Astronomia: O cérebro dos astronautas

Salvador Nogueira

Estudo mostra que o cérebro dos astronautas se transforma quando eles estão no espaço.

PESO DE ESTAR SEM PESO
Levar astronautas a Marte em duas décadas, como defende a Nasa, exigirá que compreendamos em detalhes o que ocorre com o organismo humano quando submetido a longos períodos sem a sensação de gravidade. Depois de mais de 50 anos de voo espacial, já conhecemos bem diversos desses efeitos.

INSUSTENTÁVEL LEVEZA
Sabemos que a ausência de peso faz com que os viajantes cósmicos sofram perda de massa muscular e óssea. Também há relatos de problemas oculares, possivelmente por conta do aumento da pressão no crânio quando ele é exposto a condições de microgravidade.

E O CÉREBRO?
Curiosamente, até hoje, ninguém estudou o que acontece num voo espacial ao mais importante dos órgãos humanos, o cérebro. Eu disse “até hoje”. Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Michigan, nos EUA, acaba de fazer a primeira investigação a esse respeito, com resultados intrigantes.

VOOS CURTOS E LONGOS
Os pesquisadores usaram ressonâncias que a Nasa costuma fazer em seus astronautas, antes e depois de voos espaciais. Para a pesquisa, o grupo de Rachael Seidler selecionou os dados de 27 astronautas, dos quais 13 fizeram missões de até duas semanas nos ônibus espaciais e 14 passaram cerca de seis meses na Estação Espacial Internacional.

MENOS MASSA CINZENTA
O estudo mostrou mudanças significativas no cérebro — e elas são mais acentuadas em quem passou mais tempo no espaço. O volume de massa cinzenta se reduz em vastas regiões do cérebro, conforme ele tem de lidar com a redistribuição de líquido por conta da ausência de peso.

MAIS MASSA CINZENTA
Há também áreas cerebrais em que há crescimento de massa cinzenta — as responsáveis por processar os sentidos e coordenar os movimentos. Provavelmente isso é resultado do intenso processo de adaptação a que os astronautas estão sujeitos durante a microgravidade. Algum desses efeitos é preocupante e pode nos impedir de ir a Marte? Não dá para saber até que os entendamos com clareza. Esse foi só o primeiro passo.

A coluna “Astronomia” é publicada às segundas-feiras, na Folha Ilustrada.

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Comentários

  1. Senhor Salvador.

    Tenho de contra-atacar veementemente o viés ideológico-cientificista do publicado neste blog. Portanto, corrigirei de maneira moral e religiosamente lógica o que foi exposto:

    a) Expedições à Estação Espacial Internacional jamais alteraram a fisiologia dos astronautas porque elas nunca de fato ocorreram.

    b) O organismo animal (e não o humano) sofre com variações ambientais na Terra porque não foram gerados no ventre do divino Espírito Santo.

    c) A mais madura revolução na tecnologia dos foguetes é, na verdade, não lançar nenhum foguete; Uma viagem interplanetária a Marte não é possível, pois Marte é uma divindade pagã que nunca existiu #acordabrasil. Há outras tecnologias em desenvolvimento — como canais da internet propulsores de fé — e até mesmo já existentes, mas que foram descontinuadas — como o cinto de castidade –, mas, para Deus, não precisamos cortar tão radicalmente o tempo de viagem o paraíso a ponto de exigir novas tecnologias, basta ler a Bíblia e eleger políticos tementes a Deus.

    d) Confrontar a divulgação científica é sem dúvida como matar baratas enquanto ainda estão no chão, não envolve risco de perdê-las NO VOO. Há protocolos fortíssimos no conservadorismo para prevenir ofensas contra eles, mas não é uma atividade 100% livre de risco. De novo: quando se confronta a ciência, não existe risco zero. É tudo uma questão de não gerenciar o risco e deixar a fé falar mais alto.

    e) Há alternativas, como politicamente incorreto usadas apenas para proteger a saúde da direita — algo capaz de gerar uma dose módica de catarse para alguém deitado no sofá por algumas horas, por exemplo. Talvez já baste para contra-atacar alguns dos sintomas mais severos do amoral cientificismo.

