Astrônomos encontram sistema planetário com sete mundos rochosos, quiçá habitáveis

Salvador Nogueira

Com coletiva organizada pela Nasa e publicação simultânea na revista científica “Nature”, um grupo de astrônomos acaba de anunciar uma descoberta extraordinária: um sistema com sete planetas, dos quais todos eles, em princípio, poderiam conservar água em estado líquido em sua superfície — condição tida pelos cientistas como essencial para a vida. Três deles em particular parecem mais promissores para a presença de oceanos.

O sistema orbita uma pequena estrela localizada a cerca de 40 anos-luz da Terra, na constelação de Aquário. É na vizinhança do ponto de vista astronômico, mas ainda muito além das nossas tecnologias atuais para uma visita. Uma sonda com nossa tecnologia atual (viajando a 62 mil km/h) levaria cerca de 700 mil anos só para chegar lá. Em um avião de passageiros, o tempo de viagem ficaria mais longo: 44 milhões de anos. Meio fora de mão.

Chamado de Trappist-1, o astro é tão pequeno que tem um diâmetro apenas um pouco maior do que Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar. Seus planetas, por sua vez, têm todos porte similar ao do nosso — alguns um pouco menores, outros um pouco maiores — e passam rotineiramente à frente de sua estrela-mãe do ponto de vista de quem está aqui na Terra. Foi graças a isso que eles foram descobertos.

No ano passado, usando um telescópio dedicado de 60 cm instalado em La Silla, chamado Trappist, os cientistas haviam descoberto três planetas. Observações subsequentes feitas com o telescópio espacial de infravermelho Spitzer, da Nasa, e com o VLT (Very Large Telescope), do ESO (Observatório Europeu do Sul), revelaram outros quatro (na verdade cinco, já que o terceiro do estudo anterior na verdade se revelou ser uma combinação do sinal de dois planetas até então não identificados).

CONFIRA A COLETIVA DA NASA, COM TRADUÇÃO SIMULTÂNEA

Uma grande combinação de fatores torna a descoberta uma das mais importantes da história da pesquisa de exoplanetas até agora — a proximidade daqui, o número de planetas rochosos, a distância que cada um deles guarda de sua estrela, o tamanho diminuto do astro central e, sobretudo, a possibilidade de monitorar os chamados trânsitos planetários. Tudo isso favorece a possibilidade de que muito em breve — no mais tardar já no ano que vem — os astrônomos serão capazes de investigar as condições que realmente predominam nesses mundos e descobrir quais são habitáveis mesmo, se é que algum deles é.

O Telescópio Espacial James Webb, com lançamento marcado pela Nasa para o ano que vem, terá a capacidade de detectar sinais da composição da atmosfera dos planetas de Trappist-1. E talvez até mesmo o Hubble seja capaz de dizer algo a respeito deles agora.

Com isso, poderemos testar muitos de nossos modelos — e sanar muitas de nossas dúvidas — sobre a real habitabilidade de planetas de porte similar ao da Terra em torno de estrelas anãs vermelhas, astros bem menores que o nosso Sol.

Comparação entre o tamanho do Sol e o da estrela anã vermelha Trappist-1 (Crédito: ESO)

A CONFUSÃO DA HABITAÇÃO
Por falar nisso, o Mensageiro Sideral aposta que você ouvirá hoje todo tipo de confusão a respeito de quantos desses mundos podem ser de fato habitáveis.

O mais comum nesses casos é os cientistas usarem o critério de zona habitável — a região do sistema que não é nem muito quente, nem muito fria, e seria ideal para a manutenção de água em estado líquido.

Um modelo “otimista” de zona habitável foi sugerido por Erik Petigura e seus colegas da Universidade da Califórnia em Berkeley, em 2013, e estipula que ela seria a faixa ao redor da estrela em que um planeta receberia no mínimo um quarto e no máximo quatro vezes a radiação com que o Sol banha a Terra.

Por esse critério, o sistema Trappist-1 teria cinco planetas na zona habitável. O primeiro ficaria fora por pouco, ao receber cerca de 4,25 vezes a radiação incidente sobre a Terra, e o sétimo, que receberia pouco mais de um décimo (com uma incerteza grande, porque desse planeta só foi observado um único trânsito, o que deixa uma enorme margem de erro sobre o tempo que leva para ele completar uma volta em torno da estrela).

Definições mais rigorosas (e portanto estreitas) da zona habitável a deixam apenas com quatro ou três planetas. Esse, por sinal, é o número usado na nota divulgada à imprensa pelo ESO, supostamente atribuindo ao estudo essa conta. Mas não é bem isso que o artigo científico original diz.

