cabeça” ganha por um focinho? Seria totalmente surreal 😀

  11. kkkk..péssima idéia….os três nomes oferecidos são de um mau gosto extremo….kkkkk

    imagine, um asteróide chamado de…”mula” ou “saci”….kkkkkkkkkkkk….que ridículo…..kkkkk

    1. Saci eu gosto. Curupira é meu favorito. Mula-sem-cabeça realmente não curto. Mas eu acho que as pessoas que criticam os nomes não entendem algumas coisas:
      1) O nome precisa ser mitológico, e é legal que reflita a cultura do país da descoberta. Não conte com americanos ou russos para colocar esses personagens do nosso folclore lá em cima.
      2) Há muitos, muitos asteroides. O SONEAR descobriu um punhado deles. Esse é o primeiro a ser batizado, mas haverá outros. Eventualmente, haverá lá em cima Tupã, Iemanjá, Saci, Mula-sem-cabeça, Curupira, Uirapuru… todos eles vão um dia “subir” lá. Estamos só escolhendo o primeiro. 🙂

      1. TUPÃ me pareceria um nome mais apropriado para o primeiro asteróide, já que é a divindade das religiões indígenas. Por outro lado, talvez fosse um desrespeito à cultura deles, um processo primitivização da mesma. É, acho que sim. Melhor são as idéias sugeridas mesmo. Votei na Mula-Sem-Cabeça.

        1. Eu gosto de Tupã. Eventualmente a galera toda vai subir. Torço para divindades afro na próxima. 😉

          1. Mas não te parece um certo ar de superioridade? Certamente ninguém vai botar o nome de Jeová, Jesus ou Alá num asteroidezinho meia-boca. Duvido sequer que colocassem Zeus – seu correspondente romano foi reservado para o Rei dos planetas. Mas botar Tupã pode? Não curti. Quanto aos macumbas, bom, eles não têm um Deus mesmo, então não vejo problema.

          2. Cada religião tem sua própria suscetibilidade. Note que Júpiter se tornou Júpiter na época em que Júpiter era adorado pelos romanos, e tudo bem! Teríamos de consultar seguidores da religião indígena para ver se eles achariam legal ou desrespeitoso ter seu deus lá em cima. Desconfio que, a exemplo dos romanos, não. As religiões judaico-cristãs criaram muitos tabus ligados a seus deuses que não costumam figurar em religiões politeístas.

          3. Mas veja, os romanos não acharam ruim o deus-maior deles lá em cima porque o nome foi dado ao Rei dos planetas! Imagine se algum astrônomo da época quisesse batizar uma luazinha qualquer com esse nome, ele teria dificuldades para manter a cabeça próxima ao pescoço.

          4. Pode ser, mas esse raciocínio nos obrigaria a despopular o céu de todas as divindades que já estão lá. E há uma beleza poética em todos os deuses de todas as religiões convivendo pacificamente no céu. Fica a dica pra gente aqui embaixo… 😉

          5. A religião católica é politeísta, ela tem os “santos”, equiparáveis aos semideuses (em termos de origem terrena e divina) e até aos deuses gregos (em termos de poderes especiais).

          6. Não acho que essa interpretação seja válida. Ela talvez não seja monoteísta, mas aí pela confusão da Santíssima Trindade. Os santos claramente são humanos que transcenderam sua condição depois de morrerem, mas não são de ORIGEM divina (como os semideuses gregos eram, por exemplo).

        2. não sei se fui claro. vou reformular a ideia com um exemplo.
          não acho que eles olharam para o céu, viram um astro brilhante e disseram: “que planeta interessante!! vamos batizá-lo de Júpiter para homenagear nosso deus” Não, eu tenho a impressão que eles achavam que o planeta era o próprio deus Júpiter, passeando pelo céu… 🙂

    1. A regra para asteroides próximos à Terra é figura mitológica. OK que o Zé Ramalho é mito, mas ainda não é ESSE TIPO de mito. 😛

    1. Composição e aparência. São parentes, no sentido de que ambos são remanescentes do processo de formação dos planetas. Mas os cometas se formaram mais longe e têm maior componente volátil (gelo de água e de outros compostos), e os asteroides são predominantemente rochosos ou metálicos. Um cometa “gasto” (os cientistas dizem “extinto”), que já passou muitas vezes perto do Sol e teve todo seu material volátil evaporado, acaba bem parecido com um asteroide…

  12. Se , descobrirem que Urano ou Netuno que estam, quem esta arremessando eles , e aparecerem mais, Podem colocar PESS1, PESS2 PESS3, rsrsr
    Porque já estava previsto antes de acontecer. vlw!!

  13. Olá Salvador. Farei campanha para escolhermos Curupira. Será engraçado a gringalhada enrolar a língua para falar. Ab.

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