Nasa anuncia novas missões para visitar asteroides de Júpiter e astro metálico na próxima década
A Nasa anunciou nesta quarta-feira (4) a seleção de mais duas missões para a próxima década, e a palavra-chave é: asteroides. Uma delas, a ser lançada em 2021, visitará os asteroides troianos, mantidos onde estão pela poderosa gravidade de Júpiter. Já a outra, partindo em 2023, fará a primeira visita a um bizarro asteroide metálico que possivelmente já fez parte de um núcleo de planeta, durante a formação do Sistema Solar.
“Essas missões ajudarão a aprender sobre a infância do nosso Sistema Solar, apenas 10 milhões de anos após o nascimento do nosso Sol”, disse Jim Green, diretor da ciência planetária da Nasa.
As seleções fazem parte do programa Discovery, que envolve projetos espaciais de custo mais modesto — a operação inteira, da construção da espaçonave ao fim da missão, passando pelo lançamento, não pode custar mais que US$ 450 milhões.
A iniciativa já serviu de plataforma para diversas sondas famosas, como a Messenger (ao planeta Mercúrio), a Dawn (ao asteroide Vesta e ao planeta anão Ceres) e o telescópio espacial Kepler (caçador de exoplanetas). Seu próximo lançamento é o pousador InSight, destinado a Marte. Originalmente seu voo deveria ter acontecido no ano passado, mas, por problemas com seu desenvolvimento, o lançamento ficou para a próxima janela marciana, em 2018.
Por conta desse atraso, especulava-se que a Nasa escolhesse apenas uma missão para o Discovery neste ano, mas a agência decidiu apostar em duas de uma vez.
LUCY
A primeira das missões a voar, com decolagem em 2021, recebeu o nome do famoso fóssil australopiteco que ajudou a esclarecer as origens da linhagem evolutiva humana porque ela pretende fazer o mesmo pelas origens do Sistema Solar.
Seu objetivo primordial é visitar os asteroides troianos, assim chamados por que parecem sempre estar à espreita de Júpiter, acompanhando-o em sua órbita ao redor do Sol.
Em realidade, são objetos remanescentes da formação planetária que acabaram capturados num equilíbrio delicado entre a gravidade do Sol e de Júpiter, nos dois pontos de libração localizados na órbita do planeta.
Um dos charmes da missão é sua riqueza de alvos. Ela primeiro faria um sobrevoo de um asteroide do cinturão principal, o 1981 EQ1, em 2025, e depois visitaria quatro troianos no ponto de libração que antecede Júpiter, entre 2027 e 2028. Por fim se deslocaria até o ponto de libração que sucede Júpiter e visitaria um troiano binário, em 2033.
Com tantos objetos de diferentes tipos, a missão promete revelar a variedade entre os tijolos formadores que deram origem aos planetas, há 4,6 bilhões de anos. É quase certo que os troianos de Júpiter são compostos tanto por asteroides originários das regiões mais internas do sistema quanto por objetos mais distantes, como cometas ou até mesmo objetos do cinturão de Kuiper. Ou seja, um prato cheio.
PSYCHE
A segunda missão selecionada pela Nasa é destinada ao asteroide de mesmo nome, o 16 Psique. Um dos primeiros a serem descobertos no cinturão entre Marte e Júpiter, ele tem uma peculiaridade que o torna especial: é um bloco metálico de 210 quilômetros de diâmetro, composto de ferro e níquel.
Por si só, ele já seria um objeto estranhíssimo, que merece investigação. Mas a desconfiança dos cientistas é que sua origem conte uma história ainda mais dramática: ele deve ter feito parte do núcleo de um protoplaneta — talvez tão grande quanto Marte –, que foi destruído nas colisões violentas que marcaram as origens dos planetas.
“O Psique é o único objeto conhecido de seu tipo no Sistema Solar, e este será o único modo de visitar um núcleo planetário”, diz Lindy Elkins-Tanton, pesquisadora da Universidade Estadual do Arizona que chefia a missão.
O lançamento deve acontecer em 2023 e a chegada a Psique, que orbita três vezes mais distante do Sol que a Terra, deve ocorrer em 2030.
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450 milhões de dólares é um valor menor do que vários estádios que fizeram ou reformaram pra copa do mundo, pelo menos o dinheiro teria sido melhor empregado ao invés de enriquecer empreiteiras e políticos
Salvador, e a segunda vez que comento aqui, mas dessa vez terei de fazer um comentário fora do contexto ! Vc viu a notícia de duas estrelas se chocando em 2022, se for real daria um super post. http://www.misteriosdouniverso.net/2017/01/explosao-de-estrelas-binarias-vai.html?m=1 Adoro esse blog.
Eu vi isso uns dias atrás, e é bem louco! Mas não tem pressa! A previsão é só para 2022, vamos ver se eles acertam! 🙂
Salvador:
Este asteróide metálico poderia ,um dia, ser utilizado para aumentar o campo magnético de Marte?
Não consigo imaginar como, Odair.
Salvador, boa tarde.
Sei que levaria uma eternidade até chegar ao local, mas há algum plano da NASA ou outra instituição para enviar uma sonda na direção de um buraco negro?
Eu imagino que em determinado momento os sinais da sonda não conseguiriam mais ser enviados para a terra devido à força da gravidade, mas, até lá, talvez fosse possível obter informações interessantes (se a minha “ideia”/duvida for sem pé de cabeça, pode falar)
Temos que, primeiro, desenvolver voo interestelar via dobra espacial ou o que seja… O buraco negro mais próximo fica no centro da nossa galáxia, há mais de 30 mil anos-luz daqui… Na velocidade da luz, a sonda demoraria 30 mil anos para chegar até lá.
