Tudo pronto para o pouso da Rosetta no cometa!
A missão Rosetta, que nos últimos dois anos revolucionou a nossa compreensão dos cometas e da formação do Sistema Solar, está chegando ao fim. Por volta das 5h da manhã desta sexta-feira (30), pelo horário de Brasília, a sonda receberá a última sequência de comandos do controle da missão e iniciará sua descida rumo à superfície do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko.
O pouso em si está marcado para as 8h20, com margem de erro de 20 minutos para mais ou para menos, e envolverá a tentativa de coletar as imagens de mais alta resolução da região onde ela irá descer, batizada pelos cientistas de Ma’at.
O maior interesse nessa área, localizada no lobo menor do cometa, são imensos buracos em sua superfície, com diâmetros que chegam a ultrapassar uma centena de metros. Idealmente, a sonda não descerá dentro de um deles (embora seja impossível descartar, uma vez que há incertezas no local exato de descida), mas conseguirá tirar fotos de alta resolução de suas paredes laterais.
Os buracos têm dois interesses científicos principais: primeiro, estudar a relação que eles têm com a atividade que ocorre no interior do cometa. E, segundo, mas talvez mais interessante, investigar a estranha textura granulada de suas pareces internas, visível até mesmo em imagens orbitais. Nessas paredes estão inscritos, de forma bastante literal, os blocos formadores do próprio cometa e, por consequência, do Sistema Solar.
Será uma descida frenética, de uma altitude de 19 km até zero, com a Rosetta tirando fotos, colhendo medidas e transmitindo os resultados em tempo real, durante toda a descida. Uma vez que ela toque o chão, o contato com a Terra será interrompido e a missão estará terminada.
Embora vá ser efetivamente um pouso — com um contato bastante suave sobre o solo do cometa –, a Rosetta foi projetada para ser um orbitador, e sua estrutura não é resistente o suficiente para sobreviver ao procedimento. Ele marcará, com chave de ouro, o fim da missão.
Houve algum questionamento sobre se esse seria o melhor uso da espaçonave, em vez de uma extensão das operações orbitais, mas a verdade é que, conforme o cometa se afasta mais do Sol em sua órbita elíptica, a Rosetta tem quantidade de energia cada vez menor para permanecer funcionando.
A essa altura, alguns dos intrumentos já têm sido mantidos desligados, por falta de eletricidade. Durante a descida, 4 dos 11 não estarão operacionais, a fim de maximizar o desempenho dos demais. No total, os cientistas esperam colher quase 200 MB de novos dados, entre imagens, medições e telemetria.
O Mensageiro Sideral transmitirá ao vivo o pouso da Rosetta e a conclusão da missão, a partir das 7h desta sexta-feira, com comentários de Lucas Fonseca, engenheiro brasileiro que participou do projeto, e Cássio Barbosa, astrônomo e blogueiro. Não perca!
Acompanhe o Mensageiro Sideral no Facebook, no Twitter e no YouTube
Show!!!!!
Aquele ponto brilhante em baixo a esquerda séria o Sol
Queria que todos os brasileiros que acompanham a NASA e a ESA se engajassem em enviar propostas para a reforma do ensino no Brasil. Enquanto EUA e Europa preparam crianças e jovens para serem cientistas, aqui no Brasil nossos políticos de esquerda e nossos professores socialistas oferecem Educação Profissionalizante para nossos jovens aprenderem a ser bons peões de chão de fábrica e sindicalistas defensores de Cuba e adoradores de Tche Guevara.
Leandro, não concordo muito. O estudante pode optar por cinco currículos para os dois anos finais do Ensino Médio (o primeiro é unificado), dos quais apenas um é voltado para o ensino profissionalizante. Se escolher Ciências da Natureza ou Matemática, terá mais chance de ser cientista do que hoje, que não escolhe nada.
Eu tenho o viés de ter estudado o Ensino Médio num colégio que adota já há muitos anos algumas das práticas apregoadas na reforma proposta pelo governo — o Colégio Bandeirantes, de que muito me orgulho. Então, não vejo como Bicho-Papão as propostas. No Bandeirantes, mesmo para as turmas de humanas, veja você, aula de “Artes” era na verdade Geometria. E tive de escolher no primeiro ano se ia para Humanas, Exatas ou Biológicas (atualmente, pelo que sei, a escolha se dá no segundo ano, como propõe a reforma do governo).
Mesmo o adensamento das turmas — decisão discutível, admito — é realidade no Band, onde a média de alunos por classe é de 50.
Acho que há muitas qualidades na proposta em discussão. O que é ruim — e vai continuar ruim, infelizmente, com ou sem reforma — é a qualidade média dos professores do ensino público, fruto de uma política de salários terrível, das inconveniências da estabilidade, e das condições precárias para o exercício da profissão na maioria das escolas.