    1. Salvador isto esta uma retorica protestante,,solfista cinestesiado, nada haver com, pensar criacionista, se ele tivesse a oportunidade de entender a tese O PARADOXO DO UNIVERSO, saberia discernir o e-Ser do est-estar, o contido, do qual contem!! Vai no meu canal filho, da uma expandida no pensar!!!

      1. Bertinho, tá impossível hoje. Postando em todos os comentários do SN.
        Ah, encontrei Olhos Eclodindo e comprei para dar a você.
        Isto é, se o Salvador marcar um encontro da turma e conhecermos a fera dos olhos eclodindo em Marte. kkkks. Abraços.

  2. Resumindo tudo:
    a) Os sistemas atuais resultam em viagens até Marte que duram mais de meio ano terrestre;
    b) O organismo humano com a variação ambiental sofre desequilibrio e defina em muitos aspectos;
    c) As verbas atuais para o desenvolvimento de naves interplanetárias parece não estar trazendo à realidade novos métodos de propulsão;
    d) As missões não tripuladas são mais baratas e não envolvem risco de vidas;
    e) Os estudos sobre gravidade artificial são antigos (tenho uma publicação da NASA da década de 60) e todos indicam além dos problemas de circulação, também um enjôo por causa da curva na rotação. Para isto não acontecer, o raio do mecanismo deve ter quilômetros! Ou seja, algo custoso, que exige boa tecnologia e alguns quiômetros de verbas.
    Até resolverem todos os problemas, o correto são as sondas automáticas, não farão pose, não fincarão bandeiras, mas vão explorar Marte deixando o caminho preparado para os primeiros astronautas.

    1. Concordo em linhas gerais, mas acho importante relativizarmos todos os seus pontos.
      a) Expedições à Estação Espacial Internacional duram rotineiramente meio ano terrestre e, embora vejamos mudanças e problemas com a fisiologia dos astronautas, nada disso é tido como um impeditivo para as missões.
      b) O organismo humano sofre com variações ambientais na Terra também, e não só no espaço. Nem por isso vamos desistir de viver.
      c) A mais madura revolução na tecnologia dos foguetes é a reutilização; é com ela que Elon Musk acaba de conceber um sistema de viagem interplanetária a Marte que seria, em tese, acessível financeiramente. Há outras tecnologias em desenvolvimento — como propulsores de plasma — e até mesmo já existentes, mas que foram descontinuadas — como os foguetes nucleares –, mas, para Marte, não precisamos cortar tão radicalmente o tempo de viagem a ponto de exigir novas tecnologias.
      d) São sem dúvida mais baratas, e não envolvem risco de vidas NO VOO, mas envolvem risco de vidas na fabricação e no manuseio do veículo lançador e suas partes. Há protocolos fortíssimos para prevenir acidentes, mas não é uma atividade 100% livre de risco. De novo: em exploração espacial, seja tripulada ou não tripulada, não existe risco zero. É tudo uma questão de gerenciamento de risco.
      e) Há alternativas, como centrífugas pequenas usadas apenas para proteger a saúde dos astronautas — algo capaz de gerar uma dose módica de gravidade para alguém deitado por algumas horas, por exemplo. Talvez já baste para contra-atacar alguns dos sintomas mais severos da falta de gravidade.

      Concordo que um plano não tripulado robusto é o mais lógico do ponto de vista científico. Mas, se estamos falando em garantir a sobrevivência da humanidade a longo prazo, robôs não bastarão. 😉

  3. Salvador,
    Existe algum tipo de experimento de macrogravidade? Ou este é um objetivo ainda longínquo demais – se é que pode ser considerado um objetivo visitar objetos com massa superior a Terra – para ser considerado neste momento?

    1. Bem, qualquer centrifugação é, por definição, um experimento de macrogravidade. Pergunte às batidas que você faz no liquidificador. rs

      1. Astronautas, pilotos de caça, pilotos de carros de corrida, passam por situações de ação de forças várias vezes maior do que 1G, o que caracteriza “macrogravidade”, apesar de não serem sempre no sentido “de cima para baixo”, não é?

