Mundo não acaba amanhã, informam astrônomos

O Mensageiro Sideral acaba de receber um comunicado inusitado da Sociedade Astronômica Brasileira.

A SAB — por meio da Comissão de Ensino e Divulgação (COMED) — informa que não há fundamento científico para a notícia sobre o fim do mundo em 16 de fevereiro devido à colisão do asteroide 2016 WF9 com a Terra.

O asteroide, ou talvez um cometa escuro e sem cauda, que foi descoberto em 27 de novembro de 2016, com diâmetro estimado entre 0,5 e 1,0 km, completa uma volta em torno do Sol a cada 1.780 dias ou 4,8 anos e passará em seu ponto mais próximos à Terra no dia 25 de fevereiro, a cerca de 51 milhões de km, o que equivale a um terço da distância entre a Terra e o Sol.

Para informações atualizadas a cada segundo e a imagem interativa da projeção da órbita do asteroide em 3D:

https://theskylive.com/2016wf9-tracker

A notícia aí não é, claro, que o asteroide não vai bater. Isso todo mundo que não curte sites de notícias falsas já sabia. A surpresa é ver uma sociedade científica, numa nota assinada pelos astrônomos Paulo Henrique Azevedo Sobreira, da UFG, e Thiago Signorini Gonçalves, da UFRJ, se sentindo na obrigação de rebater um boato grosseiro — um sintoma terrível do momento que vivemos. O tal do mundo “pós-verdade”, nu e cru.

Você já há de ter reparado que boatos hoje em dia são uma ferramenta poderosíssima. Não que não o fossem no passado, mas seu alcance então era bastante limitado. Quando uma bobagem dessas chegava à redação de um jornal sério como a Folha, a atitude era: “é bobagem, não publicamos nada e o assunto está encerrado”. Acaba ali o ciclo de propagação. Da mesma maneira, acadêmicos até recentemente não sentiam a menor necessidade de derrubar boatos grosseiros. O que eles tinham a ganhar discutindo com malucos que acham que o homem nunca foi à Lua, que a Terra é plana, que a evolução “é só uma teoria”? Debater essas coisas só trazia mais atenção para os conspiraciotários.

O cenário está mudando, contudo. A internet criou uma combinação explosiva: a batalha cada vez mais ferrenha por cliques e a democratização da comunicação andam agora de mãos dadas para criar o paraíso da boataria e das teorias da conspiração. Não por acaso, agora, vira e mexe surge um anúncio profético (e tão falso quanto uma nota de três reais com a imagem do Eduardo Cunha representando uma espécie nativa brasileira ameaçada de extinção) do fim do mundo.

Ia ser em 1999, depois em 2000, depois em 2012, e agora praticamente todo ano alguém diz que o mundo está prestes a acabar. Invariavelmente a culpa recai sobre os asteroides e uma terrível conspiração (sempre com a Nasa no meio, coitada) para esconder que um ou outro bólido espacial está a caminho da Terra. Depois que passa a data, todo mundo esquece, e pronto. O conto do vigário recomeça do zero no próximo boato.

Essas lorotas só podem prosperar de forma tão intensa no estranho ambiente social-digital que temos hoje: um mundo em que praticamente todos têm a tecnologia necessária para disseminar informação de forma massificada e praticamente ninguém tem a mais vaga compreensão do que a ciência nos diz sobre as circunstâncias da nossa existência, para não dizer nada de uma dose modesta de ceticismo saudável.

É dose ver um vídeo do pastor (e, lamento dizer, deputado) Marco Feliciano dizendo a seus fieis que não foi um asteroide que matou os dinossauros, mas uma estrela que caiu na Terra.

Uma estrela caiu na Terra?! Cuma?!

(Isso, ao fim de uma série de bobagens inacreditáveis disparadas em rápida sucessão em apenas 40 segundos, com o objetivo de desacreditar a educação científica escolar, o que torna tudo ainda mais vergonhoso.)

O escândalo aí não é nem ter paspalhos capazes de falar essas coisas. Normal essa parte. Sempre teve. O real escândalo é ver a quantidade de gente que ouve, lê, replica e dá credibilidade a essas lorotas, como se fossem minimamente sensatas. E nem é por zoeira. Elas acreditam mesmo. Por falta de conhecimento científico básico. Bases alienígenas na Lua, Nibiru, pirâmides marcianas, abduções, desenhos em plantações, deuses astronautas… a lista é infinita.

E a dupla sertaneja Asteroide e Fim de Mundo é sempre um hit. Não sei que fixação é essa que as pessoas parecem ter com o fim do mundo. Desde que ele começou elas estão esperando acabar. Já acabou, Jéssica?

A pergunta legítima nisso tudo é: pode um asteroide um dia levar à extinção de boa parte da vida na Terra, nós inclusos?