Eu aqui, no meu quadradinho, tento usar a divulgação científica como remendo para esse sistema educacional furado que temos, encorajando tantos quantos eu posso a se entusiasmar e se engajar na ciência.
Concordo plenamente com você, Salvador.
A proposta é boa e, embora tenha suas falhas, deve incentivar mais os alunos interessados a buscarem aquilo que mais lhes agrada.
Claro que a devida valorização do professor, tanto pelo Estado quanto pelos alunos, seria revolucionário, mas essa é uma questão cultural e mais dificil de mudar (infelizmente).
Mais off topic ainda…
Recentemente, mesmo com +50 anos, fiz vestibular (Agronomia) em uma universidade pública. Fiquei impressionado com:
a) o (ou a falta de) nível dos concorrentes, pois passei em primeiro mesmo com tantos anos fora da escola tradicional;
b) o direcionamento esquerdista das questões, bem como do peso relativo de áreas como Filosofia e Sociologia sobre Matemática, Biologia, Física e Química.
Enfim, o ensino está altamente contaminado com ideologias. Daí essa tigrada ser mais “fraquinha” e enviezada politicamente.
Sou, pois, a favor dessa alteração. Qualquer coisa será melhor do aparelhamento que temos hoje, espero.
Não se você, Salvador, está blogando hoje, mas poderia me tirar uma dúvida? Qual será exatamente a posição do conjunto cometa-Rosetta no momento do pouso? Alguém aí tem esta informação?
Boa noite.
Como assim? Não entendi a pergunta…
Em relação ao sistema solar. Em órbita de qual planeta o fato ocorreu? Qual distancia do Sol?
Entre Marte e Júpiter.
O emburrecimento do brasileiro é tão grande, que ninguém mais liga quando dizem margem de erro “para mais ou para menos”. Toda margem de erro é para mais ou para menos. Este é justamente o conceito de margem de erro.
Não, você pode ter uma margem de erro só para mais ou só para menos. Quando a medição te oferece apenas um valor mínimo, por exemplo. É o caso de estimativa de massa de um exoplaneta pelo método de velocidade radial. Como você não sabe exatamente o ângulo de inclinação da órbita, o que você consegue estimar é apenas o seno vezes a massa. O resultado é uma massa mínima. Sabemos que ela não é menor que o valor obtido, só pode ser maior. E essa obviamente é uma margem de erro. Só que só há margem SUPERIOR de erro. 😉
No caso de pesquisas eleitorais, concordo com você, só há margem para os dois lados com relação ao dado obtido, mas acho importante o “para mais ou para menos” justamente para quem não entende o conceito. E aqui valeu a mesma coisa: se o sujeito está querendo acompanhar o pouso amanhã, é bom que ele esteja preparado para vê-lo acontecer 20 minutos a mais ou a menos do que a hora nominal, independentemente de ele saber como se estima o momento exato do contato da sonda com o cometa.
E lembrando que na língua portuguesa nem todo pleonasmo é um erro.
Bom, foi tudo ótimo, mas no final das contas esse salto no abismo é a última chance de fotinha básica de um ET….estamos torcendo !
Uma missão de sucesso sem par, onde não foi sonegado informações para os que se interessaram. Tenho acompanhado Rosetta e o Lander desde que ela acordou em 2014 e vibrado junto com cada etapa, algumas até angustiantes, como a descida de Philae e quando a nave entrou em modo de segurança. É muita tecnologia, a câmera Osiris, o sistema de transmissão, o controle da nave,…. Parabéns a todos.
E ainda existem idiotas trogloditas que questionam o pouso na Lua em 1969. Para seres viventes em países de terceiro mundo esses fatos são ficção. Estão a anos luz da realidade científica que existe em países sérios, avançados e de primeiro mundo.
Parabéns ESA!
eu sei que é pura matematica, calculo, previsão e etc…ciencia exata, enfim,,,mas pousar num cometa a 40000 km/h um objeto desses, no meio do espaço, colher informações e mandar….olha,é algo sensacional! parabens!
Maravilha de missão, desmistificou aquela aura de sci-fi de Júlio Verne e Hollywood, nos apresentou a uma linda rocha tão familiar, formas tão comum com suas rebarbas e reentrâncias, descobrimos que os cometas são gente como a gente..rsrs. R.I.P. Rosetta, já sinto saudades.
Sou um fã incondicional da NASA , mas sou capaz de apostar que até a NASA ficou maravilhada com o que estes caras da ESA conseguiram, pousar DOIS objetos construídos aqui na terra e pousarem em um cometa.
Parabéns ESA!!!
Fico imaginando daqui há alguns anos uma civilização alienígena se deparar com a rozeta pousada neste cometa…
Só há uma palavra : “fantástico ” !!!
Parafraseando nosso astronauta ao pisar na lua , ” uma asa pequena para este vôo, mas um vôo gigante para a humanidade ” .