Com efeito, os descobridores do sistema, liderados por Michaël Gillon, da Universidade de Liège, na Bélgica, escrevem logo no resumo de seu artigo para a “Nature”: “os sete planetas têm temperaturas de equilíbrio baixas o suficiente para tornar possível a presença de água líquida em suas superfícies”.

Concepção artística do sistema Trappist-1 (Crédito: ESO)

Isso quer dizer que estejam todos na zona habitável então? Não. Até porque, como vimos, há várias definições possíveis para a zona habitável, e mesmo estar dentro dela não é garantia de habitabilidade (pergunte à Lua). Só quer dizer que, em princípio, todos eles podem ser ao menos minimamente adequados para a vida. Mas isso, contudo, só será verdade se os planetas internos tiverem atmosferas capazes de manter um efeito estufa bem fraquinho, de forma a não serem muito quentes, e o mais externo tiver o fenômeno inverso — um superefeito estufa capaz de mantê-lo aquecido mesmo mais distante de seu sol. Ninguém espera que todos eles estejam configurados exatamente de modo a permitir água líquida, claro.

Para tentar encaminhar essa questão de uma forma um pouco mais concreta, os pesquisadores fizeram um exercício adicional com os planetas de modo a simular suas condições climáticas caso eles tivessem atmosferas similares à da Terra. Nessas circunstâncias, os três planetas mais internos seguiriam uma rota evolutiva de um efeito estufa descontrolado (à moda de Vênus, que tem temperaturas de 460 graus Celsius à sombra, embora receba apenas o dobro da radiação que a Terra recebe e reflita 80% disso de volta para o espaço por conta da intensa refletividade de suas nuvens) e os outros três poderiam ter oceanos de água líquida (e provavelmente foi desse trecho que o pessoal de imprensa do ESO tirou seu número).

Sendo radicalmente criterioso, podemos destacar que apenas um planeta no sistema — o terceiro — recebe nível de radiação bem próximo do terrestre, apenas 14% a mais.

E aí, qual é a sua aposta? Temos aí sete planetas habitáveis? Cinco? Quatro? Três? Um? Nenhum? Na verdade, todas essas discordâncias entre as diferentes maneiras de olhar a questão são um jeito bem longo e enfadonho de dizer: “não sabemos”. Mas esse é justamente o charme do sistema Trappist-1. Ele será o laboratório ideal, com planetas potencialmente dominados por vapor d’água, outros quiçá com oceanos e um ou dois possivelmente congelados (como inteligentemente ilustra a imagem lá em cima, que serviu de capa para a “Nature”).

Ao estudar os planetas de Trappist-1, teremos uma ótima chance de, em breve, saber como o nível de radiação influencia a habitabilidade de mundos de porte similar ao da Terra — baseado não em cálculos e especulações, mas em observações diretas das atmosferas desses mundos.

Toda vez que eles transitam à frente de sua estrela, parte da luz estelar passa de raspão por seu invólucro de ar e chega até nós, carregando consigo a “assinatura” de átomos e moléculas que encontrou pelo caminho.

Com base nesse “espectro”, os cientistas poderão identificar características como composição da atmosfera, densidade e temperatura, e elas ajudarão a realizar modelagens mais efetivas da dinâmica desses planetas. O Telescópio Espacial James Webb, a partir do ano que vem, com certeza será capaz de detectar esse sinal dos planetas de Trappist-1; e o Hubble talvez possa iniciar esse trabalho agora mesmo!

Uma comparação entre os mundos de Trappist-1 e os planetas rochosos do Sistema Solar. (Crédito: Nasa)

UM SISTEMA BEM CARACTERIZADO
Apesar de não termos ainda essas informações ambientais individuais de cada planeta, é notável o quanto já foi possível descobrir dos mundos do Trappist-1 só com o estudo inicial de seus padrões de trânsito.

Em tese, a observação da passagem de um planeta à frente de sua estrela só pode revelar o seu tamanho relativo, comparado ao astro central, e sua órbita aproximada. Quanto maior o percentual de bloqueio da luz estelar, maior é o planeta. E quanto maior é a órbita, mais tempo demora entre um trânsito e outro.

O sistema Trappist-1, contudo, oferece uma vantagem importante: ele é extremamente compacto. Para que você tenha uma ideia, todos os planetas estão espalhados por uma região que equivale a mais ou menos um quarto da distância entre Mercúrio, o mais interno dos planetas por aqui, e o Sol. Trappist-1 b, o mais interno, completa uma volta a cada 36 horas. Trappist-1 h, o mais externo, fecha uma órbita a cada 20 dias aproximadamente (com uma margem de erro de vários dias, pelo fato de só ter sido observado um trânsito).