Pode. Aconteceu antes, com os dinossauros. (Não, não foi uma estrela, pastor. Sorry.) Pode acontecer de novo. Na verdade, quase certamente vai acontecer de novo. É esse fato, entendido de forma desqualificada, que torna as pessoas suscetíveis a cair em todos os boatos de queda de asteroide iminente — não importando quantas vezes os “profetas” já tenham gritado “Lobo!” antes.

Agora, vamos tentar qualificar isso melhor. Pode acontecer de novo amanhã? Neste ano? Em dez anos? A chance não é zero, mas é extremamente baixa. Um evento do tipo “mata-dinossauro” acontece uma vez a cada 100 milhões de anos em média, então, mesmo sem sequer olhar para o céu (ou para as redes insociáveis), é uma aposta bem segura que não será amanhã, nem em um ano ou em dez.

Indo um cadinho mais adiante com nossas perguntas, chegamos ao cúmulo do absurdo: pode acontecer com um objeto já catalogado e com órbita bem definida, monitorado por astrônomos do mundo todo, como é o caso do 2016 WF9? A resposta é um categórico “não”.

E nem comece com esses papinhos de “Nasa esconde, Nasa mente”. O céu está aí para todo mundo ver. Gente no mundo inteiro faz acompanhamento e descoberta de asteroides. Suas trajetórias são determinadas por observações coletivas reunidas pela União Astronômica Internacional. Qualquer um pode checar a órbita do asteroide 2016 WF9 e saber que ele não vai passar nem perto. Vai passar mais longe que Vênus da Terra! E eu nunca vi nenhum suposto-cientista-russo-inventado-com-nome-gozado dizendo que Vênus ia bater. (Mas fica a ideia para os malucos boateiros de plantão.)

Se por acaso algum dia encontrarmos algum pedregulho gigante lá fora que realmente tenha nosso nome marcado nele, ninguém será capaz de esconder. Porque o meu amigo Cristovão Jacques, do Observatório Sonear, lá no interior de Minas Gerais, vai monitorar o asteroide e vai saber que ele está vindo para cá, doa a quem doer. E muitos como ele também vão saber.

Por isso, se um dia for para valer, ninguém nem vai tentar esconder — seria perda de tempo. A própria Nasa já tem um protocolo de comunicação definido para lidar com um caso assim: se uma pedra de 50 metros ou mais for detectada e tiver uma chance real de colidir com a Terra, a agência espacial americana se compromete a informar imediatamente a ONU. Sem chorumelas, sem segredo. É para isso, aliás, que a Nasa investe em detecção de asteroides — para saber e para comunicar, na esperança de se defender ou mitigar potenciais danos. Qual seria o sentido de esconder? É como achar que alguém vai criar um sistema de alerta de tsunamis e aí esconder da população que uma onda gigante está a caminho.

Um dia, claro, não vai ser boato. Um dia vamos achar um asteroide que vai mesmo colidir com a gente (o que é bem comum) e tem potencial para causar estragos (o que é menos comum), ainda que não tenha muque suficiente para causar a extinção da humanidade (um evento que seria altamente improvável). Mas, quando isso acontecer, você não vai ficar sabendo por sites “alternativos” de notícias que citam fontes fictícias. Se só eles estão dando uma notícia — qualquer notícia –, isso já é razão suficiente para não acreditar nela. E não passar adiante. Tire o dedinho nervoso do botão “Compartilhar”, faixfavoire.

Enquanto isso, a pesquisa espacial com asteroides avança a olhos vistos. Com toda probabilidade, quando o nossa hora da verdade com um bólido espacial perigoso chegar, teremos um bom plano para lidar com a ameaça. Gostem ou não os alimentadores da boataria, do obscurantismo, da ignorância e da cultura anti-científica, a ciência e a cultura científica são a única aposta possível para garantir a sobrevivência da civilização a longo prazo. E nós vamos triunfar.

Até amanhã!

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Comentários

  1. Salvador,

    Você não está enxergando a evolução do Sr. Marco Feliciano: se ele está dizendo a seus fiéis que uma estrela cadente dizimou os dinossauros, significa que ele, pelo menos, aceitou a existência dos dinossauros. Fica a dúvida, agora, se Deus criou primeiro Adão e Eva ou os dinossauros. Veja bem: se Deus criou primeiro Adão e Eva, como eles escaparam ao impacto da estrela cadente? Mas se Deus criou primeiro os dinossauros, quem deu nome a eles já que a função de designar todos os seres que andam sobre a terra, que voam nos céus ou nadam nos oceanos foi delegada a Adão, que, por sinal, batizou todas as criaturas em uma única tarde, pouco antes da criação de sua companheira?