        1. No caso de pilotos de carro, não. Alguns casos isolados, talvez. Mas em geral nos adaptamos praticando mesmo – ninguém começa pilotando um F-1 ou F-Indy…. todo mundo começou no kart, depois carros fracos (1.6 ou menos), depois 2.0, o que com preparação já fica um canhão, pra depois começar a andar com 6 ou 8 cilindros.

  4. Salvador, depois de um tempo tentando lembrar e procurando, ai encontrei, o nome se chama PIROSOMA. depois a gente continua, para se entender que montanhas jurássicas gigantescas com olhos mutante eclodindo, não esta algo tão impossível assim, essa de falarem que petróleo esta isso e aquilo, pra mim ,nada alem de parte destes organismos já fossilizado, não haveria matéria orgânica suficiente para formar as jazidas de petróleo existentes no planeta e as ainda não descobertas, a não estar que montanhas jurássicas se reproduzissem, montanhas lesmas pirosômicas jurássicas gigantescas. agora já ta virando modinha de pseudo código ferrou, deixa para depois.mudando de assunto, imagino porque os grays tem cabeça grande, o que já evidencia a própria existência deles vindas do espaço, já que esta anomalia, esteja decorrente de falta de gravidade acredito eu. ja que o celebro e o sangue estão frequentemente reagindo com as paredes celebrais, em altas velocidades, com ausência de gravidade., como uma bola de soprar cheia d’agua faria,tenderia a se concentrar no local de maior cavidade.

  5. Boa noite Salva. Sugiro que corrija a antepenúltima frase – “Algum desses efeitos é preocupante e pode nos impedir de ir a Marte?”
    Abraço.

    1. Victor, onde foi que eu errei? “É preocupante” concorda com “Algum desses efeitos”, que é singular.

      1. Na verdade não teria como errar essa frase. O uso do “é” está correto, como estaria correto se tivesse usado “são preocupantes”. Núcleo composto com um elemento no singular e outro no plural aceita verbo em singular ou plural.

  6. O ser humano levou milhões de anos evoluindo num ambiente de gravidade 1 G.
    Não há como fazer viagens espaciais em ambientes sem gravidade e sem danos ao organismo. E a gravidade artificial só é possível com a força centrífuga da rotação, o que exigiria grandes quantidades de energia, inviabilizando a viagem.
    Exceto em Holywood, este ser humano que conhecemos não realizará tais viagens.

    Sérgio.

    1. Na verdade, a rotação não exigiria grandes quantidades de energia. Uma vez colocada para girar, ela permaneceria nesse estado indefinidamente, por inércia.

      1. Somente se no interior da centrífuga nada se movesse. Ou teremos que revogar a lei da preservação da quantidade de movimento.
        Outra opção é a centrífuga ser tão pesada que a massa dos objetos e pessoas em seu interior fossem desprezíveis. Um exemplo é a Terra, que não sofre alteração em sua rotação pelos movimentos em sua superfície. Mas isso que comentei tanto é fato que até a Terra acusa alterações em sua velocidade de rotação, quando as energias consideradas são suficientemente grandes, vide o terremoto do Índico de 2004.
        Se fosse fácil assim, porque até hoje nenhuma estação espacial trabalhou com gravidade artificial por rotação?
        Infelizmente, a física não se submete às previsões dos filmes do Kubrick…

        1. Na verdade um experimento com teter já realizou gravidade artificial, mas apenas uma quantidade mínima (0,00015 G), na missão Gemini 11.
          Agora, é verdade também que, na Gemini 11, os astronautas tinham pouca liberdade de movimento na cápsula. Ainda assim, contrastando as massas dos astronautas e da estrutura, não acho que o movimento deles vá ser um grande problema. Não maior do que já é na Estação Espacial Internacional, onde eles causam pequenas perturbações do ambiente de zero G por conta disso.

          1. E porque, se é algo factível, ainda não foi tentado? Nunca houve qualquer projeto de estação espacial com gravidade artificial. E seria de todo interesse viabilizar esta solução, ao invés de se fazer tantas pesquisas sobre seus efeitos no corpo humano. A sua matéria é um exemplo disso.