Há pelo menos três buracos negros mais próximo da Terra do que aquele no centro da galáxia. São eles:
A0620-00 ->2.800 anos-luz
Cygnus X-1 -> 6.000 anos-luz
V404 Cygni -> 7.800 anos-luz
abraços
Ops! Grato pela informação!! 🙂
Fantástico Salva! Senti logo cheiro de post quando vi tais publicações ontem no twitter da Nasa kkk Obrigado!
Salvador, não sei você, mas quando escuto o longo tempo de duração de chegada de uma sonda a um objeto qualquer do nosso sistema me coço inteiro kkk quero muito ver isso! Mas se a gnt for ver a Horizons chegou lá e foram quase 10 anos e olha só, ainda estamos aqui! hehe 😀 Feliz 2017 Salva
É isso aí! Demora, mas chega logo! Heheh
Super 2017 pra você!
Na verdade essa motivação meteórica é só por problemas econômicos e nada tem a ver com a ciência. O níquel [Ni] 4s2 3d8 vale hoje US$ 10.205,00 por onça troy ou seja um bom dinheirinho. Contem 27 prótons e 27 elétrons. As jazidas estão se exaurindo aqui na terra de tanto niquelar coisas. Estão verdadeiramente aniquiladas. Porque não caçá-lo no espaço exatamente num asteroide que está passando aqui por perto? Quem chegar primeiro leva, já que não tem leis internacionais para coisas do espaço.
E como trarão de volta à Terra?
Puxa, seria ótimo se conseguissem minerar um asteroide e trazer esses componentes que estão rareando por aqui. Um dia isso irá acontecer, mas acredito que será por empresas particulares, não pela NASA.
Não sei dizer se o seu exemplo está correto, até acredito que esteja.
Mas, a verdade é que muitas das descobertas e inovações só foram patrocinadas por interesses econômicos do patrocinador, ou pior, por interesses bélicos.
Isso não muda o fato de que as descobertas são importantes, mudam a vida das pessoas e que muitos dos pesquisadores tem interesses maiores, ou melhor, diversos do econômico, e aproveitam a oportunidade de haver um patrocinador interessado no lucro.
Mesmo porquê, os pesquisadores também têm contas para pagar.
Não entendo essa “birra” com interesses econômicos, como se isso diminuísse a importância da descoberta.
que delicia ler suas boas novas; o mensageiro sideral é como um respiro pra nossa realidade brasileira
Olá Salvador, você sabe se além do Discovery há outros programas (pacotes de missões) que a NASA tenha predefinidos com regularidade? Será que há uma regularidade – tipo um programa de 450 milhões (até 02 missões), outro programa de 2 bilhões (mais umas 04 ou 05 missões de médio porto), outro de xbilhões valor (uma ou no máximo duas missões fodi…as tipo New Horizons) – e aí batido o martelo fala-se em missões só na próxima década? Ou, fora esse pacote (Discovery) o resto é livre? Grato
Eles têm vários programas, ou classes de missões. As Discovery são as mais modestas. Depois têm as New Frontiers (como a New Horizons, faixa de US$ 1 bi) e por fim vem as Flagships (como a Cassini e o Curiosity, que custam os tubos).
A NEOCam deveria ser prioridade. Vc não acha que está rolando um interesse comercial nisso? O governo americano tentando obter know-how para futuras explorações?
Acho que o interesse é majoritariamente científico (para interesse comercial, teriam focado nos NEOs, não nesses aí longe pra caramba). Quanto à NEOCam, tem mérito também e merece financiamento. Eventualmente terá, tanto que não puxaram o plug de tudo nela…
Não é interesse comercial, mas e daí, se fosse? Mania de achar que ‘interesse comercial” é algo ruim, danoso… sem o comércio, amigo, a humanidade não teria evoluído nada. Os Fenícios levavam seus produtos aos confins do Mediterrâneo e espalharam seu sistema de escrita, influenciando muitos povos que viviam na Grécia e na Itália de hoje, além de outros…
Sem o interesse comercial, você não teria sequer um smartphone ou micro para escrever aqui. Sem o interesse comercial, você não teria os remédios para escolher nas farmácias, nem comida na sua mesa.
NASA anunciou tá anunciado, duro é Governo anunciar economia, massacres, custo de vida, inflação, falência de salários Rio Brasília Minas um caminho de assaltos, escabroso, denaros televisão, armas desarma, aí os VIP xx7xispo.
está reclamando no lugar errado.
envie suas queixas aos parlamentares que você ajudou a eleger…
Salvador, esse anúncio da NASA, de novas missões para visitar asteroides, não seria uma “resposta” às várias matérias publicadas nas últimas semanas sobre os riscos que corremos com possíveis impactos de asteroides, sem mesmo sabermos de onde eles estão vindo?
Não, não é uma resposta de última hora. Esses projetos foram selecionados a partir de uma pré-seleção (contra outros concorrentes), é algo que já está rolando há algum tempo. E o pessoal fez um scare danado com esse negócio de asteroides recentemente, sem justificativa. Claro que é parte do plano estratégico da Nasa estudar asteroides não só pela ciência, mas por questões de defesa planetária. Mas já era o caso antes e continuará a ser depois. E, para mostrar que não tem desespero, uma das missões NÃO SELECIONADAS nesta leva foi a NEOCam, um telescópio espacial destinado a procurar asteroides ameaçadores à Terra proposto pelo JPL. Só deram uma graninha para eles continuarem refinando o conceito, para quem sabe ele ser selecionado numa próxima leva.