Acostumado à vastidão pela qual se espalham os planetas do Sistema Solar, você pode pensar que nunca vimos nada nem remotamente parecido com o Trappist-1 de perto. Ledo engano. Na verdade, descobrimos algo suspeitamente similar em 1610, quando Galileu observou pela primeira vez as quatro maiores luas de Júpiter.

Por sinal, Gillon e seus colegas são rápidos em apontar a incrível semelhança. “Notamos que a taxa de massa entre os seis planetas internos e [a estrela] Trappist-1 é de cerca de 0,02%, assim como é a dos satélites galileanos e Júpiter, talvez sugerindo uma história de formação similar.”

E essa não é a única coincidência. Lembre que as luas jovianas Io, Europa e Ganimedes têm uma peculiaridade: suas órbitas estão sincronizadas de modo que, a cada quatro voltas de Io, Europa dá duas voltas e Ganimedes dá uma. É o que os cientistas chamam de padrão de ressonância — as órbitas vão mudando e evoluindo gradualmente até serem travadas nesse esquema.

Pois bem. O mesmo se dá com os planetas de Trappist-1. A cada oito voltas do planeta mais interno, o segundo dá cinco, o terceiro dá três, o segundo dá duas e assim por diante. Esse padrão indica que os planetas provavelmente se formaram mais longe da estrela e então migraram para dentro, até atingirem esse padrão de ressonância. (Quanto mais distante da estrela é o local de formação de um planeta, mais água ele terá à disposição para sua composição, então isso é uma boa notícia para os “habitamaníacos”.)

O mais interessante disso tudo, contudo, é que o grau de compactação e sincronização do sistema permite que os cientistas consigam, além de saber o tamanho aproximado dos planetas, também estimar a massa de cada um deles. Isso porque a atração gravitacional entre eles causa pequenos atrasos ou adiantamentos a cada trânsito, chamados de TTVs (transit timing variations), e essas flutuações acontecem na proporção direta da massa dos planetas, o que permite calculá-las.

Resumo da ópera: sabemos que os mundos de Trappist-1 têm não só tamanho parelho ao da Terra como também têm massa similar. Com isso, podemos calcular a densidade (massa dividida por volume) deles e dizer que são todos tipicamente rochosos, como a Terra.

A exemplo das luas galileanas em Júpiter, espera-se que os planetas tenham sua rotação travada pela força de maré exercida pela estrela-mãe, mantendo sempre a mesma face voltada para ela o tempo todo. Contudo, as simulações climáticas realizadas pelos pesquisadores sugerem que isso não seria um impeditivo para a manutenção de oceanos de água líquida. O próximo passo agora é investigar se algum desses mundos de fato tem oceanos. E, claro, você sabe o que vem depois.

Concepção artística da superfície do planeta Trappist-1 f, presumindo que ele seja amigável à existência de água em estado líquido. (Crédito: Nasa/JPL-Caltech)

E QUANTO À VIDA?
Só de sacanagem, deixei para o final o que todo mundo de fato quer saber. Pode haver vida em algum desses planetas?

A resposta, claro, é que essa é uma questão totalmente em aberto no momento. Existe uma grande incerteza sobre quão adequados podem ser mundos que orbitam estrelas anãs vermelhas. Há astrônomos que defendem que eles são ótimos, e outros que eles são imprestáveis, porque sua zona habitável fica muito próxima à estrela, onde os planetas estariam suscetíveis às violentas erupções estelares típicas desses astros, acompanhadas de doses cavalares de raios X.

Também há modelos que sugerem que a atmosfera desses mundos poderia, com o passar do tempo, ser erodida pela atividade estelar, o que tornaria a habitabilidade uma condição, na melhor das hipóteses, efêmera (talvez à moda de Marte).

Por fim, há um fator que não nos encoraja a apontar radiotelescópios para Trappist-1 em busca de uma possível civilização inteligente por lá — a julgar pelo padrão de rotação rápida da estrela, ela é relativamente jovem, com idade estimada em pouco mais de 500 milhões de anos. Quando o nosso Sol tinha 500 milhões de anos (há 4 bilhões de anos), a Terra, se tanto, era habitada somente por micróbios. É um tempo provavelmente insuficiente para o aparecimento de vida complexa, que dirá inteligente. Mas, claro, não custa tentar.

E se houver, por exemplo, criaturas parecidas com cianobactérias emitindo grandes quantidades de oxigênio para a atmosfera, via fotossíntese, talvez o telescópio James Webb possa detectá-las indiretamente, ao analisar a composição do ar. Será? O tempo dirá.

É sem dúvida uma época realmente empolgante para a astronomia. Depois de séculos de especulação, estamos finalmente no limiar de descobrir a incrível variedade e riqueza de ambientes — habitáveis e inabitáveis — que existem nos mundos além do Sistema Solar. Fico arrepiado só de pensar o que os próximos anos nos reservam. Vamos ver o que há lá fora.

