Grupo lança balão estratosférico para testar componentes da missão lunar brasileira
A primeira missão brasileira à Lua ainda está distante, mas o grupo de pesquisadores envolvidos no projeto está prestes a dar mais um passo importante rumo à sua realização. Na próxima segunda-feira (19), eles lançarão um balão estratosférico que testará na alta atmosfera experimentos e componentes que mais tarde serão incorporados ao satélite lunar Garatéa-L.
A sonda acoplada ao balão foi batizada de Garatéa II – assim chamado por ser o segundo voo da série a levar experimentos a um a altitude de até 30 km. A essa distância do chão, a pressão atmosférica é um centésimo da encontrada ao nível do mar e a camada de ozônio já ficou para trás, permitindo a alta incidência de raios ultravioleta do Sol.
“É um ambiente muito parecido com o encontrado na superfície de Marte”, diz Fabio Rodrigues, co-coordenador da equipe científica do experimento embarcado e pesquisador do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP).
O experimento embarcado deve expor colônias variadas de microrganismos e moléculas de interesse biológico a essas condições radicais, na esperança de compreender seus efeitos sobre a vida e assim verificar a viabilidade de que ambientes extraterrestres, como o planeta vermelho, possam servir como nichos para atividade biológica.
Trata-se de uma versão precursora do experimento que será embarcado na Garatéa-L, espaçonave brasileira a ser colocada em órbita da Lua em 2020. Além das colônias de bactérias, a missão também contará com um experimento para verificar os efeitos do inóspito ambiente cislunar sobre tecidos humanos e uma câmera que fará observações da região do polo Sul da Lua.
A missão é dirigida por Lucas Fonseca, engenheiro espacial e CEO da empresa Airvantis, que está promovendo o projeto em regime de parceria público-privada.
“O lançamento da sonda estratosférica Garatéa II é um marco importante no nosso cronograma para o voo lunar. A cada um desses experimentos precursores, aprendemos mais, e isso aumenta a nossa convicção no sucesso em 2020”, diz Fonseca.
O voo da Garatéa II é promovido pelo Grupo Zenith, da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, e acontecerá a partir do Hangar 1 do Departamento de Engenharia Aeronáutica, no Campus 2 da USP em São Carlos. A expectativa dos envolvidos é realizar a preparação ao longo da manhã e soltar o balão às 11h, mas a execução do lançamento depende das condições meteorológicas.
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Salvador acredita que o James Webb vai acabar atrasando?
Parece que voa mesmo em 2018. Ele está fluindo bem agora.
Grande Salva! É notória a importância deste blog para a disseminação do conhecimento científico atualizado numa linguagem bem clara! Parabéns pela capacidade! Não se aborreça com determinadas críticas de coisas sem importância e não ligada ao foco do blog! Todos nós sabemos de seu valor!
Sei que não é o tópico, mas será que não detectaram mais ondas gravitacionais, nenhuma pequenininha?
Religaram recentemente (coisa de há duas semanas) o LIGO, depois de um upgrade que aumentou a sensibilidade de uma das duas instalações gêmeas. Se detectaram mais alguma coisa depois disso, não reportaram. Mas certamente há de vir novidades por aí nos próximos meses.
Quero saber é quando o Brasil vai lançar um lançador de foguete e satélite decente. Isso sim seria notícia.
O Brasil já lançou vários satélites decentes. O SCD-1, primeiro satélite brasileiro, pasme, ainda funciona. Foi lançado em 1993.
O lançador é um outro problema, porque depende de um programa que é gerido pelos militares, de uma forma não muito eficiente. Além disso, sofre de terrível falta de recursos. Abordarei essa questão de lançadores mais adiante, com novidades a respeito disso. Mas eu não prenderia minha respiração para que o Brasil tenha um lançador capaz de promover uma missão lunar. Ainda estamos muito longe disso.
Desejo muito sucesso à missão, organizada de modo muito competente e profissional, como estamos vendo no Mensageiro Sideral!
Caro Salvador,
Indica algum site que seja confiável para adquirir um bom binóculo de observação, por favor!!
Valeu
Uh, não sei. Algum leitor confiável indica um site confiável para binóculos? Depois que o “Armazém” fechou, não sei mais…
Armazem fechou? caramba, eita Brasil viu… comprei meu primeiro telescopio lá. infelizmente estudo de ciencia aqui é dificil, cada vez mais penso em ir morar em outro pais com melhores condicoes p criar meus filhos.
Esses dias eu estava olhando os binóculos da Celestron. Devem ser bons. Mas ainda não me dei esse presente. No site deles consta um revendedor no centro de São Paulo. Veja http://www.celestron.com/locations.
Olá Salva, fico muito feliz que o projeto Garatéa esta andando e já produzindo conhecimento.
Mas estou curiosos sobre os experimentos, entendo que a ideia é expor colônias variadas de microrganismos e moléculas de interesse biológico a condições extremas e entender como elas se comportam nessas condições.
No caso Garatéa II o experimento vai lá para cima e depois volta, e nesse caso os pesquisadores podem verificar os resultados diretamente nas amostras.
Mas e no caso da Garatéa-L? Como irão verificar os resultados?
Tem como vc nos dar uma ideia do que estão buscando e como irão obter o resultado de cada experimento?
Por exemplo, se uma colonia de bactéria que foi enviada morrer quando for exposta ao espaço, como eles irão saber? Que tipo de sensor será usado para analisar a colonia?
Grato desde ja 🙂
Pallando, na Garatéa-L vão usar espectroscopia para monitorar as bactérias, porque, como você bem disse, não há como trazê-las de volta. No caso do balão, elas retornam, o que facilita esta análise. Mas mesmo assim a Garatéa II vai testar alguma aquisição de dados remotos, porque tem sistema para monitorar as condições ambientais (até contador Geiger!) e medir o ambiente lá em cima. (A ciência fica pela metade se você expõe as bactérias, mas não sabe dizer a que você as expôs…)
Salvador, quantas horas você dorme por dia?
Parabéns pelas matérias e pelos “pormenores”, para nós, leigos.
Cada vez menos. Hehehe.
Varia, mas na média umas 7h.
Oi Salvador.
Distante quanto? Você arriscaria um palpite?
Pela forma que vejo andar as coisas nesse país, poderia estar há mais de um século não é mesmo? Ciência aqui é visto como algo supérfluo. Ainda bem que em outros países a coisa é levada mais a sério.
Aqui continua sendo o país dos Tupiniquins.
2020. Estamos trabalhando para isso.
mais viralatismo…
Quando vamos olhar iniciativas científicas no Brasil com otimismo?
Aliás, quando vamos aprender a parar de nos rebaixar e olhar qualquer iniciativa brasileira com otimismo?
Geralmente quem critica nestes termos são justamente os que não fazem nada, quiçá, fazem até pior.
Perdão pelo desabafo mas às vezes é difícil segurar…