    1. Não enxergo a evolução do Sr. Marco Feliciano. Para mim é um troll oportunista, e nada mais.

      1. Eu também estava trollando. Tenho outros motivos para achar que ele é um troglodita.

  2. Como já vi várias vezes em memes na Internet:

    “Asteróides rasantes são a forma de o Universo nos perguntar a quantas anda nosso projeto de colonização do espaço”.

    Faz sentido. O problema não é o “se”, mas o “quando”.

  3. Salvador:

    Todas as vezes que me deparo com notícias sobre corpos celestes (asteroides, cometas etc et caterva) em rota de colisão com nosso planeta, frequentemente surgem sugestões de como enfrentar tal ameaça, variando de detonar um artefato atômico/nuclear para pulverizar tal ameaça, a acelerar/retardar a velocidade do mesmo para que seja desviado para frente ou para trás.
    A detonação de um artefato atômico/nuclear é de longe a pior ideia, pois geraria milhares de fragmentos que se espalhariam num padrão de cone; seguramente, parte desses fragmentos fatalmente despencaria sobre nós e multiplicaria por milhares de vezes as chances de ao menos um desses fragmentos cair sobre uma cidade. As propostas de desvio que tenha visto até o momento pecam pela falta de visão; acelerar ou retardar a velocidade do bólido, mas mantendo a órbita do mesmo no mesmo plano da eclíptica, somente postergaria um eventual momento de colisão.
    O melhor a fazer é desviar o esse bólido em um ângulo de alguns graus para cima ou para baixo do plano da eclíptica, onde ele não mais cruzará a órbita da Terra e dos demais planetas; obviamente, o bólido teria que ser interceptado antes ou depois da órbita da Terra, de forma a que quando passar em nossas cercanias, esteja afastado de nós alguns milhões de quilômetros.

    1. Acho que tudo depende. Despedaçar pode ser uma boa se os fragmentos tiveremtamanho tal que queimem na atmosfera sem causar danos. Desviar um asteroide por impacto cinético exigirá uma análise cuidadosa da órbita e da melhor opção.

  4. No final de 2012, aproveitei o embalo do tão anunciado fim do mundo previsto pelos maias e escrevi um conto de ficção científica sobre o tema:

    http://www.recantodasletras.com.br/contosdeficcaocientifica/4046340

    O segundo mais lido, atrás só do texto “A Onda 3D”. Mas como este não se tratava de um conto, e sim de um texto técnico, “22/12/2012” acabou sendo sim o conto de ficção científica mais lido que eu publiquei lá no Recanto das Letras! Um alerta de como este monte de “falsos alarmes” poderiam afetar catastroficamente um alerta legítimo!

    Espero que gostem dele! 🙂 Boa diversão!

  5. E ai, Salva, beleza?

    Esta semana mesmo eu vi uma imagem, em um grupo no Face. Era assim (desenhado):

    Lua => Terra => Sol == Eclipse Lunar

    Terra => Lua => Sol == Eclipse Solar

    Terra => Sol => Lua == Apoca Lipse!!!

    hahahahah

    Agora a “coisa séria”: Quando eu tinha uns 7, 8 anos (meados da década de 60), um vizinho da mesma idade, testemunha de Jeová, voltando do culto, começou a conversar comigo e meu primo sobre o fim do mundo (o tal arrebatamento).

    Ai ele falou que seria um círculo de fogo, que desceria dos céus e queimaria os “não testemunhas” (Ah, o amor divino e paternal de Deus, hahaha).

    Cara, já naquelas idades eu era este louquinho que sou hoje, e perguntei como seria possível um “circulo” queimar eu e meu primo, mas não ele que estava no meio de nós dois.

    Pi, pi, pi, sem respostas…

    Eu sempre lembro desta história, pois ela mostra que desde cedo eu já pensava de uma forma “cientifica”, pois eu tentei imaginar o tal “círculo”. Oras, é óbvio que ele teria que queimar todo mundo, testemunhas, rastafáris, xamanistas, animistas, budistas, etc, ou não seria um círculo perfeito.

    Abraços

  6. Salvador, me tira uma dúvida. Desculpe se minha pergunta for besta mas, eventos como os do filme Armagedon e Impacto Profundo são possíveis? Digo no âmbito de um meteoro aparecer “do nada”, conforme mostrado nestes filmes? Exemplo disse seria o “camarada” que caiu lá na Russia e ninguém viu o danado. Não estou dizendo num meteoro que cause a extinção humana, mas sim de algo que possa causar algum dano mais sério.

    Acabei de ler sua matéria sobre o nono planeta, acredito que não se conhece tanto o sistema solar.

    Abraço.

    1. Sim, é possível sim. Se for um cometa então, o drama é maior, porque muitos vêm dos cafundós do Sistema Solar em alta velocidade, muitas vezes em sua primeira passagem por essas quadradezas… Se vierem apontados para nós, veremos com poucos meses antes do impacto. Então, sim, é possível termos um aviso curto, mas menos provável em situações de extinção em massa. Para danos menores, como Chelyabinsk provou, podemos ser pegos de surpresa sim. Sobre Armageddon e Impacto Profundo, desconfio que missões não-tripuladas fossem mais eficientes. Mas aí não tem filme, né?