          2. Na Gemini 11 foi tentado e executado. Qualquer esquema assim que vá além de um experimento, contudo, torna o design da nave mais complexo. Se não há necessidade, para quê?

          3. Salvador, com uma viagem a Marte demorando um ano para ir e voltar e a falta de gravidade mexer assim com o cérebro humano, é bom que eles comecem a testar para valer uma forma de gerar uma força que simule a gravidade por rotação…

  7. Proponho uma analogia: Sou agrônomo, e na minha área de trabalho muitas vezes vemos a produtividade ser restringida quando se faz necessário que a planta se adapte à máquina. Para maximização de produtividade e sustentabilidade, os projetistas de máquinas é que têm que fazer a adaptação da máquina à planta! Por exemplo, em vez de plantar uma cultura agrícola num espaçamento que viabilize a colheita mecanizada, é mais produtivo desenvolver uma máquina adaptada para colher naquele espaçamento que, dadas as condições edafoclimáticas locais e as características genéticas da variedade vegetal escolhida, permite às plantas expressarem seu melhor potencial produtivo.

    Quando se fala em longas viagens espaciais tripuladas (da Terra a Marte, por exemplo), por essa analogia o homem pode ser comparado às plantas. Se queremos viagem tripulada, e se a falta de gravidade por período muito longo lesa gravemente a saúde, isso pode sim ser muito difícil, pode ser um balde de água fria a quem pensava que tais viagens estivessem próximas de se realizarem, mas… Infelizmente, parece que não dá para prescindir do efeito de gravidade. Será difícil, mas para missões tripuladas, serão necessários veículos adaptados à biologia dos tripulantes.

    1. Veja, os tempos de viagem não são maiores do que os que os astronautas já experimentam a bordo da ISS. Então, de novo, não vejo showstoppers. Para Marte, podemos ir sem gravidade artificial, ou os astronautas não teriam voltado saudáveis de sua missão de 1 ano à ISS, para citar um exemplo recente. Agora, ficar indefinidamente no espaço sem peso pode ser um problema. Talvez viagens além de Marte exijam gravidade artificial. Para Marte, é desejável, mas não imprescindível.

      1. Mas até onde me consta, a gravidade artificial é razoavelmente simples de fazer, não? Basta um elemento giratório na nave.

        1. É simples. Mas exige coisas grandes — e há duas limitações básicas ao que podemos lançar ao espaço: tamanho e massa.

          1. Mas a nave poderia ser construída no espaço, com peças sendo levadas por foguetes diferentes. Difícil e caro, mas factível.

  8. Pessoal, vi um comentário OFF TOPIC (pra variar) em outro tópico sobre um usuário que queria dicas pra comprar um binóculo e resolvi fazer a mesma coisa.

    Peço ao pessoal dicas sobre o telescópio do link abaixo. Diz ali que dá pra ver “Saturno com seus anéis e suas luas, inclusive Titan, Marte, Vênus e suas fases, Nebulosas, Aglomerados Estelares, Galáxias, as Plêiades”. Confere? Deve dar pra ver os 4 satélites galileanos de Júpiter então? E os “riscos” e tempestades de Júpiter?

    Peço ainda se alguém conhece outro melhor nessa faixa de preço (é o que estou disposto a gastar).

    Obrigado!!

    http://www.casadoastronomo.com.br/produto/telescopio-rf-76mm-toya-polaris-rf-76l-thr-com-oculares-plossl-de-32mm/3076

  9. Não entendo quem comenta aqui sobre desistir de exploração espacial e afins. Que vamos explorar o universo tanto quanto a tecnologia do momento permitir é um fato que deriva da nossa própria génese. Somos curiosos por natireza, exploradores e desbravadores quer por natureza, gosto do desconhecido como por necessidade de novos recursos. O fato de termos evoluido neste condições especificas não nos vai impedir de ir além do nosso planeta e encontrar soluções para explorar o que nos rodeia

  10. Realmente compartilho a opinião do colega sobre o ceticismo das viagens espaciais. Sei que a parada não é fácil, mas a questão se torna cada vez mais complicada a medida que se avança nas pesquisas.