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Comentários

  1. Salvador, estive pensando durante esses dias nefastos de carnaval, que esse sistema de TRAPPIST-1 seria ótimo para aquela tese de troca de material biológico entre planetas de um mesmo sistema. Imagine só que fantástico!

    1. Sim! O cara do NasaWatch perguntou algo nessa linha na coletiva, se podiam eles ser um ecossistema único, como se cogita também para as luas jovianas…

    2. E, no futuro, a seleção natural irá culminar em uma civilização avançada que colonizará com facilidade os outros planetas do sistema.

      1. se esse sistema for velho e habitável do ponto de vista de poder ter uma grande variedade de criaturas, então, pode sim haver civilizações mais avançadas e mais antigas que a nossa.

        tudo depende da capacidade do habitat de suportar vida e ter a necessária estabilidade por dezenas de bilhões de anos. Sendo uma estrela que pode existir por trilhões de anos, como andam dizendo, é muito difícil que não haja vida inteligente. Mas se aconteceu alguma coisa que detonou com a atmosfera nesse meio tempo, a vida que existiu estaria extinta.

  2. Off Topic

    Assisti ontem àquele filme Planeta dos Macacos (a versão de 2001). Acho que nunca tinha visto uma ficção científica tão anticientífica. Chegou a dar raiva.

    1. Nem tanto, as viagens no tempo, a evolução dos macacos de laboratório que já eram bem inteligentes e a volta numa dimensão alternativa foram bem científicos. Totalmente ficcionais, é claro. A regressão cultural do ser humano também aconteceria caso ele ficasse isolado num mundo diferente, sem recursos para se desenvolver, tendo o suficiente apenas para sobreviver e se deparasse com uma espécie que o subjugasse como o passar dos séculos.

  3. Salvador, boa tarde.
    Pode explicar (para um leigo) como é medida ou calculada a distância entre o nosso sistema solar e outros, como Apha Centauri e Trappist-1, por exemplo? Dá pra afirmar que esta distância é precisa?
    Abraço!

    1. Para sistemas próximos é bem precisa sim. Os astrônomos usam um método conhecido como paralaxe estelar. Em essência, eles observam a estrela num dado momento e voltam a observá-la seis meses depois, quando a Terra está do outro lado do Sistema Solar, por assim dizer. Essa mudança de perspectiva faz com que a estrela próxima mude um pouquinho de posição com relação às galáxias distantes (que nem chegam a mudar de lugar, de tão longe que estão), e por triangulação você pode calcular precisamente a distância. Abraço!

  4. Poucos vão entender, mas a imaginação – único meio de transporte até lá – trás à minha mente cenários de encher os olhos de lágrimas. Principalmente do ponto de vista do quarto planeta. Que pôr-de-Trappist, que luares, que céu e sabe-se lá mais o quê. Quão feliz e triste me sinto ao perceber minha pequenez e minha incapacidade de presenciar algo tão magnífico.

  5. olá Salvador.
    Sabemos que os planetas giram mais ou menos no mesmo plano em volta de suas estrelas. o que me parece bastante óbvio.
    Minha dúvida é: por que em torno de um buraco negro não acontece a mesma coisa. (interrogação) já que observamos estrelas rodeando o buraco negro que fica no centro de nossa galáxia e elas parecem vir de todos os lados e planos.
    Obs: desculpe, mas meu teclado está com defeito na tecla de interrogação e o técnico me cobrou 150 pirlas para arrumar. achei um absurdo. fico sem a tecla.

    1. Por que as estrelas que caem no buraco negro são viajantes desavisadas que calham de passar por lá. Já os planetas se formam já em torno da estrela num disco, o que favorece as órbitas coplanares. Claro que há objetos no Sistema Solar em órbitas não-coplanares, mas em geral eles são pequenos e foram atirados lá por algum encontrão gravitacional com algum dos planetas. (Do mesmo jeito que uma passagem de raspão pelo centro da Via Láctea pode atirar a estrela numa outra direção, dependendo do ângulo de ataque dele em cima do buraco negro…)

  6. Salvador. Você que acompanha de perto essas questões, bota fé em conferências do clima como a Cop-21? Produzem resultados a longo prazo ou é mais marketing mesmo?

    1. Vamos todos descobrir, não é? rs
      (Acho que o acordo de Paris tem um simbolismo importante, mas as metas são modestas. A verdade é que é difícil o mundo se entender sobre questões como essa antes de a água bater na bunda. Mas logo ela bate, e aí vamos ver.)

