Astronomia: Estudo da Nasa revela impactos de asteroide na Terra nas últimas três décadas

Salvador Nogueira

De 1988 a 2016, 17 asteroides atingiram a Terra com energia comparável a bomba atômica.

SACO DE PANCADAS
Para quem se preocupa com a possibilidade de um asteroide se chocar com a Terra, um slide em particular da apresentação feita na semana passada por Lindley Johnson, oficial de defesa planetária da Nasa, chama a atenção. Ele indicava o número de asteroides detectados atravessando a atmosfera terrestre entre abril de 1988 e dezembro de 2016. Chuta quantos: 698.

NAIPE BOMBA ATÔMICA
São pequenos, mas não tão pequenos; 17 deles explodiram no ar com energia comparável à liberada pela bomba atômica usada sobre Hiroshima em 1945. E o mais perigoso chegou em 15 de fevereiro de 2013, sobre Chelyabinsk, na Rússia. O bólido celeste tinha uns 20 metros e explodiu com energia de 30 bombas de Hiroshima, ferindo 1.500 pessoas.

CATÁSTROFE NATURAL
Não é questão de “se”, portanto. Asteroides batem com a Terra o tempo todo, e alguns podem de fato causar danos. Eles merecem nossa atenção e têm de figurar na lista de catástrofes naturais, como terremotos, maremotos, erupções vulcânicas, furacões etc.

MEGA-SENA DO MAL
Agora, disso não decorre que devemos considerar a destruição da civilização um evento iminente. Os dinossauros deixaram os asteroides com a má fama, mas eventos como a extinção do fim do Cretáceo, há 65 milhões de anos, são extremamente raros.

PERIGO MAPEADO
Bólidos capazes de extinguir a humanidade precisam ter 1 km ou mais. A população estimada desses objetos é de cerca de mil, dos quais já descobrimos, até dezembro de 2016, 874. Entre os conhecidos, nenhum oferece ameaça de colisão nos próximos séculos. Ainda restam alguns a ser encontrados, mas tudo indica que nosso fim não está próximo.

A AMEAÇA DOS PEQUENOS
Por outro lado, asteroides menores, mais numerosos, não vão nos extinguir, mas podem causar danos expressivos. É com eles em mente que as agências espaciais têm desenvolvido planos de deflexão e protocolos de mitigação. Com uma pancada do naipe bomba atômica a cada dois anos, uma hora eles vão cair no lugar errado, se não fizermos algo para impedir.

A coluna “Astronomia” é publicada às segundas-feiras, na Folha Ilustrada.

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Comentários

  1. Bom Dia! Moto em camacari Bahia..se um asteroide caisse no oceano atlantico e um megatsuname se formasse aqui em camaçari seria.os atingidos?

    1. Bem, se você está na costa, sim. Mas não é tão fácil assim um asteroide produzir um megatsunami. As ondas tendem a se aplainar. Para você ser atingido, teria de ser um baita asteroide, ou ele teria de bater perto da costa.

  2. Na realidade, é perfeitamente factível desviar asteroides de sua órbita; ao contrário dos ‘filmes catástrofes’ de Hollywood, que mostra ‘heróis’ detonando bombas para tentar pulverizar asteroides, o correto é desviar a trajetória, de preferência para que o mesmo mude sua órbita para um plano inclinado alguns graus em relação ao plano da eclíptica, de modo que nunca mais venha a cruzar a órbita da Terra.

  3. O problema com essa “Mega-Sena do Mal” é que, quase toda semana, alguém é premiado na verdadeira Mega-Sena, apesar de que a probabilidade de acertar é de um em 50 milhões…

    Como dizem os matemáticos, algo ‘impossível” com pequena probabilidade pode acontecer, algo improvável nunca… E estamos, claramente, num caso de probabilidade pequena, mas maior que zero.

  4. Dizem que o evento Tunguska teve o impacto de 185 bombas de Hiroshima, imagina isso em uma cidade.

  5. Salvador, caso um asteróide com risco significativo fosse visto com antecedência suficiente…. seria possível usar foguetes (ou outra forma de produção de empuxo) para “empurrá-lo” um pouco – digamos em um ângulo de 90º em relação à sua trajetória – e deslocá-lo da rota de colisão?? Ou a gravidade da Terra tornaria inócua essa tentativa?

    1. 90 graus ia ser osso. Mas uma fração de grau, com combustível suficiente, sim. E, se você pegar ele bem antes da colisão, uma fração de grau já basta.

      1. Isso, perfeito. Eu me expressei mal, não quis dizer DESVIAR 90º, mas sim empurrar nesse ângulo pra otimizar a força utilizada a fim de desviar uma fração de grau. Ou talvez apenas freá-lo para atrasar sua órbita e evitar a colisão…..

        Valeu!

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