    Sei da importância de colonizar Marte (estimula muito mais o conhecimento/pesquisas do espaço), mas acho que o “ó do borogodó” seria a Lua. Um excelente local para se aprender, estimular financeiramente enquanto ganha-se folego para Marte. E qualquer problema, ela estaria logo “ali” (como diria o Vanucci).

    Outro aspecto que seria interessante na exploração lunar é a possível construção de uma base de lançamento menos oneroso a longo prazo.

    Nasa, fica a dica: #FocusOnTheMoon

    Hahaha.. Abs cordiais!

  11. Salvador, recentemente eu descobri um drama de ficção científica excelente no Netflix, chamado de “The Expanse”, que joga muito com os problemas da falta de gravidade.

    A série se passa duzentos anos no futuro, os humanos colonizaram o sistema solar. Há humanos na Terra (obviamente), em Marte e no cinturão de asteroides que existe entre Marte e Júpiter, estes último grupo de humanos são mineradores, extraindo valiosos recursos para os planetas interiores do sistema solar.

    Água e ar são os recursos valiosos em Ceres, uma colônia humana. Os humanos de lá, além de viverem com a escassez destes dois elementos, sofrem com a falta de gravidade.

    A maioria nunca esteve na Terra, nasceram lá no cinturão, e não suportam a gravidade do nosso planeta, os humanos do cinturão não se desenvolveram a para viver em gravidade, há má formação óssea, sua estrutura muscular é frágil e algumas deformidades aparentes. Bom, agora eles sei que eles teriam o desenvolvimento cerebral afetados também! rsrs

    Há um tensão política entre a Terra e Marte e o cinturão, por sua vez, desejam a independência.

    É uma série muito rica e interessante, lembra em parte aquele filme o Vingador do Futuro dos anos 80, mas além da história principal mais voltada para a política, há outras histórias paralelas, como a do detetive que chega lembrar Blade Runner em alguns aspéctos, isto é, uma história de investigação futurista noir.

    Fica a dica! 😉

  12. Bom dia Salva ,

    Tudo Bem ?

    Há alguma razão técnica que impede a utilização de gravidade artificial que mitigaria a maioria destes problemas orgânicos, pelo menos nas grandes estruturas orbitais ou espaciais ? Afinal ela é prevista desde o início da exploração espacial ( estação orbital modelo Von Braun 1952).Pelo que sei bastaria um sistema de giro com raio de 100 m e baixa velocidade de rotação para uma pessoa de estatura normal )

    Abraço

    1. Nao exatamente. Com 100m, o tamanho do homen/mulher passa a ser significativo, o que significa que a gravidade na cabeca seria diferente da gravidade nos pes! Para que gravidade por rotacoao funcione, o raio tem de ser muito maior (com menor velocidade). E’ dai que o Salvador diz que ha’ problemas para implementar.

      1. 100 m de raio foi o calculo a que chegou Theodore Hall para sua tese de doutorado nos anos 1990 e grande parte desse material está disponível online – incluindo uma útil calculadora de gravidade artificial chamada de SpinCalc! .Minimiza o efeito diferencial da gravidade ente os pés e a cabeça e torna possível economicamente o sistema

    2. Acho que se tentassem fazer isto na ISS, por exemplo, as forças de tração fariam ela partir em mil pedaços… 🙁

      1. Sim, porque a ISS não foi projetada para isso.

        Assim que li a reportagem lembrei dos filmes Interestelar e Perdido em Marte, onde as viagens interplanetárias são sempre com rotação, para gerar o efeito de “gravidade”. Só que nos filmes o raio é tão pequeno que realmente passa essa impressão, de que cabeça e pés estão sob forças de intensidade diferente.