  7. Bom dia Salvador!

    Só passando pra agradecer a mais essa incrível matéria que vc nos forneceu em meio há tantos absurdos(se assim posso dizer) que a mídia cria em cima de tal descoberta e ressaltar sua importância na disseminação do conhecimento e da ciência de verdade! Ressalto q sempre que posso nao deixo de compartilhar matérias do seu blog e deixar por aí o grande respeito e inspiração que tenho pelo seu trabalho e sua contribuição pra sociedade ou como vc já disse uma vez pelo seu “trabalho de formiguinha”. Muito obrigado Salva, quando crescer quero ser igual a você hehe 😉

    Abração!

  8. Salvador, sabemos que a ação gravitacional dos planetas em orbita de um centro de massa causa o bamboleio da estrela. Nesse caso, uma estrela tão pequena e tantos planetas, esse fenômeno deve ser bem significativo, ou não?

  9. Parte do mistério foi desvendado, trapista é uma ordem religiosa. Essa ordem provavelmente deslocou-se até esse sistema, apagou, em parte, o astro, ou melhor diminuiu a intensidade e perfilou 7 planetas, sete é infinito, para assim termos algo com que brincar por mais alguns milhões de anos.

    1. Vai ver se o teu ídolo Apolinário faz esses comentários xucros. Ele é inteligente. Aprecia ciência, apesar do fanatismo, muito mais sensato que você.

  10. Pode ser que não existe vida como a conhecemos mas isso não significa que não haja outro tipo de vida digo não a base de carbono mas sim diferente certo?

    1. Sim, mas não sabemos se outro tipo de vida é sequer possível, quanto mais quais seriam as condições ideias para ele.

  11. Salvador como plantas relativamente grandes com um conseguem não ser atraídos e chocarem-se entre si sendo tão próximos um dos outros?

  12. Magnífico texto. Infelizmente como voce mesmo escreveu, é um sistema muito jovem, mas vale a descoberta, e mal começamos o seculo XXI !

  13. Salvador, uma dúvida que não tem nada a ver com o post: os planetas do sistema solar, giram no mesmo plano? Por exemplo, a Terra gira sempre atras de Vênus, Marte gira sempre atras da Terra?? Desculpa se a pergunta é tola ou se vai entendê-la. Parabéns pelo blog.

    1. Mais ou menos no mesmo plano, com inclinações ligeiramente diferentes. Por isso todos eles transitam pelo céu ao longo da faixa do zodíaco. 😉

      1. E existe a possibilidade outro(s) planeta(s) girarem em outro plano, impossibilitando a observação ao ponto de nunca sabermos de sua existência?

        1. Existe — mas não seria uma configuração comum. Também existe a possibilidade de haver planetas com períodos mais longos, além do h, no mesmo plano.

          1. Existe — mas não seria uma configuração comum. Também existe a possibilidade de haver planetas com períodos mais longos, além do h, no mesmo plano.

            Salvador Nogueira – 23/02/2017 2:57 pm

            O que é “h”?

            Victor de Castro – 23/02/2017 10:05 pm –

            Contexto?

            Salvador Nogueira – 24/02/2017 1:37 am –

          2. “Existe — mas não seria uma configuração comum. Também existe a possibilidade de haver planetas com períodos mais longos, além do h, no mesmo plano.”

            Este “ha” aí na resposta de cima.

          3. “h” é o sétimo planeta a contar da estrela. Veja a ilustração legendada como “Uma comparação entre os mundos de Trappist-1 e os planetas rochosos do Sistema Solar. (Crédito: Nasa)”. Um abraço.

      2. Aproveitando a pergunta, os planetas do sistema solar orbitam em volta do Sol com a mesma velocidade?
        Há alguma relação entre o tamanho, ou distância dos planetas e astros e a velocidade de órbita?

        1. Distância sim, tamanho não. Os planetas orbitam de modo que o quadrado do período é proporcional ao cubo do semi-eixo maior, que é a distância média do planeta ao Sol. Logo, quanto mais distante, mais devagar o planeta avança em sua órbita.

    2. E motivo é que estão num espaço tridimensional, e neste espaço as rotações necessariamente têm de acontecer em torno de um único eixo, e o disco da eclíptica está no plano perpendicular a este eixo.

      Se a matéria de nosso universo pudesse se mover em 4 dimensões de espaço (veja que não estou falando aqui da dimensão de tempo) existiriam sempre dois eixos de rotação simultâneos, e as órbitas dos “hiperdiscos” planetários certamente seriam bem mais complicadas. Para nossa sorte, não funciona assim, hehehe.