      1. Gosto muito de Impacto Profundo… Armageddon é muito mais só ação e pouco miolo… em termos de ficção científica, exageram algumas coisas, mas são bem bolados. Como saíram no mesmo ano, acho que houve espionagem entre os estúdios.

      2. sim, se eles chegam lá dos cafundós, tinhas muita energia potencial acumulada, transformadas agora em energia cinética, que certamente causará muito problema se nós formos seus alvos… 🙁

      3. imaginem só nosso humilde planetinha tentando segurar a bronca do impacto de um objeto que surgiu além da órbita netuniana, um pedaço de gelo e rocha se aproximando numa tal velocidade que, bom só podemos é REZAR par ela passar de raspão, e não nos atingir…

        Mas isso é algo que não somos capaz de prever antes que aconteça! Só podemos (como agora!!) agradecer (a quem??? física??? estatística??? deus????) por não ter acontecido, e tentarmos ser mais inteligentes quando isto voltar a acontecer, tentando inclusive aumentar nossa influencia sobre o evento, sermos capazes de evitá-lo caso desejemos isto…

  7. Tudo tem um fim! A vida é curta, o tempo é curto! Tudo acaba….menos a terra!!! Dinossauros foram instintos segundo astrônomos a queda de meteoro. ..mas e aí? ? O mundo não acabo mas os dinossauros sim!!!

    1. A vida não é curta, tenho 65 anos e posso testemunhar isso. O problema é que não prestamos atenção nela, sempre preocupados com o passado e ansiosos com o futuro, o presente se esvai entre nossos dedos…

      A Terra vai acabar um dia, quando o Sol se tornar uma gigante vermelha. Daí não haverá escapatória, o planeta será vaporizado.

    1. Agora volta uma casinha e LEIA o texto, especialmente a parte:

      O real escândalo é ver a quantidade de gente que ouve, lê, replica e dá credibilidade a essas lorotas, como se fossem minimamente sensatas. E nem é por zoeira. Elas acreditam mesmo. Por falta de conhecimento científico básico. Bases alienígenas na Lua, Nibiru, pirâmides marcianas, abduções, desenhos em plantações, deuses astronautas… a lista é infinita.

      Deixa de ser IDIOTA, seu ANALFABETO FUNCIONAL.

  8. São 21:05 e o mundo ainda não acabou. Estou esperando durante o jantar.

    Estou vendo agora o Jornal Nacional (aquele feito para o Homer Simpson entender) e saiu uma noticinha sobre a descoberta de “material orgânico” em Ceres. Como sempre a noticinha é tão mal resumida e tão mal descrita que eu mesmo fiquei com algumas dúvidas. E olha que eu tenho formação suficiente para entender o que significa este “material orgânico”, mas imagine quem não tem e nem desconfia o que seja tal material. Homer Simpson é burro, mas o JN consegue mais desinformar do que o contrário e o Homer só piora em sua burrice. Falta formação científica e até matemática para este pessoal do jornalismo da Globo. Quando o Willian Bonner fez algum curso de estatística básica, ele começou a divulgar e explicar o que significavam as “margens de erro” nas pesquisas eleitorais.

    Logo depois da “descoberta” em Ceres, veio a notícia sobre a coletiva de Donald Trump na Casa Branca e logo ele veio mandando todo mundo ficar quieto para ele falar sozinho no início e como sempre, ele cita os “fake news” para desarmar qualquer um que faça alguma pergunta sobre a Rússia. Logo ele que entende tanto de “fake news” que usou-os extensivamente durante a campanha. O que o desagradava era “fake” e o que não, era “true”, como se a opinião dele fosse suficiente para distinguir a veracidade das notícias e os eleitores deveriam acreditar somente nele.

    Logo que acabou o Jornal do Homer, eu passei para o Jornal da Cultura para ver um jornalismo um tiquinho mais bem acabado e com alguns comentários pertinentes. Pelo menos se eu não quiser saber de nada que desabone o PSDB ou o picolé de chuchu, este é o lugar certo.

    São 21:48 e até agora o mundo não acabou. Acho que o russo que inventou isto tudo andou assessorando os auxiliares do Trump usando um outro nome “fake”.

    1. O mundo não acabou. Mas essa história de Ceres é interessante. Saiu na Science. Não muda o mundo (nem o nosso, nem Ceres), mas é interessante.

    2. – O pior é assistir o JN e depois sair difamando aos “quatro ventos”.
      – Que bom seria se todos os apresentadores de tele-jornais fossem cientistas, .. hehe!

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