        Mas se a nave for montada em órbita, não me parece tão complicado. Por exemplo, seria possível fazer 3 naves, acopladas entre si por longos tubos retráteis. Elas poderiam ser postas a caminho (de Marte, por exemplo) e, quando já estiverem estabilizadas na trajetória, viajando só por inércia, poderiam acoplar, depois estender os tubos retráteis, ficando uma nave no centro e as outras duas nas pontas. Aí bastaria ligar foguetes de baixa potência nas naves das pontas, em sentido contrário, para acelerar gradual e cuidadosamente até a rotação adequada para gerar o efeito de gravidade. Alguém sabe qual teria que ser o raio?

        Acoplamento durante o “voo de cruzeiro” já foi feito, as missões Apolo primeiro tomavam o rumo da Lua, depois o módulo de comando virava para trás e acoplava com o módulo lunar. E por que fizeram isso, por que não decolaram com os módulos de comando e lunar já acoplados? Não sei exatamente o motivo, mas certamente arranjaram essa solução tecnológica para algum problema operacional que haveria em decolar os módulos já acoplados. E sou capaz de apostar que esse problema operacional devia ser bem menor do que os danos da ausência de gravidade por muitos meses. Portanto, numa eventual missão tripulada a Marte, há fortes motivos para dar um jeito de implementar a rotação. E eu não vejo como fazê-la prescindindo do acoplamento em voo, após estabilizar na rota, algo parecido com isso que era feito no Programa Apolo.

        1. mas se for para viajar para BEM LONGE MESMO, poderíamos simplesmente manter uma aceleração constante de 9.8 m/s² e, ao chegar na metade da viagem, dar meia volta na nave e desacelerar a 9.8 m/s². 🙂 problema resolvido sem precisar de estruturas capazes de suportar rotação. só não sabemos ainda que tipo de tecnologia devemos usar para manter uma aceleração constante desta intensidade…

          1. E com que combustível a gente mantém uma nave acelerando no espaço? Para máxima economia, o efeito tem que ser mantido puramente por inércia, a maior parte do tempo.

          2. Até onde sabemos, sim. Mas vai que aquele danado daquele EM Drive resolve funcionar… rs

        2. Tentando responder a questão da Apollo, penso que levar o módulo lunar já posicionado obrigaria o foguete Saturno V ser ainda mais alto e mais pesado, pela necessidade de proteger o módulo no lançamento. A solução foi aproveitar espaço no último estágio e, ao mesmo tempo, dar um formato mais aerodinâmico à estrutura completa do foguete.

          Além disso, o sistema de acoplamento teria que continuar existindo, para o retorno do módulo da Lua.

          Alguém discorda?

  13. Alguma solução acabará sendo encontrada, nem que seja para redução de danos. Mas os pioneiros sempre se expõem a maiores riscos.

  14. Bom dia Salvador, apenas para informar.

    Na página Ciência e Saúde da Folha desde a semana passada o link do Mensageiro Sideral não atualiza.
    Já existem dois posts novos e o link continua apontando para o antigo “Busca por planetas em Alfa Centauri”.
    Eu acesso a Folha através do UOL e mandei uma mensagem relatando o problema. Mas não tenho ideia se vão ver.
    Abs!

      1. Olá Salvador!
        O problema com o link continua na página Ciência e Saúde da Folha.
        Agradeço se der um toque lá.
        Abs!

  15. Gosto de ler as colunas desse jornal, porém não tenho recursos para pagar mensalidades. Gostaria que o jornal franqueasse meu acesso para leitura. No aguardo, Gaspar

  16. Mas o maior desafio ainda são os problemas da radiação do vento solar presentes pela falta da magnosfera da terra, não é? Eles já têm uma proposta para esse problema?

    1. A radiação solar é um problema sério, mas não um showstopper, principalmente se você fizer travessias curtas pelo espaço interplanetário.

    2. Existe uma solucao possivel, mas exigiria um nivel de energia que nao podemos gerar hoje em dia, nen na terra quanto menos em uma nave. Quem sabe o dia que desenvolvermos “cold fusion” 8^)

    3. Então, pelo o que eu andei lendo, mesmo indo para Marte (uma viagem de alguns anos) a exposição aos raios gama seria suficiente para causar sérios problemas à saúde, similares àqueles encontrados em uma exposição a um reator nuclear. Queimaduras, câncer, cegueira,… Esses efeitos não são mais graves do aqueles causados pela falta de gravidade?