      1. Meu caro David, “Num Tendi”
        “neste espaço as rotações necessariamente têm de acontecer em torno de um único eixo”… Não seria de um único ponto? (o foco?)
        Se a matéria de nosso universo pudesse se mover em 4 dimensões de espaço (veja que não estou falando aqui da dimensão de tempo)… (também “Num Tendi”)

        1. afrânio, as rotações de corpos rígidos tridimensionais acontece em torno de uma reta (eixo de rotação), e não de um ponto. no nosso espaço de 3 dimensões sdó pode existir 1 eixo de rotação. qualquer tentativa de pazer algo girar em torno de dois ou mais eixos diferentes na verdade vai criar uma composição, e acabará resultando num eixo único resultado da combinação de todos eles.

          um hipotético objeto rígico de 4 dimensões, ao contrário, seria capaz de girar em torno dois eixos independentes sem que sua estrutura fosse comprometida (esmigalhada… 😀 ) só que terntar imaginar como isto seria é bem complicado.

          ainda bem que podemos trabalhar numéricamente com tais objetos esquisitos e suas rotações mesmo sem conseguir visualizar muito bem o que elas são… 🙂

          https://en.wikipedia.org/wiki/Rotations_in_4-dimensional_Euclidean_space

          1. David, Está não é a explicação da rotação do corpo sólido tridimensional em torno do seu próprio eixo?
            Veja que a pergunta inicial se refere a rotação em torno do sol (movimento de translação) dos planetas isoladamente, que se sabe não estão no mesmo plano, sendo que Plutão por exemplo quase aponta a extremidade do seu eixo de rotação para o Sol, em um ângulo muito pequeno em relação ao plano da eclíptica.

          2. Verdade, mesmo porque não é um corpo sólido, mas incontáveis fragmentos independentes.
            A tendência, de qualquer forma, e girarem em torno de um determinado eixo, ao longo de um disco perpendicular a este eixo. Mas por serem fragmentos, lógico que vão existir vários rebeldes que vão tentar sair do padrão… 🙂

  14. Meu caro Salvador! esse pessoal que anda falando que leva muito tempo para ir até um outro planeta possivelmente habitável, é um plano para muitas gerações para frente. O mais importante para a nossa civilização atual, é contruir um telescópio faraônico em conjunta com a colaboração de todos os países em prol do saber e da existência de vida em outros planetas. A comunicação seria uma etapa subsequente. Abraço Salvador, vc deveria criar um programa na Tv Cultura assim como outros ilustres da astronomia.

    1. É isso, Mario. Um passo de cada vez. E já temos o suficiente agora para nos encantarmos por vários anos… 😉

    2. Bom, já vi recentemente um programa na TV Cultura dedicado à Astronomia e o Salvador concedeu algumas entrevistas. Claro que um programa dedicado, semanal, seria bem interessante

  15. Salve salva,
    Salva existe algum estudo ou projeto, ou sei lá que, para evolução dos telescópios para eles poderem registrar imagens de exoplanetas? Ou vamos ter de nos contentar apenas com a assinatura que a luz dos mesmo deixa? Parabéns pelas matérias ✌✌✌

    1. Carlos, já temos atualmente câmeras capazes de registrar exoplanetas — mas eles precisam ser jovens, grandes e afastados da estrela. Mas não duvide que teremos em breve meios de observar diretamente até planetas rochosos na zona habitável. Com efeito, mencionei outro dia atualizações que estão sendo feitas ao VLT para ele tentar enxergar exatamente isso em Alfa Centauri!

      1. Mas no caso deste sistema planetário em específico, vão ficar observando e estudando apenas as luzes , certo?

        1. Num horizonte de cinco anos, acho seguro dizer que sim. Mais que isso, difícil dizer. Como eu disse, há uma porção de ideias boas em desenvolvimento para fotografar exoplanetas como esses…

          1. Você está brincando comigo Salvador?
            Já há pesquisas pra tentar capturar imagens “reais” de exoplanetas?
            Eu sempre me senti muito desconfortável sobre isso, pois tinha a certeza de que morreria sem ver algo do tipo. Mas se alguma dessas pesquisas render frutos, e tudo ocorrer bem em minha vida, tenho aí uns 35 anos de espera. Ansioso!