      1. Não é verdade. Os efeitos de radiação numa viagem a Marte, conforme medidos pelo jipe Curiosity fazendo a dita viagem, se contados para a ida e para a volta, equivalem mais ou menos à dose máxima de radiação aceita pela Nasa para um astronauta durante toda a sua carreira — o que, por sua vez, equivale a um risco 5% maior de contrair câncer ao longo da vida, se comparado à média da população. Não é nada trágico. Poderia ser trágico se uma tempestade solar pegasse os astronautas durante a travessia interplanetária, o que causa certa preocupação. Mas as chances de um evento desse tipo são pequenas.

  17. SALVADOR, COLOCA OS PÉS NOCHÃO. NUNCA! UMA CRISE ECONÔMICA MUNDIAL EM SITUAÇÃO INSUSTENTÁVEL E TU A ACREDITAR QUE O HOMEM VAIA MARTE? SÓ NA TELA DE CINEMA. ACORDA.

    1. Crise mundial sim senhor. Ou você acha que o sujeito de rosto alaranjado não vai cortar gastos da NASA para direcionar para armamentos? Neguinho só vê de umbigada , sô.

      1. Sim, mas isso não é uma crise econômica. É uma crise política. Elegeram um moron para presidente dos EUA.

          1. A mulher dele é um ponto positivo. rs

            Sério, não é essa a questão. A questão é que ter um misógino racista narcisista ignorante mentiroso negacionista no comando da nação mais poderosa do planeta não é uma boa ideia. Vimos o que foi ter um misógino racista narcisista ignorante mentiroso negacionista no comando de uma nação poderosa, mas em frangalhos, e o resultado foi a pior guerra que o mundo já viu. Detalhe: esse cara de quem estou falando foi eleito também. Ser eleito não garante nada.

  18. O artigo nos transmite diversas informações de interesse, porque novas. Nestes últimos anos, tanto na Europa como na Rússia, na China e nos EUA, tem havido intensa pesquisa científica, em campos tão distintos como a astronomia, a fisiologia, a microbiologia ou a primatologia (em que se tem demonstrado, p. ex., que os antropoides de hoje continuam em – evidente – evolução). O jornalismo moderno, gravemente ameaçado por uma crise geral da palavra escrita, e da dita “civilização de Gutenberg”, não deve deixar de veicular esses fatos. A Folha, a meu ver, é um dos raros jornais brasileiros que está compreendendo isso.

  19. Lendo uma notícia desta, meu ceticismo sobre viagens espaciais aumenta um pouco. Parece que o homem é nativo e adaptado no planeta terra. A fisiologia humana é incompatível com o ambiente espacial. Somente outras tecnologias, por enquanto disponíveis na ficção científica, talvez deem suporte para tal. Também, envio mais um voto de desconsolo para os ufólogos, porque habitantes de outro planetas, desde de que biológicos, deverão sofrer efeitos parecidos, e outros que não conhecemos ainda.Caso queiram passear no universo, incluindo a terra na rota, seria bom resolver estas coisas antes.

    1. Sem dúvida o homem é adaptado para viver sob um ambiente de gravidade (quanta gravidade é uma questão a investigar). Mas nada impede que ele replique tecnologicamente essas condições para viagens espaciais.

    2. Bom, mas a solução para isto já se conhece há séculos, e nem tem nada de tão tecnológico: força centrípeta. É só colocar a estrutura para girar na rotação correta que acabamos com a maior parte dos problemas causados pela microgravidade! 🙂

      1. Sim, mas é de difícil execução. Por isso, seria maravilhoso se os caras descobrissem que a gravidade nem é tão importante assim. Mas não parece ser o caso (como seria de se esperar, diga-se de passagem).

        1. sim eu sei, seria necessária uma estrutura bem resistente para impedir que as partes girando escapassem e saíssem “voando” por inércia… :-S
          além disso, teríamos problemas para entrar nelas, acompanhar a rotação nas bordas da estrutura. a única solução que vejo (mas nem por isso mais fácil) seria embarcar pelo centro de rotação da estrutura, e depois seguir para as bordas através de “elevadores” radiais…

          1. Pois é. Do mesmo modo, quaisquer propulsores precisariam estar alinhados com esse eixo central… enfim, não é trivial. E exige espaço que não temos nos foguetes atuais. Teriam de ser multimodulares e, de preferência, infláveis, como os módulos de Bigelow.