  16. Cara,vc até que é gente fina e entende do riscado.Mas para com isso de os planetas serem habitáveis,por-favor.Já tentaram isso com as luas de júpiter,com marte e agora com esses planetas.Tb gosto de estudar sobre a astrologia.Mas vcs ateus estão doidos para encontrarem vida em outro lugar do universo para tentar desmoralizar a bíblia.Tão tentando há muito tempo,mas não conseguem.Já gastaram tantos trilhões de dólares com isso;dinheiro jogado fora.E o máximo que conseguem são uns ruidozinhos vindo do espaço que na cabeça desses cientistas homosexuais da nasa são barulhos de extraterrestre.
    Primeiro a teoria de vcs de vida na terra sendo formada de uma sopa cósmica-gelo vindo de cometas e asteróide que chocaram contra a terra e se misturaram com a terra de nossa terra que tinha sais minerais é de uma infantilidade sem tamanho.Vc falam de nossa fé,mas essa teoria de vcs não tem pé nem cabeça.Para querer que uma pessoa tenha sua fé abalada por uma teoria,vcs tem que melhora muito essa de vcs.Muito ridícula!Vcs conseguem,vamos lá!
    No fundo vcs sabem e muitos cientistas famosos no final de suas vidas deram o braço à torcer que tem que ter uma algo mais no universo pra a vida se formar.Oxigênio em quantidade suficiente pra ter vida como aqui na terra,hidrogênio,gás-carbono,hélio e muitos outros gases em quantidade balanceada.
    Então pode apostar que a nasa fará um pronuciamento daqui à algum tempo dizendo que os gases ou a temperatura nesses planetas não sugerem que podem ter vidas nesses planetas.Esse acontecimento é o mesmo em relações as luas de júpiter.Teve esse frisson e depois esfriou.

    1. É sério que um comentário desse passa pela moderação?
      “E o máximo que conseguem são uns ruidozinhos vindo do espaço que na cabeça desses cientistas homosexuais da nasa são barulhos de extraterrestre”.

      Triste.

        1. mais voce censuro um comentário meu quando eu disse que temos que teme a Deus porque sem Deus somos pó e ao pó vou taremos e sem Deus somos só isso mais com Deus somos muito mais por que Deus é e basta mais quando so eu que falo voce censura mais os outros deixa será que essa atitude é cristã em

          1. Censurei nada. Deus é que devia censurar. Se dizer o nome dele em vão é pecado, você bateu o recorde nesta. 😛

          2. Vou deixar umas vírgulas aqui à mão, para você utilizar em seus textos. Use com sabedoria!

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            Mas, sério, tanta coisa pra se descobrir e evoluir, por que simplesmente deixar tudo na “mão de deus”?

          3. cara tu não te tocou que a ciencia procura as resportas até que se tornem fatos e que fatos geram novas teorias e assim é a evolução diferente da religião que ja oferece respostas a tudo. fica dificil atge mesmo discutir algo com gente bitolada desta maneira .

    2. Nada ver que descoberta de vida em outro planeta desmoralize a mensagem bíblica.
      Mesmo porque, quem criou o planeta Terra Também criou todo o Universo.
      Nós cristãos damos o nome de Deus, mas pode ter vários nomes dependendo da cultura. A ordem do fator não autera o produto.

      1. Bíblia não tem nada a ver com ciência, então não valoriza nem desmoraliza. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

      2. O que desmoraliza a mensagem bíblica é a hipocrisia de quem a escreveu, lá no século II… ou melhor nem a escreveu. Editou poemas previamente existentes adaptando-os ao seus interesses.

        É amigos, pasmem, a bíblia foi escrita por homens e sem intervenção divina!

        1. Amigo, TUDO o que é feito pelo homem tem intervenção divina. O simples fato de existir já é um milagre.

          Bom carnaval.

    3. marcel, comentários como o teu me faz duvidar de que exista vida inteligente até mesmo aqui na Terra mesmo…

    4. Minha teoria para ter tantos adeptos de religiões em páginas de ciência (e desta em particular), tentando combater a boa pesquisa e desmerecendo os avanços é: medo. Um medo atroz de ter que um dia admitir que a existência de deuses sempre foi um paliativo para explicar o que até então era inexplicável na natureza. E a sensação de desperdício de tempo que irão sentir quando caírem em si. Só pode.

      1. não sou combatente incondicional das religiões, Wlademir!!! acredito que elas tenham sim seu valor, desde que não ultrapassem seus limites!

        o budismo, por exemplo, sempre me atraiu! por nunca tentar se intrometer em temas que não lhe diziam respeito, e tentar oferecer o melhor ao ser humano naquele assunto pessoal, intransferível, e orgânico que ele não poderia tentar compartilhar com ninguém, apesar das supostas semelhanças com seus semelhantes…

        nem sei se isto faz muito sentido, mas particularmente eu me considero um budista ateu, hehehehe

        1. Não exite ideologia budista ateu, o budismo é uma ramificação de varias outras doutrinas religiosas que nasceu na índia e se espalhou ela Asia muito complexo defender o budismo quando se sugere varias interpretações a exemplo de todas as outras religiões, as pessoas constumam confundir o certo do errado quando deveriam questionar o que funciona ou não, questionar sempre foi melhor que acreditar.

    5. Podemos investigar 1 milhão de planetas e não encontrar vida. Mesmo assim, isso não garante que estamos sós no universo.

      Ao contrário, se encontrarmos um único micróbio debaixo de uma lasca de pedra úmida de um outro mundo longínquo qualquer, então isso será a evidência que faltava para afirmar que há vida fora da terra. E isso será uma verdade, indiferente a todos os livros sagrados de qualquer religião terrena, porque o universo não existe para fazer sentido nem para ser confortável para nós humanos.

      Ciência não é uma instituição malvada querendo impor sua verdade e querendo dividir os humanos.

      Ciência é um modo de pensar, é um verbo!

    6. >>> “no fundo vcs sabem e muitos cientistas famosos no final de suas vidas deram o braço à torcer”

      Cite um.

      Outra coisa, se as pessoas passam a apelar para uma divindade a partir de uma situação de desespero e não de uma reflexão profunda, isso não me diz nada sobre a divindade. Só me diz que a pessoa está desesperada.

      “Oxigênio em quantidade suficiente pra ter vida como aqui na terra,hidrogênio,gás-carbono,hélio e muitos outros gases em quantidade balanceada””
      Verdade. Pode ser que a vida só surja em condições muito específicas, tão raras que nos dão a impressão de que foram cuidadosamente ajustadas. Mas considere a hipótese de estar errado. Nós estamos aqui conversando, então é obvio que a vida surgiu porque encontrou condições apropriadas. No entanto, a terra poderia ser um lugar como a Lua, onde não há vida. E estaria tudo bem. O universo continuaria existindo.

      Eu posso estar errado, mas você também. Você sabe disso. E fica muito evidente que você sabe disso pois já parte para a agressão aos cientistas da NASA sem nenhuma necessidade.

      Que tipo de convicção é tão fraca que precisa, já de cara, desqualificar aqueles que pensam diferente?

    7. Cara, pra começar, astrologia e astronomia são campos de estudo totalmente diferentes.

      Segundo, muitas coisas que temos hoje, principalmente em questão de tecnologia, são pelo simples fato de que o homem quis olhar para o céu, e entender o que são aquelas coisas brilhantes lá em cima.

      Se os homens tivessem pensado “Deus que se preocupe com isso”, hoje ainda estaríamos esperando um raio cair numa árvore pra conseguir fogo.

      Ou provavelmente já estaríamos extintos.

    8. Ah, sim, a questão da “sopa primordial” que você mencionou, que seria uma infantilidade sem tamanho, é uma hipótese. Ninguém está dando certeza de que isso de fato ocorreu, e estamos muito longe de descobrir a verdade.

      Mas, para os preguiçosos, que não querem se esforçar para pensar, podemos dizer a eles que fomos criados do barro…

  17. Reportagem de duas páginas no impresso de hoje, hein, Salvador! Parabéns! Esperamos o dia que a sua coluna sobre astronomia seja diária e a de astrologia, se tanto, semanal. Um abraço.

    1. Nem me fala, eu fico doido com isso…
      astrologia, homeopatia, cirurgia espiritual, ayurveda, alopatia, reiki…

      E o pior de tudo é ver políticas públicas que incentivam… enquanto a ciência fica pra trás.

      1. Igrejas têm isenção de impostos. Pesquisa científica não. Imagina se o Estado cobrasse tributos das religiões e investisse esse valor em pesquisa.

      2. Pois é meu caro, a gente vai a uma livraria, e que mais vende são livros de pseudo-ciência, exoterismo, auto ajuda…
        Você navega pelos canais de rádio e em boa parte você ouve um pastor falando com deus diretamente, ou fazendo exorcismo ou passando dados bancários pra uma multidão. E em menor número e um pouco mais discretos há ainda os videntes, espíritas, pais de santo etc.
        E tem a pós-verdade.
        tá puxado

      3. Alopatia? Você confundiu as coisas, não? Alpatia tem a ver com a medicina tradicional. Ou estou enganado?

          1. Olha, conheço bastante remédio homeopático que funciona. Muitas vezes o princípio ativo pode ser conseguido direto na planta, sem necessidade de processamento industrial.

            Mas claro que os laboratórios e os médicos não vão dizer a você que maracujá é um remédio (fraco, mas é) contra ansiedade, ou que Turibulus terrestris e Maca Peruana são remédios (não tão fracos) contra impotência sexual, pra não perder vendas de Alprazolan ou Sildenafila. E por aí vai.

            Mas é só experimentar e ver o resultado.

          2. Estou falando de homeopatia raiz — diluir o princípio ativo até só haver água e contar com a “memória da água” para fazer efeito. Não estou falando de homeopatia nutella. rs

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