        2. Salvador, qual seria a dificuldade/problema para criar uma máquina capaz de produzir movimento correto de rotação para então produzir uma espécie de gravidade artificial, e que fosse movida a energia solar por exemplo? Ou os caras que produziram Interstelar, Perdido em Marte e o mais novo Passageiros viajaram tanto assim? Abraços!

          1. Não viajaram. Em princípio, funciona. Mas você precisaria montá-la no espaço, à la Estação Espacial Internacional, levando um pedaço de cada vez, e a capacidade de manobra seria limitada pelo estresse que um motor imporia às partes móveis — o que torna o design ainda mais difícil para uma nave interplanetária do que seria para uma estação em órbita de um planeta. Para efeito de comparação, a ISS levou 13 anos para ser montada (1998 a 2011) e custou US$ 100 bilhões. Uma nave com um grande sistema de rotação provavelmente não sairia mais barata. Então, se der para evitar esse trabalho todo, os engenheiros prefeririam evitá-lo.

          2. Já que mencionou Perdido em Marte, eles viajaram sim… 🙂 . Se lá em Marte são comuns tempestades daquela magnitude que é mostrada no filme, a tempestade que apressou o retorno da Ares III porque quase virou o VAM… Era impossível o VAM ser montado anos antes da missão, e permanecer de pé esperando. Como o VAM da Ares IV, que já estava montado numa outra região de Marte enquanto os astronautas da Ares III trabalhavam sobre o planeta.

            Se o VAM da Ares III só não caiu porque apressaram o retorno, não é nada verossímil que o da Ares IV tenha permanecido em pé até a chegada do astronauta perdido, tanto tempo depois.

            Mas o filme é MUITO legal, boa diversão.

          3. Eles viajaram na força dos ventos em Marte. Mas sem isso não tinha filme. O resto é bem sacado.

          4. na verdade, depois que fosse conseguida a velocidade angular adequada não precisariam mais fornecer nenhuma energia ao sistema para que o movimento fosse mantido. quer dizer, mais ou menos… a redistribuição de massas dentro da estrutura pode afetar esta rotação, e até mesmo a localização do eixo de rotação. nestes casos precisariam sim fornecer impulsos extras de vez em quando, mas apenas para manutenções decorrentes desta mudança na distribuição de massas da estrtuura.

          5. mas dá para imaginar um sistema dinâmico de contrapesos ao longo dos raios da estrutura, capazes de se afastar ou se aproximar do centro sempre que fosse percebida no sistema um deslocamento do centro ou mudança de velocidade angular. imagino que seria um problema de engenharia e de automação bem interessante de se resolver! 😀

          6. Desculpem a minha ignorância, mas uma nave à lá Interstelar (casco em Alumínio) teria que ser montada no espaço por conta da impossibilidade de superaquecimento/derretimento no lançamento? Mesmo que fosse com um outro material mais resistente, seria mesmo impossível montar e lançar esse tipo nave na Terra? Se não me engano a Endurance já estava em órbita né?

          7. Dan, receio que o problema seja o tamanho e massa da nave mesmo.
            Para acelerar a nave no vácuo, qualquer qualquer foguete, mesmo pequeno, serviria. Pode até demorar para caramba para a nave sair do lugar, mas sairia.
            Agora fazer uma nave gigantesca vencer a gravidade na superfície do planeta já é outra história…

    3. “Parece que o homem é nativo e adaptado no planeta terra.”
      Disso não temos dúvida. Tanto o ser humano quanto todas as outras formas de vida do planeta.
      E se editássemos o DNA humano para criar indivíduos adaptados para viver no espaço? 😀
      Um efeito colateral disto seria que indivíduos alterados para viver no espaço provavelmente não estariam mais adaptados para viver na superfície do planeta… :-S

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